Anny Celik Após nos despedirmos dos pais do Miguel, fomos de volta para a mansão, com Miguel dirigindo enquanto eu observava a paisagem pela janela. A tarde havia sido cheia de emoção, e meu coração estava repleto de uma felicidade que parecia difícil de conter. Ele segurava minha mão firmemente enquanto dirigia, seu polegar acariciando minha pele de maneira distraída. Quando chegamos à mansão, Miguel estacionou o carro e desceu rapidamente para abrir a porta para mim. Seu gesto,tão cavalheiro, me arrancou um sorriso. — Tem sido tão atencioso! — provoquei, enquanto ele me ajudava a sair do carro. —Serei sempre para você, Anny — respondeu, seus olhos presos nos meus. Entramos na casa, e a quietude da mansão era acolhedora. O ar parecia mais quente, mais íntimo, como se a própria casa entendesse o que estava por vir. Miguel largou as chaves na mesa do hall e se virou para mim, os olhos escuros brilhando com uma intensidade que fez meu coração acelerar. — Você não sabe o quan
Miguel YlmazO quarto estava em completo silêncio, exceto pela respiração tranquila de Anny, que dormia profundamente ao meu lado. Ela parecia tão serena, tão vulnerável, que por um momento hesitei em me afastar. Passei os dedos pelo seu cabelo, memorizando cada detalhe do seu rosto. Eu sabia que ela confiava em mim, e era exatamente isso que me atormentava. Eu a beijei suavemente na testa antes de me levantar, movendo-me em silêncio para não acordá-la. Vesti-me rapidamente e saí do quarto, indo direto para a sala de segurança da mansão. Lá, encontrei Emir, meu tio, que estava aguardando com um olhar atento. — Cuide de tudo enquanto eu estiver fora — ordenei, minha voz firme. — Quero segurança máxima. Ninguém entra ou sai sem a sua permissão. Emir assentiu, seu rosto sério. — Pode deixar comigo, Miguel. Mas você tem certeza disso? — perguntou, referindo-se ao que eu estava prestes a fazer. — Absoluta — respondi, sem hesitar. Saí da mansão e dirigi em alta velocidade até o
Anny CelikAcordei com a sensação de vazio ao meu lado. O calor que eu senti quando Miguel estava ali não estava mais presente. Meus olhos abriram lentamente, mas a realidade me atingiu como um tapa. Ele não estava ali.Olhei ao redor do quarto, tentando encontrar qualquer sinal dele, mas nada. Meu coração começou a acelerar enquanto eu me perguntava para onde ele tinha ido. Miguel sempre dizia que me protegeria, mas sua ausência me fazia sentir exposta, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer.Levantei-me, vesti um robe e saí do quarto, percorrendo os corredores da mansão em busca de qualquer resposta. Os empregados me evitavam, seus olhares abaixados, como se soubessem algo que eu não sabia. Peguei meu celular e disquei o número dele, mas tudo que ouvi foi o som irritante da chamada sendo rejeitada. Tentei novamente. Nada.O dia inteiro passou como um borrão. A cada hora que passava, minha preocupação aumentava. Onde ele estava? Por que ele não atendia? Miguel sempre foi d
Miguel YlmazNo meu escritório, a tensão era palpável. Emir estava sentado à minha frente, seu rosto sério, mas seus olhos denunciavam que ele sabia mais do que estava disposto a admitir. Fechei a porta, deixando qualquer som do lado de fora, e me voltei para ele. — Precisamos conversar sobre a Anny — comecei, a voz baixa, mas carregada de determinação. — O que houve com ela? — Emir perguntou, cruzando os braços. Respirei fundo antes de soltar a bomba. — Ela é sobrinha do Kemal. Esperei uma reação, mas Emir permaneceu calado. Nenhuma surpresa, nenhuma interjeição, apenas um olhar pesado que confirmou o que eu já suspeitava. — Você já sabia disso, não é? — perguntei, minha voz endurecendo. Ele hesitou por um momento antes de suspirar. — Sim, Miguel. Eu sabia. Meus punhos se cerraram, mas me forcei a manter o controle. — Como? Por que nunca me contou? — Porque ela também não sabe. Anny é filha da irmã do Kemal. Mas a mãe dela prometeu ao pai de Anny que nunca revel
Anny Celik Uma semana depois... O silêncio do quarto era ensurdecedor. Minhas mãos estavam atadas ao frio da realidade. A mansão era enorme, mas de nada adiantava o luxo ao meu redor. Cada detalhe me lembrava que estava presa, um peão em um jogo que nem ao menos sabia que estava participando. Minha mente girava em mil direções. Quem realmente era Kemal? Por que meu nome estava no centro dessa tempestade?Eu era só uma peça para a vingança dele com Miguel? O clique suave da porta interrompeu meus pensamentos. Uma mulher entrou, vestindo um uniforme de camareira. Ela trazia uma bandeja com uma refeição simples. Seus olhos, um castanho profundo, mas feroz encontraram os meus, e um arrepio percorreu minha espinha. — Aqui está sua comida — ela disse calmamente, colocando a bandeja na mesa ao lado da cama. — Por favor, me ajude a sair daqui! — implorei, minha voz embargada, mas determinada. Ela hesitou, olhando para a porta antes de se aproximar de mim. Sua expressão endur
Miguel Ylmaz Uma semana antes... A fumaça ainda pairava sobre os escombros da última boate de Kemal quando decidi que só destruir seus negócios não era suficiente. Ele sequestrou Anny. Ele ousou atravessar uma linha que nunca deveria ter sido cruzada. Se o objetivo dele era me quebrar, não sabia o erro que estava cometendo. Após Anny ser levada, enquanto meu ódio queimava como fogo, busquei uma solução definitiva. Kemal precisava cair, e eu precisava de um time que fosse tão letal quanto invisível. Foi então que ouvi falar das "Leoas". Um grupo de assassinas de aluguel lendárias, conhecidas por sua habilidade em se infiltrar e eliminar qualquer alvo sem deixar rastros. Suas histórias eram quase mitológicas, cada missão concluída com precisão cirúrgica. Mas elas não trabalhavam para qualquer um, e o preço por seus serviços era absurdo. O ponto de contato era em um bar discreto, num bairro afastado. Lá, sentei-me em uma mesa reservada, aguardando a líder do grupo. Quando ela
Miguel Ylmaz Meu coração parecia um tambor descontrolado enquanto segurava Anny nos braços. Ela estava desmaiada, frágil, mas viva. Era como se o peso dos últimos meses finalmente tivesse caído sobre mim, ao mesmo tempo em que uma nova responsabilidade nascia em meu peito. Eu a segurei com todo o cuidado, com medo de que qualquer movimento errado pudesse machucá-la. — Verônica, dirija! Agora! — gritei, enquanto entrava no carro com Anny ainda em meus braços. Verônica não hesitou. O motor rugiu, e o carro disparou pela estrada, deixando para trás o caos, as chamas e o grito final de Kemal. Não olhei para trás. Aquele inferno era o passado, e tudo o que importava estava nos meus braços. — Anny, você vai ficar bem — murmurei, baixinho, mesmo sabendo que ela não podia me ouvir. Seus cabelos caíam sobre o rosto, e eu os afastei delicadamente, observando sua respiração suave. Cada vez que ela inspirava, eu agradecia. Cada vez que ela expirava, meu coração se aliviava. A viag
Miguel Ylmaz O caminho de volta para casa era diferente de todas as outras viagens que já fiz. Não havia medo, raiva ou preocupação. Só havia paz. Anny estava ao meu lado, olhando pela janela enquanto os primeiros raios de sol cortavam o céu. Sua mão repousava sobre a minha, e por mais que eu quisesse olhar para ela o tempo todo, mantive meus olhos na estrada. Ela parecia tranquila, mas sabia que a realidade ainda a alcançaria. O peso de tudo o que passamos não desapareceria em uma noite. No entanto, agora tínhamos algo que mudava tudo: esperança. — É estranho voltar para casa depois de tudo isso — ela comentou, quebrando o silêncio. Sua voz ainda estava suave, mas agora havia um leve toque de alívio nela. — Eu sei. Mas é nossa casa, Anny. E agora será diferente. Prometo. Ela me lançou um olhar rápido, e por um momento, um sorriso verdadeiro apareceu em seus lábios. Quando chegamos, as coisas começaram a mudar de verdade. Anny ainda precisava de descanso, mas logo retomou s