Miguel YlmazNo meu escritório, a tensão era palpável. Emir estava sentado à minha frente, seu rosto sério, mas seus olhos denunciavam que ele sabia mais do que estava disposto a admitir. Fechei a porta, deixando qualquer som do lado de fora, e me voltei para ele. — Precisamos conversar sobre a Anny — comecei, a voz baixa, mas carregada de determinação. — O que houve com ela? — Emir perguntou, cruzando os braços. Respirei fundo antes de soltar a bomba. — Ela é sobrinha do Kemal. Esperei uma reação, mas Emir permaneceu calado. Nenhuma surpresa, nenhuma interjeição, apenas um olhar pesado que confirmou o que eu já suspeitava. — Você já sabia disso, não é? — perguntei, minha voz endurecendo. Ele hesitou por um momento antes de suspirar. — Sim, Miguel. Eu sabia. Meus punhos se cerraram, mas me forcei a manter o controle. — Como? Por que nunca me contou? — Porque ela também não sabe. Anny é filha da irmã do Kemal. Mas a mãe dela prometeu ao pai de Anny que nunca revel
Anny Celik Uma semana depois... O silêncio do quarto era ensurdecedor. Minhas mãos estavam atadas ao frio da realidade. A mansão era enorme, mas de nada adiantava o luxo ao meu redor. Cada detalhe me lembrava que estava presa, um peão em um jogo que nem ao menos sabia que estava participando. Minha mente girava em mil direções. Quem realmente era Kemal? Por que meu nome estava no centro dessa tempestade?Eu era só uma peça para a vingança dele com Miguel? O clique suave da porta interrompeu meus pensamentos. Uma mulher entrou, vestindo um uniforme de camareira. Ela trazia uma bandeja com uma refeição simples. Seus olhos, um castanho profundo, mas feroz encontraram os meus, e um arrepio percorreu minha espinha. — Aqui está sua comida — ela disse calmamente, colocando a bandeja na mesa ao lado da cama. — Por favor, me ajude a sair daqui! — implorei, minha voz embargada, mas determinada. Ela hesitou, olhando para a porta antes de se aproximar de mim. Sua expressão endur
Miguel Ylmaz Uma semana antes... A fumaça ainda pairava sobre os escombros da última boate de Kemal quando decidi que só destruir seus negócios não era suficiente. Ele sequestrou Anny. Ele ousou atravessar uma linha que nunca deveria ter sido cruzada. Se o objetivo dele era me quebrar, não sabia o erro que estava cometendo. Após Anny ser levada, enquanto meu ódio queimava como fogo, busquei uma solução definitiva. Kemal precisava cair, e eu precisava de um time que fosse tão letal quanto invisível. Foi então que ouvi falar das "Leoas". Um grupo de assassinas de aluguel lendárias, conhecidas por sua habilidade em se infiltrar e eliminar qualquer alvo sem deixar rastros. Suas histórias eram quase mitológicas, cada missão concluída com precisão cirúrgica. Mas elas não trabalhavam para qualquer um, e o preço por seus serviços era absurdo. O ponto de contato era em um bar discreto, num bairro afastado. Lá, sentei-me em uma mesa reservada, aguardando a líder do grupo. Quando ela
Anny CeliKQuando acordei naquele hospital, o rosto dele foi a primeira coisa que vi. Miguel Ylmaz. Tão perfeito e imponente quanto um deus grego, com olhos profundos que pareciam ler minha alma. Ele segurava minha mão, mas seu toque era frio. Não parecia o toque de alguém que amava, mas eu não sabia disso na época. Naquele momento, acreditei que ele era meu tudo.— Sou seu noivo, Anny. Você sofreu um acidente, mas vai ficar bem. — Suas palavras soaram gentis, mas vazias, como se fossem ensaiadas.Eu não percebi. Minha memória havia sido apagada pelo impacto do acidente, e a ideia de que esse homem era meu noivo parecia perfeita demais para questionar.O casamento veio rápido, quase como uma formalidade. Eu mal conhecia minha nova vida, mas estava cega pela ideia de amor. Miguel, o homem mais poderoso da Turquia, estava se casando comigo. Era uma história digna de um conto de fadas, ou assim pensei. Na verdade, era uma tragédia em formação.Durante a cerimônia, ele não sorriu. Sua mão
Miguel Ylmaz AksoyDiana havia chegado de Paris naquela tarde e me visitou após quatro anos, após ela ter se casado, decidi me casar com Anny, apesar de nunca sentir nenhum tipo de amor por ela.Anny apareceu no meu trabalho no começo da tarde e pediu o divórcio, ao me ver com Diana, era o que eu sempre esperava, toda minha indiferença diante dela, só a fazia continuar tentando se aproximar de mim, até hoje, ela pedir o divórcio.Levei a Diana para minha casa, ela ficaria hospedada lá por um tempo, finalmente eu teria uma chance de estar ao lado da mulher que amei por muito tempo, e a conheço desde a minha infância, deixei Diana no quarto de hóspedes e fui até o meu quarto, tomei um banho e depois desci, foi então que todo caos começou.Eu nunca achei que uma noite pudesse explodir em tamanha confusão, mas ali estava eu, segurando Diana no chão da sala. Ela soluçava, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto eu a ajudava a se levantar. Meu coração disparava, uma mistura de raiva e preoc
Anny CelikCheguei em casa com o coração apertado e uma sensação de vazio tão grande que parecia me engolir. Cada canto daquela mansão gritava o desprezo de Miguel, e ainda assim, ela havia sido o único lar que conheci nos últimos anos. Meu lar, e ainda assim nunca foi realmente meu.Subi para o quarto, respirando fundo, tentando não desabar. Quando entrei, senti um nó na garganta ao olhar para a cama onde tantas noites chorei em silêncio. Respirei fundo, abri o armário e comecei a tirar minhas roupas. Coloquei peça por peça nas malas, com mãos trêmulas.Eu queria ser forte, mas quando vi meu vestido de noiva pendurado lá, como um lembrete cruel de tudo que perdi, minhas forças me abandonaram. Minhas pernas cederam, e eu caí de joelhos no chão, segurando o vestido com tanta força que os dedos doíam. As lágrimas vieram sem controle, uma torrente que eu não conseguia parar.— Por quê? — sussurrei, minha voz ecoando pelo quarto vazio. — Por que ele nunca me amou?Mas eu não tinha respost
Miguel Yılmaz Aksoy Eu não estava esperando visitas naquela manhã. Eu tinha acabado de me sentar no escritório, revisando documentos sobre as clínicas que a rede de hospitais planejava adquirir, quando ouvi a campainha soar. Antes que o mordomo pudesse atender, eu mesmo me levantei, intrigado. Quando fui até a porta, encontrei Marc. Meu sobrinho, que crescemos juntos como irmãos. Vestido em um terno impecável, carregava aquele sorriso confiante que sempre o acompanhava. Ele estava com uma mala ao lado, claramente vindo direto do aeroporto. — Marc? O que faz aqui tão cedo?— perguntei, surpreso, mas genuinamente feliz.. — Cheguei mais cedo para o Natal! — respondeu ele, abraçando-me brevemente. — E tenho boas notícias. Mas antes de tudo... onde está Anny? O nome dela foi como um soco. Meu sorriso vacilou por um instante, mas recuperei a compostura rapidamente. — Ela deve estar no quarto. Vou chamá-la.— Não era mentira, mas a situação era bem mais complicada do que ele imagina
Miguel Ylmaz Aksoy Desci com a Anny e logo nos juntamos a Diana e Marc para o café da manhã que parecia um estranho, apesar de nós quatro nos conhecermos desde a infância, já que Diana e Anny eram nossas vizinhas por muito tempo. Marc estava sentado à mesa comigo, Diana e Anny. Havia algo nele, em como olhava para ela, que me incomodava profundamente, embora eu não conseguisse entender exatamente o porquê. — Você está linda hoje, que bom que consegui passar o natal com vocês, podemos ir juntos Anny até a casa da nossa família, tenho algo para lhe dar que está lá na mansão dos meus pais— ele disse para Anny, com um sorriso que me irritou imediatamente. Anny agradeceu, sem dar muita importância, mas aquilo me fez cerrar os dentes. Não era como se ela estivesse errada por aceitar o elogio, mas o tom casual de Marc me provocava de um jeito que eu não sabia explicar. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Marc a convidou para sair. — Vamos até a casa da minha família.Ten