Início / Romance / Culpada aos olhos do CEO / Capítulo 4 - Injustiçada
Capítulo 4 - Injustiçada

— Olha garota!— Ele voltou puxar meu braço direito. Seu telefone tocou. Vi ele fazer uma careta e resmungar soltando meu braço pra encarar o visor do chamador. — O que é?— Sua voz saiu grave e séria. Lúcio parecia totalmente sem humor algum.

 — Eu já disse que não Gabriela. Siga a sua vida e me deixe com os meus problemas, não era isso que você queria?

 Enquanto ele falava o que parecia ser com sua esposa ou ex-esposa , Eu não entendia ao pé da letra o estado atual dele e a mãe da Marie. Percebi o curto período em que ele deu atenção fixa ao que ouvia no telefone. Aproveitei a oportunidade para finalmente fugir daquela situação, mas Lúcio ao contrário do que eu pensei me puxou novamente pelo pulso me virando contra a parede novamente enquanto praticamente pedia em pensamento que a ligação finalizasse logo. Minhas costas doeram no exato momento em que senti ser presa contra a parede.

 — Hum!— Resmunguei. Usei a mão esquerda que estava livre para puxar os cabelos que estavam sobre meu rosto para trás. Conseguindo ter uma visão melhor. Algumas mechas estavam grudadas com o bendito sangue que escorreu quando caí batendo a cabeça no chão. Não tinha percebido que tinha sido tanto os danos.

 — Garota acredito que você ainda não entendeu a gravidade da situação, a minha mãe morreu. Você era a única testemunha e suspeita do acontecido, não sei se compreendeu, mas você não pode sair daqui até que tenhamos resultado. — Ele começou falar até que entendi que era comigo, ele tinha desligado o celular tão rápido que eu não tinha visto quando. Ele cruzou os braços novamente. — Eu quero, e é o meu direito saber a causa da morte. Era a minha mãe.

 Fiquei sem nexo por longos segundos. Eu não podia acreditar naquilo, não conseguia entrar na minha cabeça que eu estava sendo acusada de ser suspeita a morte de dona Cecília. Eu nunca eu jamais faria aquilo com alguém. Não faria nem com um inimigo quanto mais com dona Cecília. Soltei um soluço sentindo algumas lágrimas surgirem. Dona Cecília era uma mulher de importância na minha vida, e além do mais, o que eu ganharia matando-a?

 Sentei no chão daquele corredor frio. Eu estava preocupada, eu estava com medo, eu estava ficando desesperada. Se eu for acusada disso eu não vou poder sair da cadeia nunca. Quem eu sou? Quem acreditaria na domestica? Minha vida se tornaria um caos. Aos poucos senti que estava em completo desespero. Minhas mãos tremiam.

 Meu filho!

 Meu Deus!

 Meu filho!

 Eu tenho uma criança, a sua infância seria afetada se algo assim explodisse. Minha vida seria um caos.

 Minha vó!

 Por um mal entendido muitas vidas seriam afetadas. Eu não podia permanecer ali, eu tinha que encontrar o meu filho, eu tinha que dá um jeito. Comecei ficar cada segundo mais nervosa, pois percebia que quanto mais pensava no assunto, mais eu entendia a gravidade da situação.

 — Eu não fiz aquilo. — Minha voz saiu como um sussurro. Vi que Lúcio olhou para mim imediatamente. — Senhor Lúcio, eu realmente não fiz aquilo, o senhor precisa acreditar em mim. Eu jamais mataria uma pessoa, eu jamais mataria a sua mãe!— Levantei do chão aos arrastos.

 Eu sinceramente estava horrível, tinha me alimentado muito mal, eu me sentia fraca, a minha preocupação estava a mil. Meu peito começara a doer, era uma dor assustadora, uma dor insuportável, eu parecia que estava prestes a ter um ataque cardíaco. Minha frequência sanguínea parecia descontrolar, eu estava gelando, estava ficando sem forças, minhas mãos não pareciam ter sangue, eu não sabia mais nem o que estava sentindo.

 Antes que pudesse raciocinar, caí ao chão novamente. Eu não estava totalmente desacordada, mas estava ficando cada vez mais distante. Eu não conseguia respirar com facilidade, meu peito doía desesperadamente. Uma tontura absurda não parecia ter fim. Senti ser erguida do chão rapidamente, mas não conseguia vê com clareza nem entender o que falavam. Meus ossos estavam doloridos, era como se tivesse sido atropelada por algum carro. Parecia que as vozes estavam distantes, era como dentro de um túnel. Eu sentia girar, era como se fosse cair a qualquer segundo.

 Eu não sei o que houve depois.

 Acordei novamente, e estava completamente confusa. Puxei o meu braço direito sentindo ele dolorido. Quando meus olhos conseguiram enxergar melhor eu quis gritar de desespero.

 — Porque estou algemada?— Me debati contra a cama desesperada.

 Duas enfermeiras adentraram o quarto, mas ambas pareciam com medo de se aproximar de mim. Minha respiração estava acelerada, eu estava nervosa.

 — O que está acontecendo, porque estou algemada?— Questionei vendo que ambas estavam voltando direção a porta. Eu não fazia ideia do que a minha vida se tornaria, o que estava pra acontecer com a minha vida.

 No dia seguinte fui levada a uma delegacia algemada me sentindo um lixo. Era vergonhoso pra mim passar por tudo aquilo. As notícias rodavam por todos os lados da cidade. Eu era oficialmente a suspeita número um do assassinato de Cecília Martins. Até o que se sabe, não fora uma morte por causas naturais já que eu estava sendo acusada.

 Fui deixada numa sala de interrogatório por mais ou menos duas horas seguidas, sozinha apenas a mesa e o vidro que dava visão ao outro lado. Parecia cena de filme, já tinha visto aquilo na Tv, mas jamais passou por mim a ideia de que passaria por aquilo um dia. Estava com tanto medo, aos 22 anos mãe solteira e acusada de assassinato. Deus! Era assustador de mais pra mim. Eu via a dona Cecília a todo instante, as memorias eram assustadora. Eu não conseguia dormir só de pensar no ocorrido, Cecília era uma patroa tão boa, eu não conseguiria acreditar naquilo. Meu corpo tremia quando eu sonhava com o ocorrido, era como se estivesse presa e não pudesse fazer nada para melhorar minha situação. Meu coração ficava tão acelerado que doía respirar.

 Não sei quanto tempo passou, mas uma mulher e um homem adentraram a sala. Eles me encararam como se vissem uma assombração.

 — Samira Santos não é isso?— A mulher fez aquela típica pergunta retorica, óbvio que ela sabia meu nome. — Quero que conte tudo que aconteceu naquele dia.— Eu os encarei  totalmente desgastada.

 — Não sei se vale muito a pena dizer algo, o que te faz pensar que acreditará em mim?— Eu perguntei sondando sua resposta.

 — A verdade! Ela ganha onde quer que vá. — Ela disse.

 — Me desculpe, mas do mundo em que venho o dinheiro vale muito mais do que à verdade, se for um mau que cubra outro maior, o dinheiro ganha. Não venho desse mundo fantasioso onde as pessoas acreditam nas palavras de alguém da classe c.— A respondi imediatamente. Ela pareceu sentir o peso das palavras. — O que eu ganharia matando a galinha dos ovos de ouro? Era minha patroa, acha que pra uma mãe solteira aos 22 acrescentar o desemprego traria que bondade a minha vida?—As palavras escorregaram de minha boca com muita facilidade, eu só poderia estar ficando louca. Estava querendo ser presa pelo resto de minha vida?

 — Você é ingênua, está querendo dizer que somos comprados?— Ela perguntou delicadamente.

 — Não precisaria ficar afetada se não cai a você o que eu disse. — Virei o rosto direção ao vidro.

 — Então me explique como Cecília foi morta envenenada por outra pessoa se você era a única com acesso a cozinha e aos alimentos?

 Fiquei tonta imediatamente ao ouvir a

 palavra "ENVENENADA"

 Cecília tinha sido envenenada? Minha cabeça não quis aceitar aquela frase. Eu realmente estava sendo acusada, eu realmente estava sendo a única suspeita, eu era a cozinheira da casa, como aquilo pôde acontecer? Era como se o céu tivesse caído por minha cabeça, eu não conseguiria me salvar daquilo. Eu temia o que aconteceria comigo a partir dali.

 Continua…

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App