No dia seguinte Lúcio comunicou que Caleb estava matriculado e estudaria com Anne e claro que Anne amou o anúncio feito por Lúcio no café da manhã. Foi divertido dividir a mesa nós quatro, ou melhor nós cinco, tinha o bebê guardado ali.As crianças estavam a todo vapor ligadas no 220. Eles tinham muito do que brincar e aproveitar, já Lúcio tinha muito trabalho e ele me contaou isso minutos após o café. Ele ficaria sumido durante o dia pois tinha muito trabalho acumulado. Eu percebi que tinha que organizar minha lista de tarefas, eu tinha muita coisa que aprender, como o fato de ter uma família, tinha a Anne também e eu precisava cuidar dela também como se fosse uma filha minha. Não seria difícil aquilo, ela era muito sociável e adorável.Encarei aquela mansão pensando exatamente por onde começar, no fundo eu estava um pouco nervosa, minha diferença de idade com o Lúcio era um pouco grande, e eu reconheço que ainda tinha muito a aprender, então sabia que com certeza hora ou outra tería
— Eu sinto muito eu não podia contar onde estava.— Respondi vendo ele aparentemente impaciente.— Poderia no mínimo ter atendido as ligações no começo, fiquei preocupado demais, você não sabe o quanto.— Ele falou.— É verdade que eu poderia, mas vendi o celular pra juntar mais grana. Lawrence me encarou com os olhos fixos.— Está grávida ?— Ele encarou minha barriga perplexo e eu o entendia totalmente. Seus olhos seguiram direção ao Lúcio e antes que tivesse tempo de raciocinar com clareza Lawrence segurou Lúcio pela camisa o puxando em sua direção.— Que droga é essa Lúcio? Porque fez isso? Você sabia que eu gostava dela.Fiquei paralisada por um momento perdida na cena.— Você sabia muito bem e mesmo assim se entrou no meio? Você fez como da última vez. Lúcio você sempre faz isso e a troco de que? Onde está a Gabriela hoje? Você a deixou também e vai fazer o mesmo com ela. Fiquei totalmente perdida. Não foi decisão apenas do Lúcio, eu o amo, mas o que Lawrence está falando?Mas ao
— Como assim?— Lúcio estava intrigado.— Simples, estou sendo seguido.— Lawrence completou passando a caminhar de um lado a outro bem na nossa frente.— Eu descobri muitas coisas sobre o caso da sua mãe, o caso da sua família e eu já tenho minhas suspeitas.— Lawrence parou a nossa frente com a mão direita sobre o maxilar.— O Carlos, ele tá metido em coisas muito pesada.— Lúcio deu passos para trás.Virei meu rosto a sua direção vendo que ele parecia abalado. Lúcio realmente parecia abalado, segurei sua mão tentando mantê-lo parado ao meu lado.— O que você está querendo dizer?— Lúcio perguntou.— Carlos é um suspeito em potencial. Lúcio soltou minha mão rapidamente cambaleando para trás. Ele parecia ter perdido o equilíbrio, sua respiração estava afetada, irregular. Aproximei-me dele tentando fazer com que ele mantivesse o foco.— Isso não pode ser verdade, você tem noção do que está falando?— Lúcio questionou, sua voz soou abalada.— Tenho noção muito bem.— Lawrence falou entre um su
O despertador tocou. Era hora de levantar. Eram 6 horas da manhã, era realmente a hora de acordar. Acordar para mais um dia que me aguardava. Saí da cama num pulo. Era uma rotina puxada, de fato. Deixar tudo pronto para que minha avó não tivesse tanto trabalho. Afinal, ela já dava um duro em cuidar do Caleb por mim. Falando no Caleb, aquele pimpolho tinha que acordar para ir à escola. Enquanto preparava o café da manhã e boa parte do almoço para ajudar minha avó, percebi a figura do Caleb na soleira da porta da cozinha. — Bom dia, mãe. — Caleb falou, abafando a boca com um bocejo logo em seguida. — Bom dia, meu amor! — Me aproximei dele bagunçando seus cabelos loiros. — Corre pra o banho, senão vai se atrasar, hein! Ele me abraçou rapidamente e seguiu para o banheiro, que não ficava tão distante. Na verdade, nossa casa era, tecnicamente, uma "caixa de fosforo". Dois quartos muito pequenos. Mal cabia a cama e o nosso guarda-roupas, que por sinal, estava balançando. Eu preciso dar
Embora Marie estivesse todos os dias na casa da avó na parte da tarde, ele pouco vinha busca-la, a não ser seu motorista, Teodoro. Talvez fosse azar de Cecília. Ela tinha outro filho, o Carlos. Esse que não era visto, mesmo. Ele era afamosa "ovelha negra" da casa dos ricos e renomados Martins. Carlos vivia aos luxos, em viagens exuberantes e lugares luxuosos. Pobre Cecília. Já a vi ter discussões sérias com Carlos pelo telefone. Carlos superara Lúcio, com toda certeza. Após deixar a mesa pronta para o café da manhã, esperei que dona Cecília viesse tomar café, mas não a encontrei. Alguns minutos mais tarde, ouvi à voz de Cecília vindo do lado da lavanderia. Ela estava conversando com Jorge sobre uma lista de compras a serem feitas no Supermercado do Messias. Ele tinha um supermercado no condomínio o qual dona Cecília morava. Senti-me um pouco tonta. Estava faminta, mas eu tinha que me acostumar àquilo. Voltei à cozinha para beber uma xícara de café. Encontrando Cecília, fiz isso o m
Eu senti um impulso, foi como um susto. Ergui o corpo para frente me fazendo acordar imediatamente. Era aquele famoso susto que nos dizem que estamos crescendo, mas de uma forma mais intensa, eram como espasmos. Ergui meu corpo passando as mãos sobre meus cabelos soltos. Demorei um pouco pra raciocinar, pra entender onde estava. Aos poucos flashes e memórias começaram surgir, e foi devastador lembrar o que tinha acontecido. Minha primeira reação foi levantar da cama com um pulo, mesmo ficando tonta e caindo logo em seguida. Não conseguia e não podia acreditar no que tinha acontecido, não conseguia aceitar que fui testemunha ocular da morte da minha patroa, eu não posso negar, estou com medo. Uma enfermeira abriu a porta e quando percebeu meu estado ela veio correndo em minha direção logo que me viu sentada tentando erguer meu corpo que parecia pesado e fraco. — O que aconteceu? A senhorita está bem?— Ela questionou segurando-me passando meus braços por seu pescoço. Meu estômago do
— Olha garota!— Ele voltou puxar meu braço direito. Seu telefone tocou. Vi ele fazer uma careta e resmungar soltando meu braço pra encarar o visor do chamador. — O que é?— Sua voz saiu grave e séria. Lúcio parecia totalmente sem humor algum. — Eu já disse que não Gabriela. Siga a sua vida e me deixe com os meus problemas, não era isso que você queria? Enquanto ele falava o que parecia ser com sua esposa ou ex-esposa , Eu não entendia ao pé da letra o estado atual dele e a mãe da Marie. Percebi o curto período em que ele deu atenção fixa ao que ouvia no telefone. Aproveitei a oportunidade para finalmente fugir daquela situação, mas Lúcio ao contrário do que eu pensei me puxou novamente pelo pulso me virando contra a parede novamente enquanto praticamente pedia em pensamento que a ligação finalizasse logo. Minhas costas doeram no exato momento em que senti ser presa contra a parede. — Hum!— Resmunguei. Usei a mão esquerda que estava livre para puxar os cabelos que estavam sobre meu
Os dias estavam passando de pressa, já se passara uma semana desde em que fui detida. Eu não tinha notícias de meu filho, muito menos de minha vó, também não tive condições de pagar se quer um advogado. Quanto mais o tempo passava pior se tornava a situação ao meu respeito. Por mais que insistisse que não sou culpada, que falasse por detalhes tudo que aconteceu naquele dia, parecia asneira aos ouvidos dos investigadores e promotores. Eu não imaginava que a situação ficaria tão desesperadora. Minha vó estaria angustiada com tudo aquilo, eu tinha certeza. Eu precisava pensar no que fazer no que falar. Mas era praticamente "ridículo" como o próprio investigador ácido me falara á uns dias atrás. — Isso está ridículo Samira, o tempo tá passando e quanto mais você insiste em negar menos tempo e chance você tem, veja bem... — Ele puxou a cadeira sentando a minha frente. — Você se safaria muito melhor se aceitasse as acusações, seria ré primária, ficha criminal linda e limpa, você conseguir