— Eu disse que tudo era questão de tempo e o quanto estão dispostos a fazer dar certo.— Ela falou.— Pena que não tive tempo de fazer isso. Minha história seria diferente se tivesse feito o que deveria ter sido feito. Fugir nunca é a decisão certa.Senti vontade de chorar ao pensar nela. Ana era uma senhora incrível e só de me colocar na situação que ela esteve, consigo sentir a dor de perder seus dois amores.Com certeza foi uma perca imensurável e extremamente dolorosa. Mesmo que aquela criança não tivesse sido planejada, eu não queria perdê-la nunca e depois desses meses distante do Lúcio eu também não queria perdê-lo. Era algo que eu não conseguia nem imaginar o quanto era doloroso. Lúcio e Caleb viam em nossa direção e dona Ana não perdeu a oportunidade para dizer:— E você deixou de fora o detalhe de que o Lúcio era tão bonitão.— Ela cutucou meu braço com seu cotovelo e nós duas gargalhamos entonado. — Fiquei curioso com esses sorrisos agora.— Lúcio comentou ao sentar ao meu la
No dia seguinte Lúcio comunicou que Caleb estava matriculado e estudaria com Anne e claro que Anne amou o anúncio feito por Lúcio no café da manhã. Foi divertido dividir a mesa nós quatro, ou melhor nós cinco, tinha o bebê guardado ali.As crianças estavam a todo vapor ligadas no 220. Eles tinham muito do que brincar e aproveitar, já Lúcio tinha muito trabalho e ele me contaou isso minutos após o café. Ele ficaria sumido durante o dia pois tinha muito trabalho acumulado. Eu percebi que tinha que organizar minha lista de tarefas, eu tinha muita coisa que aprender, como o fato de ter uma família, tinha a Anne também e eu precisava cuidar dela também como se fosse uma filha minha. Não seria difícil aquilo, ela era muito sociável e adorável.Encarei aquela mansão pensando exatamente por onde começar, no fundo eu estava um pouco nervosa, minha diferença de idade com o Lúcio era um pouco grande, e eu reconheço que ainda tinha muito a aprender, então sabia que com certeza hora ou outra tería
— Eu sinto muito eu não podia contar onde estava.— Respondi vendo ele aparentemente impaciente.— Poderia no mínimo ter atendido as ligações no começo, fiquei preocupado demais, você não sabe o quanto.— Ele falou.— É verdade que eu poderia, mas vendi o celular pra juntar mais grana. Lawrence me encarou com os olhos fixos.— Está grávida ?— Ele encarou minha barriga perplexo e eu o entendia totalmente. Seus olhos seguiram direção ao Lúcio e antes que tivesse tempo de raciocinar com clareza Lawrence segurou Lúcio pela camisa o puxando em sua direção.— Que droga é essa Lúcio? Porque fez isso? Você sabia que eu gostava dela.Fiquei paralisada por um momento perdida na cena.— Você sabia muito bem e mesmo assim se entrou no meio? Você fez como da última vez. Lúcio você sempre faz isso e a troco de que? Onde está a Gabriela hoje? Você a deixou também e vai fazer o mesmo com ela. Fiquei totalmente perdida. Não foi decisão apenas do Lúcio, eu o amo, mas o que Lawrence está falando?Mas ao
— Como assim?— Lúcio estava intrigado.— Simples, estou sendo seguido.— Lawrence completou passando a caminhar de um lado a outro bem na nossa frente.— Eu descobri muitas coisas sobre o caso da sua mãe, o caso da sua família e eu já tenho minhas suspeitas.— Lawrence parou a nossa frente com a mão direita sobre o maxilar.— O Carlos, ele tá metido em coisas muito pesada.— Lúcio deu passos para trás.Virei meu rosto a sua direção vendo que ele parecia abalado. Lúcio realmente parecia abalado, segurei sua mão tentando mantê-lo parado ao meu lado.— O que você está querendo dizer?— Lúcio perguntou.— Carlos é um suspeito em potencial. Lúcio soltou minha mão rapidamente cambaleando para trás. Ele parecia ter perdido o equilíbrio, sua respiração estava afetada, irregular. Aproximei-me dele tentando fazer com que ele mantivesse o foco.— Isso não pode ser verdade, você tem noção do que está falando?— Lúcio questionou, sua voz soou abalada.— Tenho noção muito bem.— Lawrence falou entre um su
O despertador tocou. Era hora de levantar. Eram 6 horas da manhã, era realmente a hora de acordar. Acordar para mais um dia que me aguardava. Saí da cama num pulo. Era uma rotina puxada, de fato. Deixar tudo pronto para que minha avó não tivesse tanto trabalho. Afinal, ela já dava um duro em cuidar do Caleb por mim. Falando no Caleb, aquele pimpolho tinha que acordar para ir à escola. Enquanto preparava o café da manhã e boa parte do almoço para ajudar minha avó, percebi a figura do Caleb na soleira da porta da cozinha. — Bom dia, mãe. — Caleb falou, abafando a boca com um bocejo logo em seguida. — Bom dia, meu amor! — Me aproximei dele bagunçando seus cabelos loiros. — Corre pra o banho, senão vai se atrasar, hein! Ele me abraçou rapidamente e seguiu para o banheiro, que não ficava tão distante. Na verdade, nossa casa era, tecnicamente, uma "caixa de fosforo". Dois quartos muito pequenos. Mal cabia a cama e o nosso guarda-roupas, que por sinal, estava balançando. Eu preciso dar
Embora Marie estivesse todos os dias na casa da avó na parte da tarde, ele pouco vinha busca-la, a não ser seu motorista, Teodoro. Talvez fosse azar de Cecília. Ela tinha outro filho, o Carlos. Esse que não era visto, mesmo. Ele era afamosa "ovelha negra" da casa dos ricos e renomados Martins. Carlos vivia aos luxos, em viagens exuberantes e lugares luxuosos. Pobre Cecília. Já a vi ter discussões sérias com Carlos pelo telefone. Carlos superara Lúcio, com toda certeza. Após deixar a mesa pronta para o café da manhã, esperei que dona Cecília viesse tomar café, mas não a encontrei. Alguns minutos mais tarde, ouvi à voz de Cecília vindo do lado da lavanderia. Ela estava conversando com Jorge sobre uma lista de compras a serem feitas no Supermercado do Messias. Ele tinha um supermercado no condomínio o qual dona Cecília morava. Senti-me um pouco tonta. Estava faminta, mas eu tinha que me acostumar àquilo. Voltei à cozinha para beber uma xícara de café. Encontrando Cecília, fiz isso o m
Eu senti um impulso, foi como um susto. Ergui o corpo para frente me fazendo acordar imediatamente. Era aquele famoso susto que nos dizem que estamos crescendo, mas de uma forma mais intensa, eram como espasmos. Ergui meu corpo passando as mãos sobre meus cabelos soltos. Demorei um pouco pra raciocinar, pra entender onde estava. Aos poucos flashes e memórias começaram surgir, e foi devastador lembrar o que tinha acontecido. Minha primeira reação foi levantar da cama com um pulo, mesmo ficando tonta e caindo logo em seguida. Não conseguia e não podia acreditar no que tinha acontecido, não conseguia aceitar que fui testemunha ocular da morte da minha patroa, eu não posso negar, estou com medo. Uma enfermeira abriu a porta e quando percebeu meu estado ela veio correndo em minha direção logo que me viu sentada tentando erguer meu corpo que parecia pesado e fraco. — O que aconteceu? A senhorita está bem?— Ela questionou segurando-me passando meus braços por seu pescoço. Meu estômago do
— Olha garota!— Ele voltou puxar meu braço direito. Seu telefone tocou. Vi ele fazer uma careta e resmungar soltando meu braço pra encarar o visor do chamador. — O que é?— Sua voz saiu grave e séria. Lúcio parecia totalmente sem humor algum. — Eu já disse que não Gabriela. Siga a sua vida e me deixe com os meus problemas, não era isso que você queria? Enquanto ele falava o que parecia ser com sua esposa ou ex-esposa , Eu não entendia ao pé da letra o estado atual dele e a mãe da Marie. Percebi o curto período em que ele deu atenção fixa ao que ouvia no telefone. Aproveitei a oportunidade para finalmente fugir daquela situação, mas Lúcio ao contrário do que eu pensei me puxou novamente pelo pulso me virando contra a parede novamente enquanto praticamente pedia em pensamento que a ligação finalizasse logo. Minhas costas doeram no exato momento em que senti ser presa contra a parede. — Hum!— Resmunguei. Usei a mão esquerda que estava livre para puxar os cabelos que estavam sobre meu