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Capítulo 5 - Interrogatórios

Os dias estavam passando de pressa, já se passara uma semana desde em que fui detida. Eu não tinha notícias de meu filho, muito menos de minha vó, também não tive condições de pagar se quer um advogado. Quanto mais o tempo passava pior se tornava a situação ao meu respeito. Por mais que insistisse que não sou culpada, que falasse por detalhes tudo que aconteceu naquele dia, parecia asneira aos ouvidos dos investigadores e promotores.

 Eu não imaginava que a situação ficaria tão desesperadora. Minha vó estaria angustiada com tudo aquilo, eu tinha certeza. Eu precisava pensar no que fazer no que falar. Mas era praticamente "ridículo" como o próprio investigador ácido me falara á uns dias atrás.

 — Isso está ridículo Samira, o tempo tá passando e quanto mais você insiste em negar menos tempo e chance você tem, veja bem... — Ele puxou a cadeira sentando a minha frente. — Você se safaria muito melhor se aceitasse as acusações, seria ré primária, ficha criminal linda e limpa, você conseguiria até conquistar o jure fingindo ser uma mãe excelente, que estava à procura de tudo por dinheiro apenas para sustentar a família.— A verdade é que quanto mais ele falava mais ódio eu sentia.

 — Você é idiota? Fugir dos meus princípios? Jamais! Eu não sou uma assassina, muito menos uma sem escrúpulos a ponto de fazer coisas horríveis apenas por dinheiro, eu preciso de dinheiro realmente, mas tenho princípios.  Eles estão à frente de tudo. — Soltei em um tom muito alto. Ele não me ouviu por muito tempo, saiu fechando a porta soltando um estrondo logo que ela bateu.

 Aquele dia tinha sido exaustivo, mas eu estava começando acreditar nas palavras do investigador criminal. Eu sei que ninguém acreditaria em mim, eu estou ciente disso muito bem. Eu sei que minha situação é complicada, mas eu sinceramente só pensava no Calebe. Sentia-me inútil, sem valor algum. Eu nunca esperei fazer o meu próprio filho passar por aquela vergonha de ter uma mãe presidiária. O tempo estava curto, e dependendo do que andava as investigações, logo eu seria transferida para um presídio feminino.

 E pensar naquilo me dava calafrios!

 Eu estava com tanto medo, Deus! Por quê?

 Era tão assustador ter que lutar sozinha, era tão pesado não ter ninguém a quem confiar a quem me segurar. Eu tinha pesadelos todas as noites. Meu corpo paralisava toda vez que repetia a cena de Cecília morrendo na minha frente sem que eu pudesse ajudar. Eu tinha febre todos os dias, meu corpo estava um trapo. Eu estava tão magra que era assustador. As preocupações eram pesadas de mais pra mim, eu sentia que a qualquer momento eu não iria aguentar, eu iria explodir. Talvez a saída  seria dar um fim a essa própria vida, talvez um dia alguém acreditaria que eu não era esse monstro que parecia.

 À tarde fui levada novamente a um novo interrogatório. Já estava perdendo as esperanças a cada interrogatório. Quando adentrei a sala vi que não eram as mesmas pessoas, dessa vez um homem com traços bem asiáticos me encarou com um olhar bem pequeno e observador de mais. Ao lado tinha um homem que me encarava com um sorriso macabro pra ser sincera. Eu quis correr da sala, eu era a única mulher naquele ambiente, não acho que seria certo aquilo. Sentei sobre a cadeira nervosa sentindo minhas pernas fraquejarem.

 — Samira Santos!— O homem de traços asiáticos e cabelos grandes caído pelo ombro, exclamou cruzando as mãos à minha frente. Era uma técnica persuasiva, dava para perceber por seus ombros largos e mais avantajados que o resto do corpo, seus olhos serrados pra mim e suas mãos cruzadas tentando me causar uma apreensão. Aos poucos relaxei até perceber que não era aquilo que ele queria. Pelo rosto esculpido e queixo aparentemente quadrado, dava pra vê que um dos traços predominantes de sua personalidade era a psicopatia.

 — E você é?— Cruzei as mãos fazendo o mesmo gesto que ele. Seus olhos foram direção a minha mão rapidamente. Foi uma ação rápida da parte dele, ele era como Lúcio, filho da dona Cecília. Pessoas predominantes puxam o medo das pessoas e geralmente o nervosismo também. Era por isso que me sentia tão apreensiva perto dele. É! Eu era boa nisso, eu poderia investir se tivesse recursos, mas claramente se pelo menos recursos eu tivesse, teria pagado um advogado, não seria envergonhada a ponto de ser defendida por um defensor público.

 — Se veio para me acusar novamente poupe o fôlego, uma acusação à mais ou uma à menos não fará diferença. — Eu suspirei no fim da frase. Ele que, eu ainda não sabia o nome, permaneceu inexpressivo. O que se esperar de alguém predominante e observador? Isso é o óbvio.

 Mas de forma astuta e inesperada ele posicionou seu corpo sobre a cadeira me deixando levemente insegura, seu corpo se voltou para a frente e o meu manteve uma expectativa. O que viria a seguir? Eu seria realmente acusada pra sempre?

 Continua…

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