Eu estava desesperada, eu não conseguia salvá-la. Por mais que eu tentasse eu não conseguia me mover. Ela estava morrendo na minha frente e eu me sentia terrivelmente dominada por um medo que me impedia de agir. Minha garganta doía, eu não conseguia fazer nada. Meus braços estavam presos, eu estava sendo empurrada para algum lugar, eu não conseguia entender. Eu gritava desesperada por ajuda mas tudo estava confuso, as cenas foram sumindo. Eu sentia meu corpo ser pressionado, alguém estava me sacudindo. — PARA!— Eu gritava. — Samira está tudo bem.— Uma voz me respondia de longe e eu não conseguia ter ideia de onde vinha. Eu me debatia eu gritava.— Samira está tudo bem, sou eu, sou eu. Meus olhos abriram-se e eu percebi que tudo não passava de um pesadelo, pois estava num banco de uma praça, percebi que alguém segurava meu braço. Talvez eu tenha feito um escândalo ali, meus pesadelos eram aterrorizantes. Virei o rosto após erguer do banco percebendo que estava com uma jaqueta p
Lúcio deu um meio sorriso rapidamente voltando a afastar minha mão do seu pulso. Claramente Lúcio tinha uma reação estranha a toda vez que era tocado. Ele se esquivava como se fosse errado toca-lo. Eu não entendi, mas não fui questionar sobre isso, era direito dele querer ou não. E talvez eu tenha sido um pouco invasiva com ele.— Eu a visitei, ela e seu filho tinham sido despejados da casa. Aconteceu uma briga bem no dia que eu estava chegando lá. Na verdade eu os vi na casa em que moravam. Eu os ofereci carona para onde ela queria ir.— Lúcio passou a explicar como se não quisesse falar sobre isso.— Porque não queria falar sobre isso?— Questionei. Ele passou a língua sobre os lábios rapidamente umedecendo os lábios de forma rápida que nem ele mesmo percebeu.— Eu não preciso sair falando o que faço. Gosto do meu sigilo, você não precisava saber sobre isso.— Ele falou colocando as mãos ao redor da cintura como se estivesse preparado para um bate boca. Passei a mão sobre o queixo perc
Horas mais tarde quando voltei a casa de Camila ela tentou conversar comigo sobre minha vó. Lá dentro tinha algo quebrado, doloroso, eu não conseguiria explicar nunca. Uma tristeza dentro de mim por pensar que minha vó passou por isso sozinha, por pensar que minha vó foi despejada provavelmente por minha culpa. Quanto mais eu pensava sobre o assunto, pior eu me sentia.Eu fui buscar o Caleb na escola no horário de sua saída. Quando o vi eu o abracei tão apertado. Eu senti meu fôlego voltar, eu me senti completa mesmo que incompleta com a falta de minha vó. Vê meu filho vivo, bem na minha frente era a melhor coisa que poderia me acontecer.— Aah meu filho, que saudade de você meu amor!— Caleb retribuía o abraço com toda sua força mesmo que inferior a minha. Meu coração acelerou ao sentir o seu calor, o seu cheiro.— Filho eu te amo tanto, a mamãe sentiu tanto a sua falta.— Onde a senhora estava?— Ele acariciou meu rosto enquanto me encarava.— Eu tô aqui agora!— Não iria dizer que esta
Tinha sido uma semana terrivelmente difícil. Eu estava me sentindo péssima por fazer meu filho passar por aquilo. A gasolina do carro não aguentou muito. Ficamos numa rua distante. Estava utilizando banheiros públicos para limpar o Caleb, deixa-lo limpo para entrega-lo na escola. Eu sei que não deveria usar o cartão de créditos que achei perdido no meu carro, mas eu não tinha outra opção que não fosse essa para alimentar o meu filho.Após deixa-lo na escola e aproveitar para pedir a uma conhecida para buscá-lo pois não sabia a hora que chegaria. Eva era uma professora muito amorosa e gostava muito do Caleb e o Caleb dela. Eu a conhecia visto que é uma das professoras dele, mas era só isso e no fundo ficava preocupada por faze-lo passar por isso.— Vou buscá-lo na sua casa como das últimas vezes, pode ser? Isso é só por enquanto que procuro um emprego.— Não se preocupa, o Caleb tem se divertido muito com a Pricila, minha filha.Eu segui a mesma rotina a procura de emprego mas como de
Eu voltei todo o trajeto desgastante. Era uma caminhada puxada e difícil e distante do destino final. Quando eu avistei do outro lado da rua o restaurante que a senhora me indicou eu corri direção a ele. Foi uma ação idiota de minha parte fazer aquilo. Um grupo de homens e mulheres muito renomados só pela vestimenta estavam a frente, mas eu estava correndo com tanta pressa que não consegui parar. Meu corpo se chocou com as costas de um homem.Foi uma coisa horrível de se vê, a cena foi constrangedora eu estava envergonhada. Os outros que estavam ao lado dele me encararam, as mulheres com cara de desgosto e nojo me olhando da cabeça aos pés, e os homens confusos sem entender o que tinha acontecido.Eu fiquei tonta e antes que pudesse me segurar eu caí para trás tentando puxar o terno do estranho por trás. Foi errado fazer aquilo pois seu corpo caiu e pior do que eu podia imaginar de costas e por cima do meu. As mulheres tentaram segura-lo e quando viram que não conseguiram soltaram bar
Por alguns minutos eu me vi perdida observando Lúcio passar as mãos sobre a calça sacudindo resíduos de poeira, também observei suas mãos correrem direção seus cabelos.O vento me sercou, percorrendo minha pele com uma brisa não tão quente quanto parecia o clima. Despertei do transe estranho voltando a seguir o meu caminho. Sem demorar muito eu adentrei o restaurante já falando com um dos garçons. Ele me direcionou a uma das portas que ficavam escondidas e que me levaram a cozinha muito grande e bem dividida.— Não pode entrar aqui moça, o que faz aqui?— Um rapaz me perguntou ao dar a volta em um dos balcões enorme que tinha no meio onde ficava os fogões muito grandes e ágeis.— Soube que estão procurando pessoas aqui para a cozinha. — Disse. Ele me encarou pensativo.— Você não é muito nova? — Ele me analisou. O homem que eu ainda não conheci o nome tinha traços de pessoa super inteligencia, aquele tipo de pessoa magra de olhos grande que aparenta estar no mundo da lua. Pessoas de ol
Eu o arrastei junto comigo para uma região mais reservada, ele tirou meu braço de seu terno o agasalhando perfeitamente. Lúcio me encarou logo em seguida com aquele olhar ameaçador dele que antes me causava gagueira, agora nem tanto.— Pode me explicar o que foi isso? primeiro me derrubou na frente dos acionistas e da possível sócia e agora fez aquela cena na frente de todos. O que está acontecendo com você afinal?— Eu soube de tudo que você fez. — Lúcio suspirou voltando a passar as mão sobre as têmporas, afinal aquilo era um costume dele sempre?— Isso não é tão importante, tudo bem eu fiz. — Ele falou.— Mas porque? — ele suspirou claramente nada satisfeito.— Vamos fazer o seguinte. — Ele enfiou a mão nos bolsos retirando um cartão de visita. — Venha no meu escritório na parte da tarde. Vamos conversar melhor, porque por enquanto estou numa reunião importante. — Ele completou após me entregar o cartão.— Claro, pelo visto pra você os seus negócios são sempre muito mais importa
Faziam duas semana que eu estava naquela luta. Era terrivelmente complicado dar conta tanto do trabalho como do Caleb. Eu estava desesperada, a professora dele já estava desconfiando o porque de eu sempre deixá-lo para buscar quase a noite. Eu não conseguia ganhar o bastante que fosse pelo menos pra alugar um canto. Quanto mais eu me esforçava parecia que mais difícil se tornava. Prometi para mim mesma que falaria com o James hoje, ele teria que permitir que eu trouxesse o Caleb para o trabalho na parte da tarde. Quando vi a oportunidade após estarmos sozinhos na área.— James, posso falar com você?— O chamei vendo ele soltar as luvas sobre o lado de uma mesa ao qual estavam os pratos prontos para serem entregues para os garçons. A conversa teria que ser rápida.— Aconteceu alguma coisa Samira?— Ele me olhou com uma expressão questionável.Eu abri a boca para tentar falar mas as palavras não queriam sair, a verdade era que eu estava com medo da reação dele. Eu não poderia perder esse