Por alguns minutos eu me vi perdida observando Lúcio passar as mãos sobre a calça sacudindo resíduos de poeira, também observei suas mãos correrem direção seus cabelos.O vento me sercou, percorrendo minha pele com uma brisa não tão quente quanto parecia o clima. Despertei do transe estranho voltando a seguir o meu caminho. Sem demorar muito eu adentrei o restaurante já falando com um dos garçons. Ele me direcionou a uma das portas que ficavam escondidas e que me levaram a cozinha muito grande e bem dividida.— Não pode entrar aqui moça, o que faz aqui?— Um rapaz me perguntou ao dar a volta em um dos balcões enorme que tinha no meio onde ficava os fogões muito grandes e ágeis.— Soube que estão procurando pessoas aqui para a cozinha. — Disse. Ele me encarou pensativo.— Você não é muito nova? — Ele me analisou. O homem que eu ainda não conheci o nome tinha traços de pessoa super inteligencia, aquele tipo de pessoa magra de olhos grande que aparenta estar no mundo da lua. Pessoas de ol
Eu o arrastei junto comigo para uma região mais reservada, ele tirou meu braço de seu terno o agasalhando perfeitamente. Lúcio me encarou logo em seguida com aquele olhar ameaçador dele que antes me causava gagueira, agora nem tanto.— Pode me explicar o que foi isso? primeiro me derrubou na frente dos acionistas e da possível sócia e agora fez aquela cena na frente de todos. O que está acontecendo com você afinal?— Eu soube de tudo que você fez. — Lúcio suspirou voltando a passar as mão sobre as têmporas, afinal aquilo era um costume dele sempre?— Isso não é tão importante, tudo bem eu fiz. — Ele falou.— Mas porque? — ele suspirou claramente nada satisfeito.— Vamos fazer o seguinte. — Ele enfiou a mão nos bolsos retirando um cartão de visita. — Venha no meu escritório na parte da tarde. Vamos conversar melhor, porque por enquanto estou numa reunião importante. — Ele completou após me entregar o cartão.— Claro, pelo visto pra você os seus negócios são sempre muito mais importa
Faziam duas semana que eu estava naquela luta. Era terrivelmente complicado dar conta tanto do trabalho como do Caleb. Eu estava desesperada, a professora dele já estava desconfiando o porque de eu sempre deixá-lo para buscar quase a noite. Eu não conseguia ganhar o bastante que fosse pelo menos pra alugar um canto. Quanto mais eu me esforçava parecia que mais difícil se tornava. Prometi para mim mesma que falaria com o James hoje, ele teria que permitir que eu trouxesse o Caleb para o trabalho na parte da tarde. Quando vi a oportunidade após estarmos sozinhos na área.— James, posso falar com você?— O chamei vendo ele soltar as luvas sobre o lado de uma mesa ao qual estavam os pratos prontos para serem entregues para os garçons. A conversa teria que ser rápida.— Aconteceu alguma coisa Samira?— Ele me olhou com uma expressão questionável.Eu abri a boca para tentar falar mas as palavras não queriam sair, a verdade era que eu estava com medo da reação dele. Eu não poderia perder esse
— Sério que vou ter que fazer isso?— Perguntei mesmo não obtendo resposta. Pois Fernanda correu direção as panelas resmungando terem passado do ponto.Corri no quarto da despensa encontrando um uniforme que parecia um saco. Ou melhor, não sei se a culpa era do mísero uniforme ou minha que estava me tornando um graveto a cada dia. Eu o vesti rapidamente encontrando o cinto dele logo em seguida.— Isso sim!— Comentei comigo mesma.Corri a cozinha novamente pondo os pratos todos sobre a mesinha com pés de rodinhas. Pelo menos não teria o problema de equilibrar nada nas mãos. Já que no restaurante as comidas eram servidas com essas mesinhas. Eu corri para o salão a procura de James para descobri qual a mesa. Descobri tarde de mais que tinha esquecido o protetor nos cabelos, droga!Estava sem a touca do mestre cuca, como já comentara com Mayra. Encontrei James em uma das mesas mais reservadas do local. Seu olhar foi direto ao meu cabelo. Eu sabia disso! Pelo menos estavam sobre um coque. Q
— Quer dizer que está trabalhando aqui?— Com o susto meu coração estava prestes a sair pela boca. Puxei a respiração tentando me recuperar.— Carlos, saia da frente me deixa sair.— Eu disse ao vê-lo bloquear minha passagem pela porta. Carlos avançou sobre mim voltando a segurar meus pulsos de forma totalmente bruta. Que homem era um estúpido!— Carlos você está me machucando, precisa entender que não pode forçar as mulheres a fazer algo só porque você quer.— Provavelmente estava fazendo uma careta horrível naquele momento. Meu pulso estava começando a doer como antes e eu sei bem como já estive por conta dele. Carlos sorriu da minha frase. Eu tinha mais do que nunca certeza de que ele é um louco. Enquanto ele tentava me prender eu aproveitei a oportunidade para acertar novamente o meio de suas pernas, mesmo não acertando no centro.Eu sempre errava, mas já era o bastante pra doer nele alguma coisa. Carlos soltou um grito era nítido que estava com raiva. Eu corri direção a porta a ab
A relação dos dois era completamente estranha, era como se Lúcio fosse o pai de Carlos. Lúcio tinha poder sobre Carlos de alguma forma e eu não conseguia entender o porque. Mas isso não era importante agora, pelo menos se ele estiver por perto não vou precisar ter medo ou fugir de Carlos feito boba. A vontade era de acertar aquela cara dele com um soco muito bem dado.Carlos cedeu!Ele deu as costas após puxar o braço do aperto de Lúcio. Ele saiu e Lúcio o observou ir até que ele não era mais visto no nosso campo de visão. Ele me encarou rapidamente assustando.— Você está bem?— Ele perguntou deixando evidente pela urgência, que estava preocupado com as possíveis loucuras de seu irmão.— Para!— Sorri tentando deixar o clima mais leve.— Não precisa ficar preocupado assim, eu tô bem.— Tem certeza que ele não fez nada demais? O que aconteceu com seu pulso de novo?— Ele questionou ao segura-lo e encara-lo.— Ele tá bem, vai ficar bem, me martirizar não vai solucionar meus problemas.— Con
Eu infelizmente percebi que não daria pra conciliar o novo emprego com o Caleb. Foi difícil mas eu percebi que tinha que procurar um novo emprego. Além de o valor que recebia ser pouco, eu não conseguia pegar o Caleb no horário. E deixá-lo com uma estranha só por ser professora dele não estava certo nenhum pouco.Quando comentei com James ele não entendeu, na verdade ele me disse que eu estava fazendo muito errado se precisava de emprego.— Eu realmente preciso James tá, eu preciso mesmo.— Falei enquanto sentava sobre um dos bancos da área.— Mas não tô conseguindo pegar o meu filho no horário da escola, estou deixando meu filho com uma estranha.— Mas cadê o pai dele? Ele não pode ajudar de alguma forma?— James voltou a tocar no assunto que eu detestava.— Não, ele não pode.— Respondi tentando dar um fim no papo.— Mas porque ? Porque não diz pra ele que tá sendo uma barra? Onde você mora? Eu posso ajudá-la?— Ele se aproximou segurando minha mão.— Se eu puder ajudar de alguma forma qu
Rodei o restante da tarde em todo tipo de lugar. Casas, restaurantes, supermercados, boates e nada. Absolutamente nada. Suspirei inconformada no carro ao parar em um lugar desconhecido. Estava ferrada, eu tinha que conseguir algo, tinha que conseguir um novo emprego, eu tinha que fazer algo mais por meu filho. Estava cansada de viver daquela forma, eu faria o que fosse preciso para dar um teto digno ao meu filho. Um carro passou pelo meu buzinando com bastante força.Com o susto encarei Caleb assustada, ele tirava um cochilo no banco. Saí do carro determinada a até xingar se fosse preciso, até que percebi que não tinha jogado o carro no acostamento. Me desculpei com o carro chique voltando a entrar no carro e retirar da passagem para os outros passarem.O carro passou mas parou lá na frente e antes que eu me perguntasse o porque, a porta do lado do motorista abriu e um Lúcio muito decidido nas passadas me encarou pelo vidro do para-brisa de braços cruzados. Eu passei as mãos sobre o