Faziam duas semana que eu estava naquela luta. Era terrivelmente complicado dar conta tanto do trabalho como do Caleb. Eu estava desesperada, a professora dele já estava desconfiando o porque de eu sempre deixá-lo para buscar quase a noite. Eu não conseguia ganhar o bastante que fosse pelo menos pra alugar um canto. Quanto mais eu me esforçava parecia que mais difícil se tornava. Prometi para mim mesma que falaria com o James hoje, ele teria que permitir que eu trouxesse o Caleb para o trabalho na parte da tarde. Quando vi a oportunidade após estarmos sozinhos na área.— James, posso falar com você?— O chamei vendo ele soltar as luvas sobre o lado de uma mesa ao qual estavam os pratos prontos para serem entregues para os garçons. A conversa teria que ser rápida.— Aconteceu alguma coisa Samira?— Ele me olhou com uma expressão questionável.Eu abri a boca para tentar falar mas as palavras não queriam sair, a verdade era que eu estava com medo da reação dele. Eu não poderia perder esse
— Sério que vou ter que fazer isso?— Perguntei mesmo não obtendo resposta. Pois Fernanda correu direção as panelas resmungando terem passado do ponto.Corri no quarto da despensa encontrando um uniforme que parecia um saco. Ou melhor, não sei se a culpa era do mísero uniforme ou minha que estava me tornando um graveto a cada dia. Eu o vesti rapidamente encontrando o cinto dele logo em seguida.— Isso sim!— Comentei comigo mesma.Corri a cozinha novamente pondo os pratos todos sobre a mesinha com pés de rodinhas. Pelo menos não teria o problema de equilibrar nada nas mãos. Já que no restaurante as comidas eram servidas com essas mesinhas. Eu corri para o salão a procura de James para descobri qual a mesa. Descobri tarde de mais que tinha esquecido o protetor nos cabelos, droga!Estava sem a touca do mestre cuca, como já comentara com Mayra. Encontrei James em uma das mesas mais reservadas do local. Seu olhar foi direto ao meu cabelo. Eu sabia disso! Pelo menos estavam sobre um coque. Q
— Quer dizer que está trabalhando aqui?— Com o susto meu coração estava prestes a sair pela boca. Puxei a respiração tentando me recuperar.— Carlos, saia da frente me deixa sair.— Eu disse ao vê-lo bloquear minha passagem pela porta. Carlos avançou sobre mim voltando a segurar meus pulsos de forma totalmente bruta. Que homem era um estúpido!— Carlos você está me machucando, precisa entender que não pode forçar as mulheres a fazer algo só porque você quer.— Provavelmente estava fazendo uma careta horrível naquele momento. Meu pulso estava começando a doer como antes e eu sei bem como já estive por conta dele. Carlos sorriu da minha frase. Eu tinha mais do que nunca certeza de que ele é um louco. Enquanto ele tentava me prender eu aproveitei a oportunidade para acertar novamente o meio de suas pernas, mesmo não acertando no centro.Eu sempre errava, mas já era o bastante pra doer nele alguma coisa. Carlos soltou um grito era nítido que estava com raiva. Eu corri direção a porta a ab
A relação dos dois era completamente estranha, era como se Lúcio fosse o pai de Carlos. Lúcio tinha poder sobre Carlos de alguma forma e eu não conseguia entender o porque. Mas isso não era importante agora, pelo menos se ele estiver por perto não vou precisar ter medo ou fugir de Carlos feito boba. A vontade era de acertar aquela cara dele com um soco muito bem dado.Carlos cedeu!Ele deu as costas após puxar o braço do aperto de Lúcio. Ele saiu e Lúcio o observou ir até que ele não era mais visto no nosso campo de visão. Ele me encarou rapidamente assustando.— Você está bem?— Ele perguntou deixando evidente pela urgência, que estava preocupado com as possíveis loucuras de seu irmão.— Para!— Sorri tentando deixar o clima mais leve.— Não precisa ficar preocupado assim, eu tô bem.— Tem certeza que ele não fez nada demais? O que aconteceu com seu pulso de novo?— Ele questionou ao segura-lo e encara-lo.— Ele tá bem, vai ficar bem, me martirizar não vai solucionar meus problemas.— Con
Eu infelizmente percebi que não daria pra conciliar o novo emprego com o Caleb. Foi difícil mas eu percebi que tinha que procurar um novo emprego. Além de o valor que recebia ser pouco, eu não conseguia pegar o Caleb no horário. E deixá-lo com uma estranha só por ser professora dele não estava certo nenhum pouco.Quando comentei com James ele não entendeu, na verdade ele me disse que eu estava fazendo muito errado se precisava de emprego.— Eu realmente preciso James tá, eu preciso mesmo.— Falei enquanto sentava sobre um dos bancos da área.— Mas não tô conseguindo pegar o meu filho no horário da escola, estou deixando meu filho com uma estranha.— Mas cadê o pai dele? Ele não pode ajudar de alguma forma?— James voltou a tocar no assunto que eu detestava.— Não, ele não pode.— Respondi tentando dar um fim no papo.— Mas porque ? Porque não diz pra ele que tá sendo uma barra? Onde você mora? Eu posso ajudá-la?— Ele se aproximou segurando minha mão.— Se eu puder ajudar de alguma forma qu
Rodei o restante da tarde em todo tipo de lugar. Casas, restaurantes, supermercados, boates e nada. Absolutamente nada. Suspirei inconformada no carro ao parar em um lugar desconhecido. Estava ferrada, eu tinha que conseguir algo, tinha que conseguir um novo emprego, eu tinha que fazer algo mais por meu filho. Estava cansada de viver daquela forma, eu faria o que fosse preciso para dar um teto digno ao meu filho. Um carro passou pelo meu buzinando com bastante força.Com o susto encarei Caleb assustada, ele tirava um cochilo no banco. Saí do carro determinada a até xingar se fosse preciso, até que percebi que não tinha jogado o carro no acostamento. Me desculpei com o carro chique voltando a entrar no carro e retirar da passagem para os outros passarem.O carro passou mas parou lá na frente e antes que eu me perguntasse o porque, a porta do lado do motorista abriu e um Lúcio muito decidido nas passadas me encarou pelo vidro do para-brisa de braços cruzados. Eu passei as mãos sobre o
Fazia uma semana que eu tinha mudado completamente minha rotina. Eu estava na empresa do Lúcio como secretaria auxiliar. E tinha uma coisa, uma não, varias coisas que estavam me deixando louca. Primeiro delas, Lúcio, segundo, Phenelope e terceiro o trabalho. Achava que conhecia o Lúcio mas eu não conhecia nada dele no trabalho. Um homem focado no trabalho, extremamente preocupado com os setores e inclusive o de produção. Era dificil acompanha-lo sem pedir para repetir novamente tudo que ele falava.E se tinha uma coisa que eu tinha percebido é que ele não estava nem aí pra mim, mas esse fato eu reconhecia que era tudo graças a minha boca grande e respondona. Mas no fim eu não podia reclamar, o que eu ganhava eu nunca tinha tido a oportunidade de conseguir em toda minha vida de trabalho. Era reconhecida, recebia bem o suficiente pra pagar uma casa de verdade, bancar o Caleb até mesmo pagando uma escola pra ele. Na verdade esse era só meu pensar, ainda não tinha feito isso.O horário de
O despertador tocou. Era hora de levantar. Eram 6 horas da manhã, era realmente a hora de acordar. Acordar para mais um dia que me aguardava. Saí da cama num pulo. Era uma rotina puxada, de fato. Deixar tudo pronto para que minha avó não tivesse tanto trabalho. Afinal, ela já dava um duro em cuidar do Caleb por mim. Falando no Caleb, aquele pimpolho tinha que acordar para ir à escola. Enquanto preparava o café da manhã e boa parte do almoço para ajudar minha avó, percebi a figura do Caleb na soleira da porta da cozinha. — Bom dia, mãe. — Caleb falou, abafando a boca com um bocejo logo em seguida. — Bom dia, meu amor! — Me aproximei dele bagunçando seus cabelos loiros. — Corre pra o banho, senão vai se atrasar, hein! Ele me abraçou rapidamente e seguiu para o banheiro, que não ficava tão distante. Na verdade, nossa casa era, tecnicamente, uma "caixa de fosforo". Dois quartos muito pequenos. Mal cabia a cama e o nosso guarda-roupas, que por sinal, estava balançando. Eu preciso dar