Ao empurrar a porta, vários olhares se voltaram imediatamente para mim.— Ana, o que você está fazendo aqui? — Luz se aproximou de mim, segurou minha mão e a apertou suavemente. — O Bruno me disse que você estava doente. De fato, você não está com uma boa aparência. Vá para casa descansar, aqui estou eu.Sorri para ela e estava prestes a falar, quando ouvi o choro desesperado de Gisele.— Irmão, por que ela ainda tem coragem de aparecer aqui? Eu já te deixei, não estou competindo mais, então por que ela tem que fazer isso comigo? Eu quase perdi minhas pernas, irmão, foi tudo por causa dela! Irmão, me ajuda, mata ela! Mata ela!— Eu te mato primeiro!Luz não suportou ver as mentiras de Gisele e mostrou uma expressão de desgosto. Imediatamente, falou.— O que você está dizendo? O acidente que você sofreu não tem nada a ver com a Ana! Será que você está com paranoia? Eu estou gravando tudo o que você diz, e vou te processar! E outra, desde quando o Bruno é seu? O Bruno sempre foi marido d
Esse homem eu já vi. Naquela época, quando fui incriminada por Gisele e levada para a delegacia, o encontrei algumas vezes. O chefe de polícia, Marco, ainda tentava aliviar a tensão. — Será que o Nelson fez algo de errado com o Presidente Bruno? Marco deu um tapinha no ombro de Nelson. — Nelson, vai logo pedir desculpas ao Presidente Bruno. O Presidente Bruno é magnânimo, e se você se desculpar, isso tudo vai acabar por aqui. Mesmo irritado, Bruno ainda mantinha a razão. As palavras de Marco não passaram despercebidas. De repente, ele soltou a mão de Nelson e, com visível desgosto, o afastou. Olhou para Marco e, com voz fria, disse: — Isso não tem nada a ver com a Ana. Não quero que nenhum de vocês cause problemas para ela. — Claro, claro, como poderíamos! Como poderíamos incomodá-la? Marco olhou para mim com um semblante cansado. Na última vez, quando meu marido e eu tivemos uma briga, isso foi parar na delegacia dele. E agora, aqui estamos novamente! Seja qual f
No hospital, Bruno Henrique aprumou-se em toda a sua altura, destacando-se na multidão.— Não é da sua conta, pode ir embora.Mal tinha me aproximado quando ouvi ele dizer isso, e o saco que eu segurava foi tirado das minhas mãos. A meia-irmã de Bruno foi levada ao hospital no meio da noite, e minha única função, como cunhada, era apenas trazer algumas roupas, nada além do que uma empregada faria. Estávamos casados há quatro anos, e eu já estava acostumada à frieza dele, então fui falar com o médico para entender a situação. O médico disse que o ânus da paciente estava rompido, causado pelo ato de fazer amor com um parceiro.Naquele instante, senti como se tivesse caído em um poço de gelo, o frio invadindo-me dos pés à cabeça.Que eu soubesse, Gisele Silva não tinha namorado, e quem a levou ao hospital naquela ocasião foi meu marido.O médico ajustou os óculos no nariz e me olhou com certa pena.— Os jovens hoje em dia gostam de buscar novas emoções e procurar por estímulos.— O qu
Minha visão caiu sobre a calça de Bruno, que estava jogada ao lado da cama, com o cós frouxo e distorcido formando um rosto choroso, e um canto de seu celular preto deslizando para fora, parecendo mais triste com as lágrimas.Na vida matrimonial, acreditava que tanto o amor quanto a privacidade eram importantes. Sempre demos espaço um ao outro e nunca mexemos no celular do parceiro.Mas hoje, depois de vasculhar até o escritório, pensei que também deveria olhar o celular dele.Peguei o celular e com pressa, mergulhei debaixo das cobertas até cobrir minha cabeça.Eu estava muito nervosa.Diziam que ninguém conseguia manter um sorriso no rosto após verificar o celular do parceiro. Eu tinha medo de encontrar provas de sua traição com Gisele ou de não encontrar nada e parecer que não confiava nele.Ao pensar no bracelete que ele gostava de usar todos os dias, meus dentes começaram a tremer.“Bruno, o que você está escondendo de mim? O que realmente importa para você?”Errei a senha várias
O celular de Bruno estava sobre o armário de relógios, preso entre duas caixas de relógio. A mão dele estava apoiada na superfície do armário, enquanto a outra se movia rapidamente abaixo dele.No chão, não muito longe dele, estava a toalha cinza que ele havia chutado. Mesmo que seu corpo estivesse parcialmente escondido, não era difícil adivinhar o que ele estava fazendo.Sons de intimidade logo preencheram o closet, carregados de sensualidade.Meus dedos dos pés se cravaram no chão de madeira, e uma sensação de frio percorreu meu corpo. Meu corpo inteiro ficou paralisado como se eu estivesse enfeitiçada.Ele logo pegou algumas folhas de papel toalha. Achei que ele tinha terminado, mas, para minha surpresa, ele começou tudo de novo.Só agora a dor real tomou conta de mim. Cada movimento do braço dele parecia cortar meu coração profundamente.Algumas fotos de Gisele eram suficientes para tirar meu marido da nossa cama. Ele preferia resolver suas necessidades sozinho, olhando suas fotos
Eu costumava gostar de assistir a novelas com enredos exagerados e, por isso, entendia bem quais tipos de mulheres podiam causar grande impacto nos homens. Algumas mulheres, quanto mais os homens não conseguiam ter elas, mais as desejavam.Os dois estavam destinados a não ficar juntos por razões mundanas; a família Henriques era um clã de grande prestígio e, mesmo que não tivessem laços de sangue, não ousariam desonrar o nome da família.Se Bruno realmente gostasse de Gisele, provavelmente acharia até o excremento dela cheiroso. Como eu poderia competir com ela?A cirurgia prosseguiu em silêncio e sem problemas. Após sair, sentei-me no segundo andar, aguardando ser chamada para pegar os remédios.O cheiro do desinfetante do hospital parecia limpar minha mente, e então, completamente lúcida, mandei uma mensagem para Bruno."Se você tivesse que escolher entre mim e Gisele, quem você escolheria?"Se ele dissesse que escolheria Gisele, eu recuaria e desejaria a felicidade deles.Eu sabia
Eu esfreguei a testa, as lágrimas surgiram, e ao levantar a cabeça percebi que não tinha batido na parede, mas sim no peito sólido de Bruno.— Nem com um bilhão de dona Rose, eu iria à falência.Bruno não gostava de demonstrar suas emoções, mas por um instante, peguei uma expressão de desprezo em seu rosto. Do que ele tinha para se orgulhar? Por mais rico que ele fosse, era eu quem pagava o salário da dona Rose.Agarrei a alça da mala e, sem erguer os olhos, passei por ele.Com uma expressão impassível, Bruno me impediu, chutando a base da minha mala. — Coloque as coisas da Sra. Henriques de volta. — Ele ordenou a dona Rose, que estava a poucos metros de distância.Dona Rose correu atrás da mala que deslizava rapidamente.Eu não culpei a dona Rose pela falta de solidariedade, nem senti vergonha por ser descoberta por Bruno naquele momento. A pessoa que deveria sentir vergonha naquela casa não era eu.— Não bloqueie meu caminho. — Essa foi a frase mais firme que eu já tinha dito a Bruno
"Ele não me ama."Eu disse a mim mesma em silêncio depois de ouvi-lo dizer essas palavras.Parecia que, depois de ver certas coisas com clareza, eu conseguia encontrar provas de que ele não me amava em todos os lugares. Ele já não tinha mais nenhuma paciência comigo.Eu olhava fixamente em seus olhos, tentando enxergar ele por completo. Depois de um tempo, desviei o olhar, não querendo investigar mais. Eu também já não tinha mais expectativas.Vendo que eu não me movia, Bruno agarrou meu pulso e me puxou para andar. Quando percebi que ele queria me levar para o closet, resisti de imediato.Pensar que ele fez aquelas coisas ali de manhã me fazia nunca mais querer entrar naquele lugar.O rosto de Bruno ficou sombrio e ele disse friamente:— Ana, como posso levar você para casa se você está assim?Eu olhei para mim mesma e vi que as roupas originalmente passadas e impecáveis agora estavam amassadas, tudo por causa dele. Realmente não dava para usar mais.As coisas entre Bruno e eu ainda n