Meu corpo parecia uma boneca de algodão sem ossos, sendo virado e revistado nos braços de Bruno. Depois, de forma indiferente, fui jogada ao lado, como se fosse apenas um pedaço de lixo.Bruno soltou um suspiro pesado, suas mãos, tremendo levemente, pressionaram sua testa. Ele me olhou de soslaio, deixando escapar um suspiro silencioso....De repente, uma dor de cabeça tomou conta de mim. Não sabia se era de tanta raiva ou se o efeito da medicação estava começando a me afetar, mas Bruno estava claramente mais irritado do que eu. Sua voz estava carregada de raiva:— Ana, você não pode parar de me arrumar problemas por um dia? Quando sei que você veio até aqui sozinha, eu estava no aeroporto... Já parou para pensar no que aconteceria se eu não conseguisse voltar a tempo? Rui viajou hoje para o exterior, ele tinha algumas perguntas que queria fazer pessoalmente, mas quando chegou ao aeroporto e encontrou Rui, ouviu Zeca ligando para ele!Até as pessoas ao redor de Ana sabiam que, se ela
No momento em que Bruno estendeu a mão para me abraçar, o toque da sua pele parecia ter um poder mágico, como se de repente minha alma fosse arrancada de dentro de mim. Minha alma, puxada pelo corpo, flutuou no ar, e eu olhei para baixo, observando aqueles dois, que antes não teriam mais nenhum ponto de contato, agora abraçando-se com força. Para que eu me sentisse mais confortável, Bruno ajeitou a barra de sua roupa de baixo repetidamente, até que, por fim, tirou o casaco e o colocou sobre meus ombros. Eu me senti como um bebê enrolado em um cobertor, sendo tratada com tanta delicadeza, até mesmo a palma de sua mão acariciando suavemente minha coluna.Naquele momento, até minha alma sentiu um tipo de cuidado. Parecia que fazia anos que eu não me sentia tão tranquila, sem preocupações, podendo abandonar tudo e apenas fazer algo simples, como dormir. Encontrei a posição mais confortável e adormeci profundamente. Não sabia quanto tempo se passou, mas quando minha consciência voltou
Voltei para a cama que um dia dividi com Bruno, começando a observar tudo ao meu redor. Quando estive na Mansão à beira-mar da última vez, não havia me dado ao trabalho de explorar o quarto. Agora, quanto mais olhava, mais sentia o peso da exaustão, e até mesmo dar uma simples olhada exigia todas as minhas forças. Tudo ali parecia tão familiar, até os lençóis eram os mesmos que Gisele havia jogado no lixo. A porta do guarda-roupa estava entreaberta, revelando minhas antigas roupas de dormir, que eu sabia já ter sido destruídas por Gisele no porão. Até mesmo aquele vestido rosa, que Luz me ajudou a escolher, estava lá, pendurado em um cabide, chamando a atenção.Eu realmente não sabia se devia elogiar a organização de Bruno ou...Algumas respostas, naquele momento, já não pareciam mais tão importantes.Quando Bruno entrou no quarto, já passava das onze da noite, e sua expressão estava marcada pelo cansaço. Ele estendeu a mão e tocou minha bochecha, sem esconder mais o sorriso que b
Bruno se ajoelhou diante de mim, levantando um buquê de flores até a minha frente.— Ana, se não fosse por eu te amar, talvez eu já tivesse morrido há três anos. Ver você, te proteger, era a única razão pela qual eu ainda estava vivo. Sei que não deveria culpar os fatores externos por tudo, mas, quando se trata de você, eu precisei agir como um verdadeiro sem-vergonha. Ana, nós perdemos tanto tempo... Uma esposa precisa de um marido, uma criança precisa de um pai! — Ele estendeu a mão, apontando para o drone no céu, que transmitia ao vivo. — Eu me lembro de você ter dito que, se eu me ajoelhasse na frente do mundo todo e dissesse que te amo, você voltaria comigo.Os olhos escuros de Bruno se fixaram em mim, e ele gritou com toda a força:— Ana, eu te amo! Case-me de novo comigo, por favor!Bruno estava visivelmente agitado, respirando pesadamente, com os olhos brilhando de expectativa enquanto me olhava.— O que você disse, ainda vale? Eu pensava que Bruno realmente era um caso perdid
No hospital, Bruno Henrique aprumou-se em toda a sua altura, destacando-se na multidão.— Não é da sua conta, pode ir embora.Mal tinha me aproximado quando ouvi ele dizer isso, e o saco que eu segurava foi tirado das minhas mãos. A meia-irmã de Bruno foi levada ao hospital no meio da noite, e minha única função, como cunhada, era apenas trazer algumas roupas, nada além do que uma empregada faria. Estávamos casados há quatro anos, e eu já estava acostumada à frieza dele, então fui falar com o médico para entender a situação. O médico disse que o ânus da paciente estava rompido, causado pelo ato de fazer amor com um parceiro.Naquele instante, senti como se tivesse caído em um poço de gelo, o frio invadindo-me dos pés à cabeça.Que eu soubesse, Gisele Silva não tinha namorado, e quem a levou ao hospital naquela ocasião foi meu marido.O médico ajustou os óculos no nariz e me olhou com certa pena.— Os jovens hoje em dia gostam de buscar novas emoções e procurar por estímulos.— O qu
Minha visão caiu sobre a calça de Bruno, que estava jogada ao lado da cama, com o cós frouxo e distorcido formando um rosto choroso, e um canto de seu celular preto deslizando para fora, parecendo mais triste com as lágrimas.Na vida matrimonial, acreditava que tanto o amor quanto a privacidade eram importantes. Sempre demos espaço um ao outro e nunca mexemos no celular do parceiro.Mas hoje, depois de vasculhar até o escritório, pensei que também deveria olhar o celular dele.Peguei o celular e com pressa, mergulhei debaixo das cobertas até cobrir minha cabeça.Eu estava muito nervosa.Diziam que ninguém conseguia manter um sorriso no rosto após verificar o celular do parceiro. Eu tinha medo de encontrar provas de sua traição com Gisele ou de não encontrar nada e parecer que não confiava nele.Ao pensar no bracelete que ele gostava de usar todos os dias, meus dentes começaram a tremer.“Bruno, o que você está escondendo de mim? O que realmente importa para você?”Errei a senha várias
O celular de Bruno estava sobre o armário de relógios, preso entre duas caixas de relógio. A mão dele estava apoiada na superfície do armário, enquanto a outra se movia rapidamente abaixo dele.No chão, não muito longe dele, estava a toalha cinza que ele havia chutado. Mesmo que seu corpo estivesse parcialmente escondido, não era difícil adivinhar o que ele estava fazendo.Sons de intimidade logo preencheram o closet, carregados de sensualidade.Meus dedos dos pés se cravaram no chão de madeira, e uma sensação de frio percorreu meu corpo. Meu corpo inteiro ficou paralisado como se eu estivesse enfeitiçada.Ele logo pegou algumas folhas de papel toalha. Achei que ele tinha terminado, mas, para minha surpresa, ele começou tudo de novo.Só agora a dor real tomou conta de mim. Cada movimento do braço dele parecia cortar meu coração profundamente.Algumas fotos de Gisele eram suficientes para tirar meu marido da nossa cama. Ele preferia resolver suas necessidades sozinho, olhando suas fotos
Eu costumava gostar de assistir a novelas com enredos exagerados e, por isso, entendia bem quais tipos de mulheres podiam causar grande impacto nos homens. Algumas mulheres, quanto mais os homens não conseguiam ter elas, mais as desejavam.Os dois estavam destinados a não ficar juntos por razões mundanas; a família Henriques era um clã de grande prestígio e, mesmo que não tivessem laços de sangue, não ousariam desonrar o nome da família.Se Bruno realmente gostasse de Gisele, provavelmente acharia até o excremento dela cheiroso. Como eu poderia competir com ela?A cirurgia prosseguiu em silêncio e sem problemas. Após sair, sentei-me no segundo andar, aguardando ser chamada para pegar os remédios.O cheiro do desinfetante do hospital parecia limpar minha mente, e então, completamente lúcida, mandei uma mensagem para Bruno."Se você tivesse que escolher entre mim e Gisele, quem você escolheria?"Se ele dissesse que escolheria Gisele, eu recuaria e desejaria a felicidade deles.Eu sabia