Theo tocou o queixo, claramente hesitante, e perguntou a Gisele:— Posso confiar em você?— Presidente Theo, eu estou aqui, não vou fugir! — Gisele respondeu com firmeza.Theo então voltou sua atenção para mim e, de repente, soltou uma risada.— Srta. Ana, prometo que não vou dificultar para o Grupo Oliveira, mas, sinto muito, você vai ter que me acompanhar!Eu endureci o rosto, mantendo a expressão impassível, e disse a Theo:— Se você fizer isso, não será uma questão de você dificultar o Grupo Oliveira, mas sim de eu dificultar sua vida até o fim!Talvez a minha voz suave não tivesse soado ameaçadora o suficiente, pois Theo, em vez de ficar intimidado, me puxou com força para o seu abraço, passando a mão pela minha face de forma repulsiva.— Não posso dizer que Filipe não tem razão, a juventude tem suas vantagens! — Ele disse com um sorriso de escárnio.O toque dele foi nauseante, como se uma serpente venenosa tivesse me lamber. No momento em que me pegou no colo, o mundo ao meu redo
O carro balançou violentamente.Pensei que deveria estar muito envenenada, caso contrário, como poderia ver um punho crescer na janela do carro?A porta do veículo foi aberta com uma força imensa, e Theo foi lançado para fora diante dos meus olhos.O som de algo pesado batendo no chão fez meu coração acelerar. Eu não conseguia ver o que acontecia do lado de fora do carro, mas os suspiros pesados de um homem e os sons de uma luta me fizeram tremer incontrolavelmente.Eu estava salva?Mal podia acreditar que, na fração de segundos que se passaram, a mim, que antes procurava uma saída desesperada, agora já não corria mais perigo.Sem forças, me recostei no banco de trás. Minhas emoções estavam totalmente vazias, e, além das lágrimas que escorriam automaticamente, eu não conseguia reagir de forma alguma.O som da súplica de Theo ia diminuindo a cada momento. A cada grito dele, eu parecia mais certa de que isso tudo não era um sonho.Somente as lágrimas conseguiam refletir a emoção de minha
Meu corpo parecia uma boneca de algodão sem ossos, sendo virado e revistado nos braços de Bruno. Depois, de forma indiferente, fui jogada ao lado, como se fosse apenas um pedaço de lixo.Bruno soltou um suspiro pesado, suas mãos, tremendo levemente, pressionaram sua testa. Ele me olhou de soslaio, deixando escapar um suspiro silencioso....De repente, uma dor de cabeça tomou conta de mim. Não sabia se era de tanta raiva ou se o efeito da medicação estava começando a me afetar, mas Bruno estava claramente mais irritado do que eu. Sua voz estava carregada de raiva:— Ana, você não pode parar de me arrumar problemas por um dia? Quando sei que você veio até aqui sozinha, eu estava no aeroporto... Já parou para pensar no que aconteceria se eu não conseguisse voltar a tempo? Rui viajou hoje para o exterior, ele tinha algumas perguntas que queria fazer pessoalmente, mas quando chegou ao aeroporto e encontrou Rui, ouviu Zeca ligando para ele!Até as pessoas ao redor de Ana sabiam que, se ela
No momento em que Bruno estendeu a mão para me abraçar, o toque da sua pele parecia ter um poder mágico, como se de repente minha alma fosse arrancada de dentro de mim. Minha alma, puxada pelo corpo, flutuou no ar, e eu olhei para baixo, observando aqueles dois, que antes não teriam mais nenhum ponto de contato, agora abraçando-se com força. Para que eu me sentisse mais confortável, Bruno ajeitou a barra de sua roupa de baixo repetidamente, até que, por fim, tirou o casaco e o colocou sobre meus ombros. Eu me senti como um bebê enrolado em um cobertor, sendo tratada com tanta delicadeza, até mesmo a palma de sua mão acariciando suavemente minha coluna.Naquele momento, até minha alma sentiu um tipo de cuidado. Parecia que fazia anos que eu não me sentia tão tranquila, sem preocupações, podendo abandonar tudo e apenas fazer algo simples, como dormir. Encontrei a posição mais confortável e adormeci profundamente. Não sabia quanto tempo se passou, mas quando minha consciência voltou
Voltei para a cama que um dia dividi com Bruno, começando a observar tudo ao meu redor. Quando estive na Mansão à beira-mar da última vez, não havia me dado ao trabalho de explorar o quarto. Agora, quanto mais olhava, mais sentia o peso da exaustão, e até mesmo dar uma simples olhada exigia todas as minhas forças. Tudo ali parecia tão familiar, até os lençóis eram os mesmos que Gisele havia jogado no lixo. A porta do guarda-roupa estava entreaberta, revelando minhas antigas roupas de dormir, que eu sabia já ter sido destruídas por Gisele no porão. Até mesmo aquele vestido rosa, que Luz me ajudou a escolher, estava lá, pendurado em um cabide, chamando a atenção.Eu realmente não sabia se devia elogiar a organização de Bruno ou...Algumas respostas, naquele momento, já não pareciam mais tão importantes.Quando Bruno entrou no quarto, já passava das onze da noite, e sua expressão estava marcada pelo cansaço. Ele estendeu a mão e tocou minha bochecha, sem esconder mais o sorriso que b
Bruno se ajoelhou diante de mim, levantando um buquê de flores até a minha frente.— Ana, se não fosse por eu te amar, talvez eu já tivesse morrido há três anos. Ver você, te proteger, era a única razão pela qual eu ainda estava vivo. Sei que não deveria culpar os fatores externos por tudo, mas, quando se trata de você, eu precisei agir como um verdadeiro sem-vergonha. Ana, nós perdemos tanto tempo... Uma esposa precisa de um marido, uma criança precisa de um pai! — Ele estendeu a mão, apontando para o drone no céu, que transmitia ao vivo. — Eu me lembro de você ter dito que, se eu me ajoelhasse na frente do mundo todo e dissesse que te amo, você voltaria comigo.Os olhos escuros de Bruno se fixaram em mim, e ele gritou com toda a força:— Ana, eu te amo! Case-me de novo comigo, por favor!Bruno estava visivelmente agitado, respirando pesadamente, com os olhos brilhando de expectativa enquanto me olhava.— O que você disse, ainda vale? Eu pensava que Bruno realmente era um caso perdid
No hospital, Bruno Henrique aprumou-se em toda a sua altura, destacando-se na multidão.— Não é da sua conta, pode ir embora.Mal tinha me aproximado quando ouvi ele dizer isso, e o saco que eu segurava foi tirado das minhas mãos. A meia-irmã de Bruno foi levada ao hospital no meio da noite, e minha única função, como cunhada, era apenas trazer algumas roupas, nada além do que uma empregada faria. Estávamos casados há quatro anos, e eu já estava acostumada à frieza dele, então fui falar com o médico para entender a situação. O médico disse que o ânus da paciente estava rompido, causado pelo ato de fazer amor com um parceiro.Naquele instante, senti como se tivesse caído em um poço de gelo, o frio invadindo-me dos pés à cabeça.Que eu soubesse, Gisele Silva não tinha namorado, e quem a levou ao hospital naquela ocasião foi meu marido.O médico ajustou os óculos no nariz e me olhou com certa pena.— Os jovens hoje em dia gostam de buscar novas emoções e procurar por estímulos.— O qu
Minha visão caiu sobre a calça de Bruno, que estava jogada ao lado da cama, com o cós frouxo e distorcido formando um rosto choroso, e um canto de seu celular preto deslizando para fora, parecendo mais triste com as lágrimas.Na vida matrimonial, acreditava que tanto o amor quanto a privacidade eram importantes. Sempre demos espaço um ao outro e nunca mexemos no celular do parceiro.Mas hoje, depois de vasculhar até o escritório, pensei que também deveria olhar o celular dele.Peguei o celular e com pressa, mergulhei debaixo das cobertas até cobrir minha cabeça.Eu estava muito nervosa.Diziam que ninguém conseguia manter um sorriso no rosto após verificar o celular do parceiro. Eu tinha medo de encontrar provas de sua traição com Gisele ou de não encontrar nada e parecer que não confiava nele.Ao pensar no bracelete que ele gostava de usar todos os dias, meus dentes começaram a tremer.“Bruno, o que você está escondendo de mim? O que realmente importa para você?”Errei a senha várias