Gregory
- Marieta, a comida da Lizzie tá pronta?
- Com muito custo, mas sim. Onde já se viu vontade de comer comida de Natal em pleno mês de março?
- Ela pode tudo. – ri e coloquei refrigerante em um copo enquanto Marieta preparava a bandeja. – Se quiser, pode ir para sua casa que dou conta de tudo por aqui hoje.
- Obrigado, Greg.
- Que isso.
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“Deixe-me abraçá-lo Pela última vez É a última chance de sentir de novo Mas você me machucou Agora eu não posso sentir nada.”(BrokenStrings – James Morrison)∞Relicários de Saudade1LizzieA vida perfeita com certeza era a minha. A garota mais bonita da escola, com amigos verdadeiros e um namorado perfeito. Na verdade, mais que perfeito. Apesar de todas essas vantagens, não era uma pessoa que se sentia superior às outras, pelo contrário, todos me adoravam e de certa forma, me idolatravam. Era uma ótima aluna – até com méritos – e era da equipe de ginástica, mas isso tudo agora era somente um sonho, já que essa realidade fora tirada de mim.Há mais ou menos dois anos, eu, Brad (meu namorado), Kimmy, Johnny e Rachel estávamos voltando de carro da festa de formatura e nenhum de n&oacu
Barulhos na sala me fizeram acordar. A nova garota deveria ter chegado. Tomara que ela não seja uma daquelas patricinhas que fui um dia. Levantei, coloquei meu hobby branco e passei silenciosamente até o corredor para ir ao banheiro. Escovei os dentes e os cabelos, prendendo-os, em seguida, fui até à sala. Estranho, vi um garoto – na verdade um homem- mais ou menos da minha idade, cabelos em um tom castanho e pele clara. Era um pouco mais alto que eu e falava ao celular, olhando minhas fotos. Ele desligou quando me ouviu chegar.- Ah..oi. – fiquei meio sem graça por causa de minhas roupas.- Oi! – ele me olhou diretamente nos olhos. – Estou no dormitório certo? &ndas
GregQuando estava indo até o quarto para falar com ela, vi a porta entreaberta e olhei bem devagar, evitando fazer barulho. Ela estava sentada na cama, lendo alguma coisa meio antiga e depois da frase que disse e o choro repentino, consegui mais ou menos entender o que se passava com ela. O namorado tinha morrido. Vê-la daquele jeito me partiu o coração, mas o que eu poderia fazer? Lizzie era muito fechada e isso só poderia ser mudado aos poucos. Ela realmente deve precisar de um amigo para apoiá-la e ouvi-la, mas onde será que estão seus amigos? Essa solidão também era obra dela ou todos que ela amava tinham a abandonado? Voltei para a sala e “tentei” ignorar o que se passava naquele quarto. Tentei.
Ela dormiu muito bem depois que praticamente a obriguei. Lizzie realmente parecia um anjo, e um anjo bem triste. Sabia só que ela tinha perdido o namorado, mas como, não tinha a mínima ideia. Aquelas fotos mostravam uma Elizabeth que não era essa que eu via. Desde o início, me identifiquei com ela e sei lá como, me senti bem. Queria poder ajudá-la a voltar a viver e, pela primeira vez, consegui que falasse pelo menos poucas palavras. Virei para o lado, coloquei o despertador do meu celular e dormi.LizziePela primeira vez, falei algo do meu passado para uma pessoa... o estranho é que me sentia bem depois dessa situação. Muita gente tentou se aproximar de mim, ma
GregNão sabia o motivo, mas gostei muita de Lizzie desde o início. Minha amizade com ela poderia ser comparada com uma de vários anos. Ela dormiu em meu colo e não fui nem capaz de me afastar. Em nenhum momento senti pena dela, só achei injustiça da vida ter lhe tirado tantas coisas em um único dia. Ela literalmente abandonou tudo desde o dia que seus amigos morreram. Só Deus sabe a vontade que eu tinha de ajudá-la. Lizzie virou de lado e tirou a cabeça do meu colo, continuando em seu sono. E a deixei ali e fui estudar na sala, para repor o dia perdido.Algumas semanas passaram desde o dia que ela me revelou o que abalava seu coração. Percebi que r
GregFiquei por vários minutos encarando a porta depois que ela saiu. Qual o motivo dessa briga toda? Eu sei que vacilei de ter chamado Tess para ficar aqui comigo, mas aquelas palavras não eram necessárias. Não para mim, que faço de tudo para vê-la feliz. Faço mesmo? Essa era a pergunta que eu me fazia agora. Sim, faço sim! Quem não quer se ajudar agora é ela! Já perdi as contas das vezes que a chamei pra sair, fazer alguma coisa simples, mas ela sempre mantém essa armadura presa no corpo, que repele qualquer pessoa que tenta se aproximar. Troquei minha roupa e fui até à cozinha beber um pouco d’água. Quando passei, ela não me olhou, mas eu reparei. Estava enrolada no edredom e lendo, mas dessa vez, chor
GregPelo menos tudo tinha se acertado em relação a nós dois e aquela briga horrível foi esquecida. Ela me prometeu que tentaria voltar a viver, mas só se eu tivesse a seu lado para servir de apoio. Ao longo da semana, ela tentou fazer algumas mudanças e eu, como sempre, dei meu apoio. Lizzie comprou um notebook e um iPod. Por várias vezes, sem querer a vi cantando alto ou até mesmo, dançando. Sua mudança estava fazendo bem para ela e até mesmo para nosso relacionamento. Hoje, ela teria que ficar no dormitório para terminar um de seus trabalhos. Acordei cedo, tomei banho, café da manhã e fui para a aula. O “relacionamento” que eu tinha com a Tess estava ficando meio sério pela parte dela. Toda hora ela vinha ficar de mãos dadas comigo, me dar um beijo ou até mesmo me fazer carinho. Ela é uma mulher linda, que qualquer cara adoraria ter. Mas
LizzieNão estava entendendo nada dessa aproximação súbita. O que ele queria de mim? Percebi que quem era no telefone era a “namorada” dele, e logo em seguida, Greg foi para o quarto. Cada vez que ela ligava, eu sentia uma coisa estranha dentro de mim, como uma vontade enorme de tirar o telefone das mãos dele.Algumas semanas passaram. Depois daquela nossa dança, nada comparado àquilo aconteceu. Acho que ele queria se manter distante. Tentei parecer indiferente da mesma forma que ele. Aquele sentimento que estava tendo em relação a ele com Tess, piorava a cada dia. Toda vez que os encontrava na faculdade, estavam se beijando ou de mãos dadas. Tentava