Liz Harris
Passaram-se duas semanas até eu conseguir sentir meu corpo de novo. Não tirei Gregory da cabeça desde o último momento que o vi e também não tive coragem de lhe mandar o anel de noivado. Mesmo ainda estando com dias de férias, resolvi voltar para o trabalho a fim de esquecer a importância que Gregory Harris tinha em minha vida.
Descobri que minha rotina já não liberava mais tanta endorfina quanto antes; meu peito voltou a doer de forma lastimável e interrupta. Ao parar em frente ao prédio de meu trabalho, percebi que não estava pronta para encarar aquela rotina, e eu sabia para onde queria ir: para o Condado. Dei meia volta e fui pa
Gregory- Como assim “Gregory Harris” já está no chalé?- A Srta. Lewis nos comunicou que o Sr. Gregory Harris estaria vindo em torno de alguns dias e que ele era o único autorizado a se recolher no mesmo.- Eu sou Gregory Harris!- Senhor...- Toma a minha identidade pra ver quem eu sou já que, com certeza, vocês não fizeram isso com o primeiro que chegou!
Gregory- Marieta, a comida da Lizzie tá pronta?- Com muito custo, mas sim. Onde já se viu vontade de comer comida de Natal em pleno mês de março?- Ela pode tudo. – ri e coloquei refrigerante em um copo enquanto Marieta preparava a bandeja. – Se quiser, pode ir para sua casa que dou conta de tudo por aqui hoje.- Obrigado, Greg.- Que isso.<
“Deixe-me abraçá-lo Pela última vez É a última chance de sentir de novo Mas você me machucou Agora eu não posso sentir nada.”(BrokenStrings – James Morrison)∞Relicários de Saudade1LizzieA vida perfeita com certeza era a minha. A garota mais bonita da escola, com amigos verdadeiros e um namorado perfeito. Na verdade, mais que perfeito. Apesar de todas essas vantagens, não era uma pessoa que se sentia superior às outras, pelo contrário, todos me adoravam e de certa forma, me idolatravam. Era uma ótima aluna – até com méritos – e era da equipe de ginástica, mas isso tudo agora era somente um sonho, já que essa realidade fora tirada de mim.Há mais ou menos dois anos, eu, Brad (meu namorado), Kimmy, Johnny e Rachel estávamos voltando de carro da festa de formatura e nenhum de n&oacu
Barulhos na sala me fizeram acordar. A nova garota deveria ter chegado. Tomara que ela não seja uma daquelas patricinhas que fui um dia. Levantei, coloquei meu hobby branco e passei silenciosamente até o corredor para ir ao banheiro. Escovei os dentes e os cabelos, prendendo-os, em seguida, fui até à sala. Estranho, vi um garoto – na verdade um homem- mais ou menos da minha idade, cabelos em um tom castanho e pele clara. Era um pouco mais alto que eu e falava ao celular, olhando minhas fotos. Ele desligou quando me ouviu chegar.- Ah..oi. – fiquei meio sem graça por causa de minhas roupas.- Oi! – ele me olhou diretamente nos olhos. – Estou no dormitório certo? &ndas
GregQuando estava indo até o quarto para falar com ela, vi a porta entreaberta e olhei bem devagar, evitando fazer barulho. Ela estava sentada na cama, lendo alguma coisa meio antiga e depois da frase que disse e o choro repentino, consegui mais ou menos entender o que se passava com ela. O namorado tinha morrido. Vê-la daquele jeito me partiu o coração, mas o que eu poderia fazer? Lizzie era muito fechada e isso só poderia ser mudado aos poucos. Ela realmente deve precisar de um amigo para apoiá-la e ouvi-la, mas onde será que estão seus amigos? Essa solidão também era obra dela ou todos que ela amava tinham a abandonado? Voltei para a sala e “tentei” ignorar o que se passava naquele quarto. Tentei.
Ela dormiu muito bem depois que praticamente a obriguei. Lizzie realmente parecia um anjo, e um anjo bem triste. Sabia só que ela tinha perdido o namorado, mas como, não tinha a mínima ideia. Aquelas fotos mostravam uma Elizabeth que não era essa que eu via. Desde o início, me identifiquei com ela e sei lá como, me senti bem. Queria poder ajudá-la a voltar a viver e, pela primeira vez, consegui que falasse pelo menos poucas palavras. Virei para o lado, coloquei o despertador do meu celular e dormi.LizziePela primeira vez, falei algo do meu passado para uma pessoa... o estranho é que me sentia bem depois dessa situação. Muita gente tentou se aproximar de mim, ma
GregNão sabia o motivo, mas gostei muita de Lizzie desde o início. Minha amizade com ela poderia ser comparada com uma de vários anos. Ela dormiu em meu colo e não fui nem capaz de me afastar. Em nenhum momento senti pena dela, só achei injustiça da vida ter lhe tirado tantas coisas em um único dia. Ela literalmente abandonou tudo desde o dia que seus amigos morreram. Só Deus sabe a vontade que eu tinha de ajudá-la. Lizzie virou de lado e tirou a cabeça do meu colo, continuando em seu sono. E a deixei ali e fui estudar na sala, para repor o dia perdido.Algumas semanas passaram desde o dia que ela me revelou o que abalava seu coração. Percebi que r
GregFiquei por vários minutos encarando a porta depois que ela saiu. Qual o motivo dessa briga toda? Eu sei que vacilei de ter chamado Tess para ficar aqui comigo, mas aquelas palavras não eram necessárias. Não para mim, que faço de tudo para vê-la feliz. Faço mesmo? Essa era a pergunta que eu me fazia agora. Sim, faço sim! Quem não quer se ajudar agora é ela! Já perdi as contas das vezes que a chamei pra sair, fazer alguma coisa simples, mas ela sempre mantém essa armadura presa no corpo, que repele qualquer pessoa que tenta se aproximar. Troquei minha roupa e fui até à cozinha beber um pouco d’água. Quando passei, ela não me olhou, mas eu reparei. Estava enrolada no edredom e lendo, mas dessa vez, chor