Capítulo 7

Greg

Pelo menos tudo tinha se acertado em relação a nós dois e aquela briga horrível foi esquecida. Ela me prometeu que tentaria voltar a viver, mas só se eu tivesse a seu lado para servir de apoio. Ao longo da semana, ela tentou fazer algumas mudanças e eu, como sempre, dei meu apoio. Lizzie comprou um notebook e um iPod. Por várias vezes, sem querer a vi cantando alto ou até mesmo, dançando. Sua mudança estava fazendo bem para ela e até mesmo para nosso relacionamento. Hoje, ela teria que ficar no dormitório para terminar um de seus trabalhos. Acordei cedo, tomei banho, café da manhã e fui para a aula. O “relacionamento” que eu tinha com a Tess estava ficando meio sério pela parte dela. Toda hora ela vinha ficar de mãos dadas comigo, me dar um beijo ou até mesmo me fazer carinho. Ela é uma mulher linda, que qualquer cara adoraria ter. Mas não

me sentia completo com ela, não a amava. Por mais que eu tentasse, isso não acontecia e também não queria. Eu sabia que se eu entrasse em um relacionamento, poderia perder tudo que tinha conquistado com a Lizzie e eu também tinha certeza que se isso acontecesse, nossa amizade ficaria enfraquecida. Gostava demais da companhia dela, de quando fazíamos trabalhos um do outro ou até mesmo nas noites que ficamos vendo filmes na sala. Ela era diferente e deveria ter sido muito feliz antes da tragédia acontecer. Ainda a via meio mal quando se recordava de alguma coisa relacionada a isso, mas pelo menos na maioria das vezes eu estava lá para secar suas lágrimas.

Como já era quase hora do almoço, comprei uns sanduíches para nós dois e fui direto para o dormitório. Entrei sem fazer barulho e percebi que ela estava digitando no notebook e com o iPod. Coloquei as coisas na cozinha e pulei no sofá.

- Gregory! Que susto que você me deu! – ela colocou a mão na testa.

- Desculpa, não dava pra evitar. Você estava tão entrosada, digitando... – ri com ela.

- Isso se chama “trabalho de faculdade”, coisa que você deveria fazer de vez em quando, sabia?

- Ah, essa vida não é pra mim, não! – ela tirou o notebook do colo e apoiei minha cabeça em suas pernas.

- Então o que você está fazendo estudando, posso saber? – ela mexeu no meu cabelo.

- Só fico na faculdade porque posso ficar no dormitório e você me trata com mordomia.

- Então trate de achar outro companheiro de dormitório! – ela me deu um tapa na testa.

- Ah não, prefiro você! – a abracei pela cintura e ela repousou sua mão em minha

cabeça. – Que música você tá ouvindo? – Peguei um dos fones.

- Endless Love, Lionel Ritchie.

- Essa música é linda.

- É, lembra bons momentos da minha vida.

- Posso te pedir uma coisa?

- O quê?

- Dança comigo?

- Dançar com você? – ela não entendeu nada ou não quis entender.

- É! Vem, levanta. – saí do seu colo e a levantei.

- Gregory...

- Pare de ser chata! É só uma música! – segurei em sua cintura e ela se apoiou em meu pescoço.

Era a primeira vez que estávamos tendo esse tipo de contato. Nos movimentávamos lentamente e ela apoiou sua cabeça em meu peito, só nos

baseando naquela melodia e letra de música. Seus longos cabelos batiam em minhas mãos. Dei um beijo demorado em sua cabeça e ela suspirou forte. Retirei uma mão de sua cintura e levantei seu rosto pelo queixo, observando seus olhos. Ela estava sem reação, como se estivesse completamente assustada com o que estava acontecendo. Tinha me esquecido que ela não tinha essa proximidade com alguém há muito tempo. Não sei o que me deu, mas tive uma louca vontade de tocar em seus lábios, beijá-la como nunca beijei uma mulher, mas antes que isso acontecesse, meu celular tocou.

- Seu celular. – aquela foi a brecha para ela se afastar, pegar o notebook e o outro fone do iPod.

- É... Você tem razão. – fiquei alguns segundos parado na mesma posição e depois, peguei o maldito celular.

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