Greg
Pelo menos tudo tinha se acertado em relação a nós dois e aquela briga horrível foi esquecida. Ela me prometeu que tentaria voltar a viver, mas só se eu tivesse a seu lado para servir de apoio. Ao longo da semana, ela tentou fazer algumas mudanças e eu, como sempre, dei meu apoio. Lizzie comprou um notebook e um iPod. Por várias vezes, sem querer a vi cantando alto ou até mesmo, dançando. Sua mudança estava fazendo bem para ela e até mesmo para nosso relacionamento. Hoje, ela teria que ficar no dormitório para terminar um de seus trabalhos. Acordei cedo, tomei banho, café da manhã e fui para a aula. O “relacionamento” que eu tinha com a Tess estava ficando meio sério pela parte dela. Toda hora ela vinha ficar de mãos dadas comigo, me dar um beijo ou até mesmo me fazer carinho. Ela é uma mulher linda, que qualquer cara adoraria ter. Mas não
me sentia completo com ela, não a amava. Por mais que eu tentasse, isso não acontecia e também não queria. Eu sabia que se eu entrasse em um relacionamento, poderia perder tudo que tinha conquistado com a Lizzie e eu também tinha certeza que se isso acontecesse, nossa amizade ficaria enfraquecida. Gostava demais da companhia dela, de quando fazíamos trabalhos um do outro ou até mesmo nas noites que ficamos vendo filmes na sala. Ela era diferente e deveria ter sido muito feliz antes da tragédia acontecer. Ainda a via meio mal quando se recordava de alguma coisa relacionada a isso, mas pelo menos na maioria das vezes eu estava lá para secar suas lágrimas.
Como já era quase hora do almoço, comprei uns sanduíches para nós dois e fui direto para o dormitório. Entrei sem fazer barulho e percebi que ela estava digitando no notebook e com o iPod. Coloquei as coisas na cozinha e pulei no sofá.
- Gregory! Que susto que você me deu! – ela colocou a mão na testa.
- Desculpa, não dava pra evitar. Você estava tão entrosada, digitando... – ri com ela.
- Isso se chama “trabalho de faculdade”, coisa que você deveria fazer de vez em quando, sabia?
- Ah, essa vida não é pra mim, não! – ela tirou o notebook do colo e apoiei minha cabeça em suas pernas.
- Então o que você está fazendo estudando, posso saber? – ela mexeu no meu cabelo.
- Só fico na faculdade porque posso ficar no dormitório e você me trata com mordomia.
- Então trate de achar outro companheiro de dormitório! – ela me deu um tapa na testa.
- Ah não, prefiro você! – a abracei pela cintura e ela repousou sua mão em minha
cabeça. – Que música você tá ouvindo? – Peguei um dos fones.
- Endless Love, Lionel Ritchie.
- Essa música é linda.
- É, lembra bons momentos da minha vida.
- Posso te pedir uma coisa?
- O quê?
- Dança comigo?
- Dançar com você? – ela não entendeu nada ou não quis entender.
- É! Vem, levanta. – saí do seu colo e a levantei.
- Gregory...
- Pare de ser chata! É só uma música! – segurei em sua cintura e ela se apoiou em meu pescoço.
Era a primeira vez que estávamos tendo esse tipo de contato. Nos movimentávamos lentamente e ela apoiou sua cabeça em meu peito, só nos
baseando naquela melodia e letra de música. Seus longos cabelos batiam em minhas mãos. Dei um beijo demorado em sua cabeça e ela suspirou forte. Retirei uma mão de sua cintura e levantei seu rosto pelo queixo, observando seus olhos. Ela estava sem reação, como se estivesse completamente assustada com o que estava acontecendo. Tinha me esquecido que ela não tinha essa proximidade com alguém há muito tempo. Não sei o que me deu, mas tive uma louca vontade de tocar em seus lábios, beijá-la como nunca beijei uma mulher, mas antes que isso acontecesse, meu celular tocou.
- Seu celular. – aquela foi a brecha para ela se afastar, pegar o notebook e o outro fone do iPod.
- É... Você tem razão. – fiquei alguns segundos parado na mesma posição e depois, peguei o maldito celular.
LizzieNão estava entendendo nada dessa aproximação súbita. O que ele queria de mim? Percebi que quem era no telefone era a “namorada” dele, e logo em seguida, Greg foi para o quarto. Cada vez que ela ligava, eu sentia uma coisa estranha dentro de mim, como uma vontade enorme de tirar o telefone das mãos dele.Algumas semanas passaram. Depois daquela nossa dança, nada comparado àquilo aconteceu. Acho que ele queria se manter distante. Tentei parecer indiferente da mesma forma que ele. Aquele sentimento que estava tendo em relação a ele com Tess, piorava a cada dia. Toda vez que os encontrava na faculdade, estavam se beijando ou de mãos dadas. Tentava
LizzieNão estava suportando Gregory daquela forma. A noite demorou a passar, mas percebi que ele dormia tranquilamente. Não tinha cabeça para ir à aula hoje. Sete horas da manhã e eu já estava de pé sem o mínimo sono e muito chateada com a briga de ontem. Toda vez que eu descobria algo sobre ele e a Tess, meu coração entrava em chamas, carne viva. Não suportava saber que toda sexta à noite ele estaria com ela, beijando ela, abraçando seu corpo e não o meu. É isso, entendi perfeitamente. Eu estou apaixonada pelo Greg. Sim, como não estaria? Desde o início, me apoiou, me deu sua mão, carinho, tudo. Eu simplesmente não suportava pensar que ele ficaria com a Tess e não comigo. Ele era
Quando cheguei à boate, meu desespero fez com que eu sentisse vontade de sair correndo, mas não podia ser covarde. A batida da música eletrônica ecoava em meus ouvidos, mas só até avistar Greg conversando com os amigos. Troquei o caminho para lhe tapar os olhos.- Quem é? – tirei as mãos e ele me olhou surpreso.- Feliz Aniversário.- Lizzie?- Acho que sim.- Nossa... Não estou acreditando. Q
A boate não era longe do nosso dormitório, então pedi para irmos caminhando até ele. De mãos dadas e aconchegada no peito dele... como eu poderia estar além de “pessoa mais feliz do mundo”? Perdi a conta de quantas vezes ele beijou minha cabeça e também de quantas vezes suspirei com essa carícia. Chegamos ao nosso campus e em poucos minutos estávamos passando pela porta. Foi o primeiro momento que soltamos nossas mãos. Eu não sei o que aconteceria conosco ali, depois do que aconteceu, mas se ele tomasse o primeiro passo, eu não conseguiria resistir.- Eu... Vou trocar de roupa...- Te espero aqui, então. – ele se apro
∞ Amor12As coisas foram se complicando ao longo das semanas... Ela começou a fazer amizades – afinal cada vez que eu a via estava mais linda e com roupas novas -, sair e ser popular com quem queria. Perdi as contas de quantas vezes a vi na mesma boate que eu estava, dançando com a Helena e o povo de Jornalismo. Tínhamos nos tornado estranhos um para o outro desde o dia do meu aniversário. Fazíamos nossas refeições juntos, trabalhos, víamos filmes, mas nada acontecia, muito menos nossas antigas conversas.Meus amigos tinham marcado para irmos novamente à boate. N&atild
LizzieComo era flutuar com os pés no chão? Não sei há quanto tempo não me sentia tão feliz e realizada como agora. Mal aceitei seu pedido e ele colou sua boca na minha. O doce mais saboroso não seria tão apetitoso quanto aprofundar nos lábios dele. Era a perfeita combinação de amor e realização dentro de um único ato. Quando paramos, encostamos nossas cabeças e sorrimos. Valeu a pena ter beijado o Mark e ele ter ficado com a Tess. Ali, criamos o início do nosso sentimento; o ciúme é a declaração explosiva do amor. A única coisa que eu queria era ficar a noite toda ao lado dele e, de alguma forma, ele leu meus pensamentos. Fiquei esperando encostada na parede enquanto ele jun
Nós dois queríamos ir até à boate hoje. Tanto eu quanto ele precisava mostrar para certas pessoas que o que sentíamos era oficial e recíproco. Não conseguia deixar de reparar na forma que Greg me olhava... Nunca tinha sentido aquele carinho todo. Era real?A noite se aproximava e estava ficando mais nervosa do que o costume. Com certeza seríamos um pouco discriminados pelo que estava acontecendo, mas realmente era algo muito melhor ter Greg ao meu lado do que encarar caras feias de Mark e Tess. Separei minha roupa enquanto ele tomava banho e comecei a me maquiar.Ninguém sabia que estávamos namorando; e isso era ótimo. Queria mostrar para todos que ele rea
GregA noite passou em um piscar de olhos para nós dois. As costas de Lizzie estavam bem presas em meu peito e estávamos abraçados. Tinha sido tudo tão espontâneo e maravilhoso que nunca poderia trocar nada. Senti sua respiração se tornar mais calma e profunda e percebi que ela tinha adormecido. Lizzie, agora era completamente minha e eu era completamente dela.A manhã não demorou a se aproximar. Permanecíamos na mesma posição desde que adormecemos. Nossos corpos ainda estavam quentes desde nossa noite. Senti uma espreguiçada de Lizzie e virei seu corpo de frente para o meu.Último capítulo