Lizzie
Não estava suportando Gregory daquela forma. A noite demorou a passar, mas percebi que ele dormia tranquilamente. Não tinha cabeça para ir à aula hoje. Sete horas da manhã e eu já estava de pé sem o mínimo sono e muito chateada com a briga de ontem. Toda vez que eu descobria algo sobre ele e a Tess, meu coração entrava em chamas, carne viva. Não suportava saber que toda sexta à noite ele estaria com ela, beijando ela, abraçando seu corpo e não o meu. É isso, entendi perfeitamente. Eu estou apaixonada pelo Greg. Sim, como não estaria? Desde o início, me apoiou, me deu sua mão, carinho, tudo. Eu simplesmente não suportava pensar que ele ficaria com a Tess e não comigo. Ele era meu! Não poderia deixar a única pessoa que me fez feliz sumir da minha vida, não dá! Fui até o quarto bem silenciosamente, peguei um de meus
vestidos e sandália e saí do dormitório. Precisava comprar alguma coisa para ele.
Fora do campus tinha uma papelaria. Não conhecia bem o Gregory para lhe comprar algo pessoal, então pensei em coisas simples: um cartão e uma caneca de porcelana escrita: “para o uso exclusivo de um melhor amigo”. Não tinha muito tempo para a pequena surpresa. Votei correndo, escrevi no cartão e fiz café da manhã. Não sei de onde essa vontade toda estava surgindo, mas eu não posso fazer com que ele vá embora, não posso! Parei para escrever no cartão dele e quando eram nove horas da manhã, fui até o quarto para acordá-lo. Sentei na cama bem de leve.
- Greg... – passei a mão em seus cabelos despenteados e ele se mexeu um pouquinho. – Ei, feliz aniversário.
- Hum...
- Não vai acordar, não? Fiz um super, hiper, mega café da manhã de aniversário pra você. – fiquei passando a mão bem de leve em seu rosto e me surpreendi com o
quanto aquilo estava me fazendo bem. Ele abriu os olhos e me deu um longo beijo na bochecha.
- Obrigado, de verdade!
- Isso não é beijo, isso é! – me joguei no pescoço dele, abraçando e enchendo seu rosto de beijos. Ele ria de uma forma tão gostosa que não dava vontade de parar os beijos para ouvi-lo gargalhar.
- Nossa, quero que seja meu aniversário todo dia pra você me acordar assim. – ele tirou minha longa franja do rosto e me abraçou, colocando seu queixo em minha cabeça. Como eu estava amando ficar assim com ele...
- Me desculpe por ontem. Acho que tava meio estressada e não poderia descontar em você.
- Se não me engano, sou o único amigo que você tem. Em quem você descontaria se não fosse em mim? – ele riu e dei mais um beijo em seu rosto.
- Você tá tão carinhosa hoje... o que aconteceu?
- Medo. – fui sincera, mas não especifiquei.
- De quê? – infelizmente saí de seu abraço.
- Nada não, não precisa se preocupar. Vamos tomar seu café?
- Vamos sim. Preciso ir para a faculdade.
- Jura? Achei que você fosse ficar aqui.
- Bem que queria, mas não vai dar.
- Tudo bem. – fiquei desapontada.
- Você vai comigo pra boate?
- É melhor você ir antes, tenho que ir até a biblioteca.
- Você não chega a tempo de ir na mesma hora que eu?
- Melhor não me esperar, sério! Ah, quase ia esquecendo. – fui até a sala e peguei o presente e o cartão. – Não é nada demais, mas não queria que passasse em branco. Feliz aniversário mais uma vez.
- Ah Lizzie, não precisava. – ele olhou para a caneca e riu. – Sou seu melhor amigo mesmo?
- Claro que é! Agora lê o cartão!
- Vou ler. “Para a pessoa que fez o papel mais importante e que eu mais confio nesse mundo. Feliz aniversário e espero que nunca percamos o contato. Eu amo você. Beijos, Lizzie.” Obrigado, de verdade. Você é especial pra mim, ouviu? Vamos parar de brigar por bobeiras!
- Você tá certo. Posso pedir uma coisa?
- Claro.
- Me dá um abraço?
- Precisa me pedir isso? – ele se aproximou de mim, passou a mão em minha cintura e eu em seu pescoço. Queria que aquele momento nunca acabasse. – Vamos logo tomar o café que infelizmente tenho hora.
Depois que acabamos de comer, ele tomou banho, me deu mais um beijo no rosto e saiu. Eram dez horas da manhã e
eu tinha até as seis da tarde para conseguir mudar tudo que eu queria. Não acredito que realmente estou fazendo isso. Falei que ia passar na biblioteca e agora, estou mudando meu visual. Aquelas horas que fiquei no salão foram o suficiente para não me reconhecer. Meus cabelos não estavam mais em meu quadril; estavam cortados em camadas num tom avermelhado e com uma franja. Nunca mais tinha me visto bonita. Desde que percebi a relação de Tess e Greg ficar mais séria, mesmo ele falando que não, comecei a ficar com medo de perdê-lo definitivamente. Eu sabia que sendo da forma que eu era antes, só iria perdê-lo mais a cada dia. Queria mostrar minha mudança como um presente de aniversário maior. Saí do salão e passei pelas lojas do shopping para comprar roupas e maquiagem. A nova Lizzie Lewis estava aparecendo. Voltei para o dormitório e graças a Deus o encontrei vazio. Tomei um bom banho, passei perfume e comecei a me maquiar passando lápis nos olhos, sombra cinza, blush e um gloss claro. Peguei o vestido branco tomara que caia acima dos
joelhos, cinto vermelho delineando minha cintura e a sandália de salto fino também vermelha. Achei na minha caixinha minhas antigas e grandes argolas de prata e me olhei no espelho. Não era mais eu mesma. Quando me fechei nesse casulo, eu era apenas uma garota, mas agora eu era uma mulher e Greg teria que me ver assim, mas estava com os nervos à flor da pele e o táxi já me aguardava lá fora.
Quando cheguei à boate, meu desespero fez com que eu sentisse vontade de sair correndo, mas não podia ser covarde. A batida da música eletrônica ecoava em meus ouvidos, mas só até avistar Greg conversando com os amigos. Troquei o caminho para lhe tapar os olhos.- Quem é? – tirei as mãos e ele me olhou surpreso.- Feliz Aniversário.- Lizzie?- Acho que sim.- Nossa... Não estou acreditando. Q
A boate não era longe do nosso dormitório, então pedi para irmos caminhando até ele. De mãos dadas e aconchegada no peito dele... como eu poderia estar além de “pessoa mais feliz do mundo”? Perdi a conta de quantas vezes ele beijou minha cabeça e também de quantas vezes suspirei com essa carícia. Chegamos ao nosso campus e em poucos minutos estávamos passando pela porta. Foi o primeiro momento que soltamos nossas mãos. Eu não sei o que aconteceria conosco ali, depois do que aconteceu, mas se ele tomasse o primeiro passo, eu não conseguiria resistir.- Eu... Vou trocar de roupa...- Te espero aqui, então. – ele se apro
∞ Amor12As coisas foram se complicando ao longo das semanas... Ela começou a fazer amizades – afinal cada vez que eu a via estava mais linda e com roupas novas -, sair e ser popular com quem queria. Perdi as contas de quantas vezes a vi na mesma boate que eu estava, dançando com a Helena e o povo de Jornalismo. Tínhamos nos tornado estranhos um para o outro desde o dia do meu aniversário. Fazíamos nossas refeições juntos, trabalhos, víamos filmes, mas nada acontecia, muito menos nossas antigas conversas.Meus amigos tinham marcado para irmos novamente à boate. N&atild
LizzieComo era flutuar com os pés no chão? Não sei há quanto tempo não me sentia tão feliz e realizada como agora. Mal aceitei seu pedido e ele colou sua boca na minha. O doce mais saboroso não seria tão apetitoso quanto aprofundar nos lábios dele. Era a perfeita combinação de amor e realização dentro de um único ato. Quando paramos, encostamos nossas cabeças e sorrimos. Valeu a pena ter beijado o Mark e ele ter ficado com a Tess. Ali, criamos o início do nosso sentimento; o ciúme é a declaração explosiva do amor. A única coisa que eu queria era ficar a noite toda ao lado dele e, de alguma forma, ele leu meus pensamentos. Fiquei esperando encostada na parede enquanto ele jun
Nós dois queríamos ir até à boate hoje. Tanto eu quanto ele precisava mostrar para certas pessoas que o que sentíamos era oficial e recíproco. Não conseguia deixar de reparar na forma que Greg me olhava... Nunca tinha sentido aquele carinho todo. Era real?A noite se aproximava e estava ficando mais nervosa do que o costume. Com certeza seríamos um pouco discriminados pelo que estava acontecendo, mas realmente era algo muito melhor ter Greg ao meu lado do que encarar caras feias de Mark e Tess. Separei minha roupa enquanto ele tomava banho e comecei a me maquiar.Ninguém sabia que estávamos namorando; e isso era ótimo. Queria mostrar para todos que ele rea
GregA noite passou em um piscar de olhos para nós dois. As costas de Lizzie estavam bem presas em meu peito e estávamos abraçados. Tinha sido tudo tão espontâneo e maravilhoso que nunca poderia trocar nada. Senti sua respiração se tornar mais calma e profunda e percebi que ela tinha adormecido. Lizzie, agora era completamente minha e eu era completamente dela.A manhã não demorou a se aproximar. Permanecíamos na mesma posição desde que adormecemos. Nossos corpos ainda estavam quentes desde nossa noite. Senti uma espreguiçada de Lizzie e virei seu corpo de frente para o meu. As semanas na faculdade começaram a voar e, com isso, completamos um ano de namoro. Um ano que tudo tinha acontecido e um ano que tudo passou a dar certo. Faltavam dois anos para nós terminarmos a faculdade e começar a outra nova vida. Já começávamos a guardar certo dinheiro para a vida de verdade que levaríamos depois desses dois anos. Greg e eu começamos a fazer estágios e o dinheiro que ganhávamos era até legal. Eu trabalhava no jornal da faculdade e ele, com a arquitetura dos prédios de lá mesmo. Só avaliava e montava os projetos, mas para dois estagiários, estávamos bem.Os amigos foram indo e vindo. Tess largou a faculdade porque ficou grávida de Mark – sim, de Mark – e eu e Greg n&atiCapítulo 16
GregEstava nervoso, nervoso como nunca poderia ter ficado na minha vida. Recebi o telefonema de uma das maiores empresas de arquitetura de San Diego. Era longe, eu sei, mas não sabia o que pensar! Para alguém que mal saiu da faculdade, isso era algo quase impossível de acontecer! Meu Deus, tinha Lizzie. O que eu ia falar para ela? Que não ia mais para New York ao seu lado, que não viveríamos mais juntos, depois desse tempo todo? Eu não tinha o mínimo direito de lhe tirar as oportunidades que ela teria na Big Apple, mas como seria a minha vida? Como viveríamos na casa da tia dela?Assim que tive essa notícia, liguei para pedir conselhos ao meu pai e ele me disse