Escuto o toque do berrante e me levanto com tudo da minha cama, ele tinha chegado.
Coloco minha roupa correndo e desço as escadas, pego meu chapéu marrom e quando vou passar pela porta da sala escuto minha mãe me chamar da cozinha.— Onde pensa que vai menina? Logo cedo e sem café. —Bufo irritada me virando.— Estou indo na tia Manu mãe.— Eu sabia, escutou o repique do berrante e já levantou feito doida. — Se eu pudesse mataria o meu irmão, eita bicho chato, mas como não posso tenho de suportar essa criatura.— Eu vou ver os bois, quero ajudar. — Me sento na cadeira enquanto minha mãe coloca um pedaço de bolo de milho em meu prato.— Então coma primeiro depois você vai. Sua irmã vem nos visitar essa semana, junto com a esposa.— Eu ainda não acredito que ela começou namorar e já foi embora.— É o amor maninha, nem beijo direito e já fez as malas para Nova York. — Olho bem para meu irmão falando em tom debochado.— Pronto já comi estou cheia, vou almoçar na tia Manu.— Falo me levantando e correndo para a porta antes que ela me prenda aqui de novo.Passo no estábulo e já vejo Goiaba, não penso duas vezes e começo a colocar o arreio nela, tudo bem que a danada não está totalmente mansa, mas eu gosto dela mesmo assim.Num pulo só eu monto e já puxo as rédeas, ela não gosta muito, pois é chata, mas nada que uns, cutucões no vazio não a faça andar. Chego rápido na fazenda da minha tia e já vejo o alvoroço. O gado todo sendo separado para a venda e a marcação.— Pensei que não tinha escutado eu te chamar Val — viro de lado e vejo Daniel se aproximando em um cavalo preto.— Escutei, mas minha mãe me fez tomar café primeiro.— Dormiu muito, quem trabalha, acorda cedo.— Eu não trabalho esqueceu, sou filha do patrão.— E eu só um empregado. — Ele sorri abrindo a porteira para que eu possa entrar. — Anda criança, temos trabalho a fazer. — Então vamos.Toco Goiaba que entra ainda querendo dar uns pulos, mas depois fica quieta, começamos a separar o gado, os mais gordos e bonitos para um lado, os outros a tia ia deixar engordar mais. Tio Isaque fica da cerca onde olha, enquanto a tia Manu aplicava o vermífugo em alguns bois. Já meu primo Emanuel fica em outro cavalo, ajudando a buscar algum boi fujão. Tudo bem que tinha muito empregado ali, mas minha tia e meus primos são assim, mesmo sendo os patrões estavam no meio, ajudando.Estava indo tudo bem, fechamos o gado, todos que iriam ser levados e acompanhei Daniel com mais alguns peões no pasto, para levar os que iriam ficar. Já estava quase chegando na sede novamente, quando Goiaba disparou feito uma louca. Não sei o que aconteceu ou o que ela viu, mas do nada saiu correndo voltando para o meio do pasto, em pulos me fazendo apertar as rédeas ainda mais forte.Eu puxava com força, mas ela não parava por nada, então ela tropicou e eu quase fui para o chão, só não fui porque Daniel chegou bem a tempo e me segurou puxando para seu cavalo.— Você se machucou criança? — olhei para ele ainda assustada a adrenalina estava muito alta, não consegui responder então apenas concordei com a cabeça que sim, eu estava bem.Olhei para Goiaba que tinha machucado a pata, outro peão a segurou pelo cabresto e ela mancava.— Eu vou com ela. — Tentei descer do cavalo, mas Daniel me segurou.— Ela machucou a pata, não pode ir nela. Eu te levo e Marco leva a égua puxando. Tudo bem, Marco? — olhei para aquele peão que eu ainda não conhecia e ele apenas confirmou que sim.Marco tinha vindo com Daniel lá de Rio Verde no Goiás, aonde tia Manuela tem outra fazenda, sempre que vai mexer com o gado Daniel vem, não que precise porque aqui tem bastante gente. Mas ele vem mesmo assim, diz que gosta de ajudar a tia, pois os pais dele são amigos da minha tia. Uma amizade de bastante tempo e por isso o pai do Daniel toma conta da fazenda de Goiás e minha tia confia nele de olhos fechados.— Tudo bem, então vai mais para trás, de lado não consigo andar não. — Ele sorri do que eu falo.— Pensei que fosse uma princesa, princesa anda de lado.— Para de graça Daniel, só a tia Manuela que me chama assim, bicho chato. — Empurro o seu chapéu e ele segura antes que caia no chão.— Não toque no meu chapéu criança, você sabe que eu não gosto.— Então vai para trás, precisamos ir logo. Todo mundo já foi e eu estou com fome.— Me conte uma novidade, você parece uma trituradeira comendo.Ameaço falar, mas ele coloca a mão na minha boca, e me calo.O caminho até a sede ele faz devagar, e eu gosto muito de conversar com Daniel, ele disse que não vai fazer faculdade não, que ele gosta mesmo é de estar no meio do gado. Já eu conto que vou fazer administração, não porque eu gosto, na verdade, não gosto. Mas todos da família tem essa faculdade, pelas fazendas da família.Mal coloquei o pé no chão e minha tia já vem me chamando, ela é assim um cuidado e um amor.— Minha princesa você está bem? — pelo canto do olho vejo Daniel segurar o riso, eu não gosto desse apelido que a tia me colocou, mas ela fala com tanto carinho que não vou dizer que não gosto né.— Estou bem tia, não se preocupe. Daniel me segurou.— Daniel é um rapaz de ouro. — Pronto agora ele fica todo metido.— E a Goiaba tia?— Foi só uma torção não se preocupe, ela vai ficar uns dias mancando, mas nada que um descanso não ajude. — é muito bom ter uma veterinária na família nesses momentos.— Vem vamos almoçar, lavem as mãos, já estamos todos na mesa. — Ela sai na frente e quando se distância Daniel fala perto do meu ouvido.— Vai lava as mãos, princesa.— Vai te lasca Daniel. — Pego seu chapéu e saio correndo, sei que ele odeia isso.— Volta aqui Val, para com essas brincadeiras, criança.Passei a tarde toda na fazenda da tia Manuela, minha mãe também veio com meu irmão. A conversa estava boa e Daniela a irmã do Daniel que tem a mesma idade que eu, também veio, gosto muito dela é engraçada e fala bastante, já estava escurecendo e eu precisava ver Goiaba antes de ir embora.— Onde está indo filha, já estamos indo embora. — Minha mãe fala se levantando da cadeira de área.— Vou ver a Goiaba e já venho vai ser rápido mãe.— Não demora então, já estou me despedindo.Saio correndo em direção ao estábulo, entro devagar para não assustar nenhum dos animais que tem ali. Mas paro no lugar quando vejo a porta entre aberta de uma baia, meu coração disparou forte e vi uma coisa que me deixou sem palavras.Daniel tirava a camisa, e uma das empregadas da fazenda a Ciça já estava sem a blusa e ela tirava o sutiã. Ele jogou a camisa no chão e eu vi o momento em que ele pegou o seio dela com uma mão e levou a boca. Aquilo me embrulhou o estômago de uma forma que eu não sabia se sentia raiva ou nojo dos dois.Acho que sentia nojo, isso sim! Por mais que fosse normal para um rapaz da idade dele e da Ciça fazerem isso, para mim não era e nunca presenciei uma cena daquela.Eca!Ainda empacada na frente daquela porta, eu o vi virar ela de costas e abrir suas pernas levantando a sua saia. Ciça virou a cabeça e me viu, mas abriu um sorriso malicioso de que estava gostando da mão dele dentro da sua roupa, quando eu percebi que ele estava abrindo a calça sai correndo dali.Meu coração pulava e um nó em minha garganta se formou, foi como um choro, mas porque eu estava querendo chorar, ele é apenas meu amigo, como qualquer outro rapaz da escola.Sai quase correndo e quando cheguei na sede minha mãe me olhou e veio até mim com uma cara estranha— Você está bem filha? Está branca, parece que está passando mal.— Estou bem. Vamos embora mãe eu quero dormir. — Ela me olhou por um momento e não disse nada melhor assim.Logo que cheguei em meu quarto enterrei minha cabeça no travesseiro, queria não pensar no que eu tinha visto, mas era difícil.Demorei bastante para dormir, e como uma praga acordei com o toque do seu berrante. Eu sabia que ele estava me chamando, era sempre o mesmo toque quando ele me chamava, mas eu tinha perdido a vontade de ir até ele.Tomei meu café em silêncio, falei para minha mãe que estava com dor de cabeça, então ela não falou nada. Na parte da tarde fui até o fundo da fazenda na divisa com a fazenda da tia Manuela, buscar algumas mangas.Vi quando Ciça e Carla uma moça nova que começou trabalhar na fazenda da tia Manuela, voltavam da lagoa. Devem ter ido tomar banho, hoje o dia estava calor. Meu santo não batia com o da Carla, não sei por que, mas assim que a vi, não gostei.Elas vinham pela beirada da cerca e não me viram em cima da árvore. Eu fiquei foi bem quieta, não tinha nada de interessante ali para mim. Até que às duas se sentaram no banco de madeira que meus primos fizeram a um tempo atrás.— Então ficou com ele ontem é? — Carla perguntou com curiosidade e a Ciça sorrio.— Fiquei e foi ótimo, ele tem uma pegada que nossa é incrível. Mas você não sabe da maior, eu estava tão distraída sentindo os toques dele que quando olhei para a porta advinha quem tava lá?— Quem? Não me diga que era algum parente dele.— Que nada. Era a sobrinha da patroa, aquela menina, quase que ela estraga o melhor sexo da minha vida.— O que ela fazia lá?— Não sei não, talvez tenha ido ver a égua dela, mas não me importei, fazia tempo que eu queria ficar com ele.— Aquela menina tem de ver que ela é uma pirralha chata, fica no pé do Daniel igual uma cola. Ele nunca vai querer nada com ela, acho que fica andando de um lado para o outro com ela grudada como um carrapato nele só porque é sobrinha do patrão. É capaz de nem suportar ela. Eu mesma não suporto, é mimada demais. — Engulo seco ouvindo aquilo, o Daniel não gostava de ficar do meu lado, era isso mesmo.— Nunca ouvi ele reclamar dela, mas vive chamando de criança.— Por isso mesmo, claro que fala isso para ela se tocar e ver que é uma criança, e não tem de estar no meio dos peões como um macho, ela tem o que quatorze, quinze anos?— Quatorze e um pouco, mas ela não é tão menina assim.— Aí Ciça claro que é, Daniel é um rapaz forte gostoso e tem uma pegada que você disse ser o máximo, o quê que ele vai fazer com uma menina daquela grudada no pé dele. Ele só não manda ela ir pasta porque é sobrinha da patroa.— É talvez seja mesmo.Às duas se levantam e seguem o caminho delas. Eu fico ali pensando, “será esse o motivo dele me chamar de criança?” Com muita raiva sinto meus olhos se encherem de água, mas me nego a chorar, eu não ia chorar por isso. Se ele me chamava de criança e só tinha amizade comigo porque eu era sobrinha da patroa dele, isso ia acabar agora!Pulo da árvore e antes que eu consiga dar dois passos escuto o seu assobio atrás de mim.— Onde você vai criança, está fugindo de mim? — escutar ele me chamar de criança fez todos os cabelos do meu corpo se arrepiar, mas de raiva, me virei o encarando nos olhos.— Não te interessa.— OXI, algum bicho te mordeu foi? Por que está falando assim?— Não me enche o saco Daniel, me deixa em paz. — Me viro para ir embora e com alguns passos sinto meu braço sendo puxado, ele pulou a cerca para vir atrás de mim.— O que aconteceu Val? Você não é assim. Cadê a minha menininha? — Menininha, sério putz agora meu ódio estava maior, o empurrei de uma vez e ele quase caiu já que não estava esperando.— Me deixa em paz Daniel, você é só o empregado da minha tia, não precisa ficar atrás de mim como um cão de guarda.— Está maluca Valentina, que história é essa. Eu em, não te fiz nada pra falar assim comigo, além de ser mimada é sem educação agora?— Eu não sou mimada.— A não princesa?— Cala a boca Daniel sua peste, me deixa em paz não sou mais sua amiga, não sou nada sua. — Viro as costas e saio andando pisando duro de raiva.— Valentina que história é essa que não é mais minha amiga?Valentina!Deixo ele gritando e vou embora, eu não sou mimada e sem educação, então ele que vá procurar outra amiga lá na baixa da égua.Vi ele partir para Goiás de longe, eu sei que ele me viu, até abaixou o chapéu para mim, mas eu não queria ser mais um estorvo para ele. Elas tinham razão, a diferença de idade entre mim e ele era grande. O que eu tinha na cabeça que um rapaz na idade dele ia querer ser meu amigo? Eu me enganei e ele só ficou do meu lado porque eu era a sobrinha da patroa. “Como eu fui patética né!?”Os dias têm passado e se eu disser que melhorou um pouquinho aquilo que senti quando briguei com ele, a resposta vai ser não. Eu fico remoendo as coisas, igual o gado do pasto, ela vai e volta e eu continuo pensando naquilo. Toda vez que olho para a Ciça, me lembro daquela cena horrorosa e do que às duas falaram, e isso me dá mais raiva a cada dia, não só delas, mas do Daniel também. Era só ele vir falar comigo e dizer: “Olha não acho legal uma moça do seu tamanho, ficar me rodeando”.Seria bem mais fácil do que ouvir dos outros.Pego Caco meu sapo de estimação, ele não está muito bem percebi isso onte
. Guilherme..Minha irmã é maluca só pode, vai se ela cai e racha a cabeça do chão depois ia culpar quem, eu! Sim, sempre o duro de ser o irmão mais velho é que tudo cai na minha cabeça. Pensa em uma menina para dar dor de cabeça é a Valentina, pegou ranço agora da Carla, a nova empregada da fazenda da tia Manuela. É só ela ver a moça que fica atirando pedras no estilingue, e o pior é que ela é boa de mira e sempre acerta a moça.Minha irmã tem hora que nem parece a princesinha mimada da família, e sim um diabrete endemoniado de tanta loucura que faz, e olha que Lúcia nossa irmã é bem feminina e ela não aprendeu nada. Será que a Valentina vai ser lésbica também?Aí vai ser difícil para mim, concorrer com minhas duas irmãs, uma né a outra já se casou. Monto em Acerola, minha égua, ela é mansinha e eu gosto muito dela. Pode soltar a rédea que ela vai para casa sozinha, me ajudou em muitos dias, aqueles de festa entre as fazendas. Já teve vez que eu enchi a cara e cheguei em casa sem
* Valentina *.Tia Manuela foi para Abu Dhabi de manhã, e vai voltar amanhã à tarde se der tudo certo, eu espero que dê. Assim a Kate estará de volta e isso me deixa muito feliz. Monto em Goiaba, a danada está mais mansa. Pelo menos não resolveu fazer nenhuma gracinha comigo de novo.Coloco meu estilingue na calça, se eu topar a Carla pela estrada já aproveito para fazer tiro ao alvo. Ela não me desce, não só pelo Caco e pelo jeito que ela falou com a Ciça, mas tem algo nela. Sabe quando o santo não bate? É isso mesmo, o meu não deu certo com o dela, desde o começo. Assim que chego na fazenda, Adelaide a cozinheira da tia Manu, já vem com uma faixa na mão e um sorriso no rosto, sabia sobrou para mim.— Valentina menina, você pode colocar a faixa de boas—vindas? Você sabe que não gosto de altura. — Olho para a faixa na sua mão e abro um sorriso amarelo, não consigo dizer não a Adelaide ela é uma boa mulher.— Claro Adelaide, chama o Alex para segurar a escada para mim!— Ele não e
Valentina .Depois de correr um pouco atrás do Bento eu desisti, não gosto de correr eu odeio correr, prefiro correr se for a cavalo, do resto não para que, melhor caminha bem devagar. Sento-me—me no sofá e fico de olho na Carla, a vaca vai trabalhar lá em casa estou pensando.... Acho que vou passar superbonder na touca que ela usa para fazer a comida, vai grudar todos os cabelos e para sair vai ser bem engraçado.— Princesa cadê o Emanuel? — me viro vendo a tia Manuela descer as escadas e vir em minha direção com um sorriso largo no rosto enquanto tio Isaque arruma o cinto da calça. Será que eles não percebem que já estão velhos para fazer essas coisas não?— Foi para o quarto, acho que foi chamar a Kate.— Chama ele lá para mim, estou com pressa para levar a documentação. — Abro um sorriso pensando “pressa né, até minutos atras não, era pressa não”Subo até o quarto do meu primo e entro sem bater, saber que é errado eu sei, mas já é costume todo mundo faz isso na família. E pego meu
Valentina.Nunca gostei de correr, mas nesse momento eu precisava, juntei todas as forças que já não tinha e corri para a sede. Assim que cheguei, tive de enfrentar minha tia. De todos da família é dela que tenho mais medo, pois aquele sorriso lindo que ela dá é só um jeito de esconder que vai me matar a qualquer momento. Já minha mãe não, ela já olha e vem de uma vez.— O que aconteceu princesa? — ela me pergunta quando entro na sala, paro no lugar respirando fundo antes de falar.— A Kate pulou de uma pedra na lagoa, se não fosse o Emanuel eu não ia conseguir a tirar de lá. — Camila que segurava um prato de bolo na mão o deixa cair na hora que se levanta com tudo.— Ela está bem?— Não sei prima, ela acordou e depois desmaiou. O primo está levando-a para o hospital.— Vamos lá. — tio Isaque fala já colocando o chapéu na cabeça e pegando a chave do carro que fica pendurada na parede.Meus tios e meus primos vão para o hospital, enquanto eu fico para descansar um pouco, como já
* VALENTINA *.Acordo cedo e vou depressa para a fazenda da tia Manuela, quero saber notícias da Kate se ela está bem e como passou a noite no hospital, mas assim que chego, descubro que ela já está em casa, para mim, é um alívio, pois bem lá, no fundo eu me sentia culpada._ Bom dia. — Escuto a Kate falar assim que se senta e eu abro um sorriso de alívio ao ver ela ali na minha frente._ Bom dia Kate você está bem eu fiquei preocupada? — já digo ansiosa._ Estou sim, Valentina, e para falar a verdade foi até bom porque eu me lembrei de algumas coisas. — olhei para ela sem acreditar, sério isso gente, a mulher quase morre e fala que foi bom. Depois eu que sou a maluca aqui._ Foi bom nada. Você quase me matou do coração, quando eu vi você saindo da água e indo para aquela pedra e depois pulando eu quase tive um treco, tentei te pegar, mas não consegui se Emanuel não tivesse chegado eu nem sei o que teria feito. — provavelmente eu teria morrido depois pelas mãos do meu próprio primo._
* Daniel *.Já que nois tava na fazenda dona Manuela resolveu falar sobre a colheita de soja lá na fazenda de Goiás aonde eu e meu pai toma conta._ Daniel... Daniel tá me ouvindo? — olho para dona Manuela que está me encarando._ Desculpa senhora, eu não ouvi._ O que deu em você hoje em rapaz, já é a terceira vez que se perde na conversa, que você é meio desligado eu já sei. Mas desse tanto nunca vi. — me viro para meu pai e nem sei o que falar._ Desculpa pai. Não é nada não.Abaixo a cabeça e tento me concentrar na conversa com a dona Manuela, mas as palavras da Carla fica na minha cabeça, não é possível que a Val me veja com malícia, tudo bem que na idade dela já começa a se descobrir as coisas, mas não a Val. Ela é uma menina pra mim ainda.Só que isso me deixou confuso, confuso demais, pois nem sei o que pensa agora já que se for isso mesmo que a Carla disse, tá explicado o motivo dela ter mudado tanto comigo.Mas também posso estar enganado, e eu prefiro que seja assim, não c
* Guilherme *.Escorado na árvore vejo as nuvens no céu mudando, dando sinal que logo vai cair uma chuva.Rose está atrasada, olho pela terceira vez o relógio em meu pulso "será que ela não vem".Já estava quase desistindo e indo embora quando um par de mãos tampa meus olhos, sua pele macia e cheirosa eu não confundiria nunca.Pego nas mãos e viro ficando de frente com o amor da minha vida, a coloco encostada na árvore que eu estava e beijo sua boca com vontade, mas assim que me afasto vejo seu rosto triste com os olhos vermelhos, sinal que estava chorando. Passo meu dedo devagar em sua bochecha fazendo um carinho._ O que aconteceu Rose? — ela segura minha mão em seu rosto e fica quieta, mas vejo as lágrimas descerem. _ O que aconteceu me diz?_ Meu pai... ele sabe sobre nós dois. — eu sabia que aquele velho ia descobrir logo._ Melhor assim, agora podemos ficar juntos._ Ele vai me casar com outro, só para ficar longe de você. — seguro em suas mãos e me afasto olhando em seus olhos