* Daniel *.Não sei nem explicar o que eu sinto agora, ainda não acredito que vou ser pai e que tem uma pequena sementinha minha e dela dentro da sua barriga.Olho em seu rosto, dormindo tranquila e de nada lembra aquela jaguatirica brava que eu tenho.Será que nosso filho ou filha, vai ser como ela?Se for eu tô bem lascado, aturar ela já é difícil quando tá nervosa, imagina mais um em miniatura.Eu tô louco pra contar pra minha mãe, que ela vai ser avó, meu pai então vai ficar super feliz, mas ela pediu pra guardar segredo ainda, porque os parentes dela vai vir logo.Tudo bem que eu já escondi uma semana, sim uma semana escondendo que vou ter um filho até dos meus irmãos.Pensa num segredo difícil, já que meu peito pula igual aqueles tamborins de carnaval toda vez que olho para a sua barriguinha que ainda não tem nem sinal de que tem um filho nosso ali.Esses dois últimos dias ela tem passado muito mal, tudo que come joga fora, passa a noite abraçada com o vaso sanitário, então ela
* Valentina *.Espero ansiosa a chegada da minha família, faz um mês que não os vejo.Ainda não caiu a ficha que estou grávida, acho que só vou ter total certeza quando o bebê nascer, ainda tenho medo de não ser uma boa mãe, mas isso só o tempo é capaz de me ensinar.Ainda nem acredito que o Daniel me pediu em casamento, foi lindo e fofo ao mesmo tempo, meu melhor amigo, meu ex amigo, meu primeiro amor, minha primeira desilusão, meu empregado e logo meu marido e pai do meu bebê, ele foi tudo na minha vida.São tantas incertezas em minha vida, que a única certeza que tenho é que eu amo aquela peste, amo de verdade, e estaria enganando a mim mesma se não aceitasse isso.Da varanda vejo todos chegar, abro um grande sorriso vendo minha mãe, meu Deus eu sou ser mãe também, é tão estranho pensar nisso.Abro os braços recebendo os abraços, enquanto as crianças correm para dentro de casa, principalmente os gêmeos do Bento, ainda bem que ele operou senão era capaz de ter outra dupla.Não sei
25 dias depois..Não é que eu seja apresado, nem nada disso, mas depois de todo o tempo que eu esperei achei melhor me casar logo, antes que aquela jaguatirica desistisse de mim.Acredito que não ia fazer isso, mas nada melhor do que precaver.A família dela ficou muito feliz e gostou da ideia de casar logo, os preparativos foram feitos e tanto eu quanto ela queríamos tudo simples.O padre era o mesmo que casou a dona Manuela, ele já tava com quase oitenta anos mas já conhecia bem a família, ele que casou todo mundo lá em Juara e no final ia me casar também, só que aqui em Rio verde.Os bancos todos de madeira envernizadas, e um tapete vermelho no chão.Eu de camisa preta, calça jeans bota e chapéu branco, nada de usar aqueles terno estranho que mais parece pinguim.Minha mãe e meu pai já estão no altar comigo e logo entra meu irmão com a Patrícia, prima da Val, eles tão de rolo que eu sei não sou besta não e sei que tem coisa estranha ali, e mais estranho foi ver ele sem camisa com
Escuto o toque do berrante e me levanto com tudo da minha cama, ele tinha chegado.Coloco minha roupa correndo e desço as escadas, pego meu chapéu marrom e quando vou passar pela porta da sala escuto minha mãe me chamar da cozinha.— Onde pensa que vai menina? Logo cedo e sem café. —Bufo irritada me virando.— Estou indo na tia Manu mãe.— Eu sabia, escutou o repique do berrante e já levantou feito doida. — Se eu pudesse mataria o meu irmão, eita bicho chato, mas como não posso tenho de suportar essa criatura.— Eu vou ver os bois, quero ajudar. — Me sento na cadeira enquanto minha mãe coloca um pedaço de bolo de milho em meu prato.— Então coma primeiro depois você vai. Sua irmã vem nos visitar essa semana, junto com a esposa.— Eu ainda não acredito que ela começou namorar e já foi embora.— É o amor maninha, nem beijo direito e já fez as malas para Nova York. — Olho bem para meu irmão falando em tom debochado.— Pronto já comi estou cheia, vou almoçar na tia Manu.— Falo
Vi ele partir para Goiás de longe, eu sei que ele me viu, até abaixou o chapéu para mim, mas eu não queria ser mais um estorvo para ele. Elas tinham razão, a diferença de idade entre mim e ele era grande. O que eu tinha na cabeça que um rapaz na idade dele ia querer ser meu amigo? Eu me enganei e ele só ficou do meu lado porque eu era a sobrinha da patroa. “Como eu fui patética né!?”Os dias têm passado e se eu disser que melhorou um pouquinho aquilo que senti quando briguei com ele, a resposta vai ser não. Eu fico remoendo as coisas, igual o gado do pasto, ela vai e volta e eu continuo pensando naquilo. Toda vez que olho para a Ciça, me lembro daquela cena horrorosa e do que às duas falaram, e isso me dá mais raiva a cada dia, não só delas, mas do Daniel também. Era só ele vir falar comigo e dizer: “Olha não acho legal uma moça do seu tamanho, ficar me rodeando”.Seria bem mais fácil do que ouvir dos outros.Pego Caco meu sapo de estimação, ele não está muito bem percebi isso onte
. Guilherme..Minha irmã é maluca só pode, vai se ela cai e racha a cabeça do chão depois ia culpar quem, eu! Sim, sempre o duro de ser o irmão mais velho é que tudo cai na minha cabeça. Pensa em uma menina para dar dor de cabeça é a Valentina, pegou ranço agora da Carla, a nova empregada da fazenda da tia Manuela. É só ela ver a moça que fica atirando pedras no estilingue, e o pior é que ela é boa de mira e sempre acerta a moça.Minha irmã tem hora que nem parece a princesinha mimada da família, e sim um diabrete endemoniado de tanta loucura que faz, e olha que Lúcia nossa irmã é bem feminina e ela não aprendeu nada. Será que a Valentina vai ser lésbica também?Aí vai ser difícil para mim, concorrer com minhas duas irmãs, uma né a outra já se casou. Monto em Acerola, minha égua, ela é mansinha e eu gosto muito dela. Pode soltar a rédea que ela vai para casa sozinha, me ajudou em muitos dias, aqueles de festa entre as fazendas. Já teve vez que eu enchi a cara e cheguei em casa sem
* Valentina *.Tia Manuela foi para Abu Dhabi de manhã, e vai voltar amanhã à tarde se der tudo certo, eu espero que dê. Assim a Kate estará de volta e isso me deixa muito feliz. Monto em Goiaba, a danada está mais mansa. Pelo menos não resolveu fazer nenhuma gracinha comigo de novo.Coloco meu estilingue na calça, se eu topar a Carla pela estrada já aproveito para fazer tiro ao alvo. Ela não me desce, não só pelo Caco e pelo jeito que ela falou com a Ciça, mas tem algo nela. Sabe quando o santo não bate? É isso mesmo, o meu não deu certo com o dela, desde o começo. Assim que chego na fazenda, Adelaide a cozinheira da tia Manu, já vem com uma faixa na mão e um sorriso no rosto, sabia sobrou para mim.— Valentina menina, você pode colocar a faixa de boas—vindas? Você sabe que não gosto de altura. — Olho para a faixa na sua mão e abro um sorriso amarelo, não consigo dizer não a Adelaide ela é uma boa mulher.— Claro Adelaide, chama o Alex para segurar a escada para mim!— Ele não e
Valentina .Depois de correr um pouco atrás do Bento eu desisti, não gosto de correr eu odeio correr, prefiro correr se for a cavalo, do resto não para que, melhor caminha bem devagar. Sento-me—me no sofá e fico de olho na Carla, a vaca vai trabalhar lá em casa estou pensando.... Acho que vou passar superbonder na touca que ela usa para fazer a comida, vai grudar todos os cabelos e para sair vai ser bem engraçado.— Princesa cadê o Emanuel? — me viro vendo a tia Manuela descer as escadas e vir em minha direção com um sorriso largo no rosto enquanto tio Isaque arruma o cinto da calça. Será que eles não percebem que já estão velhos para fazer essas coisas não?— Foi para o quarto, acho que foi chamar a Kate.— Chama ele lá para mim, estou com pressa para levar a documentação. — Abro um sorriso pensando “pressa né, até minutos atras não, era pressa não”Subo até o quarto do meu primo e entro sem bater, saber que é errado eu sei, mas já é costume todo mundo faz isso na família. E pego meu