Valentina
.Depois de correr um pouco atrás do Bento eu desisti, não gosto de correr eu odeio correr, prefiro correr se for a cavalo, do resto não para que, melhor caminha bem devagar. Sento-me—me no sofá e fico de olho na Carla, a vaca vai trabalhar lá em casa estou pensando.... Acho que vou passar superbonder na touca que ela usa para fazer a comida, vai grudar todos os cabelos e para sair vai ser bem engraçado.— Princesa cadê o Emanuel? — me viro vendo a tia Manuela descer as escadas e vir em minha direção com um sorriso largo no rosto enquanto tio Isaque arruma o cinto da calça. Será que eles não percebem que já estão velhos para fazer essas coisas não?— Foi para o quarto, acho que foi chamar a Kate.— Chama ele lá para mim, estou com pressa para levar a documentação. — Abro um sorriso pensando “pressa né, até minutos atras não, era pressa não”Subo até o quarto do meu primo e entro sem bater, saber que é errado eu sei, mas já é costume todo mundo faz isso na família. E pego meu primo quase engolindo a Kate em um beijo.— Primo... eita desculpa. — Ele para de beijar ela e fica me olhando e eu acabo sorrindo, é tão bom ver os dois juntos de novo.— O que você quer aqui, Valentina? — sua voz sai irritada, mas nem ligo.— Eu vim te chamar, porque a tia Manuela saiu do ninho de amor deles.— Vou indo morena e toma cuidado, não confia nessa maluca em. — Eu, maluca fala sério? Acho que sou a mais correta de todos eles. Meu primo passa por mim e dá um peteleco na minha testa e eu fico num ódio, mas Emanuel é o primo mais gente boa da família.A Kate entra no banheiro e eu fico escorada na porta a esperando, não demora muito ela sai vestida com uma calça legging, eu nem uso esses trens apertados no corpo, para que isso gente?!— Aonde vai assim? — já pergunto com medo da resposta.— Vamos correr Valentina. — Abro a boca sem acreditar, correr sério correr, para que isso.— Eu odeio correr. E o primo pediu para ficar em casa. — Vou apelar para meu primo vai se cola né.— Eu gosto. E preciso correr me faz bem. — Não foi dessa vez que apelar para meu primo deu certo, ô vida...— Disso eu sei você sempre gostou de exercícios, já eu, tenho preguiça.— Anda vamos logo antes que o Caio ou a Samanta acordem. — Bem que eles podiam acordar né.— Então você e meu primo... — levanto as sobrancelhas as mexendo rápido e ela começa a rir, é tão bom ver o sorriso dela outra vez.— Estamos namorando. — Acabo sorrindo e batendo palmas, animada.— Aí que top a tia Manuela vai ficar muito feliz, todos nós torcíamos por vocês claro. Meu primo deve estar nas nuvens porque você disse sim, ele sempre quis.— A gente nunca namorou Valentina? — mordo os lábios, ansiosa antes de falar.— Olha de verdade na frente de todo mundo, não. Vocês ficavam escondidos sem compromisso, mas todo mundo sabia. Até que você decidiu terminar tudo que nem tinha começado, digamos assim. — sou sincera e ela faz uma carinha triste, acho que fui sincera demais.— E, por que eu quis terminar? — pronto agora que eu comecei a falar, tenho de continuar.— Porque você tinha medo da família não aprovar. Você foi quase criada pela tia Manuela desde os dez, onze anos. Então você não falava o que sentia por ele, mas sempre soubemos. Era lindo o amor de vocês e olha que eu era apenas uma criança quando percebi que tinha coisa entre vocês dois.— Devia ser difícil né?— Era, sim, Emanuel sofreu muito quando você foi embora para tenta esquecer ele, mas aí você voltou e bom fizeram a Samanta, pena que você foi embora de novo. E nem vimos você direito com o barrigão, eu mesma nem vi você gravida. — falei triste, pois eu queria ter visto.— Nossa relação é complicada?— Não. Sempre foi clara feito água, agora é só você aceitar o amor do meu primo, que tudo vai dar certo. Ele te ama muito e não se esqueça disso nunca, j**a essas dúvidas para o alto e aceita o amor dele, vocês merecem ser felizes, não aguento mais ver ele atrás de você e você fugindo. Qualquer hora dessa ele vai desistir e abandonar tudo, estou te avisando Kate. — Falo logo para ver se entra na cabeça desmemoriada dela.— Não vou. Vou tentar fazer as coisas certas dessa vez. E como todos já sabem, eu não preciso ter medo né?— Não mesmo. Na verdade, estamos ansiosos para vocês se acertarem de vez. — Pelo, o que conheço da tia Manuela vai rolar uma festança enorme quando acontecer.Vamos até à cozinha para ela tomar o café e vejo a cara de bosta da Carla para a Kate, é bom mesmo manter essa daí bem longe do meu primo. Eu bem sei que ela estava doida para dar uns, pegas no meu primo, já pegou até meu irmão e agora quer o Emanuel, mas não vai mesmo.Vamos à sala e a Kate pergunta para minhas primas se alguém quer ir com ela e eu rezando mentalmente para alguma “falar sim, eu vou” e me libertar desse martírio. Mas não, deram a desculpa das crianças, só que eu sei que isso se chama preguiça e ainda é pior que a minha.— Bom somos só nós duas, Valentina. — Ela fala sorrindo e eu tento me animar, mas não dá.— O que eu fiz para merecer isso? — penso alto e ela ri da minha situação.Ela me mostra como faz o alongamento e eu até tento, mas estou de short jeans e de bota de cano baixo, não é uma boa opção para correr. Mas fazer o que. Ela começa a correr na minha frente e eu tento acompanhar, mas sinto minha respiração falhar e meu coração pulando. Para que isso gente?! Correr não é bom não, não para mim.— Eu vou morrer se continuar correndo assim. — digo ofegante.— Para com isso Valentina, não tem nem dez minutos.— E vamos correr quanto tempo? — acho que vou colocar os bofes para fora, socorro!!— Meia hora. — Paro na mesma hora, colocando as mãos no joelho, sério meia hora que isso ela quer me matar, respiro fundo e estico o dedo em sua direção.— Você está maluca. Meia hora eu já morri sem ar, para que isso.— Porque é saudável, fazer exercícios faz bem.— Para quem? — a olho indignada e ela sorri de volta. —— Para o nosso corpo Valentina. Larga disso e vamos continuar. — Bufo de raiva, mas sem opção eu continuo correndo.Claro que eu ainda reclamo, não é algo que eu goste e só estou fazendo por causa dela. Mas aí me aparece no meio do pasto aquela criatura a cavalo, até aqui ele me persegue. Que sina! Arrumo meu corpo para não parecer tão deplorável com a minha situação de quase morta. Ele se aproxima e tira o chapéu sorrindo para falar comigo e mesmo com um ódio mortal do Daniel não posso negar que ele tem um sorriso bonito.— Bom dia. Está acontecendo algo Val? Você está correndo, isso é milagre, ou alguém vai morrer, ou vai chover prego. — Filho de uma égua, eu estou quieta na minha e ele vem procurar enguiço comigo e ainda abre o sorriso esperando a minha resposta.— Não te interessa o que estou fazendo peste. Nem sabia que você estava aqui. Veio fazer o que sendo que seu lugar é lá em Goiás e não aqui? — falo sobre andar nos pastos a cavalo.O trabalho dele é lá em Goiás e não aqui. Só quando chama para mexer com o gado mas esse não é o caso, já que aqui ele é convidado hoje. E não tem de trabalhar. Em vez de estar quieto não, ainda consegue vir me atormentar.— Que isso criança olha a educação. Eu vim com meu pai para a festinha da dona Kate. — Acho que ele é burro né, só pode claro que eu sei que ele veio para a festinha, até me segurou para não cair. Daniel tem hora que é mais sínico que eu, pois ele sabe muito bem do que estou falando e se fingi de besta, mas de besta não tem nada não. — Não finja que não me viu lá Val, eu sei que me viu.— Em primeiro lugar não sou criança, em segundo lugar não, eu não te vi ontem, porque tinha coisas mais importantes para fazer. — Como convencer a tia Manuela a levar a Carla para minha casa! “Ah Carlinha eu quero atormentar a sua vida.”— Mas é “mintirosa” mesmo. — Ele sorri e eu fico com muita raiva, ele sabe como eu odeio quando ele fala assim, só para me lembrar das vezes que eu falava errado.— É mentirosa e não “mintirosa”, Daniel. E para de me chamar de Val eu não te dei ESSA intimidade e nem somos amigos. — Não mais. Cruzo os braços, acima do peito e arqueio a sobrancelha, ele sabe que estou irritada.— Tudo bem criança, quer que eu te chame de patroa é! Mas não vou, porque não é minha patroa e sim sua tia. Bom o porquê está correndo afinal? — o encaro com raiva. Mas é muito atrevido essa peste mesmo, não vou contar pode me perguntar o dia todo e eu não vou contar. Ainda fica me olhando e sorrindo apoiando os cotovelos no pescoço do cavalo para se inclinar na minha direção.— Estamos fazendo exercícios, eu gosto de correr de manhã. — Olho para Kate sem acreditar que ela disse, não era Dara falar.— Só a senhora para fazer esse milagre. — Ah Daniel, não procura enguiço comigo não que estou de boa.— Não me chame de senhora, eu não estou velha. — Kate fala envergonhada.— Que isso senhora. Não é por estar velha não, é por respeito, já que a senhora é mulher do filho do patrão. — Vou esganar o Daniel com essa língua grande.— Cala a boca Daniel. Não é para estar falando essas coisas para ela. Não vê que ela fica confusa, tem de ir devagar. — Digo e ele me encara, depois a cumprimenta com a cabeça, o bicho besta mesmo.— Desculpa senhora. Mas é respeito, todos aqui e em Goiás, sabe que temos de respeitar a senhora. É como filha para os patrões e todo mundo sabe. — Agora melhorou um pouco.— Obrigada Daniel. Eu já entendi, ou melhor, estou começando a entender. Mas não sou mulher do Emanuel.— Vixi! Nem desmemoriada muda! Ops desculpa senhora, pensei alto. — Eu vou matar essa peste— Vaza daqui Daniel, não vê que está atrapalhando.— Vão para onde? Quero saber, se o patrão perguntar? — Ai que saco, ele não sai do pé, é pior que chulé.— Vou levar a Kate para a lagoa, ela sempre gostou de ficar lá. — Digo logo, porque ele não vai desistir, ele é assim quanto mais você nega alguma coisa, mais ele fica no pé enchendo o saco.— Toma cuidado em Val, e senhora não confia nessa criança não ela é uma peste. — Abro a boca sem acreditar que ele usou o apelido que dei nele, para se referir a mim.— Peste é você, que vem de outra cidade para me encher o saco Daniel, vai te embora anda. — Bato na anca do cavalo que sai correndo, Daniel segura o chapéu e começa a sorrir, bem que ele podia cair de bunda no chão.— Ele parece ser legal. — Kate fala e eu reviro os olhos, legal eu sei.— É. — respondo sem ânimo nenhum.Continuamos aquele martírio de correr mais alguns minutos. Até que chegamos na lagoa, mais que depressa eu tirei meu short e minha blusa. Ficando só de calcinha e sutiã, meu corpo não tem muita carne não, só a bunda que isso eu tenho ainda bem, mas meus peitos são pequenos.A água estava uma delícia e a Kate entrou comigo, estava tudo legal até ela subir em uma pedra e pular! Eu entrei em desespero, vendo—a se afundar, tentei a puxar, mas não conseguia. Então Emanuel apareceu do nada e a tirou da água me ajudando, depois dele fazer respiração boca a boca e ela cuspir a água que engoliu ele a pega no colo a colocando dentro do carro.— Eu quero ir com você Emanuel, eu quero ficar perto dela. — Ele me encara nervoso, e quando ele fica nervoso é tenso demais. Ele fecha a porta do carro e segura em meu braço com força, mas não o suficiente para me machucar, por mais raiva que ele esteja Emanuel, nunca machucaria ninguém da família.— Vai para casa Valentina, eu disse para você não sair de casa com ela e você me desobedeceu. Se acontecer algo a culpa vai ser sua e não vou te perdoar, então vai para a casa agora e larga de ser essa teimosa que você é. — pode não machucar fisicamente, mas no psicológico, isso ele faz e faz bem.— Katerine queria correr primo. Ela gosta de correr, e chamou as outras mulheres para vir com ela, mas elas não vieram só eu que vim. Não achei que trazer ela para a lagoa ia trazer problemas afinal ela queria conhecer a fazenda, e você não pode a prender. — Ele solta meu braço respirando fundo.— Tudo bem, mas vai para casa agora, eu vou levar ela para o hospital vá avisar os outros.Ele nem espera eu responder e sai correndo cantando pneu, e agora eu estou mais lascada ainda, terei de voltar correndo de novo e dessa vez nem posso reclamar.Valentina.Nunca gostei de correr, mas nesse momento eu precisava, juntei todas as forças que já não tinha e corri para a sede. Assim que cheguei, tive de enfrentar minha tia. De todos da família é dela que tenho mais medo, pois aquele sorriso lindo que ela dá é só um jeito de esconder que vai me matar a qualquer momento. Já minha mãe não, ela já olha e vem de uma vez.— O que aconteceu princesa? — ela me pergunta quando entro na sala, paro no lugar respirando fundo antes de falar.— A Kate pulou de uma pedra na lagoa, se não fosse o Emanuel eu não ia conseguir a tirar de lá. — Camila que segurava um prato de bolo na mão o deixa cair na hora que se levanta com tudo.— Ela está bem?— Não sei prima, ela acordou e depois desmaiou. O primo está levando-a para o hospital.— Vamos lá. — tio Isaque fala já colocando o chapéu na cabeça e pegando a chave do carro que fica pendurada na parede.Meus tios e meus primos vão para o hospital, enquanto eu fico para descansar um pouco, como já
* VALENTINA *.Acordo cedo e vou depressa para a fazenda da tia Manuela, quero saber notícias da Kate se ela está bem e como passou a noite no hospital, mas assim que chego, descubro que ela já está em casa, para mim, é um alívio, pois bem lá, no fundo eu me sentia culpada._ Bom dia. — Escuto a Kate falar assim que se senta e eu abro um sorriso de alívio ao ver ela ali na minha frente._ Bom dia Kate você está bem eu fiquei preocupada? — já digo ansiosa._ Estou sim, Valentina, e para falar a verdade foi até bom porque eu me lembrei de algumas coisas. — olhei para ela sem acreditar, sério isso gente, a mulher quase morre e fala que foi bom. Depois eu que sou a maluca aqui._ Foi bom nada. Você quase me matou do coração, quando eu vi você saindo da água e indo para aquela pedra e depois pulando eu quase tive um treco, tentei te pegar, mas não consegui se Emanuel não tivesse chegado eu nem sei o que teria feito. — provavelmente eu teria morrido depois pelas mãos do meu próprio primo._
* Daniel *.Já que nois tava na fazenda dona Manuela resolveu falar sobre a colheita de soja lá na fazenda de Goiás aonde eu e meu pai toma conta._ Daniel... Daniel tá me ouvindo? — olho para dona Manuela que está me encarando._ Desculpa senhora, eu não ouvi._ O que deu em você hoje em rapaz, já é a terceira vez que se perde na conversa, que você é meio desligado eu já sei. Mas desse tanto nunca vi. — me viro para meu pai e nem sei o que falar._ Desculpa pai. Não é nada não.Abaixo a cabeça e tento me concentrar na conversa com a dona Manuela, mas as palavras da Carla fica na minha cabeça, não é possível que a Val me veja com malícia, tudo bem que na idade dela já começa a se descobrir as coisas, mas não a Val. Ela é uma menina pra mim ainda.Só que isso me deixou confuso, confuso demais, pois nem sei o que pensa agora já que se for isso mesmo que a Carla disse, tá explicado o motivo dela ter mudado tanto comigo.Mas também posso estar enganado, e eu prefiro que seja assim, não c
* Guilherme *.Escorado na árvore vejo as nuvens no céu mudando, dando sinal que logo vai cair uma chuva.Rose está atrasada, olho pela terceira vez o relógio em meu pulso "será que ela não vem".Já estava quase desistindo e indo embora quando um par de mãos tampa meus olhos, sua pele macia e cheirosa eu não confundiria nunca.Pego nas mãos e viro ficando de frente com o amor da minha vida, a coloco encostada na árvore que eu estava e beijo sua boca com vontade, mas assim que me afasto vejo seu rosto triste com os olhos vermelhos, sinal que estava chorando. Passo meu dedo devagar em sua bochecha fazendo um carinho._ O que aconteceu Rose? — ela segura minha mão em seu rosto e fica quieta, mas vejo as lágrimas descerem. _ O que aconteceu me diz?_ Meu pai... ele sabe sobre nós dois. — eu sabia que aquele velho ia descobrir logo._ Melhor assim, agora podemos ficar juntos._ Ele vai me casar com outro, só para ficar longe de você. — seguro em suas mãos e me afasto olhando em seus olhos
* Rose *.Pensei nas palavras do Guilherme a noite toda, ele disse em fugir, que ia pedir ajuda ao primo e isso me deixava com um pouco de medo, mas teria de jogar todas as minhas dúvidas pro alto e tomar coragem de fazer isso.Desço para o almoço em silêncio, a mesa parece um enterro, nenhuma palavra é pronunciada até meu pai colocar o garfo na mesa e me encarar._ Seu noivo está chegando, o casamento vai acontecer semana que vem. — olho para meu pai sem acreditar naquilo, como ele pode fazer isso assim, tão rápido, apenas para que eu não fique com o Guilherme._ Papai por favor..._ Calada, o irmão da sua madrasta gostou muito da ideia de casar vocês dois, o filho dele não queria compromisso com nenhuma moça da cidade e ele já estava desistindo, até a Magda ligar para ele falando de unir os dois. — olhei para ela com raiva, essa mulher queria se ver livre de mim a todo custo._ Não me olhe assim Roseane, Maurício é até bonito, estou te fazendo um favor._ Não preciso de nenhum favo
* Valentina *.Na parte da tarde fui até a fazenda da tia Manuela ver a égua que estava prenha, a tia me disse se fosse fêmea ia me dar a pordinha e eu fiquei muito feliz.Por mais que eu gostasse da goiaba eu queria uma novinha, para amansar, já vi meu pai amansar muito cavalo e minha mãe disse que se apaixonou por ele, vendo ele fazer isso.Assim que entro no estábulo vejo a boneca deitada, ela estava em trabalho de parto e fiquei muito feliz, logo Emanuel apareceu e ficou do meu lado._ Também veio ver se ela ia parir Valentina? — ele pergunta encostando na cerca de madeira_ Sim. Tia Manuela disse que se fosse fêmea ia dar pra mim a porda. — ficamos mais alguns minutos ali até que ela consegue parir sozinha e isso é muito bom e para minha sorte é uma porda castanha com a cara branca._ Deu sorte Valentina, vai se chamar como já escolheu? — encaro a pequena com um sorriso, pensando qual nome podeira colocar, já tenho a goiaba e colocar nome de fruta de novo não ia ser legal._ Rai
* Guilherme. *.Vejo a alegria do meu primo e fico feliz por ele, lutou tanto por esse amor e agora está colhendo as coisas boas.Pena que não posso ter isso, não posso porque ela não quis e se apenas eu não fui suficiente para ela, fazer oque... não posso falar nada, amei tanto ela, amei por tanto tempo e no final não adiantou de nada, porque ela não teve coragem de enfrentar o pai para ficar comigo, simplesmente aceitou se casar com outro sem nem lutar pelo nosso amor.Saio de lá e vou para o estábulo, preciso ficar sozinho se não vou acabar chorando com tanta música romântica e melosa que o Daniel tá cantando, o que deu nele hoje, a maioria das vezes são mais animadas e algumas românticas sim, mas hoje ele tirou o dia para cantar aquelas que chega dói o coração.Entro no estábulo e olho a pordinha da minha irmã, Valentina é uma menina chata, e briguenta, mas quando precisa ela tá sempre ali, ela é aquele suporte que quando estamos em momentos ruins, nos ajuda a levantar._ Saiu da
* Daniel *.Eu não acreditei em meus olhos quando vi a cena que estava vendo lá no estábulo, a Val e a Carla brigando como duas galinhas maluca, estapeando uma, a outra, mas a Val tava ganhando e chega era engraçado, não vou negar achei bem engraçado vendo a Carla apanha.Não é sempre que temos essa animação lá em Goiás, a fazenda lá é calma, mas aqui não o negócio pega fogo quase todo dia, só não imaginei que a Val ia ser pior que a dona Manuela.Meu pai já me contou umas coisas e minha mãe também, foi dona Manuela que ensinou minha mãe atira, e meu pai diz que quando jovem a patroa era bem da estressada que o patrão passou miúdo na mão dela.Mas nunca pensei em ver a Val assim, toda descabelada, grudada em outra pessoa, em um ataque mortal de raiva.O que será que aconteceu para a Val ficar com tanta raiva da Carla assim?Bom eu não sei e vou ficar bem na minha para não sobrar pra mim, porque do jeito que a Val é, bem capaz de descontar em mim.A carrego no ombro até a sede, como s