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Capítulo 6 - Valentina/Rose

Valentina

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Nunca gostei de correr, mas nesse momento eu precisava, juntei todas as forças que já não tinha e corri para a sede. Assim que cheguei, tive de enfrentar minha tia. De todos da família é dela que tenho mais medo, pois aquele sorriso lindo que ela dá é só um jeito de esconder que vai me matar a qualquer momento. Já minha mãe não, ela já olha e vem de uma vez.

— O que aconteceu princesa? — ela me pergunta quando entro na sala, paro no lugar respirando fundo antes de falar.

— A Kate pulou de uma pedra na lagoa, se não fosse o Emanuel eu não ia conseguir a tirar de lá. — Camila que segurava um prato de bolo na mão o deixa cair na hora que se levanta com tudo.

— Ela está bem?

— Não sei prima, ela acordou e depois desmaiou. O primo está levando-a para o hospital.

— Vamos lá. — tio Isaque fala já colocando o chapéu na cabeça e pegando a chave do carro que fica pendurada na parede.

Meus tios e meus primos vão para o hospital, enquanto eu fico para descansar um pouco, como já estava ficando tarde decido ir buscar a Goiaba no estábulo e voltar para casa. Minha mãe com toda certeza vai ficar brava comigo. Mas assim que entro vejo duas pessoas que não queria ver, e ver o Daniel ali com uma mulher. Me faz lembrar do dia que o vi com a Ciça, mas agora ele estava com a Carla, a vaca da Carla. Eu não sei, toda vez que vejo ele com uma mulher, me sinto tão mal, me sinto horrível, como se apertasse meu coração nas mãos e não entendo o motivo disso.

Eu tinha de entrar lá, pois Goiaba estava ali, me aproximei encostando em uma baia aberta e pude escutar a conversa deles. Mas no fundo não deveria ter ouvido, não deveria mesmo, pois aquelas palavras me apertaram tão forte o peito que a vontade de chorar me dominou.

— O que você acha da Valentina, Daniel? Você vive atrás dela. — Carla fala passando a mão no braço do Daniel que fica a encarando.

— Por que você quer saber o que eu acho da Val?

— Porque, sim, horas. Só quero saber.

— Eu a acho uma criança mimada. — Carla sorri para ele como uma cobra e o agarra no pescoço dando um beijo. Aquilo doeu tanto, mais do que ver ele com a Ciça. Porque a Carla era uma vagabunda, que saia com todos os peões da fazenda, todos mesmo ela não se importava com isso e pelo jeito o Daniel era o próximo.

Saio de lá correndo, nem pego minha égua, não queria ver o que eles iam fazer depois, por mais que eu já imaginava o que seria. Chego em casa já de tarde, cansada e descabelada, vejo meu irmão saindo de fininho para a cachoeira ia ver a Rose, pelo jeito eles tão dando certo.

Conto para minha mãe o que aconteceu com a Kate e ela fica preocupada, esperamos respostas e já quase a noite minha tia liga avisando que ela está bem, que vai pernoitar lá.

Me jogo na cama derrotada, não consigo esquecer das palavras do Daniel, eu era uma criança mimada, uma criança, será que ele nunca ia perceber que eu já cresci e não sou mais uma criança. Mas, porque me preocupo com isso, eu não devia me preocupar, afinal ele nem é mais meu amigo.

Rose Antero

Sempre observei Guilherme de longe, ele parecia não gostar de mim e eu achava que era pela briga dos nossos pais. Para mim ele é o rapaz mais lindo da cidade, moreno claro, alto, dos olhos verdes. Uma combinação perfeita, perfeita até demais, pois todas queriam ele e eu ele não me queria.

Era isso que sempre achei, pois, não conseguia me aproximar dele. Até que comecei a reparar que alguém me observava quando ia me banhar na cachoeira e eu comecei a fazer isso todos os dias no mesmo horário. Não sou uma moça vergonhosa, sei o que eu quero e vou atrás para conseguir, como dizem se Maomé não vai até à montanha, a montanha vai até Maomé.

No caso o meu Maomé só ficava me observando e eu o observava também. Esperando o momento certo e claro que não deixaria passar, quando eu vi a chance eu a agarrei com força e vontade, e não o deixei escapar de mim até conseguir o que eu queria. Posso dizer que era tudo que eu imaginava e um pouco mais.

Só não gostei muito dele ser tão tímido comigo, eu tive de me jogar, parecendo uma oferecida senão era capaz dele fugir. Mas isso foi só no primeiro dia porque no segundo eu nem precisei falar nada, pois já chegou tirando a roupa entrando na água, me pegando no colo e se encaixando em mim.

— Guilherme eu preciso ir. — Digo com ele agarrado ao meu corpo, distribuindo beijos no meu pescoço.

— Só mais um pouquinho, você é muito gostosa.

— Guilherme já fizemos sexo duas vezes seguida.

— Faremos a terceira. — Sinto ele deslizar para dentro de mim.

— Você não se cansa não?

— De você nunca meu amor.

Sinto cada movimento profundo que ele me proporciona, indo e vindo de forma rápida, nem parece que já fizemos isso duas vezes, pois ele não se cansa e eu gosto muito disso.

Seus beijos sobem até meu pescoço e depois morde minha orelha, percebo ele sair da água comigo agarrada em seu corpo, com todo seu comprimento dentro de mim. Ele sai apenas para me colocar no chão, à terra macia e úmida encosta em meu corpo, e ele se deita por cima de mim. Colocando minhas pernas em seus cotovelos e me abrindo mais ainda para recebê-lo. Assim que ele entra com força eu não consigo segurar o gemido de prazer, e ele toma minha boca em um beijo gostoso e calmo, a cada movimento ele aumenta a força me deixando perdida. Seguro seu cabelo quando sinto o prazer tomar conta de mim e logo o dele se mistura com o meu, Guilherme além de lindo, romântico e fofo, sabe me satisfazer de todas as formas. Ele cai em cima de mim e depois rola para o chão, ficamos olhando as nuvens que começam a mostrar que vai escurecer.

— Namora comigo Rose. Eu já disse que te amo, e quero ficar com você. — Me viro em sua direção vendo que ele me olha de forma intensa.

— E nossos pais?

— Problema deles, se eles não aceitarem nós dois, damos um jeito. Eu posso cuidar de você Rose, sem ou com minha família.

— Seguro sua boca e beijo com carinho, ele me abraça segurado em meu cabelo.

— Eu aceito ser sua namorada Guilherme.

— Você é tudo que eu sempre quis Rose, tudo que eu sempre quis.

Antes que ele resolvesse entrar em mim de novo, corri para a lagoa tirando à terra do meu corpo e depois me trocando, não podia chegar tarde em casa, meu pai não gostava muito. Assim que cheguei, fui direto para o banheiro, tomei um banho relaxante e toda hora que eu lembrava que agora era namorada do Guilherme meu coração acelerava.

Sai do banheiro enrolada na toalha dando de cara com a minha madrasta, Magda. Ela se casou com meu pai pouco depois que minha mãe morreu, e sempre deixou claro que não gosta de mim, ela não pode ter filhos e sempre odiou crianças como ela mesma diz.

Minha mãe morreu eu tinha cinco anos e meu pai sempre j**a na minha cara que a culpa é minha. Isso me dói sempre doeu e eu tento ser uma boa filha, tento o agradar, mas parece que nada que faço é suficiente.

No dia que minha mãe morreu eu estava doente e ela foi a farmácia comprar um remédio. Mas assaltaram a farmácia e ela morreu no assalto, cresci sempre me culpando se eu não tivesse ficado doente ela não teria ido lá, não teria morrido e eu a teria ao meu lado. Quando Magda chegou eu pensei que seria uma amiga mais não, ela nunca demostrou nenhum sentimento por mim, nenhum além do desprezo.

— Se troque seu pai quer falar com você Roseane. — Ela diz apenas isso em tom frio e sai me deixando ali.

Coloco uma roupa e olho no espelho para ver se não tem nenhuma marca. Quando vejo que está tudo certo, vou até à sala aonde meu pai me espera com o cigarro na mão, Magda está no outro sofá lixando as unhas, ela não faz nada além de cuidar dela mesma e brigar com as empregadas.

— O senhor me chamou pai? — digo assim que me aproximo ele se levanta e vem em minha direção, sem dizer nada acerta um tapa forte no meu rosto me fazendo recuar um passo.

— Como você pode se envolver com alguém daquela família Roseane? Você sabe que não suporto nenhum deles. — Levanto os olhos com a mão ainda no rosto.

— Pai eu...

— Diga a verdade filha ingrata. Com tantos homens nessa porcaria de cidade foi se envolver com um Rodrigues!

— Eu amo o Guilherme, pai. — Ele acerta outro tapa em meu rosto agora me fazendo cair no chão.

— Pensou no que eu disse querido, acho que seria uma boa opção. — Me viro olhando para Magda que parece ter prazer de me ver daquele jeito

— Concordo com você querida, pode ligar para seu Irmão.

— Concorda com o que pai? — me levanto e pergunto já com medo da resposta.

O irmão da sua mãe, quer casar o Maurício, e precisa de uma noiva, ela acha uma boa ideia que seja você. — Olho de um para o outro sem acreditar nisso.

— Não! Eu não vou me casar com esse Maurício, eu nem sei quem ele é e a Magda não é minha mãe. — Nem termino de falar e ele segura em meu braço com força.

— Você só me deu desgosto menina! Se pensa que vai se casar com alguém daquela família está muito enganada. Prefiro ir para a cadeia por matar o maldito e você, do que deixar que meu sangue se mistura com aquela raça. — Ele me solta com tudo, e eu saio correndo para meu quarto.

Isso não pode ser verdade! Me casar com uma pessoa que eu não conheço, só porque meu pai e a mãe do Guilherme já brigaram, sendo que meu pai foi o culpado e errado em toda aquela situação.

“— O que vou fazer agora?”

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