* Valentina *.Novamente acordo com sua mão abraçada ao meu corpo, e sua barba roçando meu pescoço, sinto um arrepio que faz os meus cabelos se arrepiarem, e meu coração está tão quentinho em ter ele ali comigo.Ainda não acredito que cai naquela chantagem idiota, ele não ia aguentar ficar parado, eu sei que não aguentaria muito tempo, e mesmo assim eu cedi e agora não tem mais volta, pois eu disse sim.Não acredito que disse sim, e só de pensar nisso meu coração acelera tanto, eu estou namorando pela primeira vez e é com ele.Daniel é muito teimoso, e eu sabia que ele ia insistir até conseguir o que queria e, no fundo eu também queria, mas é verdade, eu tenho medo, e depois de tudo que aconteceu entre nós, acho que esse medo seja compreensível.Sofri tanto na minha adolescência por causa dele, por amar tanto ele e ele não me ver, e depois pelo o que aconteceu, por causa daquela aposta idiota que eu já entendi que ele não queria fazer, mas fez.E isso nos distanciou por muito tempo,
* Daniel *.Com a Val tem de ser veiaco, e pensando nisso eu armei todo o plano em algumas etapas.Armar a armadilha.Arrumar a isca.Fisgar a presa.Prender ela na armadilha.Bem simples né? Só que não, pois eu conhecia a minha jaguatirica e sabia que não seria tão fácil assim, e o Douglas quase que me atrapalha tudo, mas no final deu tudo certo e ver a cara dela na frente da família não tem preço, quero ver ela voltar atrás em aceita namorar comigo.Pois, acredito que sim, ela voltaria.Aquela mulher é traiçoeira só que eu sou mais.Armei a armadilha deixando ela sentir minha falta, e claro eu fui a isca, uma bela isca não acha?Fisguei minha jaguatirica naquele plano dela aceitar meu pedido e o grande final digamos assim, foi meu pai ligar pra dona Manuela falando do nosso namoro, e claro que eles iam vir, só não imaginava que ia vir tudo.Tem gente demais aqui, a família toda dela e não é pouco não, o gente pra fazer filho tem tanto muleque correndo que tenho até medo de pisar ou
* Valentina *.1 mês depois..Já faz um mês que estou namorando e isso é tão esquisito, na verdade, estranho demais.Daniel fica mais na sede do que na casa dele, dorme todas as noites comigo, agarrado igual um carrapato e logo de manhã me acorda com um belo bom dia.Aquele bom dia que você me intende bem.Tive de comprar outra cama, aquela não aguentou ainda me lembro do tombo que levei. Estava tudo indo bem, eu estava lá no céu vendo as estrelas mais lindas, quando do nada a cama caiu e ele caiu em cima de mim e rolando da cama para o chão.Agora compramos uma de madeira pura mesmo, aquelas de tora de árvore, quero vê ela quebrar.Ontem minha prima Patrícia me ligou, e fiquei muito feliz, finalmente ela estava vindo com Afonso, e eu não tava mais aguentando de ansiedade._ Que cara é essa Val? — Daniel me pergunta enquanto olhamos os bois no pasto, agora é assim, aonde eu vou ele vai atrás e se um peão olhar pra mim, tenho o capataz mais bravo de todo Goiás._ Tô ansiosa._ Ansio
Não sei o que é pior.Esperar o palito mudar de cor, ou ver a Patrícia e o Afonso me olhando.Acho que ver os dois me olhando é pior.Depois que a Patrícia mandou mensagem para o Afonso, não demorou nem uma hora ele já estava aqui, acho que saber se eu estou ou não grávida é mais importante que matar a saudade do namorado.Daniel saiu com o Davi, foi terminar de olhar o gado e só volta anoite, nem viu meu primo chegar e foi bom, tenho de conversar com ele e explicar que meu primo é gay, e ele não precisa ficar com raivinha dele._ Eai? — Afonso pergunta ansioso, até mais que eu._ Estou com medo de olhar. — digo com o teste na minha mão o fechando os dedos._ Então deixa que eu olho. — Patrícia tenta tirar o teste da minha mão, mas eu seguro._ Não eu vou olhar. — respiro fundo e abro a mão, todos nós vemos ao mesmo tempo e eu não acredito que ali estava às duas linhas._ Positivo. Não acredito positivo eu vou ser madrinha. — Patrícia diz pulando em cima de mim, eu disse se um dia eu
* Daniel *.Não sei nem explicar o que eu sinto agora, ainda não acredito que vou ser pai e que tem uma pequena sementinha minha e dela dentro da sua barriga.Olho em seu rosto, dormindo tranquila e de nada lembra aquela jaguatirica brava que eu tenho.Será que nosso filho ou filha, vai ser como ela?Se for eu tô bem lascado, aturar ela já é difícil quando tá nervosa, imagina mais um em miniatura.Eu tô louco pra contar pra minha mãe, que ela vai ser avó, meu pai então vai ficar super feliz, mas ela pediu pra guardar segredo ainda, porque os parentes dela vai vir logo.Tudo bem que eu já escondi uma semana, sim uma semana escondendo que vou ter um filho até dos meus irmãos.Pensa num segredo difícil, já que meu peito pula igual aqueles tamborins de carnaval toda vez que olho para a sua barriguinha que ainda não tem nem sinal de que tem um filho nosso ali.Esses dois últimos dias ela tem passado muito mal, tudo que come joga fora, passa a noite abraçada com o vaso sanitário, então ela
* Valentina *.Espero ansiosa a chegada da minha família, faz um mês que não os vejo.Ainda não caiu a ficha que estou grávida, acho que só vou ter total certeza quando o bebê nascer, ainda tenho medo de não ser uma boa mãe, mas isso só o tempo é capaz de me ensinar.Ainda nem acredito que o Daniel me pediu em casamento, foi lindo e fofo ao mesmo tempo, meu melhor amigo, meu ex amigo, meu primeiro amor, minha primeira desilusão, meu empregado e logo meu marido e pai do meu bebê, ele foi tudo na minha vida.São tantas incertezas em minha vida, que a única certeza que tenho é que eu amo aquela peste, amo de verdade, e estaria enganando a mim mesma se não aceitasse isso.Da varanda vejo todos chegar, abro um grande sorriso vendo minha mãe, meu Deus eu sou ser mãe também, é tão estranho pensar nisso.Abro os braços recebendo os abraços, enquanto as crianças correm para dentro de casa, principalmente os gêmeos do Bento, ainda bem que ele operou senão era capaz de ter outra dupla.Não sei
25 dias depois..Não é que eu seja apresado, nem nada disso, mas depois de todo o tempo que eu esperei achei melhor me casar logo, antes que aquela jaguatirica desistisse de mim.Acredito que não ia fazer isso, mas nada melhor do que precaver.A família dela ficou muito feliz e gostou da ideia de casar logo, os preparativos foram feitos e tanto eu quanto ela queríamos tudo simples.O padre era o mesmo que casou a dona Manuela, ele já tava com quase oitenta anos mas já conhecia bem a família, ele que casou todo mundo lá em Juara e no final ia me casar também, só que aqui em Rio verde.Os bancos todos de madeira envernizadas, e um tapete vermelho no chão.Eu de camisa preta, calça jeans bota e chapéu branco, nada de usar aqueles terno estranho que mais parece pinguim.Minha mãe e meu pai já estão no altar comigo e logo entra meu irmão com a Patrícia, prima da Val, eles tão de rolo que eu sei não sou besta não e sei que tem coisa estranha ali, e mais estranho foi ver ele sem camisa com
Escuto o toque do berrante e me levanto com tudo da minha cama, ele tinha chegado.Coloco minha roupa correndo e desço as escadas, pego meu chapéu marrom e quando vou passar pela porta da sala escuto minha mãe me chamar da cozinha.— Onde pensa que vai menina? Logo cedo e sem café. —Bufo irritada me virando.— Estou indo na tia Manu mãe.— Eu sabia, escutou o repique do berrante e já levantou feito doida. — Se eu pudesse mataria o meu irmão, eita bicho chato, mas como não posso tenho de suportar essa criatura.— Eu vou ver os bois, quero ajudar. — Me sento na cadeira enquanto minha mãe coloca um pedaço de bolo de milho em meu prato.— Então coma primeiro depois você vai. Sua irmã vem nos visitar essa semana, junto com a esposa.— Eu ainda não acredito que ela começou namorar e já foi embora.— É o amor maninha, nem beijo direito e já fez as malas para Nova York. — Olho bem para meu irmão falando em tom debochado.— Pronto já comi estou cheia, vou almoçar na tia Manu.— Falo