* Daniel *.Já que nois tava na fazenda dona Manuela resolveu falar sobre a colheita de soja lá na fazenda de Goiás aonde eu e meu pai toma conta._ Daniel... Daniel tá me ouvindo? — olho para dona Manuela que está me encarando._ Desculpa senhora, eu não ouvi._ O que deu em você hoje em rapaz, já é a terceira vez que se perde na conversa, que você é meio desligado eu já sei. Mas desse tanto nunca vi. — me viro para meu pai e nem sei o que falar._ Desculpa pai. Não é nada não.Abaixo a cabeça e tento me concentrar na conversa com a dona Manuela, mas as palavras da Carla fica na minha cabeça, não é possível que a Val me veja com malícia, tudo bem que na idade dela já começa a se descobrir as coisas, mas não a Val. Ela é uma menina pra mim ainda.Só que isso me deixou confuso, confuso demais, pois nem sei o que pensa agora já que se for isso mesmo que a Carla disse, tá explicado o motivo dela ter mudado tanto comigo.Mas também posso estar enganado, e eu prefiro que seja assim, não c
* Guilherme *.Escorado na árvore vejo as nuvens no céu mudando, dando sinal que logo vai cair uma chuva.Rose está atrasada, olho pela terceira vez o relógio em meu pulso "será que ela não vem".Já estava quase desistindo e indo embora quando um par de mãos tampa meus olhos, sua pele macia e cheirosa eu não confundiria nunca.Pego nas mãos e viro ficando de frente com o amor da minha vida, a coloco encostada na árvore que eu estava e beijo sua boca com vontade, mas assim que me afasto vejo seu rosto triste com os olhos vermelhos, sinal que estava chorando. Passo meu dedo devagar em sua bochecha fazendo um carinho._ O que aconteceu Rose? — ela segura minha mão em seu rosto e fica quieta, mas vejo as lágrimas descerem. _ O que aconteceu me diz?_ Meu pai... ele sabe sobre nós dois. — eu sabia que aquele velho ia descobrir logo._ Melhor assim, agora podemos ficar juntos._ Ele vai me casar com outro, só para ficar longe de você. — seguro em suas mãos e me afasto olhando em seus olhos
* Rose *.Pensei nas palavras do Guilherme a noite toda, ele disse em fugir, que ia pedir ajuda ao primo e isso me deixava com um pouco de medo, mas teria de jogar todas as minhas dúvidas pro alto e tomar coragem de fazer isso.Desço para o almoço em silêncio, a mesa parece um enterro, nenhuma palavra é pronunciada até meu pai colocar o garfo na mesa e me encarar._ Seu noivo está chegando, o casamento vai acontecer semana que vem. — olho para meu pai sem acreditar naquilo, como ele pode fazer isso assim, tão rápido, apenas para que eu não fique com o Guilherme._ Papai por favor..._ Calada, o irmão da sua madrasta gostou muito da ideia de casar vocês dois, o filho dele não queria compromisso com nenhuma moça da cidade e ele já estava desistindo, até a Magda ligar para ele falando de unir os dois. — olhei para ela com raiva, essa mulher queria se ver livre de mim a todo custo._ Não me olhe assim Roseane, Maurício é até bonito, estou te fazendo um favor._ Não preciso de nenhum favo
* Valentina *.Na parte da tarde fui até a fazenda da tia Manuela ver a égua que estava prenha, a tia me disse se fosse fêmea ia me dar a pordinha e eu fiquei muito feliz.Por mais que eu gostasse da goiaba eu queria uma novinha, para amansar, já vi meu pai amansar muito cavalo e minha mãe disse que se apaixonou por ele, vendo ele fazer isso.Assim que entro no estábulo vejo a boneca deitada, ela estava em trabalho de parto e fiquei muito feliz, logo Emanuel apareceu e ficou do meu lado._ Também veio ver se ela ia parir Valentina? — ele pergunta encostando na cerca de madeira_ Sim. Tia Manuela disse que se fosse fêmea ia dar pra mim a porda. — ficamos mais alguns minutos ali até que ela consegue parir sozinha e isso é muito bom e para minha sorte é uma porda castanha com a cara branca._ Deu sorte Valentina, vai se chamar como já escolheu? — encaro a pequena com um sorriso, pensando qual nome podeira colocar, já tenho a goiaba e colocar nome de fruta de novo não ia ser legal._ Rai
* Guilherme. *.Vejo a alegria do meu primo e fico feliz por ele, lutou tanto por esse amor e agora está colhendo as coisas boas.Pena que não posso ter isso, não posso porque ela não quis e se apenas eu não fui suficiente para ela, fazer oque... não posso falar nada, amei tanto ela, amei por tanto tempo e no final não adiantou de nada, porque ela não teve coragem de enfrentar o pai para ficar comigo, simplesmente aceitou se casar com outro sem nem lutar pelo nosso amor.Saio de lá e vou para o estábulo, preciso ficar sozinho se não vou acabar chorando com tanta música romântica e melosa que o Daniel tá cantando, o que deu nele hoje, a maioria das vezes são mais animadas e algumas românticas sim, mas hoje ele tirou o dia para cantar aquelas que chega dói o coração.Entro no estábulo e olho a pordinha da minha irmã, Valentina é uma menina chata, e briguenta, mas quando precisa ela tá sempre ali, ela é aquele suporte que quando estamos em momentos ruins, nos ajuda a levantar._ Saiu da
* Daniel *.Eu não acreditei em meus olhos quando vi a cena que estava vendo lá no estábulo, a Val e a Carla brigando como duas galinhas maluca, estapeando uma, a outra, mas a Val tava ganhando e chega era engraçado, não vou negar achei bem engraçado vendo a Carla apanha.Não é sempre que temos essa animação lá em Goiás, a fazenda lá é calma, mas aqui não o negócio pega fogo quase todo dia, só não imaginei que a Val ia ser pior que a dona Manuela.Meu pai já me contou umas coisas e minha mãe também, foi dona Manuela que ensinou minha mãe atira, e meu pai diz que quando jovem a patroa era bem da estressada que o patrão passou miúdo na mão dela.Mas nunca pensei em ver a Val assim, toda descabelada, grudada em outra pessoa, em um ataque mortal de raiva.O que será que aconteceu para a Val ficar com tanta raiva da Carla assim?Bom eu não sei e vou ficar bem na minha para não sobrar pra mim, porque do jeito que a Val é, bem capaz de descontar em mim.A carrego no ombro até a sede, como s
Acordei de manhã bem cedo, assim que desci tia Manuela já me esperava sentada no sofá da sala._ Bença tia._ Deus te abençoe princesa, vamos eu estava te esperando para te levar para casa. Vou falar com sua mãe. — sorri para ela, mas ainda em dúvida com o peito dolorido.Assim que sai para a varanda vi a Ciça abraçando o Daniel, respirei fundo e tomei minha decisão, eu tinha mesmo de ir, ele me viu e afastou ela dos seus braços, caminhou devagar segurando a aba do chapéu, fingi não ver e entrei no carro da tia Manuela._ Não vai se despedir dele princesa? Eles vão embora daqui a pouco._ Não tia, por favor vamos logo.Ela pisa no acelerador e pelo retrovisor vejo ele parado me olhando, Daniel era aquele tipo de homem galinha que eu não queria na minha vida, e como ele mesmo disse, ele sempre me veria como criança. E eu já estava cansada de ser tratada assim.Assim que cheguei em casa minha mãe apareceu na porta com às duas mãos na cintura, e dei a benção a ela._ Filha tá mais calma
* Valentina *.A minha alegria de ver a Carla tendo um treco com o Zeca não coube em mim, eu poderia ter gravado aquela cena, ia rir por vários dias, claro que não quero que ela morra eu sou nova para perder meu réu primário, mas não estou de boa com ela e ainda não engoli nadinha, do que ela disse para minha mãe, aquela ali é falsa igual nota de três reais e aquela cena de coitada não me engana, ela é uma cobra pronta para dar o bote e precisa de uma lição, porque comigo esse papinho de pobre coitada não cola não.Ela vai dar em cima do meu irmão assim que eu virar as costas, conheço essa laia então vou dar um recado que ela nunca vai esquecer.Pego um balde com água fria, aquela do congelador da geladeira e passo na mesinha da sala, pego a tesoura da minha mãe, Haa o sorriso em meu rosto está igual do gato da Alice do país das maravilhas.Abro a porta do quarto e meu irmão já está trocado, com os braços cruzados olhando a dita cuja estalacada no chão._ Guilherme pega seu cinto pra