Assim que Theo terminou de falar, Chloe se levantou abruptamente e saiu da sala sem dar uma palavra sequer, o som dos saltos ecoando pelo corredor. Pietra, embora mais abatida, seguiu a irmã, também sem olhar para trás. A porta se fechou com um estalo, deixando Wendy e Theo sozinhos na sala.— Não acha que pegou pesado com elas? — Wendy perguntou, a hesitação clara em seu tom.Theo, ainda com o sangue fervendo de raiva, virou-se para encará-la.— Peguei pesado? — Ele repetiu, incrédulo, antes de soltar um suspiro exasperado. — Aquelas duas sempre fizeram de tudo para te sabotar, para tornar sua vida um inferno. E agora você está aqui, tentando defendê-las?Wendy desviou o olhar, lutando para encontrar as palavras certas. Ela sabia que as gêmeas eram difíceis, mas ainda eram suas irmãs, e, de alguma forma, ela sempre esperava que elas pudessem mudar.— Não é bem isso... — ela começou, a voz falhando levemente. — É só que... sei lá, Theo. Achei que trabalhando aqui, elas poderiam ter um
O silêncio de Theo foi rapidamente substituído pelo som ensurdecedor da multidão enquanto Ethan, ou melhor, Blackbom, adentrava a gaiola. Ele caminhava com uma confiança inabalável, o corpo esculpido e marcado por tatuagens se destacando sob as luzes vibrantes que piscavam em tons de vermelho e azul. Seu rosto estava sério, focado, nada diferente do que Theo estava acostumado a ver no cunhado. — Wendy... — Theo começou, mas sua voz estava fraca, quase sufocada pelo choque. — Ethan é... um lutador? Como... como eu não sabia disso? Wendy, ainda com um sorriso de canto nos lábios, deu de ombros como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. — Ethan sempre foi muito discreto sobre essa parte da vida dele. Ele gosta de manter as coisas separadas, especialmente quando se trata de negócios e família. — Ela olhou para Theo, vendo a confusão e a incredulidade em seus olhos. — Eu queria que você soubesse, mas também queria que fosse uma surpresa. E, vamos lá, é bem legal, não é? Theo ba
Theo e Heather se entreolharam, enquanto Wendy não tirou os olhos daquele homem irônico. — Wendy? — Ethan pergunta, aparecendo na porta. As pessoas que estavam na fila começaram a ficar agitadas ao ver Ethan tão de perto, o que deixou Clifton agoniado. — Vão entrar ou não? Heather foi a primeira a fazer, seguida de Theodore. Wendy entrou em câmera lenta, sem deixando de encarar o treinador em momento algum. — Você é um lutador! — Theo diz, olhando para o seu cunhado. — Quantos segredos você tem mais? Ethan soltou uma risada curta, tentando aliviar a tensão. — Segredos? Não, Theo, acho que já esgotei a cota por hoje. — Ele brincou, tentando trazer um pouco de leveza à situação. Ignorando o treinador, Wendy, sentindo o alívio no tom de Ethan, se aproximou dele e o beijou suavemente. Quando se afastou, ela olhou para o marido com um sorriso carinhoso. — Parabéns pela vitória, amor. — Ela disse, com orgulho evidente na voz. — Trouxe o Theo porque ele precisava estar em um ambi
Quando as persianas automáticas subiram, inundando o apartamento com a luz suave da manhã, Wendy despertou. Seus olhos ainda estavam pesados de sono, e o corpo doía de ter passado a noite no sofá. Esfregando os olhos com lentidão, ela se sentou, os pensamentos ainda confusos enquanto tentava se situar. Ela olhou em volta, esperando encontrar Ethan em algum canto, mas o apartamento estava estranhamente quieto. Wendy franziu a testa e se levantou, andando descalça pelo chão frio da sala. — Ethan? — chamou, a voz ainda rouca de sono. Nenhuma resposta. Ela se dirigiu até o quarto, abrindo a porta com cautela, mas a cama estava vazia e impecavelmente arrumada. O banheiro, igualmente silencioso. Wendy começou a sentir um leve desconforto crescer no peito. Voltando para a sala, pegou o celular na mesa de centro e discou o número de Ethan. O telefone sequer tocou e foi direto para a caixa postal. Wendy tentou de novo, e mais uma vez foi recebida pelo som automático da gravação. "Oi, é
— Eu não deixei nada acontecer! — Clifton respondeu, a tensão em sua voz ficando clara. — Ele saiu antes de mim, eu não sabia que... — Ele tentou manter o controle da situação, mas Wendy não estava pronta para escutar desculpas. — Você é o maldito treinador dele! Era sua responsabilidade garantir que ele estivesse bem! — Wendy gritou, as lágrimas escorrendo pelo rosto agora. — Eu não consigo... eu não consigo acreditar nisso! Clifton respirou fundo, seu tom mudando para algo mais calmo, mas ainda firme. — Wendy, eu não tive como impedir. Ethan saiu após as fotos e eu ainda fiquei resolvendo algumas coisas. Quando ouvi um barulho alto, eu e algumas coisas pessoas corremos para fora e foi aí que vimos Ethan no chão. — Ele fez uma pausa, olhando diretamente para ela. — Minha única preocupação desde então, foi saber como ele estava. E estava à espera de mais detalhes, para ligar e te informar do acontecido. — Esperando mais detalhes? — Wendy soltou uma risada incrédula, cheia de dor.
O caminho até a UTI parecia interminável, cada passo mais difícil que o anterior. A ideia de ver Ethan naquele estado a enchia de medo, mas ela sabia que precisava estar ao lado dele, mesmo que fosse apenas por alguns minutos. Quando finalmente entrou no quarto, seu coração quase parou ao vê-lo. Ethan estava deitado na cama, cercado por máquinas e tubos que monitoravam sua condição. Seu rosto estava pálido, coberto por pequenos cortes e hematomas. O peito tatuado dele, subia e descia com dificuldade, cada respiração parecendo um esforço doloroso. O som rítmico do monitor cardíaco preenchia o ambiente, criando um contraste perturbador com o silêncio que parecia envolver Wendy. Ela se aproximou lentamente, quase com medo de tocá-lo, como se o contato pudesse quebrá-lo de alguma forma. Finalmente, ela se sentou ao lado da cama, pegando a mão dele com suavidade. A pele dele estava fria, e o calor da mão dela parecia incapaz de aquecê-lo. — Ethan… — sua voz saiu em um sussurro quase ina
No segundo dia, Wendy mal havia dormido. O cansaço começava a cobrar seu preço, mas ela não se permitia descansar de verdade. Estava sentada em uma poltrona desconfortável, quando sentiu um leve movimento na mão de Ethan. Ela se endireitou imediatamente, o coração acelerado. Olhou para o rosto dele, e viu as pálpebras dele tremerem ligeiramente. — Ethan? — ela sussurrou, quase sem fôlego. Os dedos dele apertaram sua mão de leve, e os olhos de Ethan começaram a se abrir lentamente, como se o simples ato de acordar fosse uma batalha monumental. Wendy sentiu as lágrimas voltarem, mas dessa vez eram de alívio. — Ethan... você está me ouvindo? — ela perguntou, segurando a respiração. Ele abriu os olhos por completo, piscando com dificuldade, ainda desorientado, mas o olhar dele encontrou o dela, e um sorriso fraco e dolorido surgiu em seus lábios. — Wendy... — ele murmurou, a voz rouca e fraca. Ela se inclinou para perto dele, as lágrimas escorrendo novamente, mas dessa vez acompanh
Wendy ainda sentia a adrenalina correndo em suas veias enquanto voltava para o hospital. A prova estava feita, e agora, seu foco estava novamente em Ethan. Enquanto dirigia, o celular tocou, fazendo seu coração disparar mais uma vez. Ela pegou o telefone rapidamente, esperando não ser o hospital com más notícias. — Theo! — ela atendeu, exasperada, tentando conter a ansiedade. — Ele acordou! Do outro lado da linha, houve um suspiro audível de alívio. — Viu? — Theo disse, com um tom reconfortante. — Eu te falei que o Ethan sairia dessa. Ele é forte, Wendy. Não desista de acreditar nele. Ela sorriu, as lágrimas brotando nos olhos enquanto ouvia a voz de seu irmão. Ele sempre sabia como lhe trazer esperança nos momentos mais difíceis. — Eu nunca deixei de acreditar. — Wendy murmurou, sentindo a emoção transbordar. — Mas foi tão difícil, Theo... ver ele assim, sem poder fazer nada. — Eu sei. — Theo respondeu suavemente. — Mas você fez o que podia. Agora, ele está acordado. A sua prov