Sai do elevador me sentindo em choque; o que deu em Augusto para agir daquele jeito? Eu não queria ficar pensando naquilo, pois sabia que no fim do dia eu teria que o dar uma resposta. Eu então, entrei dentro da sala e ignorei os olhares sobre mim, para poder fazer o meu trabalho. Os comentários e sussurros que eu escutava eram completamente desagradáveis. Isso porque só me viram chegando com ele. Imagina se soubessem o que realmente estava rolando? —Argh que droga! - Resmunguei enquanto eu avaliava as planilhas de gastos. Eu estava tão irritada que não via a hora de chegar o horário do almoço para sair dali. Eu estava tão entretida nos números a minha frente que nem percebi quando uma garota me chamou. —Luiza! - Disse ela me cutucando. Eu então me virei para a olhar e me levantei da cadeira, sentindo algo quente ser entornado em mim. Era café e pela temperatura havia acabado de ser passado. —Ai, droga! - Falei indo para trás, empurrando minha camisa para não encostar na pele.
Cheguei na casa da minha avó, encontrando Isabela arrumando suas coisas. —Isa, para onde está indo? - Perguntei confusa a vendo me olhar com os olhos marejados. —Eu sinto muito Lu. Você já estava cm a sua vida ganha, a vovó está sendo cuidada em um lugar melhor. Eu não tenho mais o que fazer aqui? —O quê? - Perguntei confusa a encarando. —Do que está falando? Por que está me abandonando assim? —Eu preciso salvar a minha pele. David está na cidade e eu não posso ficar esperando por você! - Disse ela terminando de fechar a mala. Assim que ela fez menção de sair, meu telefone tocou. —Alô? - Perguntei atendendo, ao ver que era o número do hospital. —Senhorita Stuart, nós sentimos muito! - Disse a mulher com um timbre de voz lamentoso e então, encarei Isabela e não consegui mais segurar o choro. Ela então, largou a mala e veio me abraçar, tentando me consolar. —Eu sinto muito Luiza! - Disse ela com um timbre de voz fraco. E eu a entendi. Eu sabia que ela não queria fazer aquilo,
South Yellow, Dias atuais... Faltava alguns dias para o natal e a cidade estava cheia de luzes espalhadas pelas ruas. O clima era agradável; era inverno e nesse período podíamos ver a neve cair pelo céu, nos trazendo boas lembranças. - Tais como agora! —Uau, que lindo mamãe! - Disse a pequena Ane, estendendo sua mão para o lado, enquanto andávamos juntas pelas calçadas. Eu a olhava e queria sorrir; a inocência resplandecia de sua feição, como se aquele fosse o melhor dia de sua vida. Entramos no shopping e então, eu me abaixei para arrumar o casaco no corpo da pequena. —Ane, escute bem o que a mamãe vai falar. Nada de ir muito longe para não se perder! - Falei vendo a pequena assentir com a cabeça, me mostrando um lindo sorriso. Ane era tudo o que eu tinha; meu interior gelava só de pensar em perdê-la. - Eu não gostava nem de imaginar. Sorri para ela e me levantei, estendendo a mão e então, começamos a caminhar. As lojas estavam cheias; talvez fosse a temporada, ou será que t
South Yellow, quatro anos atrás... “Paixão Eloquente” - Um tipo de paixão excessiva que não se esconde e/ou não tem a intenção de se esconder. Acho que é dessa forma que devo chamar o que estou sentindo. —Pare de olhar para eles Luiza, ou vão pensar que você é louca! - Cochichou Isabela, me cutucando. - Eu sorri, voltando a atenção para o meu livro. O professor de literatura estava falando sobre o tempo renascentista e enquanto ele explicava sobre o clássico de Shakespeare, meus olhos fitavam com intensidade os dois garotos pelo qual eu era apaixonada. Eles eram para mim, como dois deuses mitológicos. O corpo deles era motivo de cobiça em todo campus; ombros largos, braços fortes e abdômen chapado. As pernas e coxas bem torneadas, dava um leve vislumbre da marcação entre o cós da calça. Se fosse só o corpo tudo bem, mas eles eram ricos, gostosos e lindos de rosto também. Um maxilar marcante, uma silhueta perfeita, boca levemente carnuda e olhar intenso. Um era branco e o outr
Chegamos na enorme mansão onde eles moravam e então, hesitei um pouco antes de passar pela entrada. De repente, Augusto se virou para me olhar e arqueou uma sobrancelha, me estendendo a mão. —O que foi? Se arrependeu? - Disse ele levando um tapa de Rangel que o encarou sorrindo com humor. —Não a assuste! - Disse ele me estendendo a mão também. Respirei fundo trancando a respiração, enquanto os olhava mostrando meu nervosismo. Eles estavam bem na minha frente, me tratando como se eu fosse uma convidada de honra. - Ou talvez eu realmente fosse. Segurei as mãos deles e então, fui levada para um enorme corredor, os vendo parar em frente a uma enorme biblioteca. —Senhores Eisner! - Disse uma das empregadas passando por nós. —Senhora, vamos estudar um pouco. Por favor, não deixe que ninguém nos interrompa! - Pediu Rangel, sorrindo como se fosse o homem mais delicado do mundo. - Às vezes ele até conseguia ser! Passamos juntos pelas enormes portas de madeira e então, Augusto olhou pa
Fiquei o olhando sem reação e então. Augusto se virou para encarar o irmão. Ele então, sinalizou com o olhar fazendo com que Rangel estendesse a mão, fazendo menção para que ele continuasse. August então, voltou a me encarar e rapidamente tomou meus lábios para si, me beijando afoitamente. Ele não tinha limites; os lábios dele foram rapidamente dos meus lábios para o meu pescoço e logo em seguida, tive meu corpo levemente maneado para trás enquanto ele descia para a minha clavícula. Deixei que ele me comandasse, segurando meu corpo com firmeza. Pude sentir a ponta dos dedos dele me apertarem com vontade, onde provavelmente ficariam marcas para eu recordar. De repente, senti uma leve pressão e vi que Augusto estava fazendo aquilo propositalmente. Eu então o empurrei e me levantei. —Onde estava escrito que eu deveria parecer uma prostituta para os outros? - Perguntei o vendo sorrir. —E qual é o problema de te verem assim? Isso não seria sinônimo de que está bem servida? -
Baile Beneficente Eisner Holdings - Desci do carro com delicadeza, tentando não amassar o vestido que os rapazes haviam enviado para a minha casa. Eu estava usando um vestido de seda vermelho. Ele era colado e havia um decote na frente e atrás, fazendo como alça uma fina corrente de ouro. Nos pés um salto preto tamanho dezoito, com pedras nos detalhes. E no meu ombro, havia uma pequena bolsa pendurada com as mesmas pedras que a sandália. Minha maquiagem era minimalista, mas o vermelho dos meus lábios tinha que dar destaque, para mostrar a elegância do look. Eu me senti como se estivesse em um filme de Hollywood. - Mesmo sabendo que as pessoas que estavam ali não era diferente com as da televisão. —Senhorita! - Disse um homem uniformizado, estendendo a mão para que eu entrasse pelo tapete vermelho com ele. Eu então a segurei e o acompanhei. Eu já havia sido instruída do que eu deveria fazer; eles ensaiaram tudo, desde como eu deveria me portar ao jeito que eu deveria falar
Augusto estava acelerando o máximo que conseguia. Os olhos dele estavam na pista, mas a cabeça dele não estava presente. Ele olhava par ao nada mostrando-se enfurecido enquanto travava o maxilar. Quando vi que estava vindo um carro na direção contrária e ele estava saindo da pista, o gritei apertando a coxa dele. —Augusto! - Minha voz saiu desesperada. Naquele instante, engoli seco achando que o pior aconteceria, mas ele desviou o carro rapidamente, entrando em uma pista completamente escura. O carro freou bruscamente e então, Augusto respirou fundo, tocando a cabeça. Um silêncio tomou conta de nós naquele instante e então, Augusto o quebrou. —Você está bem? - Perguntou ele, se virando para me olhar em seguida. —Desculpa, eu quase perdi a cabeça. Quando ele disse aquilo, respirei fundo e soltei o cinto, tentando me recuperar do susto. Ele então, me olhou e vincou as sobrancelhas. —Não vai gritar, fugir ou me dar um tapa? —Por que eu deveria? Você está mais fora de si do que