South Yellow, Dias atuais... Faltava alguns dias para o natal e a cidade estava cheia de luzes espalhadas pelas ruas. O clima era agradável; era inverno e nesse período podíamos ver a neve cair pelo céu, nos trazendo boas lembranças. - Tais como agora! —Uau, que lindo mamãe! - Disse a pequena Ane, estendendo sua mão para o lado, enquanto andávamos juntas pelas calçadas. Eu a olhava e queria sorrir; a inocência resplandecia de sua feição, como se aquele fosse o melhor dia de sua vida. Entramos no shopping e então, eu me abaixei para arrumar o casaco no corpo da pequena. —Ane, escute bem o que a mamãe vai falar. Nada de ir muito longe para não se perder! - Falei vendo a pequena assentir com a cabeça, me mostrando um lindo sorriso. Ane era tudo o que eu tinha; meu interior gelava só de pensar em perdê-la. - Eu não gostava nem de imaginar. Sorri para ela e me levantei, estendendo a mão e então, começamos a caminhar. As lojas estavam cheias; talvez fosse a temporada, ou será que t
Depois daquele insano momento, pegamos um táxi para irmos para o novo apartamento que eu havia acabado de comprar. Ele ficava bem no centro da cidade, do jeitinho que eu sempre sonhei. Era um lugar pequeno. Dois quartos, sala, cozinha e banheiro. - Mas para mim era de tamanho ideal, ainda mais por eu estar recomeçando. —Chegamos! - Falei olhando para Ane e dando um sorriso, a vendo me olhar com os olhos curiosos. —Mamãe, vamos morar aqui? orar aqui? - Perguntou ela me deixando preocupada. —O que foi? Você não gostou? - Perguntei a vendo balançar a cabeça em negação e sorrir. —É bonito mamãe! - Disse ela me fazendo sorrir. —E que tal entrarmos? - Perguntei entrando com o pé direito, levando-a comigo. Demos risadas juntas e então, fomos conhecer o lugar. Aproveitei para ligar a banheira e pedi para que Ane tomasse banhe, esperando por mim. Enquanto isso, liguei para a transportadora de mudanças, perguntando sobre a nossa mudança ainda não ter chegado. —Tivemos um imprevisto..
“Há pelo menos quatro anos, desde que nos estabelecemos na cidade, estivemos com alguns contratempos, mas agora, vamos permanecer firmes para mantermos o nosso lugar no mercado”. - Disse Thomas, o fundador da Anders corporation. O discurso dele estava animado. Ele mantinha um sorriso nos lábios enquanto olhava para todos, tentando gravar a fisionomia de cada um. De repente, os olhos dele parou em mim e ele logo sorriu. —Luiza, por favor se apresente! - Disse ele estendendo a mão. Eu me levantei vagarosamente tentando ignorar o fato de estar sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha e então, passei os olhos brevemente sobre todos e sorri. —Olá, sou Luiza Stuart. Sou formada e graduada em Finanças e estou aqui para o cargo de Líder Financeiro. Cuidarei da parte de contabilidade, monitoramento de contratos e recursos. Qualquer dúvida estarei a disposição. Alguma pergunta? - Perguntei vendo alguém levantar a mão. Confesso que, naquele instante, me arrependi de perguntar, mas t
O cheiro de biscoitos recém-assados preenchia a sala enquanto eu ajeitava as luzes da árvore de Natal com Ane.Sentada no chão, eu observava minha pequena com um sorriso que escondia o turbilhão de pensamentos na minha cabeça. Ela estava tão animada, segurando as luzinhas piscantes com cuidado, como se fossem a coisa mais preciosa para ela.E então Ane soltou um suspiro e trouxe seus pequenos olhos brilhantes até os meus, deixando uma certa interrogação no ar. De repente a voz dela soou com suavidade.— Mamãe, eu quero colocar a estrela! — pediu ela, erguendo o enfeite brilhante como se fosse o maior troféu do mundo.Não consegui conter o riso e então, toquei a ponta do nariz dela a fazendo soltar um riso fofo.— Vamos esperar um pouquinho, meu amor. Ainda temos que terminar as luzes. - Falei a vendo assentir com um aceno de cabeça.Enquanto terminávamos, notei que ela ficou mais quieta de repente. Ane segurava um enfeite em forma de anjo e o olhava fixamente, como se estivesse perdid
Estava uma manhã fria, mas o céu limpo trazia um pouco de conforto.Acordamos cedo e fomos a um café no centro da cidade que tinha um playground no canto, onde Ane poderia brincar a vontade.Era o meu lugar de refúgio quando a mente estava a mil. Lá, eu podia observar minha pequena brincar enquanto tentava organizar meus pensamentos.Ane logo se empolgou com as crianças no parquinho, correndo com sua energia contagiante. Eu, por outro lado, estava inquieta.Meu estômago estava embrulhado, e minhas mãos tremiam levemente enquanto mexia no café que havia pedido. Ele viria? Será que eu estava mesmo certa em procurá-lo? - Soltei um suspiro profundo com tais pensamentos.Ouvi o sino na porta do café soar e então, meu coração disparou ao vê-lo.Ele estava ali. Sempre tão impecável, com seu terno elegante e óculos escuros. - Ele não havia mudado nada nesses quase cinco anos. Ainda era o mesmo homem charmoso de sempre.Enquanto eu o observava, nossos olhos se encoontraram e então, ele sorriu,
A proposta dele me pegou completamente desprevenida. Ficar juntos? A confusão na minha mente só aumentava. — O quê? Perguntei mostrando meu espanto.Rangel me olhou com uma expressão séria, mas havia algo de provocador naquele sorriso que sempre parecia estar à espreita. — Vamos lá, Luiza. Não finja surpresa. Você sabe que sempre teve algo entre nós, mesmo que você tenha escolhido Augusto naquela época. — Rangel, isso não é sobre nós. — Minha voz saiu firme, mas meu coração batia descompassado. — É sobre Ane. Ele cruzou os braços e se inclinou na cadeira, me observando com calma. — E exatamente por isso minha proposta faz sentido. - Ele deu de ombros, como se estivesse falando de algo óbvio. — Se eu fingir ser o pai dela, as pessoas vão começar a perguntar. Inclusive Ane. Você acha que vai conseguir sustentar isso sem algo mais sólido entre nós? Engoli em seco, desviando o olhar. Claro que ele tinha razão. Fingir que ele era o pai de Ane já era um plano insano. Fazer isso
Depois do café, precisei voltar para casa, pois, eu ainda tinha que ir trabalhar.Deixei Ane com Judith no apartamento antes de sair com Rangel.Ane protestou um pouco, como sempre fazia quando queria que eu ficasse mais tempo, mas Judith logo a distraiu com um quebra-cabeça, deixando-a entertida.Confesso que meu coração apertava cada vez que eu precisava deixá-la, mas, por ela, eu enfrentaria qualquer coisa.Assim que saimos do prédio, ameacei pedir um táxi, mas Rangel segurou minha mão e me olhou nos olhos mantendo-se bem perto—Vamos para o mesmo lugar. Você não está pensando que vou te deixar solta ppor aí, não é mesmo? - perguntou ele com humor, mantendo seus olhos em mim. —Vem, eu te levo!Entrei no carro ao lado de Rangel aceitando a carona, mas confesso que foi entediante, já que nos mantivemos calados até chegarmos no nosso destino.Ao chegarmos na empresa, o ambiente me causou uma sensação de frieza que parecia refletir a personalidade de quem o comandava.De repente, os fu
Rangel se sentou em uma das cadeiras com a naturalidade de quem não se importava com formalidades. Ele me observava enquanto eu tentava organizar os papéis na mesa, ainda tentando ignorar o tumulto que Augusto havia deixado em mim. —Sabe... - começou Rangel, rompendo o silêncio com seu tom leve e zombeteiro. —Faz tempo que eu não vejo o Augusto tão frio assim com alguém. Normalmente, ele só faz isso com quem realmente importa pra ele. Ergui os olhos para ele, franzindo a testa. —Você é ridículo, Rangel. Por favor, are de colocar coisas na minha cabeça! - Pedi voltando a organizar os papéis sobre a minha mesa, me sentando em seguida. De repente a voz dele continuou. —Ou talvez ele só esteja tentando entender por que você ainda o afeta tanto. - respondeu ele, inclinando-se na cadeira e me olhando com aquele sorriso cheio de segundas intenções. —Você está inventando coisas! Rangel não se intimidou. Ele se levantou devagar e antes que eu pudesse perceber, estava ao meu lado. Suas m