Três dias depois... — Majú, levanta dessa cama... Você precisa reagir! Marina tenta de todas as formas me levantar. Desde o enterro, eu tenho me isolado, acho que já perdi uns 6 kg, Kadu e Lorena estão morando aqui em casa por que não tenho condições de cuidar do Leon, dona Maria continua ajudando, mas não 24 horas. — Ela ainda não reagiu? Pergunta Fael ao lado de Marina. — Nada! Não come, na bebe água e para tomar banho é um custo.Ele respira e senta na minha cama, eu estou de olhos abertos e cobertos por lágrimas. — Ele não ia querer te vê assim Majú... Por ele, por Leon, faz uma forcinha. Eu repassei mais de mil vezes nossa última noite juntos e tirando forças de não sei aonde olho para Fael e pergunto: — Você nunca me contou onde achou ele e o que aconteceu... — Você nunca perguntou! — Agora eu quero saber... Me sento na cama e limpo meus olhos. — Tem certeza?
Kadu...A morte do meu irmão mexeu muito comigo, hoje com vinte e sete anos tenho a responsabilidade de educar meu filho e ajudar a educar meu sobrinho, não que Majú não tenha feito seu papel direito, é que o moleque faz várias perguntas sobre o seu pai e eu estou pronto a responder, já Majú chora sempre então o pequeno não gosta de vê a mãe chorar por isso vem até mim. — Tio, meu pai tem uma tatuagem com o meu nome no braço, sabia? — Sim... Sua mãe te contou? Pergunto saindo dos meus pensamentos. Leon e Bernardo estão brincando de bola no meio do grande gramado que tem no meu terreno. — Não! Eu vi! Ele diz me dando as costa e correndo atrás da bola que está nos pés de Bêh. Sorrio de seu comentário e balanço a cabeça negativamente. — Essas crianças!! Digo em voz alta. — O que tem de tão engraçado as crianças? Lorena chega por trás de mim com um bandeja com suco e sanduíche para as crianças.
Lyon... 10 dias! Foi tempo que fiquei no “pote”, a famosa solitária, em uma cela minúscula sem poder falar e ver ninguém, nem mesmo meu advogado, esse foi o presente que ganhei de aniversário depois de ter matado Camila com minhas próprias mãos e mais um crime na minha costa. Sou liberado para voltar a minha cela e assim que vejo orelha já vou logo perguntando. — Conseguiu falar com Fael? — Tenho falado com ele esse tempo todo, sabia que quando você fosse liberado do “pote” seria a primeira coisa que iria me perguntar. — Mais e aí, ela tá bem? E meu filho? Pergunto agoniado e fico mais ainda quando vejo orelha coçar a cabeça demostrando um nervoso. — Então... Depois do que você fez com a loira gostosa, o diretor ficou em cima de geral então só consegui uma brecha para ligar pro seu parceiro na madrugada. Não acharam ela em lugar nenhum, parece que ela evaporou. — Cara, não tem como ela ter evaporado, ela não tem ninguém. — Ela sumiu Lyon, não ligou para as amigas, não ligou pa
Majú... — Ai merda! Falo assim que sinto uma pontada na minha barriga e a água escorrer pela minhas pernas. — Droga, droga, droga! Esbravejo. Minha bolsa acaba de estourar e eu estou no meio de um supermercado, cheio de compras no carrinho e completamente sozinha. Onde eu estou? Bem, vou tentar resumir. Quando fugi de Lyon, na hora da raiva e do impulso fiz uma pesquisa rápida no meu notebook já que eu havia ido pro meu apartamento aquele dia. Nessa pesquisa descobri uma cidade pequena no interior de são Paulo chamada Adolfo, com aproximadamente 3.500 habitantes. Eu queria criar meu beber em uma cidade calma e tranquila. Assim que cheguei aqui, a princípio fui morar em uma pousada mais logo consegui alugar uma casa, ela é pequena, possui apenas um quarto, sala, cozinha e um banheiro mas como é só eu e meu bebê que vamos morar aqui ela está ótima por enquanto, mais pra frente alugo uma maior. Nesses quase três meses eu consegui montar o enxoval do meu baby, não é muita coisa, mai
Michele...Estava em meu horário de janta quando me chamam para fazer um parto, sigo o dr e assim que vou colocar o pé no quarto da paciente dou de cara com Majú, ela está tão entretida conversando com uma das enfermeiras que não me vê, dou dois passos pra trás e saio daquele quarto.- O que foi? O dr me pergunta me vendo pálida.- Não posso fazer esse parto... Não posso! Meu desespero é grande, lembro muito bem do Lyon dizendo que se me visse cruzar seu caminho me mataria.- Por que isso agora, Michele! O dr questiona.- Desculpa dr, o marido dela é perigoso. Digo já tremendo.- Parece que ela está sozinha, não tem marido. Pelo menos foi o que seu Sandro disse ao preencher a ficha dela.Fico um tempo processando o que o médico disse e indago.- Ela conhece Sandro da onde? - Não sei Michele, depois você pergunta as meninas, tudo sobre Sandro elas sabem. Depois que o dr saiu eu fui logo perguntando as meninas de plantão o que elas sabiam sobre Sandro e Majú, o que me contaram foi que
Lyon...— E aí, o que aconteceu com a mão? Pergunta olho de vidro. — Fratura. Respondo já me sentando na minha cama. — Você é doido! — Você ainda não viu nada! Digo já deitado em uma das beliches que tem ali e fico olhando pro nada pensativo. **São três da manhã, horário que eu uso o telefone, então sem demora pego ele que está escondido em um buraco falso no pé de uma das camas. — Como estão as coisas aí? Digo assim que Fael atende o telefone. — Tudo suave parceiro. — Novidades? Pergunto. — Então... Ele começa mais dá uma pausa antes de concluir. — Desenrola Fael! — Sabe quem me ligou? — Quem? — Michele a cirurgiã! — A vagabunda é destemida. Digo rindo. — Foi o que eu pensei na hora, até ela perguntar sobre você e Majú, fiquei cabreiro quando perguntei o por que do interesse e ela quis desligar. — E qual o interesse? Não tô entendendo nada. — Ela viu Majú! Nessa hora eu fico mudo... Meu coração tá acelerado demais para falar qualquer coisa. — Ainda está aí Lyon? —
Continua...— Michele? — Ainda estou aqui Lyon! — Que caralho mata rindo faz na sala de parto? Pergunto nervoso. — Quem é mata rindo? Ela pergunta confusa. — O cara que está ao lado dela acariciando a cabeça dela, porra! — Sandro? — Sandro? Esse é o nome do filho da puta? Ok... Preciso respirar! Digo, eu estou quase infartando. — O que Majú tem com esse cara? Pergunto tentando controlar minha respiração. — Pelo que sei, nada! Parece que se conheceram nesse dia no mercado quando a bolsa dela estourou... Ele trouxe ela para o hospital. — E que porra de intimidade é essa dele com ela de estar assistindo o parto do meu filho? — Eu não sei Lyon, de verdade! Só sei que foi ele que insistiu para uma enfermeira pedir autorização a ela, talvez por gratidão ela tenha deixado. — O que tú sabe sobre ele? — Sei que é um playboyzinho aqui da cidade, veio daí do rio de janeiro, o pai é prefeito aqui... É só o que comentam, não sei mais nada. — Eu não sei o que vou fazer, ele sabe quem é
Continua...O clima na prisão não estava nada bom, rumores de uma possível rebelião estavam cada vez mais forte, tudo porquê ultimamente as marmitas andam vindo azedas e muitos aqui dependem delas para se alimentar. Eu por exemplo sou uns dos poucos que tenho o privilégio de ter minha comida entregue pelo aplicativo de comida, isso por que pago caro para o diretor e alguns agentes para liberar a entrada dessa comida. Já tenho todos o livros em mãos e estou montando o mapa da construção da penitenciária, com a ajuda de Ramon descobri que essa penitenciária foi reformada e com isso boa parte das instalações do prédio antigo estão por trás dessas paredes, minha esperança é eu conseguir encontrar alguma falha na construção antiga e com isso eu consiga fugir daqui. — Já achou algum meio de sair daqui? Pergunta pezão sentando ao meu lado no pátio. Sem olhar pra ele e de cara fechada me limito a responder o básico. — Ainda não! Mais estou estudando as plantas. — Espero que não demore!