Continua...
— Michele?— Ainda estou aqui Lyon!— Que caralho mata rindo faz na sala de parto? Pergunto nervoso.— Quem é mata rindo? Ela pergunta confusa.— O cara que está ao lado dela acariciando a cabeça dela, porra!— Sandro?— Sandro? Esse é o nome do filho da puta? Ok... Preciso respirar! Digo, eu estou quase infartando. — O que Majú tem com esse cara? Pergunto tentando controlar minha respiração.— Pelo que sei, nada! Parece que se conheceram nesse dia no mercado quando a bolsa dela estourou... Ele trouxe ela para o hospital.— E que porra de intimidade é essa dele com ela de estar assistindo o parto do meu filho?— Eu não sei Lyon, de verdade! Só sei que foi ele que insistiu para uma enfermeira pedir autorização a ela, talvez por gratidão ela tenha deixado.— O que tú sabe sobre ele?— Sei que é um playboyzinho aqui da cidade, veio daí do rio de janeiro, o pai é prefeito aqui... É só o que comentam, não sei mais nada.— Eu não sei o que vou fazer, ele sabe quem é ela, mais tenho certeza que ela não sabe quem é ele... Fica de olho neles, qualquer novidade liga pro Fael!— Se ele é perigoso, minha vida não estará em risco se ele descobrir que estou tendo contato com você? Ela está apavorada.— Então não deixe que ele saiba!!! Desligo o telefone.Ligo na mesma hora para Fael...— Quero que ligue agora para Ramon, diga que quero saber tudo sobre mata rindo, até a 5° geração dele...— Qual foi do interesse nele agora?!— De alguma forma ele está sondando Majú, o vídeo do parto, ele estava lá ao lado dele!—Porra!! Como?— Longa história Fael! Só faz o que estou mandando e eles estão em um tal de Rodolfo, Atolfo, Adolfo... Algum coisa assim, lá em São Paulo.— Ok... Vou falar com ele e amanhã já teremos alguma coisa.Me despeço dele e finalizo a ligação. Agora mais do que nunca vou ter que agilizar minha fuga!**Hoje é dia de minha consulta com a Dra Hellen, um agente chega para me buscar.— Pode entrar Daniel. Ouço a voz dela do outro lado da porta. — E aí? Como foi a semana?— Não tão boa quanto está sendo agora! Digo a encarando e vendo que a mesma ficou vermelha.— A mão Daniel! Ela chama minha atenção, eu sei que ela estava interessada em saber como minha mão ficou durante a semana, mas eu não ia perder a oportunidade de vê-la constrangida.Estendo minha mão em sua direção e com ajuda de uma tesoura especial ela corta o gesso e me direciona até a sala de RX.— Está tudo ok, Daniel. A fratura está calcificando e acho que muito em breve você estará livre disso. Ela diz enquanto coloca outro gesso em minha mão.— Mesma recomendação de sempre?— Claro! Sem esforço com essa mão e até semana que vem.— Não vejo a hora! Respondo vendo mais uma vez ela ficar sem graça e confesso que estou amando vê-la assim. Quando me preparo para sair do consultório dela, ela pergunta.— Qual foi seu crime, Daniel?Paro de frente a porta e com a mão preparada para abri-la, me viro para ela a encarando.— Muitos!— Muitos, quais? Ela queria saber mais.— Tráfico, assalto, lavagem de dinheiro e assassinato!— Então você é um assassino perigoso? Não sei aonde essa conversa está nos levando, mais estou gostando do fato dela estar puxando assunto.— Depende!— Depende de que?— Não mato a toa, todos que já matei até hoje me deviam de algum forma.— O que a moça que você matou aqui no presídio te devia? Então ela andou fazendo o dever de casa? Leu meu relatório da prisão!Caminho calmamente até ela e a mesma dá dois passos para trás, com certeza ela estava com medo de mim.— Medo de mim dra? Pergunto já muito próximo dela.— Você não me respondeu, Daniel.— Por que a curiosidade?— Só curiosidade!— Digamos que ela atrapalhou um lance meu, armou pra mim e acabei perdendo algo muito valioso.Nesse momento ela está encostada em uma parede e eu estou com meu corpo muito próximo ao dela, posso sentir a respiração dela ofegante chocando-se no meu peito.— Perdeu algo material ou sentimental Daniel?— Por que o interesse. Pergunto mais uma vez.— Me responde!— Não antes de me dizer o motivo de tantas perguntas.— Então nossa conversa acabou aqui, pode se retirar. Ela diz saindo do meu encurralamento e voltando pra sua mesa.Fico um tempo parado na mesma posição encarado a janela que tinha ali, respiro fundo e sem olha-la saio da sala dela.Continua...O clima na prisão não estava nada bom, rumores de uma possível rebelião estavam cada vez mais forte, tudo porquê ultimamente as marmitas andam vindo azedas e muitos aqui dependem delas para se alimentar. Eu por exemplo sou uns dos poucos que tenho o privilégio de ter minha comida entregue pelo aplicativo de comida, isso por que pago caro para o diretor e alguns agentes para liberar a entrada dessa comida. Já tenho todos o livros em mãos e estou montando o mapa da construção da penitenciária, com a ajuda de Ramon descobri que essa penitenciária foi reformada e com isso boa parte das instalações do prédio antigo estão por trás dessas paredes, minha esperança é eu conseguir encontrar alguma falha na construção antiga e com isso eu consiga fugir daqui. — Já achou algum meio de sair daqui? Pergunta pezão sentando ao meu lado no pátio. Sem olhar pra ele e de cara fechada me limito a responder o básico. — Ainda não! Mais estou estudando as plantas. — Espero que não demore!
Depois daquele pequeno desentendimento com a Dra essa é a primeira vez que vamos nos ver, não posso deixar que ela crie ranço de mim, preciso da confiança dela por que no futuro ela será uma peça fundamental para minha fuga. Chego no consultório e ela está lá, sentada em sua cadeira, de cabeça baixa lendo alguns prontuários. — Dra Daniel Barreto está aqui. Avisa o agente depois de bater na porta chamando sua atenção. Seu olhar é direcionada diretamente ao meu, mais ele desvia o mesmo rapidamente. — Obrigado André! Ela o agradece. Me aproximo dela e como sempre estendo meu braço para ela retirar o gesso. — Hoje não será necessário, vamos fazer a radiografia por cima desse gesso mesmo. Hoje será rápido! Ela diz sem me olhar direito, sinto o clima tenso entre nós e preciso melhorar isso rápido. — Ainda está aborrecida comigo? Pergunto caminhando com ela até a sala de RX. — Não! Por que haveria de está? Ela para e enfim me olha. — Você está estranha, semana passada... Tento falar
Majú...Meu parto foi um tanto complicado, não o parto em si mais como sou sozinha e meu bebê resolveu querer nascer justamente na hora que eu estava no supermercado, eu fui levada para o hospital sem absolutamente nada! Minha bolsa ficou em casa e a bolsa do bebê também, estou completamente constrangida, não sei o que fazer. - Dona Maria Júlia... Me chama um das enfermeiras me tirando de meus pensamentos. - Oi. Respondo prestando atenção nela. - Mandaram te entregar essas coisas. Olho para a mão dela e vejo que tem tudo que uma mulher e uma criança no hospital precisa. Fraldas, roupas, calcinha, sutiã, camisola, sabonete, shampoo, essas coisas... Olho para ela com um olhar questionador sem entender nada e ela se limita a dizer: - Foi um administrador secreto! Me sinto mais constrangida ainda por que sei exatamente quem é esse admirador secreto. Não me levem a mal, mais eu nesse momento não quero me envolver com ninguém e não estou dizendo isso só pelo lado sentimental não, esto
Continuação...Não tem sido fácil ser mãe solteira, choro todos os dias achando que não vou conseguir. Meu seios estão feridos, Leon não dorme a noite toda e durante o dia resmunga com cólica, estou a 5 dias sem dormir e começo a acreditar que fugir de Lyon e cortar contato com as meninas e com Kadu não foi inteligente da minha parte. Nesse momento estou sentada na sala com Leon em meu colo mamando enquanto lágrimas escorrem pelo meu rosto de dor, meu cabelo está bagunçado e minha roupa está fedendo a leite por que não tenho tempo nem de tomar um banho, é só eu colocar Leon no berço ou no carrinho que ele começa a chorar. Cansada resolvo ligar para Kadu, preciso de ajuda, pego meu celular e quando me preparo para fazer a ligação ouço a campainha tocar. Me levanto ainda com Leon em meus seios mamando e dou uma olhada pelo olho mágico da porta e vejo que é Sandro, abro a porta e o mesmo me olha dos pés a cabeça. Sei que estou um caco e tenho certeza que esse olhar dele pra mim é de
Essa noite foi perfeita, a melhor em seis dias, Leon acordou duas vezes pra mamar e não precisei colocá-lo para arrotar, Sandro prontamente ficou com ele todas as vezes até ele dormir e eu pude descansar tranquilamente, acordei até mais bem disposta. — Bom dia! Ele me dá assim que chego na sala e já tem uma mesa perfeita de café da manhã pronta. — Meu Deus Sandro, você não dormiu? Pergunto por que, pra essa mesa está pronta as 7 da manhã ele com certeza acordou as 6 e com as vezes que ficou acordado com o Leon, ele não dormiu direito, isso tenho certeza. — Dormi pouco, confesso, mais quem estava a cinco dias sem dormir era você então tudo bem! Enquanto Estávamos tomando café da manhã ele me avisa que eu receberei a tal visita. — Uma equipe especializada em amamentação virá aqui já já, você tem 20 minutos para ficar pronta, eles vão te ensinar a forma correta que esse rapaz deve pegar no seus mamilos e parece que tem alguma coisa relacionado a laser. Fico curiosa com essa parte.
Kadu...— E aí Lorena? Pergunto da porta do banheiro. Ela está trancada nele já faz 10 minutos e não saí de lá por nada, Lorena andou passando mal e pra desencargo de consciência resolvemos fazer um teste de gravidez, ela não quis que eu entrasse no banheiro com ela e pelo tempo com certeza ela já tem o resultado na mão. — Vamos precisar comprar outro teste, se possível outra marca. Ela diz destrancado a porta e saindo enfim de dentro do banheiro. — Por que, o que deu? — Duas listras rosa! Ela responde. — E isso quer dizer... — Pelo que diz o manual, essa merda diz que estou grávida, mas com certeza está errado já que eu tenho um implante de 3 anos! Ela está brava e pega o telefone para ligar para a farmácia. Foram 11 testes que ela fez só que no oitavo ela já estava chorando igual uma criança. — Como vai ser Kadu? Ela está deitada na cama com a cabeça em meu colo enquanto eu faço carinho nela. — Você não se formou ainda, Você vive dos rolos do seu irmão e eu tenho um trabalho
Lyon...Hoje é dia de visita e cara esse é o melhor dia pra mim, vou poder vê meu irmão, já tem um tempo que não o vejo já que a próxima visita do meu advogado vai ser daqui a 6 meses, quando será minha primeira audiência mais creio que até lá eu já meti o pé daqui e Kadu costumava vir como seu assistente. Caminho em direção ao pátio e já logo vejo ele parado próximo a uma mesa, caminho em passos longos e o abraço é inevitável. — Que saudade irmão. Digo abraçando ele. — Estava contando os dias cara, tento tantas novidades pra te contar. Ele diz saindo do meu abraço e me olhando de cima a baixo. — Mais primeiro me diz como você está, tô sentindo você mais magro, soube que você machucou a mão. — Não foi nada, só um pequeno acidente e acabei fraturando a mão, mais já estou 100%. Digo minimizando o ocorrido. — Mais me diz, quais as novidades? — Você foi promovido a titio do ano! Ele diz com um sorriso enorme no rosto. — Caralho... E Lorena como reagiu? Ela é toda nojentinha digo rin
Continua...Por volta do meio dia, caminho em passos apressados até a lavanderia da penitenciária, depois de analisar bem o mapa, cheguei a conclusão que o melhor ponto para ter acesso ao telhado é por aqui. Na lavanderia tem um duto de ventilação desativado, algo que não foi retirado do prédio depois da obra que fizeram aqui de reforma. Pezão e os caras da minha cela estão na porta para impedir a entrada dos outros presos, lentamente me deslizando pelo duto consigo chegar no alto do prédio, a sirene de emergência toca e é nesse momento que olho meu relógio de pulso, a contagem começa a ser feita, meu olhar está atento as três Marias e não demora muito a ajuda policial começa a chegar. 10 minutos após as sirenes serem tocadas a primeira ajuda chega pela rua Maria de Lurdes, dois minutos depois chega a ajuda pela Maria Tereza, fico aguardando a ajuda chegar pela rua Maria Luísa e depois de 10 minutos chego a conclusão que é por lá que vamos fugir já que nenhuma ajuda chegou por aquel