Depois daquele pequeno desentendimento com a Dra essa é a primeira vez que vamos nos ver, não posso deixar que ela crie ranço de mim, preciso da confiança dela por que no futuro ela será uma peça fundamental para minha fuga. Chego no consultório e ela está lá, sentada em sua cadeira, de cabeça baixa lendo alguns prontuários. — Dra Daniel Barreto está aqui. Avisa o agente depois de bater na porta chamando sua atenção. Seu olhar é direcionada diretamente ao meu, mais ele desvia o mesmo rapidamente. — Obrigado André! Ela o agradece. Me aproximo dela e como sempre estendo meu braço para ela retirar o gesso. — Hoje não será necessário, vamos fazer a radiografia por cima desse gesso mesmo. Hoje será rápido! Ela diz sem me olhar direito, sinto o clima tenso entre nós e preciso melhorar isso rápido. — Ainda está aborrecida comigo? Pergunto caminhando com ela até a sala de RX. — Não! Por que haveria de está? Ela para e enfim me olha. — Você está estranha, semana passada... Tento falar
Majú...Meu parto foi um tanto complicado, não o parto em si mais como sou sozinha e meu bebê resolveu querer nascer justamente na hora que eu estava no supermercado, eu fui levada para o hospital sem absolutamente nada! Minha bolsa ficou em casa e a bolsa do bebê também, estou completamente constrangida, não sei o que fazer. - Dona Maria Júlia... Me chama um das enfermeiras me tirando de meus pensamentos. - Oi. Respondo prestando atenção nela. - Mandaram te entregar essas coisas. Olho para a mão dela e vejo que tem tudo que uma mulher e uma criança no hospital precisa. Fraldas, roupas, calcinha, sutiã, camisola, sabonete, shampoo, essas coisas... Olho para ela com um olhar questionador sem entender nada e ela se limita a dizer: - Foi um administrador secreto! Me sinto mais constrangida ainda por que sei exatamente quem é esse admirador secreto. Não me levem a mal, mais eu nesse momento não quero me envolver com ninguém e não estou dizendo isso só pelo lado sentimental não, esto
Continuação...Não tem sido fácil ser mãe solteira, choro todos os dias achando que não vou conseguir. Meu seios estão feridos, Leon não dorme a noite toda e durante o dia resmunga com cólica, estou a 5 dias sem dormir e começo a acreditar que fugir de Lyon e cortar contato com as meninas e com Kadu não foi inteligente da minha parte. Nesse momento estou sentada na sala com Leon em meu colo mamando enquanto lágrimas escorrem pelo meu rosto de dor, meu cabelo está bagunçado e minha roupa está fedendo a leite por que não tenho tempo nem de tomar um banho, é só eu colocar Leon no berço ou no carrinho que ele começa a chorar. Cansada resolvo ligar para Kadu, preciso de ajuda, pego meu celular e quando me preparo para fazer a ligação ouço a campainha tocar. Me levanto ainda com Leon em meus seios mamando e dou uma olhada pelo olho mágico da porta e vejo que é Sandro, abro a porta e o mesmo me olha dos pés a cabeça. Sei que estou um caco e tenho certeza que esse olhar dele pra mim é de
Essa noite foi perfeita, a melhor em seis dias, Leon acordou duas vezes pra mamar e não precisei colocá-lo para arrotar, Sandro prontamente ficou com ele todas as vezes até ele dormir e eu pude descansar tranquilamente, acordei até mais bem disposta. — Bom dia! Ele me dá assim que chego na sala e já tem uma mesa perfeita de café da manhã pronta. — Meu Deus Sandro, você não dormiu? Pergunto por que, pra essa mesa está pronta as 7 da manhã ele com certeza acordou as 6 e com as vezes que ficou acordado com o Leon, ele não dormiu direito, isso tenho certeza. — Dormi pouco, confesso, mais quem estava a cinco dias sem dormir era você então tudo bem! Enquanto Estávamos tomando café da manhã ele me avisa que eu receberei a tal visita. — Uma equipe especializada em amamentação virá aqui já já, você tem 20 minutos para ficar pronta, eles vão te ensinar a forma correta que esse rapaz deve pegar no seus mamilos e parece que tem alguma coisa relacionado a laser. Fico curiosa com essa parte.
Kadu...— E aí Lorena? Pergunto da porta do banheiro. Ela está trancada nele já faz 10 minutos e não saí de lá por nada, Lorena andou passando mal e pra desencargo de consciência resolvemos fazer um teste de gravidez, ela não quis que eu entrasse no banheiro com ela e pelo tempo com certeza ela já tem o resultado na mão. — Vamos precisar comprar outro teste, se possível outra marca. Ela diz destrancado a porta e saindo enfim de dentro do banheiro. — Por que, o que deu? — Duas listras rosa! Ela responde. — E isso quer dizer... — Pelo que diz o manual, essa merda diz que estou grávida, mas com certeza está errado já que eu tenho um implante de 3 anos! Ela está brava e pega o telefone para ligar para a farmácia. Foram 11 testes que ela fez só que no oitavo ela já estava chorando igual uma criança. — Como vai ser Kadu? Ela está deitada na cama com a cabeça em meu colo enquanto eu faço carinho nela. — Você não se formou ainda, Você vive dos rolos do seu irmão e eu tenho um trabalho
Lyon...Hoje é dia de visita e cara esse é o melhor dia pra mim, vou poder vê meu irmão, já tem um tempo que não o vejo já que a próxima visita do meu advogado vai ser daqui a 6 meses, quando será minha primeira audiência mais creio que até lá eu já meti o pé daqui e Kadu costumava vir como seu assistente. Caminho em direção ao pátio e já logo vejo ele parado próximo a uma mesa, caminho em passos longos e o abraço é inevitável. — Que saudade irmão. Digo abraçando ele. — Estava contando os dias cara, tento tantas novidades pra te contar. Ele diz saindo do meu abraço e me olhando de cima a baixo. — Mais primeiro me diz como você está, tô sentindo você mais magro, soube que você machucou a mão. — Não foi nada, só um pequeno acidente e acabei fraturando a mão, mais já estou 100%. Digo minimizando o ocorrido. — Mais me diz, quais as novidades? — Você foi promovido a titio do ano! Ele diz com um sorriso enorme no rosto. — Caralho... E Lorena como reagiu? Ela é toda nojentinha digo rin
Continua...Por volta do meio dia, caminho em passos apressados até a lavanderia da penitenciária, depois de analisar bem o mapa, cheguei a conclusão que o melhor ponto para ter acesso ao telhado é por aqui. Na lavanderia tem um duto de ventilação desativado, algo que não foi retirado do prédio depois da obra que fizeram aqui de reforma. Pezão e os caras da minha cela estão na porta para impedir a entrada dos outros presos, lentamente me deslizando pelo duto consigo chegar no alto do prédio, a sirene de emergência toca e é nesse momento que olho meu relógio de pulso, a contagem começa a ser feita, meu olhar está atento as três Marias e não demora muito a ajuda policial começa a chegar. 10 minutos após as sirenes serem tocadas a primeira ajuda chega pela rua Maria de Lurdes, dois minutos depois chega a ajuda pela Maria Tereza, fico aguardando a ajuda chegar pela rua Maria Luísa e depois de 10 minutos chego a conclusão que é por lá que vamos fugir já que nenhuma ajuda chegou por aquel
Majú...Os dias que Sandro ficou sem aparecer foram tranquilos, mais tudo por que ele deixou tudo organizado sem eu saber. A equipe que me ajudava com os seios feridos estavam aqui todos os dias e já na terceira seção de laser eu já podia ver o resultado, amamentar meu pequeno já não era tão doloroso. As compressas de água morna na barriguinha de Leon o ajudava a dormir praticamente a noite toda. Todos os dias por volta das 11:30 alguém tocava a campainha com comida pra mim, no começo fiquei assustada com tanta atenção e preocupação mais hoje não mais. São 6:50 da manhã e acordo com a campainha tocando, vou até a porta e dou de cara com o pessoal da padaria. — Pediram para entregar essas coisas aqui. Um dos rapazes fala. — Pode colocar ali na mesa. Digo rindo já sabendo quem foi que enviou tudo. — Ele pediu para entregar a senhora isso. O rapaz me entrega um bilhete. “Três dias longe de vocês e já estou morrendo de saudades, esteja arrumada as 19 horas, passarei aí para te bus