Lyon... Estávamos de volta ao meu morro, eu podia viajar o mundo inteiro, mas era aqui que eu me sentia a vontade, nasci e agora tenho certeza que vou morrer aqui também, que saudade! Nem cheguei em casa direito e já fui me retirando na espreita, saí sem Majú me vê, ou então ela ia ficar reclamando de ter que desfazer as malas sozinha. Fui direto pra boca e assim que entrei já vi Fael e FM de bobeira. - É só o gato sair que os ratos fazem a festa neh? Já entro chamando a atenção deles, lógico que era de brincadeira, eu estava sentindo falta deles. - E a lá!!! O gringo do complexo chegou. Disse FM zoando. - Do you speak English?(Você fala inglês) Rir Fael me zoando. - Some things...(algumas coisas) Respondo. - Tirou onda hein chefe! Zoa FM também. Em meio aos risos aperto as mãos deles e dou um abraço. - Pensei que ia morar nos states. Fael fala. - É ruim heim... Aqui é o meu lugar e já estava doido pra voltar. O papo estava descontraído até meu telefone tocar, e era Majú,
Batizado do Leon e Bêh...Tudo ficou lindo, as meninas souberam organizar tudo direitinho. A igreja estava toda decorada de flores brancas, Bêh e Leon estavam de branco dos pés a cabeça, calça comprida e blusa de botão, Majú estava linda vestindo um vestido rosa bebê lindo de tule, eu vestia uma calça social gelo e uma blusa de botão branca com as mangas levantada até a altura dos cotovelos, deixei por fora da calça e com três botões abertos. Depois do padre ter realizado o batismo, resolvemos comemorar na minha casa, só os mais próximos mesmo. Majú estava em pé com Leon no colo conversando com Lorena e eu estava abraçando ela por trás, a gente ria até que Thuane pede licença e se dirige pra dentro de casa, não demora muito FM vai atrás, nos entre olhamos e acho que geral pensou a mesma coisa, rimos de imediato. — Vai dá merda! Kadu diz ainda rindo. — Alguém precisa ser decidido nessa comunidade neh! Jogo piada para Fael. Ele e Marina ficam nesse chove e não molha, se gostam mai
O batizado foi perfeito, mas o pós batizado estava me matando. Pela tristeza nos olhos de Lyon, eu sabia que havia chegado o momento, eu sabia que ele não queria fazer aquilo, sabia também que ele não tinha escolha e eu estava com o coração apertado por que mesmo sabendo que ele faria algo que iria me magoar tanto, a sensação que eu tinha era que aquela seria a última vez que nos veríamos, eu não sei por que eu estava com aquela sensação, mais resolvi orar e pedir proteção para ele, provavelmente FM e Fael estariam com ele e aqueles garotos seriam capazes de dá a própria vida pela do chefe deles. Desde o que aconteceu com Leon que eu não aparecia no trabalho, lógico que informei a minha chefe que em algum momento eu apareceria lá para assinar a minha demissão, mais quase sete meses depois eu ainda não havia feito isso. Hoje para me distrair resolvi deixar Leon com dona Maria e ir até o hospital finalizar essa etapa da minha vida, estava me arrumando quando ouço na tv a repórter fala
Três dias depois... — Majú, levanta dessa cama... Você precisa reagir! Marina tenta de todas as formas me levantar. Desde o enterro, eu tenho me isolado, acho que já perdi uns 6 kg, Kadu e Lorena estão morando aqui em casa por que não tenho condições de cuidar do Leon, dona Maria continua ajudando, mas não 24 horas. — Ela ainda não reagiu? Pergunta Fael ao lado de Marina. — Nada! Não come, na bebe água e para tomar banho é um custo.Ele respira e senta na minha cama, eu estou de olhos abertos e cobertos por lágrimas. — Ele não ia querer te vê assim Majú... Por ele, por Leon, faz uma forcinha. Eu repassei mais de mil vezes nossa última noite juntos e tirando forças de não sei aonde olho para Fael e pergunto: — Você nunca me contou onde achou ele e o que aconteceu... — Você nunca perguntou! — Agora eu quero saber... Me sento na cama e limpo meus olhos. — Tem certeza?
Kadu...A morte do meu irmão mexeu muito comigo, hoje com vinte e sete anos tenho a responsabilidade de educar meu filho e ajudar a educar meu sobrinho, não que Majú não tenha feito seu papel direito, é que o moleque faz várias perguntas sobre o seu pai e eu estou pronto a responder, já Majú chora sempre então o pequeno não gosta de vê a mãe chorar por isso vem até mim. — Tio, meu pai tem uma tatuagem com o meu nome no braço, sabia? — Sim... Sua mãe te contou? Pergunto saindo dos meus pensamentos. Leon e Bernardo estão brincando de bola no meio do grande gramado que tem no meu terreno. — Não! Eu vi! Ele diz me dando as costa e correndo atrás da bola que está nos pés de Bêh. Sorrio de seu comentário e balanço a cabeça negativamente. — Essas crianças!! Digo em voz alta. — O que tem de tão engraçado as crianças? Lorena chega por trás de mim com um bandeja com suco e sanduíche para as crianças.
Lyon... 10 dias! Foi tempo que fiquei no “pote”, a famosa solitária, em uma cela minúscula sem poder falar e ver ninguém, nem mesmo meu advogado, esse foi o presente que ganhei de aniversário depois de ter matado Camila com minhas próprias mãos e mais um crime na minha costa. Sou liberado para voltar a minha cela e assim que vejo orelha já vou logo perguntando. — Conseguiu falar com Fael? — Tenho falado com ele esse tempo todo, sabia que quando você fosse liberado do “pote” seria a primeira coisa que iria me perguntar. — Mais e aí, ela tá bem? E meu filho? Pergunto agoniado e fico mais ainda quando vejo orelha coçar a cabeça demostrando um nervoso. — Então... Depois do que você fez com a loira gostosa, o diretor ficou em cima de geral então só consegui uma brecha para ligar pro seu parceiro na madrugada. Não acharam ela em lugar nenhum, parece que ela evaporou. — Cara, não tem como ela ter evaporado, ela não tem ninguém. — Ela sumiu Lyon, não ligou para as amigas, não ligou pa
Majú... — Ai merda! Falo assim que sinto uma pontada na minha barriga e a água escorrer pela minhas pernas. — Droga, droga, droga! Esbravejo. Minha bolsa acaba de estourar e eu estou no meio de um supermercado, cheio de compras no carrinho e completamente sozinha. Onde eu estou? Bem, vou tentar resumir. Quando fugi de Lyon, na hora da raiva e do impulso fiz uma pesquisa rápida no meu notebook já que eu havia ido pro meu apartamento aquele dia. Nessa pesquisa descobri uma cidade pequena no interior de são Paulo chamada Adolfo, com aproximadamente 3.500 habitantes. Eu queria criar meu beber em uma cidade calma e tranquila. Assim que cheguei aqui, a princípio fui morar em uma pousada mais logo consegui alugar uma casa, ela é pequena, possui apenas um quarto, sala, cozinha e um banheiro mas como é só eu e meu bebê que vamos morar aqui ela está ótima por enquanto, mais pra frente alugo uma maior. Nesses quase três meses eu consegui montar o enxoval do meu baby, não é muita coisa, mai
Michele...Estava em meu horário de janta quando me chamam para fazer um parto, sigo o dr e assim que vou colocar o pé no quarto da paciente dou de cara com Majú, ela está tão entretida conversando com uma das enfermeiras que não me vê, dou dois passos pra trás e saio daquele quarto.- O que foi? O dr me pergunta me vendo pálida.- Não posso fazer esse parto... Não posso! Meu desespero é grande, lembro muito bem do Lyon dizendo que se me visse cruzar seu caminho me mataria.- Por que isso agora, Michele! O dr questiona.- Desculpa dr, o marido dela é perigoso. Digo já tremendo.- Parece que ela está sozinha, não tem marido. Pelo menos foi o que seu Sandro disse ao preencher a ficha dela.Fico um tempo processando o que o médico disse e indago.- Ela conhece Sandro da onde? - Não sei Michele, depois você pergunta as meninas, tudo sobre Sandro elas sabem. Depois que o dr saiu eu fui logo perguntando as meninas de plantão o que elas sabiam sobre Sandro e Majú, o que me contaram foi que