Assim que as palavras foram ditas, Gustavo sentiu como se um zumbido percorresse seus ouvidos, se estendendo por um tempo que pareceu infinito. De repente, ele não conseguia ouvir mais nada, e sua visão ficou turva, como se sombras persistissem diante de seus olhos.Enquanto isso, Poliana fechou os olhos, apoiando as mãos na porta, respirando pesadamente e sem controle. As emoções earm algo extenuante, e depois de gritar aquelas palavras, Poliana se sentiu tonta.A atmosfera despencou até o ponto de congelamento. No ar, só se ouvia a respiração ofegante de Poliana; até o som da água no banheiro havia cessado, embora ninguém soubesse exatamente quando.A avó de Gustavo, observando suas costas, mantinha os lábios ligeiramente entreabertos, como se as palavras de Poliana tivessem chocado sua mente e a deixado confusa.Se passou um longo tempo.A voz de Gustavo, levemente trêmula, quebrou o silêncio opressivo:— O que você quis dizer com aquilo?Poliana ficou paralisada, mordendo os lábios
Poliana soltou um gemido abafado e saiu rapidamente, correndo até sua avó, onde se jogou ao lado dela e começou a chorar desesperadamente.Bárbara também se aproximou, tentando justificar Poliana:— Vovó, não é que a Poli não queria falar, é que ela não queria que seus problemas afetassem o seu humor. Por favor, não a culpe.Com a voz embargada, a avó respondeu:— Como eu poderia culpá-la? Só sinto dor no meu coração ao ver minha neta assim, sozinha, sem apoio, sem estar feliz...A porta não estava completamente fechada por Gustavo; ela permanecia entreaberta.Nesse momento, Gustavo estava encostado na parede ao lado da porta, com a cabeça inclinada para trás, o rosto pálido e os lábios azulados. Sua garganta se movia repetidamente, e seu peito subia e descia de forma violenta.Suas mãos tremiam levemente enquanto segurava o celular, que não desbloqueou com o reconhecimento facial. Ele estava tentando digitar a senha, mas não conseguia acertar.Os soluços de Poliana ecoavam.Assim co
Gustavo retirou o braço do ombro de Edmar e começou a andar sozinho para a frente.— Desta vez, as coisas saíram do controle. A Fernanda, sem me dizer nada, mandou alguém machucar minha avó. O mais urgente agora é manter a calma e explicar tudo para a Poli. Esses remédios... Tomar uma vez, dá para aguentar.Edmar ficou em silêncio por um momento antes de responder:— Você quer dizer que, depois de explicar tudo, vai tentar viver bem com ela, certo?Gustavo caminhava com a cabeça baixa, sua silhueta parecia tão desolada quanto o último raio de sol no crepúsculo.Ele não respondeu diretamente, mas disse:— Muitos homens têm segundas intenções em relação a ela. Além de mim, quem mais a trataria com sinceridade?Seus passos pararam novamente. As mãos que estavam caídas ao lado do corpo se fecharam com força, e ele olhou para a frente com um olhar vazio. Seus lábios se moveram levemente, como se de repente sentisse a necessidade de desabafar.E de fato, ele começou a falar mais.— Antes, pe
Ele tinha acabado de ir ao hospital comprar remédios e ainda passou pelo refeitório para comprar algo para comer. O carro estava equipado com uma mesa retrátil, e Edmar se sentou no banco do motorista, abriu a mesa, colocou uma pequena chaleira para ferver e depois abriu as caixas de remédio, retirando uma ou duas pílulas de cada e colocando-as em um copo pequeno. Quando os remédios estavam prontos, a água também já havia fervido. Ele estendeu a mão e gentilmente levantou o casaco que Gustavo tinha sobre o rosto.— Tome o remédio.Gustavo, instintivamente, esfregou o rosto contra o casaco. Seus movimentos foram rápidos, mas Edmar ainda conseguiu perceber o brilho cristalino na ponte de seu nariz. Fingindo não ter visto, Edmar abriu a comida que havia comprado.— Ah, você não comeu nada direito o dia todo. Coma algo antes de tomar o remédio para forrar o estômago.Ao ouvir isso, Gustavo tirou o casaco e se sentou. Naquele momento, parecia ter superado completamente as emoções anteriore
O futuro que Bárbara imaginava era despreocupado e cheio de liberdade. Além disso, chorar, desabafar e ter alguém ao lado para ouvir, ajudava a sair rapidamente do turbilhão de emoções negativas, renovando a esperança no futuro.Nos dias de hoje, quase tudo poderia ser resolvido com um celular, tornando as coisas extremamente simples e convenientes. Em menos de cinco minutos, ela clicou no botão final de envio. Terminando, ela jogou o celular de lado, como se estivesse descartando um Gustavo sujo, ajeitou o cobertor e se preparou para dormir.— Acabou, hora de dormir.Bárbara também se deitou.— Isso mesmo, dormir!As duas mulheres tinham feito muitas coisas naquele dia e estavam exaustas. Assim que suas cabeças tocaram os travesseiros, suas mentes se esvaziaram e logo adormeceram.No meio da noite, começou a chover lá fora. O som suave da chuva encobria muitos dos ruídos da cidade agitada, mas no estacionamento da ala hospitalar, o som de vômito se sobrepunha ao barulho da chuva.A
Afinal, ser um artista não significava que você poderia ser diretor, mas fazer um diretor atuar era muito mais fácil. Hélder pensou em aceitá-la como aluna, ensinando a ela como dirigir filmes, para que ela também entendesse como atuar. Quando Poliana se cansasse de ser diretora e quisesse ser atriz, ela não precisaria de treinamento; bastaria ajeitar a maquiagem e o figurino, e ela estaria pronta para filmar.Por isso, Poliana não o chamava respeitosamente de "Sr. Hélder" como os outros, mas o chamava carinhosamente de "professor".Agora, Poliana falou com sinceridade:— Hmm, esses dias foram corridos, o que houve, professor?Embora estivesse exausta, ela sabia que o trabalho em suas mãos não era urgente. O filme em que estava envolvida ainda estava na fase inicial de produção, que demoraria bastante.— Só para te avisar, hoje à tarde, à uma hora, vá para o Resort N. Teremos uma reunião de três dias.Poliana despertou imediatamente.— Tão de repente?Hélder suspirou.— Recebi alguma
Poliana disse: — Será que ele quer ir a algum lugar e está querendo te levar? — Também pensei nisso. — Bárbara ainda mantinha as sobrancelhas franzidas. — Mas sinto que não é bem isso. — Deixa para lá. — Ela continuou se vestindo. — Vamos descer para ver.Dez minutos depois, as duas saíram do hospital, cada uma segurando um guarda-chuva. Assim que saíram pela porta principal, avistaram um carro chamativo estacionado no estacionamento do outro lado da rua. Bárbara comentou: — O carro do Breno está ali, vou até lá. Tenha cuidado no caminho.Havia muitos táxis esperando por clientes do lado de fora do hospital. Poliana acenou com a cabeça e entrou em um dos táxis aleatoriamente. Sentada no carro, disse ao motorista o destino e, em seguida, observou Bárbara através da janela. O tráfego ao redor era intenso, mas Bárbara conseguiu atravessar a rua correndo em segurança.Quando chegou perto do carro, o guarda-costas que estava sentado no banco do passageiro desceu, segurando um lon
— Se disserem que foi você quem divulgou isso, minha reputação lá fora será prejudicada. As pessoas vão pensar que eu escolhi uma mulher estúpida como amante.Bárbara congelou, sentindo seu corpo inteiro se encher de uma frieza cortante naquele momento.— E agora, alguém está falando de você?— Claro que não. Você deveria agradecer que essa questão não ganhou proporções maiores, e poucas pessoas sabem da nossa relação.Os olhos de Bárbara piscaram, enquanto as lágrimas ameaçavam brotar, fazendo seus dutos lacrimais arderem.— Então...Ela queria dizer, "Então, se não te causou nenhum prejuízo, por que você me bateu?"Mas a dor em seu rosto irradiava até os ouvidos, impedindo ela de pronunciar as palavras.Breno falou novamente:— Se a repreensão não faz você se lembrar, só um tapa pode.Ele continuava a olhá-la friamente, como se não houvesse sequer um resquício de emoção por ela.— Bárbara, se lembre, mesmo que você seja apenas um pássaro que eu criei, cada movimento que você fizer lá