Por fim, depois de correrem por seis hospitais, ainda chegaram ao mesmo diagnóstico. Ele olhou para o céu, já completamente negro, e, desesperado, aceitou o resultado que não queria nem imaginar.Os médicos e enfermeiros das seis primeiras unidades, provavelmente, haviam começado a suspeitar o que estava acontecendo entre os três. Por conta de um resto de dignidade, acabaram indo para o sétimo hospital.Lá, Adílson foi levado para o pronto-socorro devido aos ferimentos, enquanto Poliana foi rapidamente acomodada no hospital pela equipe de ginecologia e obstetrícia, onde, finalmente, recebeu a medicação que aliviou suas dores abdominais.Ele estava auxiliando Poliana com a internação quando o médico da ginecologia o chamou e o repreendeu duramente.— Como você se comporta como namorado? Sua namorada sofreu um aborto espontâneo pela manhã, e você só a trouxe para o hospital à noite? Se tiver perdido o tempo ideal para o tratamento, pode ter contraído uma infecção e talvez não consiga eng
[Centro de Saúde Materno-infantil nos subúrbios do sul de Bellafoz] [Relatório de aborto induzido, curetagem e raspagem] [Nome: Poliana Mendonça; Sexo: Feminino; Idade: 20 anos.] [Dias de amenorreia: 10+3 semanas; Gravidez 1, Parto 0, Aborto de alto risco (√)]Mesmo sendo o calmo Edmar, ao ver aquilo, suas mãos começaram a tremer.Essas informações batiam exatamente com o que Poliana e Adílson haviam contado anos atrás.Nesse momento, Gustavo, com um nó preso na garganta, franziu a testa, e seus olhos ficaram vazios enquanto lentamente se fixavam no papel à sua frente. Ao ler a parte sobre os dias de amenorreia, suas pupilas tremeram violentamente, então ele fechou os olhos. Uma das mãos, impotente e ao mesmo tempo cheia de força, apertou o braço de Edmar. Sua postura alta e imponente de repente se curvou para trás como se tivesse perdido a espinha, se apoiando na parede.Embora sua expressão não demonstrasse grandes flutuações emocionais, aquele semblante abatido, como se estive
Gustavo ainda estava completamente desmoronado, deitado no chão, como alguém que não sabousse nadar e estivesse se afogando em um mar sem fim à sua frente. Edmar, tentando se recompor, se agachou para tentar ajudá-lo.Mas Edmar não conseguiu levantá-lo. O corpo de Gustavo parecia absurdamente pesado, como se toda a dor e os sentimentos dele se tivessem transformado em um peso invisível, esmagando o seu coração dentro do peito.— Você precisa se controlar! A Poliana ainda está te esperando! — Edmar disse, tentando dar um impulso.Os olhos de Gustavo, cheios de lágrimas, estavam vermelhos como se tivessem sido perfurados por sangue, e seu olhar estava perdido, sem saber para onde ir. As veias e articulações das mãos estavam saltadas, como se ele estivesse agarrando o chão desesperadamente.Ele esperava, instintivamente, que alguém o salvasse, mas sabia, no fundo, que tudo aquilo tinha sido causado por ele mesmo. Quem poderia, então, salvá-lo?O movimento do seu peito se tornou cada vez
A testa de Gustavo se franziu involuntariamente. Ele olhou ao redor, e, no ambiente da sala de emergência, apenas Edmar estava presente.Foi então que Edmar falou:— Já está melhor?Gustavo viu os lábios de Edmar se moverem, mas a voz dele parecia abafada, como se estivesse falando debaixo da água. Ele levantou a mão e mexeu levemente as orelhas, tentando ajustar os sentidos.— O que você disse?— Hm? — Edmar hesitou, surpreso. Ele achava que tinha falado claramente, e sua voz não estava baixa. — Já está melhor?Agora, Gustavo conseguiu entender, mas o som da voz de Edmar parecia mais denso, mais pesado, quase insuportável aos seus ouvidos.Ao mesmo tempo, aquela voz irritante e aguda continuava sussurrando perto de seu ouvido. E então, outra voz, muito semelhante à sua própria, disse:— Você não merece.A voz parecia vir de seu lado esquerdo. Ele se virou bruscamente para a esquerda, e o que viu fez seu estômago se revirar. Os aparelhos médicos ao redor começaram a distorcer, e figura
Era noite, às dez horas, e Poliana Mendonça estava sentada em frente à penteadeira, aplicando óleo essencial em seu corpo para deixar a pele brilhante e radiante.Era evidente que ela estava se preparando para agradar um homem.Seu marido, que ela não via há dois anos, estava voltando para o país e sentia uma falta desesperadora dele.Depois de cobrir cada parte do corpo com o óleo suave e perfumado, ela vestiu um conjunto de lingerie branca, com detalhes de pelo, e uma cauda de gato para enfeitar sua cintura.Na verdade, no passado, ela não precisava se esforçar tanto assim. Gustavo Codelle costumava estar grudado nela o tempo todo, como seu amante mais íntimo. No entanto, tudo mudou depois daquele dia.Ela passou de sua amada mais próxima para a mulher que ele mais desprezava na vida.Mais tarde, os mais velhos arranjaram um casamento entre eles, mas Gustavo estava totalmente contra a ideia. No dia seguinte depois de tirarem a certidão de casamento, ele partiu para o exterior.Durant
— E daí? — Respondeu Gustavo.Poliana desmoronou de repente, grandes lágrimas caíram dos seus olhos.— Desde quando? Quem é ela?Ela estava em um estado lamentável e miserável, mas Gustavo não demonstrou piedade. Na verdade, ele parecia sentir certo prazer ao vê-la sofrer.— Você não suporta me ver com outra pessoa?“Sim, eu não suporto.”Amar alguém naturalmente despertava o sentimento de possessividade. Para Poliana, Gustavo era especialmente significativo. Ela não conseguia aceitar a ideia de perdê-lo.Neste momento, ela estava tão abalada que só conseguia soluçar, incapaz de falar. Era uma cena mais lamentável do que o choro, ela parecia prestes a desmoronar.Os olhos de Gustavo escureceram, ele vestiu suas roupas e saiu do quarto.Poliana não desistiu e o seguiu, questionando:— Por que você simplesmente não acredita que armaram para cima de mim?Gustavo parou de andar e se virou, perguntando de volta:— Então me diga, quem armou para cima de vocês?O corredor da mansão era amplo
— Ele está bebendo comigo. Agora bebeu demais e está dando a louca aqui, mas vou levá-lo de volta para você em breve, não se preocupe.Poliana ficou em silêncio por um momento e então disse:— Você pode me dar o endereço? Eu quero ir pessoalmente.Guilherme suspirou e olhou para a confusão dentro da sala. Depois de hesitar um pouco, disse:— Nolem, sala VIP A.Uns dez minutos depois, todos, exceto Gustavo e Guilherme, já haviam ido embora.Gustavo estava sentado no sofá, olhando fixamente para o lustre no teto, perdido em seus pensamentos.Guilherme estava sentado ao lado dele, dizendo:— Não nos envolva nas suas questões com a Poliana. Se tem algum problema, resolva em casa com ela e não surte aqui.Gustavo fechou os olhos e respondeu:— Não vou voltar.— Tudo bem. — Guilherme acendeu um cigarro. — Então me conte o que aconteceu entre vocês dois, eu posso te ajudar a resolver.Gustavo disse:— Você não pode resolver isso.— Ok. — Guilherme soltou a fumaça do cigarro. — Se você não vai
O olhar de Gustavo escureceu. Ele não respondeu, indo atrás de Guilherme.Fernanda suspirou com força, com os ombros tremendo, olhando para Poliana e Guilherme com um claro sentimento de ódio e inveja.No entanto, Gustavo não chegou a enfrentar Guilherme. Quando ele foi para lá, viu exatamente o momento em que o esplêndido Ferrari de Guilherme realizou uma derrapagem e entrou diretamente na estrada principal....Dentro do carro, Poliana estava encolhida contra a janela. O cinto de segurança havia sido colocado por Guilherme.Embora estivesse chorando, sua expressão estava rígida como uma escultura sem alma.A dor em seus ouvidos puxava os nervos de toda a sua cabeça, trazendo à tona muitas memórias que ela preferia não se lembrar...Um grupo de garotas com maquiagem pesada a cercava, com o rosto mais à frente e mais orgulhoso, era a que parecia mais inocente e inofensiva: Fernanda.Ela sorria maliciosamente, puxando o cabelo de Poliana e fazendo com que suas companheiras batessem alte