Capítulo 3
— Ele está bebendo comigo. Agora bebeu demais e está dando a louca aqui, mas vou levá-lo de volta para você em breve, não se preocupe.

Poliana ficou em silêncio por um momento e então disse:

— Você pode me dar o endereço? Eu quero ir pessoalmente.

Guilherme suspirou e olhou para a confusão dentro da sala. Depois de hesitar um pouco, disse:

— Nolem, sala VIP A.

Uns dez minutos depois, todos, exceto Gustavo e Guilherme, já haviam ido embora.

Gustavo estava sentado no sofá, olhando fixamente para o lustre no teto, perdido em seus pensamentos.

Guilherme estava sentado ao lado dele, dizendo:

— Não nos envolva nas suas questões com a Poliana. Se tem algum problema, resolva em casa com ela e não surte aqui.

Gustavo fechou os olhos e respondeu:

— Não vou voltar.

— Tudo bem. — Guilherme acendeu um cigarro. — Então me conte o que aconteceu entre vocês dois, eu posso te ajudar a resolver.

Gustavo disse:

— Você não pode resolver isso.

— Ok. — Guilherme soltou a fumaça do cigarro. — Se você não vai para casa, para onde você vai depois?

— A Fê vem me buscar.

Guilherme ficou atônito, exclamando:

— Você está louco? Sua esposa só me fez uma ligação e você deu um surto daqueles, agora no fim vai encontrar outra mulher? Eu conheço você há pouco tempo, não sei o que aconteceu entre você e a Poliana, mas já que você consegue passar dois anos sem vê-la, parece que não se importa de verdade com ela, mas ao mesmo tempo, não permite que a gente tenha o contato dela. O que você está pensando afinal?

Gustavo mostrou impaciência novamente:

— Não se meta nos assuntos do teu papai aqui.

Enquanto Guilherme soltava palavrões, a porta da sala privada fez um som de ranger.

Os dois olharam em direção à porta e uma voz doce e agradável soou:

— Gugu.

A mulher que entrou era elegante e graciosa, com uma aparência limpa e pura. Era a famosa atriz Fernanda Duarte, uma estrela de primeiro escalão adorada por todos.

Ao vê-la, a expressão de Gustavo finalmente se suavizou um pouco.

— Você chegou. — Disse ele.

Ao lado, Guilherme levantou uma sobrancelha, com uma expressão sutil.

Fernanda, elegantemente, evitando a bagunça no chão, sentou-se ao lado de Gustavo e imediatamente notou o ferimento no canto do olho dele. Com as sobrancelhas franzidas, ela perguntou:

— Como você se machucou?

Gustavo respondeu:

— Não é nada, foi por causa da bebida.

— Está doendo? — Enquanto falava, Fernanda segurou o braço de Gustavo.

Guilherme riu e disse:

— Ow, famosona, você sabe que ele é casado?

Fernanda hesitou por um momento e retirou a mão constrangida, dizendo:

— Eu e o Gugu somos apenas amigos.

— Oh, entendo.

Gustavo parecia descontente com Guilherme por causar constrangimento para Fernanda. Ele questionou:

— O que você está insinuando?

Guilherme passou a língua pela bochecha, riu e se levantou, dizendo:

— Nada, vocês jovens sabem brincar mesmo. O teu avô aqui ainda é muito conservador, não dá para aceitar muito bem, vou para casa dormir.

Guilherme chegou à porta, mas ela foi aberta do lado de fora.

No segundo seguinte, a expressão de deboche de Guilherme congelou.

Poliana estava parada na porta, um pouco tímida.

Embora ela estivesse constrangida, sua aparência era objetivamente impressionante.

Seus cabelos negros e longos caíam preguiçosamente em grandes cachos sobre os ombros, seu rosto era delicado e radiante, com um leve toque de maquiagem, seus lábios cor de cereja emanavam um brilho sutil.

Ela usava um longo vestido de alça de veludo vermelho vinho, que realçava sua pele branca como a neve.

Ela era linda como uma rosa vermelha na escuridão da noite.

Guilherme engoliu a saliva e esqueceu de cumprimentar.

A voz de Gustavo veio:

— Quem chegou?

Ouvindo isso, Guilherme deu uma tragada no cigarro e se afastou de Poliana, indo para um canto.

Assim que Poliana entrou na sala privativa, ele soltou uma nuvem de fumaça, como se tivesse voltado à realidade.

Quanto à Poliana... Ela congelou logo na entrada.

Depois que todos saíram, a luz mais brilhante foi acesa na sala e a imagem de Fernanda e Gustavo sentados com os braços entrelaçados era mais brilhante do que a própria luz aos olhos de Poliana.

Ela estava com a raiva entalada na garganta, os lábios tremiam, mas a língua não encontrava as palavras certas.

A amante de Gustavo!

Era nada menos que Fernanda, aquela bendita que costumava intimidá-la durante o tempo na universidade!

— O que você está fazendo aqui? — Gustavo franziu a testa. — Volte para casa!

Poliana estremeceu, finalmente deu um passo adiante e foi se aproximando cada vez mais rápido.

Quando chegou perto deles, num momento em que ninguém esperava, ela deu um tapa em Fernanda e agarrou seu cabelo, exclamando:

— Então é você!

Fernanda soltou um grito de dor:

— Ah! Gugu, socorro!

— Poliana!

Gustavo começou a falar, mas Poliana soltou Fernanda e levantou a mão em direção a Gustavo, querendo bater nele. Porém, a sua mão não desceu.

Sua mão tremia e ela desabou, gritando:

— Você sabia muito bem como ela me tratava naquela época! Você podia escolher qualquer uma, por que escolheu justamente ela?

Mal ela terminou de falar, Fernanda aproveitou a distração de Poliana e deu um tapa nela.

E foi mais forte do que o tapa de Poliana.

Poliana sentiu zumbidos nos ouvidos seguidos por sangue nos lábios.

Fernanda ofegou pesadamente, dizendo:

— Você não consegue segurar o coração de um homem, agora fica jogando a culpa nos outros?

Poliana levou a mão ao rosto e olhou para Fernanda, que estava falando com um ar de superioridade. Os olhos de Poliana ficaram vermelhos, ela gritou:

— Eu vou te matar!

Ela se preparou para atacar Fernanda, mas Gustavo a segurou pela nuca e a jogou do outro lado do sofá.

— Eu te disse para voltar, está surda? — Gritou Gustavo.

Poliana sentiu como se estivesse realmente surda, o zumbido era tão intenso que ela não ouviu o que Gustavo disse, metade de sua cabeça doía.

Nesse momento, Fernanda também cobriu as orelhas de repente e chorou em voz alta:

— Gugu, não consigo ouvir nada!

Gustavo ficou chocado, perguntando:

— Não consegue ouvir?

Fernanda olhou para ele com olhos suplicantes e suas lágrimas se intensificaram, ela choramingou:

— O que você disse? Não consigo ouvir...

Gustavo olhou para trás, lançou um olhar feroz para Poliana, levantou-se, abraçou Fernanda e os dois saíram.

— Vamos para o hospital! — Disse ele, enquanto ambos se afastaram.

...

Guilherme, que tinha acabado de apagar seu cigarro, viu Gustavo protegendo Fernanda, que estava chorando sem parar enquanto saia pela porta. Ele ficou perplexo e rapidamente entrou na sala privada.

Poliana estava de olhos fechados e segurava a cabeça, deitada de lado no sofá, seus ombros tremiam.

Metade do seu rosto, que era brilhante e encantador, estava pálido como papel, enquanto a outra metade tinha uma marca vermelha brilhante de uma bofetada, e o sangue em seus lábios era evidente.

Guilherme arregalou os olhos e correu até ela, chamando:

— Cunhada!

Poliana não reagiu, então Guilherme a tocou levemente, chamando de novo:

— Poliana!

Foi só então que Poliana abriu os olhos e sua voz quase sumiu:

— Eu... Minha orelha dói...

Com a marca da bofetada e a dor na orelha, Guilherme imediatamente entendeu o que estava acontecendo e ajudou Poliana a se levantar, dizendo:

— Vamos para o hospital!

Mas depois de dar dois passos com ele, Poliana de repente ficou com as pernas fracas e quase caiu.

Quando uma pessoa está sofrendo, perde a força.

Gustavo a traindo com Fernanda era mais doloroso do que matá-la.

Uma expressão de compaixão passou pelos olhos de Guilherme e ele a abraçou, apressando-se para sair.

...

Enquanto isso, Gustavo levou Fernanda até a entrada principal do Nolem e parou, dizendo:

— Espere aqui, vou pegar o carro.

Fernanda o segurou:

— Gugu, estou me sentindo melhor agora. Acho que não precisamos ir ao hospital. Vamos passear um pouco juntos, pode ser?

Gustavo franziu a testa e estava prestes a concordar quando algo atrás de Fernanda chamou sua atenção.

Guilherme segurava Poliana e caminhava rapidamente em direção ao estacionamento.

Vendo isso, um traço de choque passou pelos olhos de Gustavo.

— Se você não precisa ir ao hospital, volte para o hotel.

Dizendo isso, ele deu passos largos para alcançar Guilherme, mas Fernanda o segurou novamente, dizendo:

— Você vai procurar Poliana? Depois de tudo o que ela fez com você, ainda não consegue deixar ela para trás, é isso?
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