Capítulo 2
— E daí? — Respondeu Gustavo.

Poliana desmoronou de repente, grandes lágrimas caíram dos seus olhos.

— Desde quando? Quem é ela?

Ela estava em um estado lamentável e miserável, mas Gustavo não demonstrou piedade. Na verdade, ele parecia sentir certo prazer ao vê-la sofrer.

— Você não suporta me ver com outra pessoa?

“Sim, eu não suporto.”

Amar alguém naturalmente despertava o sentimento de possessividade. Para Poliana, Gustavo era especialmente significativo. Ela não conseguia aceitar a ideia de perdê-lo.

Neste momento, ela estava tão abalada que só conseguia soluçar, incapaz de falar. Era uma cena mais lamentável do que o choro, ela parecia prestes a desmoronar.

Os olhos de Gustavo escureceram, ele vestiu suas roupas e saiu do quarto.

Poliana não desistiu e o seguiu, questionando:

— Por que você simplesmente não acredita que armaram para cima de mim?

Gustavo parou de andar e se virou, perguntando de volta:

— Então me diga, quem armou para cima de vocês?

O corredor da mansão era amplo e longo, Poliana olhava para a sombra do homem alto e elegante vestido de branco, sem conseguir dizer uma palavra.

Eles já haviam analisado os eventos de quatro anos atrás várias vezes, mas sempre ficavam presos nesse ponto.

Isso mesmo.

Até hoje, ela não tinha encontrado o responsável pela armação.

Aquela trama era extremamente maligna.

Transformou o amor entre ela e Gustavo em ódio, causando uma dor insuportável entre eles. Fez com que a amizade íntima entre Gustavo e Adílson Vilas se tornasse um completo estranhamento. E ainda fez com que ela sofresse problemas psicológicos, abortasse em meio a uma dor intensa e quase perdesse a capacidade de conceber um filho no futuro...

Até agora, ela não conseguia identificar, nem especular, quem era o mandante por trás de tudo aquilo!

Há quatro anos, ela e Adílson procuraram incansavelmente, mas não encontraram nenhuma pista.

Gustavo foi embora.

Depois de ficar parada no corredor por um longo tempo, Poliana de repente levantou a mão e pressionou o peito, ansiosamente se dirigindo ao quarto no canto do corredor, enquanto chamava:

— Dona Cleusa...

Sua respiração se tornou ainda mais curta enquanto falava.

Quando chegou à porta, ela bateu na mesma e, de repente, tudo escureceu diante de seus olhos. Em seguida, ela caiu no chão desacordada.

A porta se abriu e a empregada, que saiu, viu Poliana no chão. Assustada, pegou-a nos braços e exclamou:

— Senhora!

O som de um carro partindo veio de baixo.

Poliana acordou depois que Dona Cleusa a beliscou no ponto de pressão.

Dona Cleusa tinha uma xícara de água e um comprimido branco em suas mãos. Ela disse:

— Senhora, talvez você devesse contar ao senhor sobre sua condição de saúde. Se ele tiver simpatia por você, talvez...

Poliana balançou a cabeça obstinadamente, dizendo:

— Eu e ele estamos juntos por amor, não quero ser objeto de pena. — Ela pegou o remédio e o engoliu, fechando os olhos em silêncio por um longo tempo. Então, ela disse a Dona Cleusa. — Ele tem outra pessoa, eu quero saber quem é. Você acha que seria apropriado eu perguntar aos amigos dele?

...

Nolem, um clube de entretenimento, o maior buraco negro de gastos da cidade de Bellafoz.

Dentro de uma sala privativa VIP, com danças e músicas, Gustavo chutou a porta com força e entrou, o que fez alguns homens lá dentro, que estavam se pegando intimamente com as mulheres em seus braços, ficarem quase impotentes de susto.

Mas ninguém ousou se enfurecer.

Gustavo era uma lenda peculiar em Bellafoz.

Na juventude, era um rei dos vagabundos, sem interesse nos estudos. Como membro da família Codelle, os mais ricos de Bellafoz, ele era um membro desprezado.

Mais tarde, seus pais não conseguiram mais aguentar e elaboraram um plano de estudos no exterior para ele. Sem hesitar, ele recusou, confiando apenas nos prêmios que ganhava em competições de jogos para ingressar em uma universidade de terceira categoria em Bellafoz.

Assim, uma pessoa que se entregava à decadência, de repente, mudou aos vinte anos.

Ele se tornou muito esforçado, começou a frequentar aulas e passar o tempo na biblioteca. Todos os dias, por volta das seis da manhã, ele saía do dormitório com uma aparência elegante e ia de bicicleta para a Universidade de Artes de Bellafoz para assistir às aulas.

Diziam também que ele se apaixonou por uma garota que estudava na Universidade de Artes de Bellafoz.

Logo, ele decidiu abrir uma empresa. Obviamente, sua família não apoiou. Então, ele simplesmente ameaçou seu avô Delfim Codelle com uma faca no pescoço e exigiu trezentos milhões para abrir uma empresa de joias, registrando como "Glad.Joias".

Na época, a família Codelle considerou isso como desperdiçar trezentos milhões, mas, para surpresa de todos, a Glad.Joias se tornou muito bem-sucedida, gerando dez vezes mais lucro no segundo ano e abrindo o capital na cidade portuária no quarto ano.

Agora, o desprezado da família se tornou o futuro herdeiro dos negócios da família Codelle, com base em suas próprias habilidades, e sua Glad.Joias se tornou uma marca de joias famosa globalmente.

Assim que Gustavo se sentou no sofá, um grupo de mulheres bonitas rapidamente se aproximou e se sentou ao seu redor, dizendo de forma meiga:

— Presidente Codelle!

— Sumam!

As mulheres foram assustadas e se afastaram rapidamente. Dois homens também se aproximaram e disseram:

— Gusta, o que aconteceu? Por que ficou assim depois que voltou para casa?

Gustavo não disse nada, pegou um copo de bebida e começou a beber.

Os outros não falaram mais nada e pegaram suas bebidas para acompanhá-lo.

Um pouco depois, o celular de alguém na mesa começou a tocar.

— Gui, é o seu celular tocando!

Em seguida, um cara bonito de cabelos tingidos de branco, que estava sentado no sofá escuro, se levantou.

Guilherme Pires acordou sonolento, coçou o pescoço tatuado com a mão e pegou o celular para dar uma olhada, ficando mais desperto com o que viu.

— Gusta. — Ele olhou para Gustavo. — Por que a Poliana está me ligando?

A mão de Gustavo segurando a bebida parou e, ele olhou para Guilherme, perguntando de volta:

— Quem?

Segurando o celular, Guilherme se aproximou dele e respondeu:

— Sua esposa, cara!

A expressão de Gustavo ficou sombria, questionando:

— Desde quando você tem o número dela?

Guilherme respondeu casualmente:

— No dia em que vocês se casaram, enquanto cantávamos juntos no karaokê, ela deixou um contato.

Antes que alguém pudesse reagir, Gustavo se levantou e agarrou Guilherme pela gola da camisa, dizendo em voz alta:

— Quem diabos te autorizou a pegar isso?

Guilherme franziu a testa, sem entender por que ele estava tão irritado de repente.

Ele tirou a mão de Gustavo, dizendo:

— Estamos sempre brincando juntos, trocar contatos é algo normal!

Gustavo ficou furioso diretamente, berrando:

— Normal o cacete!

Dito isso, Gustavo aproveitou que Guilherme estava desprevenido e acertou um soco nele.

Guilherme não teve tempo de reagir e foi jogado na mesa de mármore, derrubando a bebida e os copos no chão.

O clima ficou tenso instantaneamente. Gustavo estava com os olhos vermelhos, como uma fera enfurecida, e gritava:

— Apague o número dela agora!

Guilherme também não era fraco, ele era o herdeiro da família Pires, uma antiga linhagem rica e famosa em Bellafoz, um playboy conhecido por suas travessuras. Ele também não poupou confusões para a família Pires. Devido a gostos semelhantes, ele e Gustavo eram amigos.

Guilherme limpou o sangue que escorreu dos lábios após ser atingido e revidou com um soco em Gustavo, xingando:

— Você bebeu demais, porra? Fala direito, não precisa bater nas pessoas!

Gustavo foi atingido na cabeça e fechou os olhos por um momento, então segurou Guilherme e o jogou no sofá, golpeando ele furiosamente, enquanto perguntava:

— Quantas vezes você entrou em contato com a Poliana nos últimos dois anos?

Guilherme se esquivava dos golpes violentos de Gustavo e também respondia:

— Por que eu entraria em contato com sua esposa? Tenho mais o que fazer! Se você está com problemas mentais, o teu papai aqui te leva ao hospital psiquiátrico!

Essas palavras pareceram tocar em algo, Gustavo subitamente parou de bater.

Ele ficou atordoado por alguns segundos, sentou-se ao lado e fechou os olhos para acalmar sua raiva interior.

Guilherme se levantou, com o rosto contorcido enquanto massageava o ombro, e cuspiu alguns xingamentos.

Gustavo não se importou mais com Guilherme e, depois de um momento de calma, abriu os olhos e olhou ao redor para os outros homens, questionando:

— Quem mais adicionou o contato dela?

Imediatamente, vários homens baixaram a cabeça em busca de seus celulares.

Gustavo ficou surpreso.

Em seguida, um som aterrorizante de muitas garrafas de bebida quebrando ecoou no espaço, juntamente com palavrões furiosos de Gustavo e...

Os gritos das mulheres ao evitarem os estilhaços de vidro.

Gustavo parecia ter enlouquecido e começou a dar porrada em todos os amigos.

Guilherme saiu com o celular e ligou de volta para Poliana. Quando ela atendeu, ele falou educadamente:

— Cunhada, o que foi?

Poliana respondeu gentil e cortesmente:

— Guilherme, desculpe te incomodar. Tive um desentendimento com Gustavo esta noite e ele me bloqueou, não consigo entrar em contato com ele. Eu queria perguntar se você sabe onde ele está.
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