Poliana disse: — Será que ele quer ir a algum lugar e está querendo te levar? — Também pensei nisso. — Bárbara ainda mantinha as sobrancelhas franzidas. — Mas sinto que não é bem isso. — Deixa para lá. — Ela continuou se vestindo. — Vamos descer para ver.Dez minutos depois, as duas saíram do hospital, cada uma segurando um guarda-chuva. Assim que saíram pela porta principal, avistaram um carro chamativo estacionado no estacionamento do outro lado da rua. Bárbara comentou: — O carro do Breno está ali, vou até lá. Tenha cuidado no caminho.Havia muitos táxis esperando por clientes do lado de fora do hospital. Poliana acenou com a cabeça e entrou em um dos táxis aleatoriamente. Sentada no carro, disse ao motorista o destino e, em seguida, observou Bárbara através da janela. O tráfego ao redor era intenso, mas Bárbara conseguiu atravessar a rua correndo em segurança.Quando chegou perto do carro, o guarda-costas que estava sentado no banco do passageiro desceu, segurando um lon
— Se disserem que foi você quem divulgou isso, minha reputação lá fora será prejudicada. As pessoas vão pensar que eu escolhi uma mulher estúpida como amante.Bárbara congelou, sentindo seu corpo inteiro se encher de uma frieza cortante naquele momento.— E agora, alguém está falando de você?— Claro que não. Você deveria agradecer que essa questão não ganhou proporções maiores, e poucas pessoas sabem da nossa relação.Os olhos de Bárbara piscaram, enquanto as lágrimas ameaçavam brotar, fazendo seus dutos lacrimais arderem.— Então...Ela queria dizer, "Então, se não te causou nenhum prejuízo, por que você me bateu?"Mas a dor em seu rosto irradiava até os ouvidos, impedindo ela de pronunciar as palavras.Breno falou novamente:— Se a repreensão não faz você se lembrar, só um tapa pode.Ele continuava a olhá-la friamente, como se não houvesse sequer um resquício de emoção por ela.— Bárbara, se lembre, mesmo que você seja apenas um pássaro que eu criei, cada movimento que você fizer lá
Embora já fosse de manhã, o corredor da ala de quartos privativos do hospital ainda estava relativamente tranquilo.Quando Guilherme e seu amigo chegaram ao andar onde sua avó estava internada, avistaram Bárbara de longe, sentada em um banco diagonal à porta do quarto, absorta em seu celular. Seu cabelo curto ainda estava pingando água.Ela estava tão concentrada no celular que não percebeu o som dos passos dos dois homens, que não eram exatamente silenciosos. Só se deu conta quando Guilherme parou em frente a ela, se inclinou e espiou a tela de seu telefone.Guilherme não era do tipo que ultrapassava os limites pessoais, mas ao ver Bárbara naquela situação, supôs que ela não estava conversando com ninguém, mas apenas navegando em algum aplicativo. E, de fato, ela estava olhando roupas em um aplicativo de compras.— O que aconteceu? — Guilherme perguntou. — Você está toda molhada. Por que não entrou para tomar um banho? Eu me lembro que este quarto tem chuveiro.Bárbara só então levant
Nesse instante, Bárbara estremeceu subitamente.Ela precisava se retratar do pensamento anterior de que esse homem era educado e refinado. Agora, o olhar dele trazia um inegável toque de malícia.— Olá... — Sob uma pressão indescritível, ela foi a primeira a falar, tentando cumprimentá-lo. E, ao encará-lo de tão perto, não pôde evitar a impressão de que ele se assemelhava de alguma forma a Breno.Em seguida, o homem estreitou os olhos, sua voz fria como gelo:— Olá, Bárbara.Bárbara ficou paralisada.— Você me conhece?Os lábios finos do homem se curvaram em um sorriso. Sua mão esquerda, que usava um terço budista, saiu do bolso da calça e se estendeu em direção a Bárbara.— Otávio Cardoso.Bárbara notou imediatamente a tatuagem na mão do homem.Seu rosto era incrivelmente belo, ele usava óculos que lhe conferiam um ar estudioso, e a combinação do terço budista e da tatuagem com inscrições em sânscrito deveriam transmitir uma sensação de pureza. No entanto, o que Bárbara sentia era uma
Dez minutos depois.Guilherme e Otávio saíram do quarto. Guilherme não apenas trouxe a bolsa de Bárbara, mas também uma toalha.— Obrigada. — Disse Bárbara, pegando os itens e indo ao banheiro público no corredor.Ela e Guilherme não eram muito próximos, e a razão pela qual se conheciam era devido a Poliana e Gustavo.Por isso, Bárbara ficou surpresa ao sair do banheiro já vestida e ver que tanto Guilherme quanto Otávio ainda estavam lá, esperando por ela.Guilherme agora segurava um frasco de spray anti-inflamatório e analgésico.Vendo a expressão de surpresa de Bárbara, ele estendeu o spray para ela.— Quem te bateu? Me conta.Bárbara forçou um sorriso.— É um assunto pessoal. Obrigada, Sr. Guilherme.Guilherme deu de ombros.— Tudo bem, não vou insistir. Para onde você quer ir? Eu te levo.Mas ao ouvir isso, Bárbara ficou sem palavras.Antes de conhecer Breno, ela morava de aluguel em Bellafoz, e depois que começaram a namorar, passou a morar com ele.Mesmo um pássaro criado em cati
Otávio continuava a observá-la, falando de forma lenta e deliberada:— O Breno costuma levantar a mão contra as mulheres quando acha que elas agiram de maneira inadequada. Se você não se sentir à vontade no meu carro, posso te levar até a empresa dele. Eu preciso passar lá para pegar umas coisas. Você vai, pede desculpas e, com uma postura mais humilde, tudo deve se resolver.As mãos de Bárbara ficaram rígidas, e ela respirou fundo antes de sorrir levemente para ele.— Sr. Otávio, posso lhe fazer uma pergunta?— Sr. Otávio? — Otávio arqueou novamente a sobrancelha, parecendo intrigado. — Pergunte.— Ajudar um amigo em um momento de dificuldade conta como um erro?— Não. — Um leve sorriso surgiu no rosto de Otávio. — Isso é uma virtude muito nobre.Bárbara assentiu com a cabeça.— Eu também acho. Por isso, depois que encontrar a Poli, vou terminar com o Breno.As palavras de Bárbara fizeram os olhos de Otávio tremular por um breve momento, e, em seguida, ele engoliu em seco, seu sorriso
— Sim. — Vânia respondeu com sinceridade. — O que aconteceu entre ele e a Poli, ele nunca nos contou, mas desta vez, quando procurou a Fernanda, parecia ter seus próprios planos, e não era por causa daquela mulher. Ontem à noite, mandei alguém para encontrar a Fernanda, e descobri que o filho que ela está esperando também não é do Gugu, é de outro homem. Aquela mulher, desesperada para se casar com o Gugu, afirmou que o filho era dele, mas acabou irritando o verdadeiro pai da criança. Ele a encontrou e a esfaqueou gravemente com uma faca de frutas... — Ao dizer isso, Vânia pegou o celular e mostrou à avó algumas fotos que acabava de receber. — Olha, essa mulher agora está toda ferida, perdeu o filho e já pagou pelo que fez.As fotos que Vânia mostrou não eram simples imagens de Fernanda gravemente ferida, mas sim fotos detalhadas dos machucados. Peito, abdômen, aquelas feridas sangrentas eram de causar repulsa.A avó franziu os lábios, se recusando a ver mais.Vânia guardou o celular e
Ao falar disso, Vânia, talvez por compaixão pelo filho, ou talvez por se sentir culpada, tinha lágrimas rodando nos olhos. — Meu filho realmente gosta da Poli. Não sabemos quais foram os conflitos entre eles, mas como mãe, como mais velha, o que posso fazer é que, enquanto ele não vier até mim e o Sérgio, seriamente pedir o divórcio, eu vou assumir que ele valoriza esse casamento. E, se for assim, eu certamente farei de tudo para proteger essa união. Talvez, você pense que a Poli não é a esposa perfeita e ideal para o nosso Gugu, mas para o meu filho, ela é única, e isso é algo que ninguém, além do Gugu, pode mudar. O encanto de um bom amor é que o amor da outra pessoa aprofunda e amplifica aquela pequena luz que temos dentro de nós, até que ela se torne deslumbrante. Ela pode ser comum para o mundo, mas para ele, ela é única, é adorável, é brilhante. Eu não ligo para compatibilidades de família, o que importa é que meu filho a ama, e isso, para mim, é o mais importante.A avó olhava