Poliana não sabia muito bem como responder. Pensou por um longo tempo e finalmente digitou: [Vou seguir o que você decidir.]Aquela resposta parecia adequada. Qualquer um poderia expor o escândalo, mas se Fernanda tomasse alguma atitude, ainda assim, seria Guilherme quem poderia enfrentá-la.Poliana não tinha nenhum poder, enquanto Fernanda tinha sua equipe, a família Duarte, e Gustavo. Se Fernanda quisesse arrastá-la para o fundo antes de se autodestruir, seria muito fácil, considerando o quanto ela estava sozinha.Por isso, em momentos como esse, era preciso ser um pouco egoísta para se proteger. Era melhor dever um favor ao Guilherme, que poderia ser pago aos poucos, do que enfrentar tudo sozinha de maneira impulsiva.No entanto, Poliana achou que sua resposta "Vou seguir o que você decidir" era muito formal, como se fosse a fala de uma subordinada para um superior. Mas Guilherme aparentemente entendeu errado e mandou de volta um emoji de rosto envergonhado.Poliana respondeu com um
Gustavo fechou os olhos por um instante.— Tudo bem, então vou ficar aqui com a senhora.— Não precisa, estou bem, pode ir. Volte amanhã. — A avó respondeu firmemente, mexendo na agulha do soro em sua mão enquanto continuava a assistir à televisão.Mesmo com a recusa de sua avó, Gustavo não saiu e fixou o olhar na tela da TV.Os dois ficaram em silêncio por um momento, até que o som da porta sendo aberta ecoou na sala de descanso.Após ter resolvido o que precisava com Guilherme, Poliana decidiu sair para ver como estavam as coisas.No entanto, ao cruzar o olhar com Gustavo de repente, seu rosto congelou de surpresa.Naquele instante, além da avalanche de emoções que a atingiu, um sentimento de choque se somou a tudo.Ela não esperava que Gustavo fosse aparecer.Enquanto hesitava, Gustavo rapidamente se levantou e caminhou em sua direção, seus olhos refletindo uma urgência, e sua voz, antes tão fria, agora revelava ansiedade e intimidade ao chamá-la:— Poli!Poliana voltou a si imediat
Assim que as palavras foram ditas, Gustavo sentiu como se um zumbido percorresse seus ouvidos, se estendendo por um tempo que pareceu infinito. De repente, ele não conseguia ouvir mais nada, e sua visão ficou turva, como se sombras persistissem diante de seus olhos.Enquanto isso, Poliana fechou os olhos, apoiando as mãos na porta, respirando pesadamente e sem controle. As emoções earm algo extenuante, e depois de gritar aquelas palavras, Poliana se sentiu tonta.A atmosfera despencou até o ponto de congelamento. No ar, só se ouvia a respiração ofegante de Poliana; até o som da água no banheiro havia cessado, embora ninguém soubesse exatamente quando.A avó de Gustavo, observando suas costas, mantinha os lábios ligeiramente entreabertos, como se as palavras de Poliana tivessem chocado sua mente e a deixado confusa.Se passou um longo tempo.A voz de Gustavo, levemente trêmula, quebrou o silêncio opressivo:— O que você quis dizer com aquilo?Poliana ficou paralisada, mordendo os lábios
Poliana soltou um gemido abafado e saiu rapidamente, correndo até sua avó, onde se jogou ao lado dela e começou a chorar desesperadamente.Bárbara também se aproximou, tentando justificar Poliana:— Vovó, não é que a Poli não queria falar, é que ela não queria que seus problemas afetassem o seu humor. Por favor, não a culpe.Com a voz embargada, a avó respondeu:— Como eu poderia culpá-la? Só sinto dor no meu coração ao ver minha neta assim, sozinha, sem apoio, sem estar feliz...A porta não estava completamente fechada por Gustavo; ela permanecia entreaberta.Nesse momento, Gustavo estava encostado na parede ao lado da porta, com a cabeça inclinada para trás, o rosto pálido e os lábios azulados. Sua garganta se movia repetidamente, e seu peito subia e descia de forma violenta.Suas mãos tremiam levemente enquanto segurava o celular, que não desbloqueou com o reconhecimento facial. Ele estava tentando digitar a senha, mas não conseguia acertar.Os soluços de Poliana ecoavam.Assim co
Gustavo retirou o braço do ombro de Edmar e começou a andar sozinho para a frente.— Desta vez, as coisas saíram do controle. A Fernanda, sem me dizer nada, mandou alguém machucar minha avó. O mais urgente agora é manter a calma e explicar tudo para a Poli. Esses remédios... Tomar uma vez, dá para aguentar.Edmar ficou em silêncio por um momento antes de responder:— Você quer dizer que, depois de explicar tudo, vai tentar viver bem com ela, certo?Gustavo caminhava com a cabeça baixa, sua silhueta parecia tão desolada quanto o último raio de sol no crepúsculo.Ele não respondeu diretamente, mas disse:— Muitos homens têm segundas intenções em relação a ela. Além de mim, quem mais a trataria com sinceridade?Seus passos pararam novamente. As mãos que estavam caídas ao lado do corpo se fecharam com força, e ele olhou para a frente com um olhar vazio. Seus lábios se moveram levemente, como se de repente sentisse a necessidade de desabafar.E de fato, ele começou a falar mais.— Antes, pe
Ele tinha acabado de ir ao hospital comprar remédios e ainda passou pelo refeitório para comprar algo para comer. O carro estava equipado com uma mesa retrátil, e Edmar se sentou no banco do motorista, abriu a mesa, colocou uma pequena chaleira para ferver e depois abriu as caixas de remédio, retirando uma ou duas pílulas de cada e colocando-as em um copo pequeno. Quando os remédios estavam prontos, a água também já havia fervido. Ele estendeu a mão e gentilmente levantou o casaco que Gustavo tinha sobre o rosto.— Tome o remédio.Gustavo, instintivamente, esfregou o rosto contra o casaco. Seus movimentos foram rápidos, mas Edmar ainda conseguiu perceber o brilho cristalino na ponte de seu nariz. Fingindo não ter visto, Edmar abriu a comida que havia comprado.— Ah, você não comeu nada direito o dia todo. Coma algo antes de tomar o remédio para forrar o estômago.Ao ouvir isso, Gustavo tirou o casaco e se sentou. Naquele momento, parecia ter superado completamente as emoções anteriore
O futuro que Bárbara imaginava era despreocupado e cheio de liberdade. Além disso, chorar, desabafar e ter alguém ao lado para ouvir, ajudava a sair rapidamente do turbilhão de emoções negativas, renovando a esperança no futuro.Nos dias de hoje, quase tudo poderia ser resolvido com um celular, tornando as coisas extremamente simples e convenientes. Em menos de cinco minutos, ela clicou no botão final de envio. Terminando, ela jogou o celular de lado, como se estivesse descartando um Gustavo sujo, ajeitou o cobertor e se preparou para dormir.— Acabou, hora de dormir.Bárbara também se deitou.— Isso mesmo, dormir!As duas mulheres tinham feito muitas coisas naquele dia e estavam exaustas. Assim que suas cabeças tocaram os travesseiros, suas mentes se esvaziaram e logo adormeceram.No meio da noite, começou a chover lá fora. O som suave da chuva encobria muitos dos ruídos da cidade agitada, mas no estacionamento da ala hospitalar, o som de vômito se sobrepunha ao barulho da chuva.A
Afinal, ser um artista não significava que você poderia ser diretor, mas fazer um diretor atuar era muito mais fácil. Hélder pensou em aceitá-la como aluna, ensinando a ela como dirigir filmes, para que ela também entendesse como atuar. Quando Poliana se cansasse de ser diretora e quisesse ser atriz, ela não precisaria de treinamento; bastaria ajeitar a maquiagem e o figurino, e ela estaria pronta para filmar.Por isso, Poliana não o chamava respeitosamente de "Sr. Hélder" como os outros, mas o chamava carinhosamente de "professor".Agora, Poliana falou com sinceridade:— Hmm, esses dias foram corridos, o que houve, professor?Embora estivesse exausta, ela sabia que o trabalho em suas mãos não era urgente. O filme em que estava envolvida ainda estava na fase inicial de produção, que demoraria bastante.— Só para te avisar, hoje à tarde, à uma hora, vá para o Resort N. Teremos uma reunião de três dias.Poliana despertou imediatamente.— Tão de repente?Hélder suspirou.— Recebi alguma