Pensando que Bárbara sempre foi confiável em suas ações, Poliana não disse mais nada e entrou no banheiro.Bárbara abriu um álbum em seu celular e procurou uma foto de dois anos atrás, quando Poliana e Gustavo haviam acabado de se casar. Era uma foto que Poliana havia enviado a ela, mostrando a certidão de casamento do casal.Ela salvou a foto e, em seguida, abriu um aplicativo de edição de imagens. Cobriu os traços faciais de Poliana, deixando apenas o formato do rosto visível, o suficiente para garantir que as pessoas não confundissem Poliana com Fernanda. Depois, Bárbara ocultou as partes que precisava, destacando a metade da foto que mostrava Gustavo, tornando ele o foco principal. Além disso, ela destacou a data em que o casal havia formalizado o casamento.Depois de terminar a edição, já era possível ouvir o som da água correndo no banheiro. Bárbara abriu o Twitter.O perfil em que ela estava logada naquele momento tinha o nome de usuário [Chuva durante a noite], com mais de três
— Não imaginei que você também gostasse dessas coisas. — Comentou uma enfermeira enquanto pegava o celular.Em questão de segundos, a enfermeira encontrou uma imagem que reunia diversas informações sobre Gustavo e Fernanda.A avó, após olhar, notou que a veia em sua mão, onde a agulha estava inserida, havia saltado, mas seu rosto ainda exibia um sorriso.— Até filho eles já têm...— Pois é! — Concordou a enfermeira. — Mas, para os ricos, isso deve ser bem normal, né? Não é comum muitos ricos andarem por aí se divertindo com mulheres?Outra enfermeira acrescentou:— Mas o Gustavo ainda é tão jovem, acho que ele tem só vinte e oito anos. Muitos filhos de gente rica nessa idade ainda nem se casaram. Se ele gosta tanto da Fernanda e já tem um filho com ela, por que será que quis se casar tão cedo? Fico curiosa para saber quem é a esposa dele.Depois dessa conversa, as enfermeiras encontraram a novela favorita da avó na TV e gentilmente perguntaram se ela precisava que ajustassem a altura d
Poliana não sabia muito bem como responder. Pensou por um longo tempo e finalmente digitou: [Vou seguir o que você decidir.]Aquela resposta parecia adequada. Qualquer um poderia expor o escândalo, mas se Fernanda tomasse alguma atitude, ainda assim, seria Guilherme quem poderia enfrentá-la.Poliana não tinha nenhum poder, enquanto Fernanda tinha sua equipe, a família Duarte, e Gustavo. Se Fernanda quisesse arrastá-la para o fundo antes de se autodestruir, seria muito fácil, considerando o quanto ela estava sozinha.Por isso, em momentos como esse, era preciso ser um pouco egoísta para se proteger. Era melhor dever um favor ao Guilherme, que poderia ser pago aos poucos, do que enfrentar tudo sozinha de maneira impulsiva.No entanto, Poliana achou que sua resposta "Vou seguir o que você decidir" era muito formal, como se fosse a fala de uma subordinada para um superior. Mas Guilherme aparentemente entendeu errado e mandou de volta um emoji de rosto envergonhado.Poliana respondeu com um
Gustavo fechou os olhos por um instante.— Tudo bem, então vou ficar aqui com a senhora.— Não precisa, estou bem, pode ir. Volte amanhã. — A avó respondeu firmemente, mexendo na agulha do soro em sua mão enquanto continuava a assistir à televisão.Mesmo com a recusa de sua avó, Gustavo não saiu e fixou o olhar na tela da TV.Os dois ficaram em silêncio por um momento, até que o som da porta sendo aberta ecoou na sala de descanso.Após ter resolvido o que precisava com Guilherme, Poliana decidiu sair para ver como estavam as coisas.No entanto, ao cruzar o olhar com Gustavo de repente, seu rosto congelou de surpresa.Naquele instante, além da avalanche de emoções que a atingiu, um sentimento de choque se somou a tudo.Ela não esperava que Gustavo fosse aparecer.Enquanto hesitava, Gustavo rapidamente se levantou e caminhou em sua direção, seus olhos refletindo uma urgência, e sua voz, antes tão fria, agora revelava ansiedade e intimidade ao chamá-la:— Poli!Poliana voltou a si imediat
Assim que as palavras foram ditas, Gustavo sentiu como se um zumbido percorresse seus ouvidos, se estendendo por um tempo que pareceu infinito. De repente, ele não conseguia ouvir mais nada, e sua visão ficou turva, como se sombras persistissem diante de seus olhos.Enquanto isso, Poliana fechou os olhos, apoiando as mãos na porta, respirando pesadamente e sem controle. As emoções earm algo extenuante, e depois de gritar aquelas palavras, Poliana se sentiu tonta.A atmosfera despencou até o ponto de congelamento. No ar, só se ouvia a respiração ofegante de Poliana; até o som da água no banheiro havia cessado, embora ninguém soubesse exatamente quando.A avó de Gustavo, observando suas costas, mantinha os lábios ligeiramente entreabertos, como se as palavras de Poliana tivessem chocado sua mente e a deixado confusa.Se passou um longo tempo.A voz de Gustavo, levemente trêmula, quebrou o silêncio opressivo:— O que você quis dizer com aquilo?Poliana ficou paralisada, mordendo os lábios
Poliana soltou um gemido abafado e saiu rapidamente, correndo até sua avó, onde se jogou ao lado dela e começou a chorar desesperadamente.Bárbara também se aproximou, tentando justificar Poliana:— Vovó, não é que a Poli não queria falar, é que ela não queria que seus problemas afetassem o seu humor. Por favor, não a culpe.Com a voz embargada, a avó respondeu:— Como eu poderia culpá-la? Só sinto dor no meu coração ao ver minha neta assim, sozinha, sem apoio, sem estar feliz...A porta não estava completamente fechada por Gustavo; ela permanecia entreaberta.Nesse momento, Gustavo estava encostado na parede ao lado da porta, com a cabeça inclinada para trás, o rosto pálido e os lábios azulados. Sua garganta se movia repetidamente, e seu peito subia e descia de forma violenta.Suas mãos tremiam levemente enquanto segurava o celular, que não desbloqueou com o reconhecimento facial. Ele estava tentando digitar a senha, mas não conseguia acertar.Os soluços de Poliana ecoavam.Assim co
Gustavo retirou o braço do ombro de Edmar e começou a andar sozinho para a frente.— Desta vez, as coisas saíram do controle. A Fernanda, sem me dizer nada, mandou alguém machucar minha avó. O mais urgente agora é manter a calma e explicar tudo para a Poli. Esses remédios... Tomar uma vez, dá para aguentar.Edmar ficou em silêncio por um momento antes de responder:— Você quer dizer que, depois de explicar tudo, vai tentar viver bem com ela, certo?Gustavo caminhava com a cabeça baixa, sua silhueta parecia tão desolada quanto o último raio de sol no crepúsculo.Ele não respondeu diretamente, mas disse:— Muitos homens têm segundas intenções em relação a ela. Além de mim, quem mais a trataria com sinceridade?Seus passos pararam novamente. As mãos que estavam caídas ao lado do corpo se fecharam com força, e ele olhou para a frente com um olhar vazio. Seus lábios se moveram levemente, como se de repente sentisse a necessidade de desabafar.E de fato, ele começou a falar mais.— Antes, pe
Ele tinha acabado de ir ao hospital comprar remédios e ainda passou pelo refeitório para comprar algo para comer. O carro estava equipado com uma mesa retrátil, e Edmar se sentou no banco do motorista, abriu a mesa, colocou uma pequena chaleira para ferver e depois abriu as caixas de remédio, retirando uma ou duas pílulas de cada e colocando-as em um copo pequeno. Quando os remédios estavam prontos, a água também já havia fervido. Ele estendeu a mão e gentilmente levantou o casaco que Gustavo tinha sobre o rosto.— Tome o remédio.Gustavo, instintivamente, esfregou o rosto contra o casaco. Seus movimentos foram rápidos, mas Edmar ainda conseguiu perceber o brilho cristalino na ponte de seu nariz. Fingindo não ter visto, Edmar abriu a comida que havia comprado.— Ah, você não comeu nada direito o dia todo. Coma algo antes de tomar o remédio para forrar o estômago.Ao ouvir isso, Gustavo tirou o casaco e se sentou. Naquele momento, parecia ter superado completamente as emoções anteriore