Capítulo 2

Peter,

Tudo estava fluindo perfeitamente bem, eu era um homem de negócios durante o dia e à noite nos encontros que o meu pai me forçava a ir, eu era o nerd.

Mas claro que depois dos jantares, eu ia me divertir como eu sou, afinal, eu não quero me casar, mas quero viver a minha vida com o prazer que as mulheres têm para me dar.

Chego no escritório como todos os dias, o que eu pensei que ia ser chato, até que está sendo bem legal. Como sou o diretor geral, tenho várias regalias, e ouvir as pessoas me chamando de senhor me dá um grande prazer. Assim que eu me sento na minha cadeira, meu pai entra e se senta.

– Preparado para o encontro de hoje? – ele pergunta todo animado colocando as mãos no bolso.

– Pai, vamos parar com essa coisa de encontro e casamento? Não está dando certo, as mulheres não me querem. Fora que estou vindo trabalhar todos os dias, isso mostra que eu sou responsável, não?

– Tudo bem, mas terá que ir nesse encontro de hoje, pois já está marcado. Se ela não te aceitar, eu desisto e deixo que você faça a sua escolha quando estiver preparado.

Essa foi a melhor notícia que eu poderia ter ouvido depois de tanto tempo. Sorrio para ele concordando com isso. Já botei mais de dez mulheres para correr, o que é só mais uma?

Quando a noite chega, já fico todo preparado para a minha última noite de nerd. Dessa vez eu caprichei com a camisa amarela, a gravata vermelha do nerd e uma calça verde neon. Cabelinho de lado e ainda passo a mão para ficar bem lambido. Coloco o óculos fundo de garrafa no bolso e sigo para o restaurante.

Solto um suspiro longo e espero por ela… espera, quem é ela?

Dessa vez o meu pai não me deu o dossiê sobre ela, como vou saber quem vai vir me encontrar? Independentemente de quem seja, já vou botar os óculos, pois é assim que ela vai se assustar.

Vejo apenas uma figura vermelho borrado se aproximando e puxando a cadeira para se sentar. Tento enxergar ela com os óculos, mas está tudo embaçado.

– Pode tirar os óculos, Peter, eu sei que você não usa isso. – Eu conheço bem essa voz. Retiro os óculos e olho para ela, não acreditando. – Quanto tempo, não?

– O que você está fazendo aqui? – Falo irritado, pois ela me conhece bonitão e pode atrapalhar os meus planos de permanecer solteiro.

– Seu pai ligou para o meu e fez a proposta. Confesso que fiquei surpresa e ia até negar. Mas depois da sacanagem que você me fez, achei que esse seria um belo castigo para você.

– Nós já transamos Viviane, eu não vou me casar com você. – Falo ficando mais irritado ainda.

– Que bom que não é você quem decide isso. Seu pai me deu a carta da escolha. Vamos pedir a comida? Estou morrendo de fome.

Passo os olhos nela, a danada continua tão linda como antes. Confesso que com ela eu tive a melhor foda da minha vida. Não sei se foi porque eu demorei para conquistá-la, ou porque ela era virgem. Mas foi tão bom, que se eu tivesse que escolher uma entre todas as mulheres, eu escolheria ela.

Porém, isso está no passado, e como eu disse, não vou me casar com ninguém. Pedimos os pratos e eu continuo a olhar para ela, eu preciso arrumar um jeito dela fugir de mim como as outras fugiram.

– Sabe que isso não vai dar certo. Por que quer se casar comigo depois que eu te larguei naquele hotel?

– Na verdade, eu não quero, mas preciso crescer na vida e você será a minha ponte para o sucesso. – Viu, como eu disse, são todas interesseiras. – Mas não se preocupe, Peter, esse casamento será apenas de negócios, não teremos nenhum tipo de relação, levando em conta que você nem sabe transar, ou aprendeu nos últimos meses?

– Como é que é? – Eu não estou ouvindo isso, enquanto eu pensava que ela foi a minha melhor foda, ela está falando que eu não sei transar?

– Desculpa, não deveria ter te contado isso, né? Apenas estava sendo sincera. Aquela foi a pior noite da minha vida. Mas essa comida, humm, está uma delícia.

Perdi até a fome com esse comentário dela. Não acredito que tenha sido tão ruim assim. Me encosto na cadeira vendo ela comer como se não tivesse acabado com o meu ego. Bufo, além de ter que esperar ela terminar, ainda não vou poder sair à noite com ninguém, já que o meu tempo está sendo consumido aqui com ela.

E para piorar, ela come como se fosse um passarinho, bem lentamente. Quando ela termina, olha para mim sorrindo, mas um sorriso com maldade nos lábios, não é um sorriso bom.

– Bom, adorei o nosso primeiro encontro, espero que possamos ter uma relação harmoniosa e com muita paz. Vou falar para o seu pai que aceito o casamento, vai ser tão divertido.

– Para de graça. Eu não vou me casar com você.

– Veremos se não. – Ela fala sorrindo e se levanta para ir embora. – Te espero amanhã na minha casa, para oficializarmos o noivado. Foi um desprazer te reencontrar, Peter.

Ela vira as costas e sai do salão, rebolando aquela bunda durinha que ela tem. Droga, estou ferrado com essa mulher. Vou conversar com o meu pai, esse casamento não pode acontecer. Levanto a minha mão chamando o garçom, pago a conta e sigo até a minha casa. Assim que eu chego, vou direto ao escritório do meu pai.

— Pai, eu... — Ele está sentado rindo em sua cadeia, e do outro lado o pai da Viviane junto com ela. — Quero falar com o senhor a sós.

— Claro, meu filho. Se vocês me derem licença, eu já volto. — Ela vira o rosto para mim e dá aquele sorriso diabólico, fazendo até eu querer fugir dela.

— Pai, eu não posso me casar com ela. Já tivemos um caso, e isso não vai dar certo.

— Ela me contou sobre isso, e ela disse que está apaixonada por você e que está muito feliz que vão se casar. Ela é tão fofa, filho, ela é perfeita para você.

— Ela é o quê? Fofa? — Só pode ser brincadeira, eu não posso me casar, ou essa mulher vai me matar depois do que eu fiz com ela. Droga!

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