Capítulo 5

Peter,

Estava já entediado, pensando em até ir embora e deixá-la aqui sozinha. Porém, as palavras do meu pai, de que me botaria na rua sem dinheiro nenhum, me faz ficar aqui esperando por ela.

Ela me chama para ajudá-la com o sutiã, já mudou rápido demais, já que me disse que era para deixá-la morrer, ao invés de ajudá-la. Mas quando eu entro no provador, meu pau dá um pulo violento nas calças. Uma calcinha vermelha com pingente. Um verdadeiro convite para ser arrancado com os dentes.

Pu-ta que pa-riu, ela está tão gostosa como antes, exceto a sua cintura, parece estar mais fina e eu já até calculo que pelo tamanho das minhas mãos, eu consigo até juntar os meus dedos ao redor dela.

Vou andando em sua direção, que continua de costas para mim, e assim que chego bem perto, ela me olha pelo espelho chamando a minha atenção.

– Pode abrir para mim. – Ela pega seus cabelos castanhos e coloca na frente, me dando acesso maior ao seu corpo.

Levo minhas mãos até o sutiã e abro o fecho. Sinto a sua pele macia, que faz a minha mente viajar. Fecho os meus olhos para sentir o seu perfume, que não é o mesmo que ela usava. Esse tem um chamativo a mais, o próprio aroma do prazer.

Ela se vira de frente para mim e coloca uma das mãos no meu peito, e meu corpo reage totalmente a ela. Meu pau pulsa cada vez mais implorando para sair do pano que tanto o aperta.

– Obrigada, Peter, pode me esperar lá fora que vou me trocar para irmos embora.

– O quê? – volto à realidade do momento quando ela aponta para fora. Solto um suspiro irritado e saio.

Ando de um lado para o outro passando a mão em meus cabelos, ela não pode fazer isso comigo assim, ela não pode me seduzir e me mandar sair como se eu não fosse nada. Será que ela não enxerga o quanto eu sou bonito, e poderia também aproveitar esse momento?

Ela sai do provador com a sacola na mão, agradece a vendedora, e sai da loja. E eu agora estou ferrado com o meu pau duro sem poder me aliviar. Essa mulher não era assim quando nos conhecemos, era mais boazinha.

– Vamos almoçar ali, já estou com fome. – Ela aponta para um restaurante que parece mais um botequinho.

– Não, vamos almoçar em um restaurante de verdade, não vou comer em um lugar desse. – Sou rico e posso comer onde eu quiser, e não vou arriscar a minha saúde só porque essa louca está querendo.

– Se acha importante demais para comer ali, Peter?

– Não me acho, eu sou. Zelo pela minha saúde, deve ter até rato ou algo pior andando no meio das comidas. – Até sinto um arrepio percorrendo pelo meu corpo.

– Acha que nos restaurantes chiques as comidas são feitas diferente? Acha mesmo que eles não usam as mãos sem luva para coçar o saco e depois mexer na comida?

Meu estômago embrulha com ela falando isso, mas pareceu tão normal, que até parece verdade. Balanço a minha cabeça, e eu que não vou comer nem aqui e nem em lugar nenhum, vou comer quando eu chegar em casa. Meu celular começa a tocar, e quando olho na tela, é a minha secretária gostosa me lembrando da reunião que terei em uma hora.

– Temos que ir embora, eu tenho que ir na empresa, tenho uma reunião importante.

– Mais importante que a sua noiva? – Ela pergunta descendo o zíper da minha jaqueta, o que me causa uma sensação ruim, muito ruim.

– Sim, muito mais importante do que você. — Tiro as mãos dela de mim, mas até esse pequeno contato acaba comigo. É como se o meu corpo todo se lembrasse da nossa noite juntos, e esteja querendo repetir.

Mas eu sei que isso é só um jogo dela, e eu não vou cair em tentação. De mulheres, o mundo está cheio. Não preciso me humilhar para ela em nada. Entramos no carro e sigo dirigindo até a sua casa, deixo ela lá e nem um tchau ela me dá. Ingrata. Sigo para a empresa e vou direto para a sala de reunião, esperando todos os desenvolvedores chegarem.

Mas essa reunião está sendo péssima. Além de ser chata, a imagem da Vivi só com aquela lingerie, com aquela bunda empinada não sai da minha cabeça.

– O senhor está bem, senhor Mourett?

– Oi, estou sim, só com uns problemas pessoais, mas estou bem. Podemos continuar.

– E o que o senhor acha dos anúncios?

– Os aplicativos já são pagos, se colocarmos anúncios, os clientes vão desinstalar e a empresa vai falir. Vamos deixar do jeito que está. A única coisa que quero de vocês agora é a renovação, novos aplicativos, e não mexer no que já está funcionando bem.

– Mas com os anúncios iremos lucrar mais, podemos selecionar alguns aplicativos e colocá-los como gratuitos, e os anúncios farão a renda que queremos.

– Eu prefiro pagar por um aplicativo a ter que ver anúncios chatos. Entendo que há pessoas que não podem pagar pelas mensalidades dos aplicativos. Então, elas que usem as versões imitadoras, nós continuaremos com os originais pagos e sem anúncios. — Eles se olham e parecem não concordar, mas eu sou o futuro CEO aqui, se eles não aceitarem, é um problema deles.

Olho no relógio e vejo que faltam poucas horas para o jantar do meu noivado com a Vivi. Se eu não for, meu pai me bota na rua amanhã mesmo. Por que será que ele quer me ver casado? Já me fez gostar de trabalhar na empresa, não há necessidade nenhuma nesse casamento. Levanto e saio para ir à minha casa trocar de roupa para os últimos dias da minha liberdade.

O grande jantar chega, e meus pais já esperam pela família dela. Fico no sofá tomando uma dose de uísque até que a campainha toca, e todos se levantam, mas eu permaneço no mesmo lugar.

Ouço as vozes deles, e quando ouço a minha mãe falando o quanto ela está linda, viro o meu rosto para olhar. Minha boca se abre e a baba escorre. Levanto e vou até a porta pegar na mão dela e levá-la até a sala de jantar. Acho que esse casamento não é tão ruim assim, ele pode me trazer algumas vantagens bem excitantes.

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