Capítulo 7

Viviane,

Chegando em casa, vou direto para o meu quarto furiosa. Não era para o meu pai falar da minha depressão na frente do Peter, não quero que ele saiba o que eu sofri por causa dele. Me sento na minha cama e fico pensando no que fazer para atormentar a vida dele agora.

Olho para o espelho e me lembro dos seus olhos quando estávamos no trocador da loja. Ia fazer uma brincadeira na casa dele, mas o meu pai estragou todos os meus planos. Tive uma idéia. Me levanto, tiro o vestido e tiro uma foto da cintura para baixo, isso vai deixá-lo bem animado.

Envio, mas depois que vejo que ele visualizou, apago a foto. Vai que ele mostra para o pai dele, e a minha máscara de boazinha vai acabar caindo por terra. Depois do boa noite, coloco o celular para carregar e vou dormir. De manhã, acordo já tomando o meu remédio e me preparo para o meu dia.

Desço até a sala de jantar para falar com os meus pais que vou sair, vou comprar algumas coisas para começar a trabalhar na empresa. Desejo bom dia a eles e quando vou sair, minha mãe me faz parar.

– Vamos tomar café antes de você ir.

– Não estou com fome, mãe, mas se eu sentir, eu como algo em alguma lanchonete.

– Eu sei que não vai, então senta e coma. Eu pensei que a fase de comer e vomitar já tinha passado, o que foi aquilo ontem na casa do seu noivo?

– Mãe, eu comi demais e o meu estômago ficou pesado, eu não ia vomitar tudo, só o suficiente para ficar bem.

– Não me venha com essa conversa, Viviane. No dia que você desmaiou, o médico falou comigo e eu sei como isso funciona. Coma tudo e só vai sair depois de trinta minutos.

Droga, minha mãe sempre fazendo isso comigo. Se dependesse dela, eu estaria uma baleia. Como o que acho suficiente para mim, e ela espera dar os trinta minutos para me liberar. Sei que depois desse tempo não vai adiantar nada jogar tudo para fora, pois o meu corpo já vai ter absorvido toda a gordura do alimento.

Depois do tempo estabelecido por ela, me levanto e vou às compras. Preciso comprar roupas para o trabalho e roupas para provocar o Peter. Tem que ser uma roupa de duplo sentido.

Depois das compras, volto para casa e minha mãe me chama para almoçar, mas eu digo que fiz um lanche na rua e estou cheia. Ela não acredita de cara, mas vou falando até convencê-la. O café da manhã que ela me fez tomar já vale para o dia inteiro.

Tomo banho, escolho uma das roupas e saio de casa para ir à empresa dos senhores Mourett. Sou bem recebida na entrada, e pelo que parece, todos já estão sabendo do nosso noivado, já que escuto os murmúrios falando: “essa é a noiva do senhor Peter.”

Fico me perguntando, quantas dessas mulheres ele levou para a cama? Quantas ele fez a mesma coisa que fez comigo? Quantas pediram demissão ou foram mandadas embora por terem tido um caso com o chefe?

Saio dos meus pensamentos quando as portas do elevador se abrem, e dou de cara com um andar praticamente vazio. Uma mulher na mesa, que deve ser a secretária dele e apenas uma porta que tem a palavra CEO.

– Olá, senhorita Lombarti, o senhor Mourett a espera na sala dele.

– Muito obrigada. – jogo o meu cabelo para o lado, para deixar o meu pescoço à mostra, e quando eu abro a porta, é o pai dele que está sentado.

– Oi, ainda bem que você chegou. Peter foi almoçar, mas logo ele volta. Venha aqui que vou lhe mostrar algumas coisas. Outras, vou deixar que o Peter te ensine. – Me aproximo dele, onde ele aponta para o computador e vai mostrando as pastas que eu tenho que olhar todos os dias, e as que têm os aplicativos em desenvolvimento. Estou bem pertinho dele para entender tudo, até que ouço um pigarreio, e quando olhamos, é o Peter com uma cara bem brava.

– Que bom que chegou, filho, agora vou deixar que você ensine a Vivi sobre o trabalho dela aqui. – Como vejo os olhos dele fumegando, eu peço para o meu sogro continuar.

– Me fala mais sobre esse aplicativo, depois o Peter me ensina os outros.

– Ah, tá bom, este aqui é para... – me debruço novamente, ficando um pouco mais perto, mas sem encostar nele. Quando o Peter pigarreia de novo.

– Pai, estão chamando o senhor lá no RH, pode deixar que eu ensino tudo para a “Vivi”.

O pai dele se levanta e pergunta se eu entendi. Concordo com a cabeça e eles trocam de lugar. Peter se senta na cadeira, e eu jogo o meu cabelo para o outro lado, só para ele ter acesso ao meu pescoço.

– Estava dando em cima do meu pai? – olho para ele segurando o riso.

– Ele é um coroa e tanto. Aposto que aquelas mãos fazem uma mulher ir à loucura. Gosto de homens com as mãos grandes e cheias de veias, e homens mais velhos sempre têm isso.

Ele coloca a mão em cima da mesa para me mostrar as dele. Seguro o riso mais uma vez. Mas não faço elogio às suas mãos. Peter vai receber tudo de mim, menos elogios. Ele vendo que eu não falei nada, começa a falar:

– Duvido que as mãos dele possam te proporcionar as mesmas sensações que essa mão aqui te proporcionou. Você lembra da nossa primeira vez juntos?

– Me lembro o quanto foi horrível, por isso fico vendo outros homens e imaginando se são diferentes.

– Para de falar isso, você disse que nunca se sentiu tão especial com ninguém. – Ele se levanta, ficando de frente para mim, e se debruça, deixando seu rosto bem perto do meu. – Eu sei que você só está falando isso para me ferir, mas eu sei o quanto você se desmanchou naquela noite. Tanto na minha boca quanto no meu pau.

– Tem essas memórias na sua cabeça, Peter? – Ele balança a cabeça concordando. – Que bom, porque só aí que tudo vai acontecer, então idealize o que você quiser e se divirta.

– Posso não me satisfazer com você, mas não reclame das mulheres que eu irei usar para te botar chifre.

– Oh, bebê, você assinou o contrato sem ler? – Ele se afasta sem entender nada. – Você assinou um contrato onde dizia que se você me traísse, teria que me pagar uma indenização de dez milhões de dólares. Isso, para eu ficar quietinha e não correr atrás do divórcio.

– Tá de sacanagem né? – Sorrio balançando a cabeça negando. Ele me empurra para sair da sua frente e sai da sala. Me sento na cadeira com um sorriso de orelha a orelha com essa vitória ganha.

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