Viviane,
Chegando em casa, vou direto para o meu quarto furiosa. Não era para o meu pai falar da minha depressão na frente do Peter, não quero que ele saiba o que eu sofri por causa dele. Me sento na minha cama e fico pensando no que fazer para atormentar a vida dele agora. Olho para o espelho e me lembro dos seus olhos quando estávamos no trocador da loja. Ia fazer uma brincadeira na casa dele, mas o meu pai estragou todos os meus planos. Tive uma idéia. Me levanto, tiro o vestido e tiro uma foto da cintura para baixo, isso vai deixá-lo bem animado. Envio, mas depois que vejo que ele visualizou, apago a foto. Vai que ele mostra para o pai dele, e a minha máscara de boazinha vai acabar caindo por terra. Depois do boa noite, coloco o celular para carregar e vou dormir. De manhã, acordo já tomando o meu remédio e me preparo para o meu dia. Desço até a sala de jantar para falar com os meus pais que vou sair, vou comprar algumas coisas para começar a trabalhar na empresa. Desejo bom dia a eles e quando vou sair, minha mãe me faz parar. – Vamos tomar café antes de você ir. – Não estou com fome, mãe, mas se eu sentir, eu como algo em alguma lanchonete. – Eu sei que não vai, então senta e coma. Eu pensei que a fase de comer e vomitar já tinha passado, o que foi aquilo ontem na casa do seu noivo? – Mãe, eu comi demais e o meu estômago ficou pesado, eu não ia vomitar tudo, só o suficiente para ficar bem. – Não me venha com essa conversa, Viviane. No dia que você desmaiou, o médico falou comigo e eu sei como isso funciona. Coma tudo e só vai sair depois de trinta minutos. Droga, minha mãe sempre fazendo isso comigo. Se dependesse dela, eu estaria uma baleia. Como o que acho suficiente para mim, e ela espera dar os trinta minutos para me liberar. Sei que depois desse tempo não vai adiantar nada jogar tudo para fora, pois o meu corpo já vai ter absorvido toda a gordura do alimento. Depois do tempo estabelecido por ela, me levanto e vou às compras. Preciso comprar roupas para o trabalho e roupas para provocar o Peter. Tem que ser uma roupa de duplo sentido. Depois das compras, volto para casa e minha mãe me chama para almoçar, mas eu digo que fiz um lanche na rua e estou cheia. Ela não acredita de cara, mas vou falando até convencê-la. O café da manhã que ela me fez tomar já vale para o dia inteiro. Tomo banho, escolho uma das roupas e saio de casa para ir à empresa dos senhores Mourett. Sou bem recebida na entrada, e pelo que parece, todos já estão sabendo do nosso noivado, já que escuto os murmúrios falando: “essa é a noiva do senhor Peter.” Fico me perguntando, quantas dessas mulheres ele levou para a cama? Quantas ele fez a mesma coisa que fez comigo? Quantas pediram demissão ou foram mandadas embora por terem tido um caso com o chefe? Saio dos meus pensamentos quando as portas do elevador se abrem, e dou de cara com um andar praticamente vazio. Uma mulher na mesa, que deve ser a secretária dele e apenas uma porta que tem a palavra CEO. – Olá, senhorita Lombarti, o senhor Mourett a espera na sala dele. – Muito obrigada. – jogo o meu cabelo para o lado, para deixar o meu pescoço à mostra, e quando eu abro a porta, é o pai dele que está sentado. – Oi, ainda bem que você chegou. Peter foi almoçar, mas logo ele volta. Venha aqui que vou lhe mostrar algumas coisas. Outras, vou deixar que o Peter te ensine. – Me aproximo dele, onde ele aponta para o computador e vai mostrando as pastas que eu tenho que olhar todos os dias, e as que têm os aplicativos em desenvolvimento. Estou bem pertinho dele para entender tudo, até que ouço um pigarreio, e quando olhamos, é o Peter com uma cara bem brava. – Que bom que chegou, filho, agora vou deixar que você ensine a Vivi sobre o trabalho dela aqui. – Como vejo os olhos dele fumegando, eu peço para o meu sogro continuar. – Me fala mais sobre esse aplicativo, depois o Peter me ensina os outros. – Ah, tá bom, este aqui é para... – me debruço novamente, ficando um pouco mais perto, mas sem encostar nele. Quando o Peter pigarreia de novo. – Pai, estão chamando o senhor lá no RH, pode deixar que eu ensino tudo para a “Vivi”. O pai dele se levanta e pergunta se eu entendi. Concordo com a cabeça e eles trocam de lugar. Peter se senta na cadeira, e eu jogo o meu cabelo para o outro lado, só para ele ter acesso ao meu pescoço. – Estava dando em cima do meu pai? – olho para ele segurando o riso. – Ele é um coroa e tanto. Aposto que aquelas mãos fazem uma mulher ir à loucura. Gosto de homens com as mãos grandes e cheias de veias, e homens mais velhos sempre têm isso. Ele coloca a mão em cima da mesa para me mostrar as dele. Seguro o riso mais uma vez. Mas não faço elogio às suas mãos. Peter vai receber tudo de mim, menos elogios. Ele vendo que eu não falei nada, começa a falar: – Duvido que as mãos dele possam te proporcionar as mesmas sensações que essa mão aqui te proporcionou. Você lembra da nossa primeira vez juntos? – Me lembro o quanto foi horrível, por isso fico vendo outros homens e imaginando se são diferentes. – Para de falar isso, você disse que nunca se sentiu tão especial com ninguém. – Ele se levanta, ficando de frente para mim, e se debruça, deixando seu rosto bem perto do meu. – Eu sei que você só está falando isso para me ferir, mas eu sei o quanto você se desmanchou naquela noite. Tanto na minha boca quanto no meu pau. – Tem essas memórias na sua cabeça, Peter? – Ele balança a cabeça concordando. – Que bom, porque só aí que tudo vai acontecer, então idealize o que você quiser e se divirta. – Posso não me satisfazer com você, mas não reclame das mulheres que eu irei usar para te botar chifre. – Oh, bebê, você assinou o contrato sem ler? – Ele se afasta sem entender nada. – Você assinou um contrato onde dizia que se você me traísse, teria que me pagar uma indenização de dez milhões de dólares. Isso, para eu ficar quietinha e não correr atrás do divórcio. – Tá de sacanagem né? – Sorrio balançando a cabeça negando. Ele me empurra para sair da sua frente e sai da sala. Me sento na cadeira com um sorriso de orelha a orelha com essa vitória ganha.Peter,Isso só pode ser uma mentira dela, meu pai jamais faria eu assinar uma merda dessa. Vou à procura dele, entrando no elevador e descendo até o RH. Assim que as portas se abrem, ele está bem na porta.– Por que falou que o RH estava me chamando?– Porque estavam. Pai, assinei algum documento que tenho que pagar indenização para a Viviane?Ele olha para trás e manda eu entrar no elevador, pois aqui tem muitas pessoas e ninguém sabe desse acordo. Assim que as portas se fecham, ele aperta o botão do térreo, e eu refaço a pergunta para ele. E sua resposta me faz até suar frio.– Sinto muito, Peter, isso foi uma exigência do Júlio, levando em conta o que você é, a quantia até que não está alta. Pelo menos, mesmo que tiver alguma traição da sua parte, ambos permaneceram casados, e ela vai dar um jeito de resolver se caso houver fofocas.– Pai, está me mandando para um casamento ou para um internato com castidade? – Ele fica sem entender, e eu penso se devo contar para ele tudo que está
Peter,Ela se levanta do balanço irritada, o que me faz até dar um passo para trás.— O que você me fez? Quer que eu faça uma lista para você? Mentiu seu nome, falou que se chamava Peter Carte, e não Mourrett. Colocou um cara para tentar me estuprar, só para ser o meu herói. Tudo em torno de você é uma mentira. — Ela fala batendo de mão aberta no meu peito, me empurrando para trás.— Eu queria te conhecer melhor, e você só se fazia de difícil. Eu não tive outra alternativa. — E lá vem mais um tapa na minha cara. Pelo jeito vou virar saco de pancada dela. — Vamos parar de me bater? Você pode cancelar o casamento, já que eu fui tão mal assim com você. Por que insiste nisso?— Porque o seu pai está obcecado em te ver casado, e eu não vou permitir que você encontre uma boa mulher, que te faça feliz pelo resto da sua vida. Você me tirou tudo que eu tinha, me roubou a coisa que eu mais preservava. E com tudo que eu passei, acabei perdendo... — Ela para de falar do nada, o que me deixa curio
Viviane,O grande dia chegou, o dia em que finalmente começaria a fazer Peter pagar por tudo que me fez. Nossa casa é linda, parecendo uma casinha de boneca. Achei bom, sozinha com ele eu não vou precisar fingir nada, apenas ser eu mesma, e botar todo meu plano em ação . Após a equipe de maquiagem e o vestido colocado, meu pai chegou para irmos à igreja.— Você está linda, minha filha, mas não parece contente, está realmente feliz?— Estou sim, pai, só não consigo acreditar que estou me casando com ele. Parece um sonho. Um sonho que nunca pensei que se tornaria realidade. — Quem diria que o pai dele o obrigaria a se casar comigo e ainda aceitaria todas as minhas exigências.O carro parou e meu pai segurou minha mão. Vesti a máscara da mulher mais feliz do mundo, por estar casando com o canalha da Itália. Paramos em frente à porta da igreja e, após alguns minutos, ela se abriu, revelando ele lá no altar ao lado de seu pai e o homem que ele pagou para me abusar.Com certeza o trouxe par
Peter,— Vim dar os parabéns aos noivos. — Meu pai dá um abraço primeiro nela e depois em mim. — Espero que sejam muito felizes.— Senhor Mourrett, sobre o contrato que o Peter tem que me... — Coloco a minha mão em sua boca. Ela nem é louca de falar nada.— Deixa assim mesmo, querida, não vamos refazer nada não. — Meu pai olha para nós dois sem entender nada. Olho para ela dando um sorriso nervoso, e ela pisca para mim.Tiro a minha mão da sua boca, mas fico atento, caso ela tente falar novamente. Meu pai diz que é hora da dança dos noivos, pego na mão da Viviane e a conduzo até a pista de dança. Uma música clássica começa a tocar, e eu seguro em sua cintura, enquanto ela segura em meu ombro.Traçamos as mãos e começamos a mover nosso corpo de um lado para o outro, como se fôssemos um casal de verdade. Mas os seus olhos me mostram que isso está longe de acontecer.— O que te levou à depressão, Viviane?— Já te respondi isso. — Ela fala virando o rosto para o lado.— Qual é, vamos fica
Peter,Ele balança a cabeça concordando, mas sai dali apontando o dedo, como se fosse para eu ficar esperto. Assim que ele sai, a Viviane se aproxima de mim e fica do meu lado.— Bela mentira, conseguiu enganar teu pai, mas a mim, você não engana. Estava conversando com ela, e ela me falou que você a puxou para dentro do banheiro, mas ouvi o que você falou para o seu pai.— Ah, é claro que ela ia tirar o dela da reta. Acha mesmo que eu ia dar em cima daquela mulher?— Não acho não. Eu tenho certeza. — Olho para ela de cara fechada, e ela continua. — Se eu não te conhecesse, acreditaria 100% em você, mas eu te conheço bem e sei que ela não está mentindo.Imito ela falando sem emitir som, fazendo caretas. Ela é muito esperta, tenho que tomar cuidado com o que faço ou vou ir à falência.— Dessa vez passa, porque não conseguiu se divertir. Deveria ter deixado mais tempo para depois chamar seu pai até o banheiro. Mas não se preocupe, serei paciente na próxima.Pego na mão dela e a levo até
Peter,Quando a porta do banheiro se abre e revela o que ela levou consigo para lá, meu queixo cai no chão. Eu já tinha me esquecido o quanto ela é gostosa embaixo de tantas roupas. Ela passa por mim indo até a mala, mexe e encontra seu perfume, e o passa.Como se estivesse sob o efeito de uma hipnose, me levanto indo em direção a ela. Assim que fico em suas costas, posso sentir o seu aroma. Agora sim, ela está com o mesmo cheiro de quando nos conhecemos.Ela se vira para mim, olhando nos meus olhos, e eu a miro, de cima para baixo e de baixo para cima, pairando em seus olhos.— Você está... Uau. — Não consigo nem falar, pois ela está perfeita. — Isso tudo é só para mim?— Claro... — Ela coloca uma mão em meu peito e me empurra até a cama, onde caio sentado. Do jeito que ela está, se ela quiser me usar, eu não vou negar. — Isso aqui é tudo para você. Para você olhar, porque não vai tocar em nada. — Ahhh desalmada.Puxo a mão dela com força, fazendo-a deitar na cama. Me deito em cima d
Peter,Me troco e vou atrás dela, pergunto na recepção do resort se alguém a viu, e a atendente me fala que ela foi em direção à praia. Saio praticamente correndo, até que avisto de longe uma roda de pessoas em volta de uma fogueira.Conheço ela de longe, mesmo que esteja de noite. Seu cabelo grande se destaca entre as mulheres de cabelos curtos. Um homem está tocando violão, enquanto todos cantam junto com ele.Viviane canta e toca violão, ela fazia isso para mim, mas aqui, ela só está ouvindo, sem cantar nada. Me sento ao seu lado, na única brecha que tem, e as pessoas se afastam para que eu caiba ao lado da minha esposa. Ela me olha surpresa por ter encontrado ela. Claro que não digo que perguntei a ninguém, apenas sorrio para ela, dando o meu melhor sorriso.— Vai tocar e cantar? — Pergunto baixinho no seu ouvido, e ela balança a cabeça negando. — Por que não? Lembro que você canta muito bem.— Engraçado, você se lembra de tudo, né?— Não tem como esquecer. — Falo sorrindo, e ela
Peter,Refaço a pergunta para ela, a segurando pelos braços. Ela não para de chorar, nem mesmo para me responder. Ela se apoia em meu braço quando ia caindo e balança a cabeça negando.— Não, você não merece saber. Eu não te devo nada, nem satisfação. — Ela fala apontando o dedo na minha cara, quase furando os meus olhos.— Se tivemos um filho, eu não mereço saber? — Ela balança a cabeça negando e quase cai de novo, mas eu a amparo, segurando em sua cintura fina.Passo a mão em seu rosto, contemplando a sua beleza delicada. Meu coração se quebra vendo ela assim, e olha que eu nunca me importei com ninguém, mas vendo ela nesse estado e sabendo que fui o culpado de toda sua dor, começo a me sentir um verdadeiro monstro.Mas preciso que ela me diga sobre esse filho. Será que ela engravidou e perdeu ou abortou? Muitas perguntas pairam sobre a minha cabeça, me deixando cada vez mais confuso.Pego ela no colo, vendo que ela não está conseguindo nem andar. Assim que a pego, ela entrelaça seu