Capítulo 6

Peter,

Ela está exatamente como eu a conheci, com um vestido que a faz parecer uma mulher delicada. Seu sorriso envergonhado me faz viajar no passado. A conduzo até a mesa, puxo a cadeira para ela se sentar e me sento ao seu lado.

– Realmente, você está muito bonita. – ela olha para mim com um sorriso fofo, totalmente diferente de hoje cedo, o que me faz pensar que talvez ela esteja apenas jogando comigo.

Pego em sua mão e levo até os meus lábios, e seu olhar fofo se transforma. Sim, ela só está jogando. E eu não sou um cara de dar para trás, vou entrar no joguinho dela.

– Estou muito feliz por vocês estarem assim, isso só mostra o quanto serão felizes no casamento. – ah, se o meu pai pudesse ler a mente dessa mulher, com certeza me afastaria dela na mesma hora. – Vamos brindar a isso. Teremos um filho responsável em nossa casa.

Todos começam a rir, principalmente a minha noivinha. Tudo que ele poderia falar, ela vai logo e me chama de irresponsável na frente dela. Parabéns, papai.

– Sim, e estou feliz pela minha filha também. Depois de seis meses em depressão profunda, posso ver novamente o seu sorriso. – a risada dela se desfaz e ela olha para o pai dela. Seis meses em depressão? Por que isso aconteceu com ela? – Desculpa, querida, mas só estou falando que esse foi o melhor acordo que o Sebastian e eu fizemos em muito tempo.

– O melhor de todos. – Eles levantam as taças para brindarem novamente, e eu me debruço para perguntar em seu ouvido.

– Depressão? O que te deixou assim?

– Não é da sua conta. – ela responde com uma patada que quase me manda para longe.

O jantar é servido, e enquanto todos comem bem, ela fica só beliscando a comida, igual fez no restaurante.

– Filha, por favor. – a mãe dela chama sua atenção, e ela balança a cabeça concordando. Até que leva a colher à boca e come a comida como todos nós.

Mas assim que o jantar acaba, ela se debruça para mim e pergunta onde fica o toalete. Mostro para ela, mas ela não se levanta imediatamente. Eu não entendo nada dessa mulher, ela é toda estranha.

Ela olha no relógio a cada dois segundos, e então todos se levantam da mesa para ir à sala conversar, e nessa hora ela passa indo direto ao banheiro. Assim que nos sentamos no sofá, a mãe dela pergunta dela, e eu digo que foi ao toalete. Ela pergunta onde fica e eu aponto.

Me sento com todos e fico olhando em direção ao corredor, até que as duas voltam. Ela com cara de culpada e a mãe com cara de quem acabou de dar uma bronca nela. Isso me deixa muito intrigado, mas sei que a inimiga da paz nunca vai me contar o que está acontecendo com ela.

Selamos a noite com as assinaturas de todos. Ela não olhou para mim depois que o pai dela falou sobre a sua depressão na mesa, e está de cara fechada o tempo todo. Apenas quando chega a hora que ela tem que assinar, que seus olhos gélidos olham para mim, como se estivesse assinando a minha sentença de morte.

Não tem mais volta, o noivado está selado, e agora um vai ter que aturar o outro, mesmo que não queira. A família dela se levanta para se despedir, mas antes de irem embora o pai dela fala.

– A Viviane é muito inteligente, vou colocá-la como minha representante na sua empresa, pode ser, Sebastian?

– Claro que sim, será bom para eles, já que precisam se conhecer melhor até mesmo depois do casamento.

– Não! – praticamente grito, e todos olham para mim sem entender. – A Vivi ficará em casa me esperando, não quero que ela trabalhe e nem se desgaste.

– Não se preocupe comigo, amor, eu vou ser uma boa sócia. – tento retrucar, mas o meu pai parece já ter tomado a sua decisão, e por ele ainda ser o dono da empresa, eu só posso aceitar. Merda, até no trabalho essa mulher vai infernizar a minha vida.

Mas talvez se ela ver quem eu sou de verdade, vai acabar desistindo desse casamento. Mulher para mostrar para ela que eu sou um pegador, na empresa não falta.

Eles vão embora, e eu vou falar com o meu pai. Esse negócio de marido e mulher trabalharem juntos não está certo, muito menos com uma mulher que me odeia. Entro no escritório dele, ele já está sentado à sua mesa, e puxo a cadeira para ficar mais perto dele.

— Pai, é melhor ela ficar só em casa, igual a mãe. Você não deixa a mãe trabalhar, e minha esposa também não deve.

— Sua mãe me ajudou no começo, só depois que ela engravidou de você que ela parou de trabalhar. Se engravidar ela logo, eu serei o primeiro a tirar ela da empresa para cuidar do meu netinho em casa.

Isso não está certo, como vou engravidar a mulher que só me provoca, mas não deixa eu tocá-la? Vou ter que reverter essa situação, ou vou acabar enlouquecendo.

Sem conseguir convencer o meu pai, vou para o meu quarto, e assim que pego o meu celular, tem uma mensagem dela com uma foto do que ela estava vestindo embaixo daquele vestidinho fofo. Vi rosto para o lado, e quando volto a olhar, ela apagou a foto. Desgraçada. Mas ela manda a mensagem:

"Espero que o jantar tenha sido satisfatório para você, pois estou muito feliz que iremos nos casar."

"Tenho certeza que você está feliz, eu vi o tamanho da sua felicidade depois que seu pai falou da sua depressão. Por que ficou assim, Vivi?" Respondo esperando que agora que ela não esteja olhando na minha cara, ela possa me responder de verdade.

"Um dia você saberá, até lá; não é da sua conta. Uma péssima noite para você, Peter." Ela espera dois segundos, e depois apaga a mensagem, e manda outra. "Não é nada amor, meu pai que fala demais. Boa noite, e tenha bons sonhos."

Ela está fingindo ser boazinha, mas na próxima vez que ela me mandar uma mensagem mostrando quem realmente ela é, eu vou printar e mostrar para o meu pai, que logo tratará de cancelar esse casamento idiota.

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