Peter,
Ela está exatamente como eu a conheci, com um vestido que a faz parecer uma mulher delicada. Seu sorriso envergonhado me faz viajar no passado. A conduzo até a mesa, puxo a cadeira para ela se sentar e me sento ao seu lado. – Realmente, você está muito bonita. – ela olha para mim com um sorriso fofo, totalmente diferente de hoje cedo, o que me faz pensar que talvez ela esteja apenas jogando comigo. Pego em sua mão e levo até os meus lábios, e seu olhar fofo se transforma. Sim, ela só está jogando. E eu não sou um cara de dar para trás, vou entrar no joguinho dela. – Estou muito feliz por vocês estarem assim, isso só mostra o quanto serão felizes no casamento. – ah, se o meu pai pudesse ler a mente dessa mulher, com certeza me afastaria dela na mesma hora. – Vamos brindar a isso. Teremos um filho responsável em nossa casa. Todos começam a rir, principalmente a minha noivinha. Tudo que ele poderia falar, ela vai logo e me chama de irresponsável na frente dela. Parabéns, papai. – Sim, e estou feliz pela minha filha também. Depois de seis meses em depressão profunda, posso ver novamente o seu sorriso. – a risada dela se desfaz e ela olha para o pai dela. Seis meses em depressão? Por que isso aconteceu com ela? – Desculpa, querida, mas só estou falando que esse foi o melhor acordo que o Sebastian e eu fizemos em muito tempo. – O melhor de todos. – Eles levantam as taças para brindarem novamente, e eu me debruço para perguntar em seu ouvido. – Depressão? O que te deixou assim? – Não é da sua conta. – ela responde com uma patada que quase me manda para longe. O jantar é servido, e enquanto todos comem bem, ela fica só beliscando a comida, igual fez no restaurante. – Filha, por favor. – a mãe dela chama sua atenção, e ela balança a cabeça concordando. Até que leva a colher à boca e come a comida como todos nós. Mas assim que o jantar acaba, ela se debruça para mim e pergunta onde fica o toalete. Mostro para ela, mas ela não se levanta imediatamente. Eu não entendo nada dessa mulher, ela é toda estranha. Ela olha no relógio a cada dois segundos, e então todos se levantam da mesa para ir à sala conversar, e nessa hora ela passa indo direto ao banheiro. Assim que nos sentamos no sofá, a mãe dela pergunta dela, e eu digo que foi ao toalete. Ela pergunta onde fica e eu aponto. Me sento com todos e fico olhando em direção ao corredor, até que as duas voltam. Ela com cara de culpada e a mãe com cara de quem acabou de dar uma bronca nela. Isso me deixa muito intrigado, mas sei que a inimiga da paz nunca vai me contar o que está acontecendo com ela. Selamos a noite com as assinaturas de todos. Ela não olhou para mim depois que o pai dela falou sobre a sua depressão na mesa, e está de cara fechada o tempo todo. Apenas quando chega a hora que ela tem que assinar, que seus olhos gélidos olham para mim, como se estivesse assinando a minha sentença de morte. Não tem mais volta, o noivado está selado, e agora um vai ter que aturar o outro, mesmo que não queira. A família dela se levanta para se despedir, mas antes de irem embora o pai dela fala. – A Viviane é muito inteligente, vou colocá-la como minha representante na sua empresa, pode ser, Sebastian? – Claro que sim, será bom para eles, já que precisam se conhecer melhor até mesmo depois do casamento. – Não! – praticamente grito, e todos olham para mim sem entender. – A Vivi ficará em casa me esperando, não quero que ela trabalhe e nem se desgaste. – Não se preocupe comigo, amor, eu vou ser uma boa sócia. – tento retrucar, mas o meu pai parece já ter tomado a sua decisão, e por ele ainda ser o dono da empresa, eu só posso aceitar. Merda, até no trabalho essa mulher vai infernizar a minha vida. Mas talvez se ela ver quem eu sou de verdade, vai acabar desistindo desse casamento. Mulher para mostrar para ela que eu sou um pegador, na empresa não falta. Eles vão embora, e eu vou falar com o meu pai. Esse negócio de marido e mulher trabalharem juntos não está certo, muito menos com uma mulher que me odeia. Entro no escritório dele, ele já está sentado à sua mesa, e puxo a cadeira para ficar mais perto dele. — Pai, é melhor ela ficar só em casa, igual a mãe. Você não deixa a mãe trabalhar, e minha esposa também não deve. — Sua mãe me ajudou no começo, só depois que ela engravidou de você que ela parou de trabalhar. Se engravidar ela logo, eu serei o primeiro a tirar ela da empresa para cuidar do meu netinho em casa. Isso não está certo, como vou engravidar a mulher que só me provoca, mas não deixa eu tocá-la? Vou ter que reverter essa situação, ou vou acabar enlouquecendo. Sem conseguir convencer o meu pai, vou para o meu quarto, e assim que pego o meu celular, tem uma mensagem dela com uma foto do que ela estava vestindo embaixo daquele vestidinho fofo. Vi rosto para o lado, e quando volto a olhar, ela apagou a foto. Desgraçada. Mas ela manda a mensagem: "Espero que o jantar tenha sido satisfatório para você, pois estou muito feliz que iremos nos casar." "Tenho certeza que você está feliz, eu vi o tamanho da sua felicidade depois que seu pai falou da sua depressão. Por que ficou assim, Vivi?" Respondo esperando que agora que ela não esteja olhando na minha cara, ela possa me responder de verdade. "Um dia você saberá, até lá; não é da sua conta. Uma péssima noite para você, Peter." Ela espera dois segundos, e depois apaga a mensagem, e manda outra. "Não é nada amor, meu pai que fala demais. Boa noite, e tenha bons sonhos." Ela está fingindo ser boazinha, mas na próxima vez que ela me mandar uma mensagem mostrando quem realmente ela é, eu vou printar e mostrar para o meu pai, que logo tratará de cancelar esse casamento idiota.Viviane,Chegando em casa, vou direto para o meu quarto furiosa. Não era para o meu pai falar da minha depressão na frente do Peter, não quero que ele saiba o que eu sofri por causa dele. Me sento na minha cama e fico pensando no que fazer para atormentar a vida dele agora.Olho para o espelho e me lembro dos seus olhos quando estávamos no trocador da loja. Ia fazer uma brincadeira na casa dele, mas o meu pai estragou todos os meus planos. Tive uma idéia. Me levanto, tiro o vestido e tiro uma foto da cintura para baixo, isso vai deixá-lo bem animado.Envio, mas depois que vejo que ele visualizou, apago a foto. Vai que ele mostra para o pai dele, e a minha máscara de boazinha vai acabar caindo por terra. Depois do boa noite, coloco o celular para carregar e vou dormir. De manhã, acordo já tomando o meu remédio e me preparo para o meu dia.Desço até a sala de jantar para falar com os meus pais que vou sair, vou comprar algumas coisas para começar a trabalhar na empresa. Desejo bom dia a
Peter,Isso só pode ser uma mentira dela, meu pai jamais faria eu assinar uma merda dessa. Vou à procura dele, entrando no elevador e descendo até o RH. Assim que as portas se abrem, ele está bem na porta.– Por que falou que o RH estava me chamando?– Porque estavam. Pai, assinei algum documento que tenho que pagar indenização para a Viviane?Ele olha para trás e manda eu entrar no elevador, pois aqui tem muitas pessoas e ninguém sabe desse acordo. Assim que as portas se fecham, ele aperta o botão do térreo, e eu refaço a pergunta para ele. E sua resposta me faz até suar frio.– Sinto muito, Peter, isso foi uma exigência do Júlio, levando em conta o que você é, a quantia até que não está alta. Pelo menos, mesmo que tiver alguma traição da sua parte, ambos permaneceram casados, e ela vai dar um jeito de resolver se caso houver fofocas.– Pai, está me mandando para um casamento ou para um internato com castidade? – Ele fica sem entender, e eu penso se devo contar para ele tudo que está
Peter,Ela se levanta do balanço irritada, o que me faz até dar um passo para trás.— O que você me fez? Quer que eu faça uma lista para você? Mentiu seu nome, falou que se chamava Peter Carte, e não Mourrett. Colocou um cara para tentar me estuprar, só para ser o meu herói. Tudo em torno de você é uma mentira. — Ela fala batendo de mão aberta no meu peito, me empurrando para trás.— Eu queria te conhecer melhor, e você só se fazia de difícil. Eu não tive outra alternativa. — E lá vem mais um tapa na minha cara. Pelo jeito vou virar saco de pancada dela. — Vamos parar de me bater? Você pode cancelar o casamento, já que eu fui tão mal assim com você. Por que insiste nisso?— Porque o seu pai está obcecado em te ver casado, e eu não vou permitir que você encontre uma boa mulher, que te faça feliz pelo resto da sua vida. Você me tirou tudo que eu tinha, me roubou a coisa que eu mais preservava. E com tudo que eu passei, acabei perdendo... — Ela para de falar do nada, o que me deixa curio
Viviane,O grande dia chegou, o dia em que finalmente começaria a fazer Peter pagar por tudo que me fez. Nossa casa é linda, parecendo uma casinha de boneca. Achei bom, sozinha com ele eu não vou precisar fingir nada, apenas ser eu mesma, e botar todo meu plano em ação . Após a equipe de maquiagem e o vestido colocado, meu pai chegou para irmos à igreja.— Você está linda, minha filha, mas não parece contente, está realmente feliz?— Estou sim, pai, só não consigo acreditar que estou me casando com ele. Parece um sonho. Um sonho que nunca pensei que se tornaria realidade. — Quem diria que o pai dele o obrigaria a se casar comigo e ainda aceitaria todas as minhas exigências.O carro parou e meu pai segurou minha mão. Vesti a máscara da mulher mais feliz do mundo, por estar casando com o canalha da Itália. Paramos em frente à porta da igreja e, após alguns minutos, ela se abriu, revelando ele lá no altar ao lado de seu pai e o homem que ele pagou para me abusar.Com certeza o trouxe par
Peter,— Vim dar os parabéns aos noivos. — Meu pai dá um abraço primeiro nela e depois em mim. — Espero que sejam muito felizes.— Senhor Mourrett, sobre o contrato que o Peter tem que me... — Coloco a minha mão em sua boca. Ela nem é louca de falar nada.— Deixa assim mesmo, querida, não vamos refazer nada não. — Meu pai olha para nós dois sem entender nada. Olho para ela dando um sorriso nervoso, e ela pisca para mim.Tiro a minha mão da sua boca, mas fico atento, caso ela tente falar novamente. Meu pai diz que é hora da dança dos noivos, pego na mão da Viviane e a conduzo até a pista de dança. Uma música clássica começa a tocar, e eu seguro em sua cintura, enquanto ela segura em meu ombro.Traçamos as mãos e começamos a mover nosso corpo de um lado para o outro, como se fôssemos um casal de verdade. Mas os seus olhos me mostram que isso está longe de acontecer.— O que te levou à depressão, Viviane?— Já te respondi isso. — Ela fala virando o rosto para o lado.— Qual é, vamos fica
Peter,Ele balança a cabeça concordando, mas sai dali apontando o dedo, como se fosse para eu ficar esperto. Assim que ele sai, a Viviane se aproxima de mim e fica do meu lado.— Bela mentira, conseguiu enganar teu pai, mas a mim, você não engana. Estava conversando com ela, e ela me falou que você a puxou para dentro do banheiro, mas ouvi o que você falou para o seu pai.— Ah, é claro que ela ia tirar o dela da reta. Acha mesmo que eu ia dar em cima daquela mulher?— Não acho não. Eu tenho certeza. — Olho para ela de cara fechada, e ela continua. — Se eu não te conhecesse, acreditaria 100% em você, mas eu te conheço bem e sei que ela não está mentindo.Imito ela falando sem emitir som, fazendo caretas. Ela é muito esperta, tenho que tomar cuidado com o que faço ou vou ir à falência.— Dessa vez passa, porque não conseguiu se divertir. Deveria ter deixado mais tempo para depois chamar seu pai até o banheiro. Mas não se preocupe, serei paciente na próxima.Pego na mão dela e a levo até
Peter,Quando a porta do banheiro se abre e revela o que ela levou consigo para lá, meu queixo cai no chão. Eu já tinha me esquecido o quanto ela é gostosa embaixo de tantas roupas. Ela passa por mim indo até a mala, mexe e encontra seu perfume, e o passa.Como se estivesse sob o efeito de uma hipnose, me levanto indo em direção a ela. Assim que fico em suas costas, posso sentir o seu aroma. Agora sim, ela está com o mesmo cheiro de quando nos conhecemos.Ela se vira para mim, olhando nos meus olhos, e eu a miro, de cima para baixo e de baixo para cima, pairando em seus olhos.— Você está... Uau. — Não consigo nem falar, pois ela está perfeita. — Isso tudo é só para mim?— Claro... — Ela coloca uma mão em meu peito e me empurra até a cama, onde caio sentado. Do jeito que ela está, se ela quiser me usar, eu não vou negar. — Isso aqui é tudo para você. Para você olhar, porque não vai tocar em nada. — Ahhh desalmada.Puxo a mão dela com força, fazendo-a deitar na cama. Me deito em cima d
Peter,Me troco e vou atrás dela, pergunto na recepção do resort se alguém a viu, e a atendente me fala que ela foi em direção à praia. Saio praticamente correndo, até que avisto de longe uma roda de pessoas em volta de uma fogueira.Conheço ela de longe, mesmo que esteja de noite. Seu cabelo grande se destaca entre as mulheres de cabelos curtos. Um homem está tocando violão, enquanto todos cantam junto com ele.Viviane canta e toca violão, ela fazia isso para mim, mas aqui, ela só está ouvindo, sem cantar nada. Me sento ao seu lado, na única brecha que tem, e as pessoas se afastam para que eu caiba ao lado da minha esposa. Ela me olha surpresa por ter encontrado ela. Claro que não digo que perguntei a ninguém, apenas sorrio para ela, dando o meu melhor sorriso.— Vai tocar e cantar? — Pergunto baixinho no seu ouvido, e ela balança a cabeça negando. — Por que não? Lembro que você canta muito bem.— Engraçado, você se lembra de tudo, né?— Não tem como esquecer. — Falo sorrindo, e ela