Capítulo 4

Viviane,

Depois do nosso jantar, decidi que esse casamento realmente vai acontecer. Só assim ele vai aprender que mulher não é brinquedo que se usa e se j**a fora. Chego na casa dos pais dele e os nossos pais já estavam me esperando para dar uma resposta.

– E então, Vivi, aceita se casar com ele?

– Ele está bem diferente de quando nos conhecemos. Mas ainda sou muito apaixonada pelo seu filho. Se for eu a decidir, eu quero muito me casar com ele.

Eles praticamente pulam de alegria, e eu sorrio, pois tudo está caminhando pelo caminho certo. Ele chega bem na hora da comemoração, e eu sorrio para ele, dando o meu melhor para parecer uma namorada apaixonada. Ele e o pai dele saem e o meu olha para mim.

– Estou feliz que você tenha ficado alegre com esse pedido de casamento, eu já não aguentava mais ver naquela depressão minha filha. Mas, será que agora você pode me contar o que te fez ficar daquele jeito?

– Pai, quero deixar isso no passado, se eu me lembrar eu vou começar a chorar, e eu não quero estragar esse momento que está me deixando feliz.

Ele pega na minha mão e dá um beijo nela, sorrindo. Os dois entram e eu lanço um olhar desafiador para ele, que me devolve outro com a mesma intensidade. É assim que eu gosto, de ser retribuída da mesma forma.

– Bom, meu filho também aceitou o casamento. – olho para ele mais uma vez sorrindo, e vejo ele soltando um suspiro. Para ele, esse é um casamento beeeem forçado. – E como havíamos combinado, amanhã vamos reunir as nossas famílias e vamos festejar o noivado desse novo casal. O casamento será no final de semana.

– Pai, o senhor tem que dar um tempo maior para que a Vivi e eu possamos nos conhecer melhor. – Detesto esse apelido, na minha casa proibi todo mundo de me chamar assim só por causa dele. Mas agora tenho que ficar engolindo aqui na casa desse traste.

– Vocês têm uma semana para se conhecer. Amanhã você vai até a casa dela de manhã e a leve para comprar um vestido para a festa de noivado. Passeiem durante o dia e só voltem à noite para o jantar. Vocês fazem um belo casal, sei que vão se dar muito bem.

– Serei a melhor esposa do mundo. Pode confiar, meu amor.

– Olha, Julio, sua filha já até chama ele de amor. Você é tão fofa, que sua inocência vai colocar o meu filho na linha. – Com certeza eu vou.

Olho para ele de novo, dando um sorriso fofo carregado de ironia, e posso ver as suas veias saltando de tanta raiva. Meu pai se levanta e eu o acompanho. Nos despedimos do senhor Sebastiam e seguimos para fora, com os dois nos levando até a porta. Eles saem de perto para que possamos nos despedir a sós, e ele fala.

– Desista dessa palhaçada, Viviane, ou vou fazer da sua vida um inferno.

– Então veremos quem vai descer de tobogã primeiro, noivinho. – Me aproximo mais dele e fico na ponta dos pés. Deposito um selinho em seus lábios e ele ergue uma das sobrancelhas. – Te espero amanhã às 10h da manhã na minha casa.

– Estarei lá com muito prazer. – Ele fala entre os dentes e eu o deixo lá, e vou embora com o meu pai.

No carro, meu pai fica toda hora olhando para mim, pois o meu jeitinho fofo ficou lá na casa do Peter. Olho para ele e dou-lhe um sorriso para disfarçar.

– Vamos organizar tudo para o seu casamento, mas se você não estiver se sentindo preparada, a gente cancela, meu amor.

– Não, pai, estou bem. Esse casamento é tudo que eu preciso para conseguir seguir a minha vida.

– Então tá bom. – ele sorri para mim, me dando um beijo na cabeça.

Chegamos em casa, eu subo direto para o meu quarto. Abro a porta do meu guarda-roupa e tiro todas as fotos que eu ia recortando dele e colando, já sabendo que um dia minha vingança chegaria. E como chegou, eu não preciso mais dessas fotos.

No outro dia de manhã, espero por ele às 10h, como havíamos combinado. Mas claro que não posso esperar por ele no horário certo, pois até mesmo ontem ele não veio me buscar para jantar. O problema é que ele chega aqui às 12:00, só para me deixar irritada.

Ele entra, fala com a minha mãe e com o meu pai, parecendo até amiguinho deles. Do mesmo jeito que vesti a roupa da inocente na casa dele, ele vestiu a de bom moço na minha.

– Está atrasado, Peter. – falo abrindo a porta do carro dele.

– Quando você me pagar um bom salário, você dita os meus horários, caso contrário, só me espere que uma hora eu chego.

Reviro os meus olhos para tamanha ignorância dele. Me sento e tento puxar a fivela do cinto, que parece emperrado e não vem. Vejo as mãos dele passando na minha frente, indo até o cinto, e posso sentir o seu perfume, o mesmo que ele usava quando saía comigo.

– O que está fazendo? – Pergunto olhando bem séria para ele.

– Te ajudando a puxar o cinto, é errado também? – Empurro o braço dele com o corpo e tudo, e puxo o cinto com calma, e ele vem.

– Não quero a sua ajuda em nada. Se me vir morrendo, me deixe morrer, porque não quero dever nada a você.

– Ok, você quem manda, Vivi.

– Pare de me chamar assim, sabe o meu nome e quero que me chame de Viviane. Não somos íntimos e nem seremos. – Ele dá mais um “ok” e liga o carro.

Seguimos até a primeira loja, e como eu sei o quanto homem aprecia estar com uma mulher nas compras, resolvo entrar em várias lojas, só para vê-lo entediado. Até que encontro o vestido perfeito, e ele achando que acabou, eu digo que ainda não.

– Como assim outra loja? Você já está com o vestido aí. – Fala resmungando.

– Não tenho nenhuma lingerie que combine com esse vestido. Vamos lá naquela loja. – Agora é a hora de deixá-lo louco e babando, sem poder tocar.

Entramos na loja e eu saio escolhendo algumas peças e pago, pois eles não permitem experimentar calcinhas antes da compra. Ele fica me esperando do lado de fora, enquanto eu me troco no provador.

Escolho o vermelho que, além de ser um fio dental, tem uma pedrinha prateada na parte de cima. Depois que me visto, abro um pouquinho a cortina do provador e peço para ele me ajudar a abrir o sutiã, pois não estou conseguindo.

– Vou não, você me disse que não era para te ajudar em nada.

– Se você não vier, vou fazer um desfile de sutiã no meio da rua. – Ele bufa e se levanta. Assim que ele entra, fica olhando para minha bunda, posso até vê-lo mordendo os lábios pelo espelho. E isso era tudo que queria ver, ele morrendo de desejos por mim. Que pena que não vai poder aproveitar nada.

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