Milão, Itália.
Peter, Sou filho do homem mais rico de Milão. Meu pai tem uma empresa de softwares, vários aplicativos que as pessoas usam no celular, vêm da empresa do meu pai. Terminei a faculdade que ele tanto mandou eu fazer. Na verdade, me ameaçou, ou eu fazia, ou ele me expulsava de casa sem direito a nada. E, um homem como eu não pode ficar sem dinheiro nenhum. Adoro curtir a vida, balada, beber e transar a noite toda. Mas só isso, não quero nenhum tipo de responsabilidade. Casamento e filhos não estão nos meus planos. Sou jovem, bonito, gostoso para caramba, e não quero perder a minha liberdade tão cedo. Mas, como nenhuma alegria é eterna, no meu aniversário de 25 anos, veio uma bomba drástica. Meu pai quer que eu trabalhe na empresa dele como diretor geral. É um bom cargo, não nego. Mas tenho que usar terno, gravata e o pior, acordar cedo todos os dias. Com a minha recusa, ele mandou novamente a chantagem para cima de mim e, como não tive alternativas, acabei cedendo mais um capricho do meu pai. E para completar a merda toda, ele veio com outra proposta. – Você se tornará o CEO, e para aprender a ter mais responsabilidade, vou arrumar a esposa perfeita para você. – Ah, não, pai. O senhor quer que eu vire um escravo do lar? Já vou ter que trabalhar, quer me prender em um casamento sem eu querer? Sabe que isso é ilegal, não é? – Não se preocupe, vou escolher uma boa esposa para você, e a mais bonita. Primeiro vocês vão namorar, depois noivar e aí sim casar. Hoje à noite você tem o seu primeiro encontro com a primeira candidata, fique bem bonito para ela, pois ela é uma jovem muito bonita. Parece até brincadeira, o meu pai arranjando encontro às cegas para mim. Mas isso não vai ficar assim, vou transformar esse encontro num verdadeiro pesadelo para ela. Se ela não aceitar a relação, ele não vai poder obrigá-la a se casar comigo. Ele me entrega uma pasta onde tem os dados dela. Nome, o que gosta de comer, o que gosta de fazer, essas coisas. Tem também uma foto dela, típica filhinha de papai que gosta de mandar em todo mundo. Já sei que se me casar com ela, vou viver no cabresto. Subo para o meu quarto, tentando pensar no que fazer para esse encontro dar errado. Fazer ela pagar a conta é uma alternativa boa. Pois já mostra que eu não sou cavalheiro. Atrasar, ou não ir buscá-la na sua casa também é uma boa. Vou começar por esses dois, e vou inventando no decorrer da noite. A noite chega e eu visto uma roupa qualquer, mas para falar a verdade, eu ficaria bonito até vestido de mendigo. Pego a chave do meu carro e sigo para o restaurante. Espero que ela saiba o caminho daqui, pois eu não vou buscar ninguém em casa. Desço do meu carro e, assim que puxo a porta para entrar no restaurante, um cara b**e em mim. Olho para ele e a vontade de rir é grande. – Desculpa, senhor... – ele fala, limpando os olhos. – Por que está chorando, homem não chora, sabia disso não? – falo, observando o traje ridículo dele. A camisa está dentro da calça, que está bem alta, quase batendo no seu peito. O cabelinho de lado parecendo que a vaca lambeu. Uma gravata borboleta vermelha que parece querer fugir dele. E, para completar, um óculos fundo de garrafa enorme. – Eu fui enxotado pela minha dama, ela disse que não quer se casar comigo. – Ela disse foi? – Foi aí que tive a brilhante ideia de me vestir igual a ele. – Quer quanto nesses óculos e nessa gravata? Ele me olha sem entender nada, e eu tiro algumas notas do bolso, estendendo para ele. Ele pega e eu ainda ajudo ele a ficar apresentável. Bagunço o seu cabelo deixando mais sexy, tiro a gravata dele e abro os três primeiros botões da sua camisa. Abaixo a sua calça para o lugar certo, e mando ele voltar lá dentro e mostrar para a mulher que ele é bonito. Só esqueci que o cara não enxerga sem os óculos, e assim que ele entra, ele b**e de cara no vidro da porta. Mesmo rindo, abro a porta e deixo ele entrar. Vou até o meu carro e entro nele, começando a minha transformação. De gatinho para o nerd ridículo. Tento ficar o mais parecido possível com o carinha, mas a pior parte é levantar as calças, parece que estão esmagando os meus ovos. Na hora de colocar os óculos então, chega me deu dor de cabeça. Mas, tudo vale para a minha liberdade. Entro novamente no restaurante e escolho uma mesa. Espero a mulher da foto aparecer, sei que virá igual uma fera quando me ver assim, mas é isso mesmo que eu quero, transformar esse no pior encontro da vida dela. Assim que vejo ela entrando e olhando pelo salão à minha procura, coloco os óculos e espero ela se aproximar. Assim que ela passa por mim, digo o seu nome. — Jéssica? — Você me conhece? — Sim, sou o Peter Mourett, meu pai marcou esse jantar para nós dois. Nossa, você é muito bonita. — Você não é o Peter... Não pode ser. – Ah, sou eu sim, só usei um pouquinho de Photoshop. Sabe, para me deixar um pouco mais atraente. – Dou risada por dentro, pois sinto que a cada palavra minha, só aumenta o seu desespero. – Tô fora. – Ela fala e se vira para sair. Abaixo os óculos só para ver a primeira concorrente indo embora. Até me alegro com isso, pois se deu certo com ela, dará certo com todas. Afinal, todas as mulheres são iguais. Me escoro na cadeira e peço um prato para o garçom. Como a comida é por conta do meu pai, vou caprichar no pedido. Essa é a minha vitória contra todas as mulheres do mundo que não amam o homem, mas sim a aparência e a vida de conforto que nós damos a elas. Estou preparado para o combate contra meu pai e esse casamento que ele quer me obrigar. Bom, as armas eu já tenho, só basta usá-las em todas as mulheres interesseiras dessa cidade.Peter,Tudo estava fluindo perfeitamente bem, eu era um homem de negócios durante o dia e à noite nos encontros que o meu pai me forçava a ir, eu era o nerd.Mas claro que depois dos jantares, eu ia me divertir como eu sou, afinal, eu não quero me casar, mas quero viver a minha vida com o prazer que as mulheres têm para me dar.Chego no escritório como todos os dias, o que eu pensei que ia ser chato, até que está sendo bem legal. Como sou o diretor geral, tenho várias regalias, e ouvir as pessoas me chamando de senhor me dá um grande prazer. Assim que eu me sento na minha cadeira, meu pai entra e se senta.– Preparado para o encontro de hoje? – ele pergunta todo animado colocando as mãos no bolso.– Pai, vamos parar com essa coisa de encontro e casamento? Não está dando certo, as mulheres não me querem. Fora que estou vindo trabalhar todos os dias, isso mostra que eu sou responsável, não?– Tudo bem, mas terá que ir nesse encontro de hoje, pois já está marcado. Se ela não te aceitar,
Viviane,Sempre fui uma menina reservada. Não era fã de sair à noite, curtir, beber e só voltar no outro dia caindo de bêbada. Acho que por meus pais serem assim, eu também acabei sendo igual a eles.Porém, no meu aniversário de 18 anos, Camy e o Bem vieram até a minha casa para me chamar para um passeio, já que eu nunca comemorava o meu aniversário desde que meu irmão faleceu de câncer no cérebro. A morte dele foi bem no dia em que eu completava 15 anos.Camy e Bem pediram para os meus pais deixarem eu dormir na casa dela, que seria apenas uma social entre nós três: um filme, uma pipoca e depois iríamos dormir. Meus pais deixaram, pois confiam seguramente na Camy.Seguimos até a casa dela, onde ela me vestiu, me deixando sensual, mas não vulgar, e me maquiou. Ela gosta de treinar em mim, está fazendo um curso para ser maquiadora. Já o Bem é herdeiro, o pai dele tem várias concessionárias de carros espalhadas pelo mundo todo.Saímos em um dos carros do Bem e seguimos para uma balada r
Viviane,Depois do nosso jantar, decidi que esse casamento realmente vai acontecer. Só assim ele vai aprender que mulher não é brinquedo que se usa e se joga fora. Chego na casa dos pais dele e os nossos pais já estavam me esperando para dar uma resposta.– E então, Vivi, aceita se casar com ele?– Ele está bem diferente de quando nos conhecemos. Mas ainda sou muito apaixonada pelo seu filho. Se for eu a decidir, eu quero muito me casar com ele.Eles praticamente pulam de alegria, e eu sorrio, pois tudo está caminhando pelo caminho certo. Ele chega bem na hora da comemoração, e eu sorrio para ele, dando o meu melhor para parecer uma namorada apaixonada. Ele e o pai dele saem e o meu olha para mim.– Estou feliz que você tenha ficado alegre com esse pedido de casamento, eu já não aguentava mais ver naquela depressão minha filha. Mas, será que agora você pode me contar o que te fez ficar daquele jeito?– Pai, quero deixar isso no passado, se eu me lembrar eu vou começar a chorar, e eu n
Peter,Estava já entediado, pensando em até ir embora e deixá-la aqui sozinha. Porém, as palavras do meu pai, de que me botaria na rua sem dinheiro nenhum, me faz ficar aqui esperando por ela.Ela me chama para ajudá-la com o sutiã, já mudou rápido demais, já que me disse que era para deixá-la morrer, ao invés de ajudá-la. Mas quando eu entro no provador, meu pau dá um pulo violento nas calças. Uma calcinha vermelha com pingente. Um verdadeiro convite para ser arrancado com os dentes.Pu-ta que pa-riu, ela está tão gostosa como antes, exceto a sua cintura, parece estar mais fina e eu já até calculo que pelo tamanho das minhas mãos, eu consigo até juntar os meus dedos ao redor dela.Vou andando em sua direção, que continua de costas para mim, e assim que chego bem perto, ela me olha pelo espelho chamando a minha atenção.– Pode abrir para mim. – Ela pega seus cabelos castanhos e coloca na frente, me dando acesso maior ao seu corpo.Levo minhas mãos até o sutiã e abro o fecho. Sinto a s
Peter,Ela está exatamente como eu a conheci, com um vestido que a faz parecer uma mulher delicada. Seu sorriso envergonhado me faz viajar no passado. A conduzo até a mesa, puxo a cadeira para ela se sentar e me sento ao seu lado.– Realmente, você está muito bonita. – ela olha para mim com um sorriso fofo, totalmente diferente de hoje cedo, o que me faz pensar que talvez ela esteja apenas jogando comigo.Pego em sua mão e levo até os meus lábios, e seu olhar fofo se transforma. Sim, ela só está jogando. E eu não sou um cara de dar para trás, vou entrar no joguinho dela.– Estou muito feliz por vocês estarem assim, isso só mostra o quanto serão felizes no casamento. – ah, se o meu pai pudesse ler a mente dessa mulher, com certeza me afastaria dela na mesma hora. – Vamos brindar a isso. Teremos um filho responsável em nossa casa.Todos começam a rir, principalmente a minha noivinha. Tudo que ele poderia falar, ela vai logo e me chama de irresponsável na frente dela. Parabéns, papai.–
Viviane,Chegando em casa, vou direto para o meu quarto furiosa. Não era para o meu pai falar da minha depressão na frente do Peter, não quero que ele saiba o que eu sofri por causa dele. Me sento na minha cama e fico pensando no que fazer para atormentar a vida dele agora.Olho para o espelho e me lembro dos seus olhos quando estávamos no trocador da loja. Ia fazer uma brincadeira na casa dele, mas o meu pai estragou todos os meus planos. Tive uma idéia. Me levanto, tiro o vestido e tiro uma foto da cintura para baixo, isso vai deixá-lo bem animado.Envio, mas depois que vejo que ele visualizou, apago a foto. Vai que ele mostra para o pai dele, e a minha máscara de boazinha vai acabar caindo por terra. Depois do boa noite, coloco o celular para carregar e vou dormir. De manhã, acordo já tomando o meu remédio e me preparo para o meu dia.Desço até a sala de jantar para falar com os meus pais que vou sair, vou comprar algumas coisas para começar a trabalhar na empresa. Desejo bom dia a
Peter,Isso só pode ser uma mentira dela, meu pai jamais faria eu assinar uma merda dessa. Vou à procura dele, entrando no elevador e descendo até o RH. Assim que as portas se abrem, ele está bem na porta.– Por que falou que o RH estava me chamando?– Porque estavam. Pai, assinei algum documento que tenho que pagar indenização para a Viviane?Ele olha para trás e manda eu entrar no elevador, pois aqui tem muitas pessoas e ninguém sabe desse acordo. Assim que as portas se fecham, ele aperta o botão do térreo, e eu refaço a pergunta para ele. E sua resposta me faz até suar frio.– Sinto muito, Peter, isso foi uma exigência do Júlio, levando em conta o que você é, a quantia até que não está alta. Pelo menos, mesmo que tiver alguma traição da sua parte, ambos permaneceram casados, e ela vai dar um jeito de resolver se caso houver fofocas.– Pai, está me mandando para um casamento ou para um internato com castidade? – Ele fica sem entender, e eu penso se devo contar para ele tudo que está
Peter,Ela se levanta do balanço irritada, o que me faz até dar um passo para trás.— O que você me fez? Quer que eu faça uma lista para você? Mentiu seu nome, falou que se chamava Peter Carte, e não Mourrett. Colocou um cara para tentar me estuprar, só para ser o meu herói. Tudo em torno de você é uma mentira. — Ela fala batendo de mão aberta no meu peito, me empurrando para trás.— Eu queria te conhecer melhor, e você só se fazia de difícil. Eu não tive outra alternativa. — E lá vem mais um tapa na minha cara. Pelo jeito vou virar saco de pancada dela. — Vamos parar de me bater? Você pode cancelar o casamento, já que eu fui tão mal assim com você. Por que insiste nisso?— Porque o seu pai está obcecado em te ver casado, e eu não vou permitir que você encontre uma boa mulher, que te faça feliz pelo resto da sua vida. Você me tirou tudo que eu tinha, me roubou a coisa que eu mais preservava. E com tudo que eu passei, acabei perdendo... — Ela para de falar do nada, o que me deixa curio