Casando com a mulher que me odeia
Casando com a mulher que me odeia
Por: Dayane Castro
Capítulo 1

Milão, Itália.

Peter,

Sou filho do homem mais rico de Milão. Meu pai tem uma empresa de softwares, vários aplicativos que as pessoas usam no celular, vêm da empresa do meu pai.

Terminei a faculdade que ele tanto mandou eu fazer. Na verdade, me ameaçou, ou eu fazia, ou ele me expulsava de casa sem direito a nada. E, um homem como eu não pode ficar sem dinheiro nenhum.

Adoro curtir a vida, balada, beber e transar a noite toda. Mas só isso, não quero nenhum tipo de responsabilidade. Casamento e filhos não estão nos meus planos. Sou jovem, bonito, gostoso para caramba, e não quero perder a minha liberdade tão cedo.

Mas, como nenhuma alegria é eterna, no meu aniversário de 25 anos, veio uma bomba drástica. Meu pai quer que eu trabalhe na empresa dele como diretor geral. É um bom cargo, não nego. Mas tenho que usar terno, gravata e o pior, acordar cedo todos os dias.

Com a minha recusa, ele mandou novamente a chantagem para cima de mim e, como não tive alternativas, acabei cedendo mais um capricho do meu pai. E para completar a merda toda, ele veio com outra proposta.

– Você se tornará o CEO, e para aprender a ter mais responsabilidade, vou arrumar a esposa perfeita para você.

– Ah, não, pai. O senhor quer que eu vire um escravo do lar? Já vou ter que trabalhar, quer me prender em um casamento sem eu querer? Sabe que isso é ilegal, não é?

– Não se preocupe, vou escolher uma boa esposa para você, e a mais bonita. Primeiro vocês vão namorar, depois noivar e aí sim casar. Hoje à noite você tem o seu primeiro encontro com a primeira candidata, fique bem bonito para ela, pois ela é uma jovem muito bonita.

Parece até brincadeira, o meu pai arranjando encontro às cegas para mim. Mas isso não vai ficar assim, vou transformar esse encontro num verdadeiro pesadelo para ela. Se ela não aceitar a relação, ele não vai poder obrigá-la a se casar comigo.

Ele me entrega uma pasta onde tem os dados dela. Nome, o que gosta de comer, o que gosta de fazer, essas coisas. Tem também uma foto dela, típica filhinha de papai que gosta de mandar em todo mundo. Já sei que se me casar com ela, vou viver no cabresto.

Subo para o meu quarto, tentando pensar no que fazer para esse encontro dar errado. Fazer ela pagar a conta é uma alternativa boa. Pois já mostra que eu não sou cavalheiro. Atrasar, ou não ir buscá-la na sua casa também é uma boa. Vou começar por esses dois, e vou inventando no decorrer da noite.

A noite chega e eu visto uma roupa qualquer, mas para falar a verdade, eu ficaria bonito até vestido de mendigo. Pego a chave do meu carro e sigo para o restaurante. Espero que ela saiba o caminho daqui, pois eu não vou buscar ninguém em casa.

Desço do meu carro e, assim que puxo a porta para entrar no restaurante, um cara b**e em mim. Olho para ele e a vontade de rir é grande.

– Desculpa, senhor... – ele fala, limpando os olhos.

– Por que está chorando, homem não chora, sabia disso não? – falo, observando o traje ridículo dele. A camisa está dentro da calça, que está bem alta, quase batendo no seu peito. O cabelinho de lado parecendo que a vaca lambeu. Uma gravata borboleta vermelha que parece querer fugir dele. E, para completar, um óculos fundo de garrafa enorme.

– Eu fui enxotado pela minha dama, ela disse que não quer se casar comigo.

– Ela disse foi? – Foi aí que tive a brilhante ideia de me vestir igual a ele. – Quer quanto nesses óculos e nessa gravata?

Ele me olha sem entender nada, e eu tiro algumas notas do bolso, estendendo para ele. Ele pega e eu ainda ajudo ele a ficar apresentável. Bagunço o seu cabelo deixando mais sexy, tiro a gravata dele e abro os três primeiros botões da sua camisa. Abaixo a sua calça para o lugar certo, e mando ele voltar lá dentro e mostrar para a mulher que ele é bonito.

Só esqueci que o cara não enxerga sem os óculos, e assim que ele entra, ele b**e de cara no vidro da porta. Mesmo rindo, abro a porta e deixo ele entrar. Vou até o meu carro e entro nele, começando a minha transformação. De gatinho para o nerd ridículo.

Tento ficar o mais parecido possível com o carinha, mas a pior parte é levantar as calças, parece que estão esmagando os meus ovos. Na hora de colocar os óculos então, chega me deu dor de cabeça. Mas, tudo vale para a minha liberdade.

Entro novamente no restaurante e escolho uma mesa. Espero a mulher da foto aparecer, sei que virá igual uma fera quando me ver assim, mas é isso mesmo que eu quero, transformar esse no pior encontro da vida dela.

Assim que vejo ela entrando e olhando pelo salão à minha procura, coloco os óculos e espero ela se aproximar. Assim que ela passa por mim, digo o seu nome.

— Jéssica?

— Você me conhece?

— Sim, sou o Peter Mourett, meu pai marcou esse jantar para nós dois. Nossa, você é muito bonita.

— Você não é o Peter... Não pode ser.

– Ah, sou eu sim, só usei um pouquinho de Photoshop. Sabe, para me deixar um pouco mais atraente. – Dou risada por dentro, pois sinto que a cada palavra minha, só aumenta o seu desespero.

– Tô fora. – Ela fala e se vira para sair. Abaixo os óculos só para ver a primeira concorrente indo embora. Até me alegro com isso, pois se deu certo com ela, dará certo com todas. Afinal, todas as mulheres são iguais.

Me escoro na cadeira e peço um prato para o garçom. Como a comida é por conta do meu pai, vou caprichar no pedido. Essa é a minha vitória contra todas as mulheres do mundo que não amam o homem, mas sim a aparência e a vida de conforto que nós damos a elas.

Estou preparado para o combate contra meu pai e esse casamento que ele quer me obrigar. Bom, as armas eu já tenho, só basta usá-las em todas as mulheres interesseiras dessa cidade.

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