Elaine desejava um dia de spá mais que tudo naquele momento, estava desesperadamente precisando relaxar e por este motivo avisou que não receberia mais visitas naquele dia, todas haviam sido um desastre.
Foi por isso que se viu sendo pega de surpresa quando as grandes portas da sala de estar se abriram mais uma vez, porém logo um enorme sorriso surgiu em seu rosto.– Andrea! – Ela saudou com um misto de alegria e alívio assim que se colocou de pé e recebeu sua melhor amiga com um forte e apertado abraço.– Elaine, eu vim correndo assim que fiquei sabendo. – Andrea a abraçou por longos minutos, dando amparo à amiga e sentiu seu coração se apertar pelo modo como Elaine se encolheu naquele abraço, demonstrando o quanto estava ferida naquele momento.Andrea avisou que iria dormir com Elaine naquela noite, assim poderiam conversar melhor, como faziam em sua época de adolescentes. Elas decidiram ir ao quarto de Elaine e pediram que o jantar fosse servido lá, assim teriam maior privacidade.Naquela noite em específico, o jantar foi algo simples, de um prato só, sem o usual de entrada, prato principal, acompanhamento, etc. Optaram por uma pizza e uns coockies, algo que comiam em sua época de adolescência quando saíam juntas em algum final de semana para escapar das paredes sufocantes do internato onde estudavam.– Você tem 12 dias para escolher um marido? – Repetiu Andrea um tanto incrédula após ouvir toda a história contada por Elaine.– 11, na verdade. – Corrigiu ao olhar o horário marcado na tela de seu celular – Afinal, não vou encontrar um marido nas próximas 04 horas, então o dia de hoje já está perdido.– Amiga, eu nem sei o quê dizer. É muita coisa para digerir de uma só vez. – Andrea confessou e ambas ficaram alguns minutos em silêncio, com as mentes trabalhando. – Podemos fazer uma pesquisa. – Andreia comentou um pouco mais empolgada.– Uma pesquisa sobre o quê?– Uma pesquisa de melhores pretendentes para você, se escolhermos alguém de nosso meio social fica mais fácil e um homem que já tenha sua própria fortuna tem menos chances de ser um crápula com você que não te dê nem ao menos uma mesada mensal. Sem contar que você é extremamente bonita, qualquer homem seria feliz em ter você como esposa.– Uma pesquisa de melhor marido? – Elaine parecia um tanto incerta de que aquilo poderia funcionar, mas deu de ombros e acabou concordando enquanto observava sua amiga pegando o notebook para iniciar a pesquisa.O sol já ia nascendo enquanto as duas ainda mantinham seus respectivos notebooks em seus colos e beliscavam algumas trufas. Horas de pesquisa e a lista criada pelas duas ainda possuía apenas 03 nomes aceitáveis.Mark Taunt, herdeiro, empresário, havia estudado com elas no internato, sempre gentil, porém Elaine o achava pacato demais.Jorge Gattion, empresário do ramo de investimento em ações, primo de Allina Gattion que havia estudado com elas no internato, porém não conheciam o suficiente para riscar ele da lista.Adam Wolf, herdeiro, empresário, irmão de Andrea. Elaine adorou a ideia de ser cunhada de sua melhor amiga, mas achou melhor não comentar em voz alta que Adam a odiava e jamais aceitaria a ideia.Sem contar à amiga, Andrea, com seu espírito casamenteiro, já havia enviado uma mensagem ao seu irmão e contado a ele toda a história de Elaine. Ela conhecia seu irmão bem o suficiente para saber que sendo um pedido seu, ele dificilmente diria “não”.Adam encarava o celular em sua mão enquanto um pequeno sorriso aparecia. Elaine Locker precisava de um marido urgente e estava desesperada fazendo uma “listinha de possíveis maridos”, ou pelo menos era isso que Andrea havia lhe dito. Adam achou que aquele cenário era perfeito, Elaine de fato estava tendo o que merecia. Uma mulher como ela merecia encontrar um marido que fosse tão péssima pessoa quanto ela era. Adam bebeu mais um gole de sua bebida e fechou os olhos enquanto saboreava o líquido. Ele até mesmo chegou a pensar em alguns conhecidos que dariam péssimos maridos. Listou cada um deles em sua mente para indicar à amiga de sua irmã. Então o celular vibrou mais uma vez e a mensagem seguinte o fez franzir as sobrancelhas, “você deveria se casar com ela”. Andrea provavelmente havia bebido mais do que ele. Para ter certeza que havia lido certo, leu novamente a mensagem mais algumas vezes. – Nem se o diabo me pagar. – Ele respondeu em voz alta, desgostoso com a ideia dada por sua
Elaine acordou próximo ao meio-dia e decidiu procurar algo para comer enquanto deixava Andrea dormir mais um pouco, afinal a amiga havia feito uma longa viagem para vir lhe consolar. Elaine estava sentada na mesa da sala de chá de sua casa, brincando com o tecido macio de seus pijamas quando ouviu uma voz masculina vinda do outro lado da porta, uma voz desconhecida à princípio, mas que aos poucos foi se tornando mais familiar. Com a xícara em mãos, levantou-se e foi verificar o que estava acontecendo, o que resultou em uma recepção peculiar para Marck Taunt que estava ali para lhe visitar. Marck estava parado no saguão, explicando a seu mordomo o motivo de sua visita quando interrompeu sua fala ao ver Elaine. Ele estava extremamente mais belo do que ela se recordava em seus tempos de adolescência. Era uns 10 centímetros mais alto que ela, com os cabelos loiros que combinavam com o ar angelical que as piscinas azuis de seus olhos passavam. Seu rosto, que quando mais novo lembrava um
– Elaine. – Andrea chamou seu nome em tom sério. – Eu não me importo. Você é minha melhor amiga. Lhe empresto o dinheiro e você ganha um tempo para pensar melhor. Com esse tempo tenho certeza que vai escolher um marido ideal. E, se ele for um mão de vaca que não te deixe mexer no seu próprio dinheiro, pode me pagar com sua amizade. – Ela finalizou com um tom mais doce que fez Elaine chorar. Elaine esteve se sentindo tão sozinha nos últimos dias, sufocando a dor da perda sem um ombro amigo que agora que Andrea estava ali o alívio era tão grande que ela se viu chorando e soluçando sem conseguir parar, colocando para fora todas as lágrimas reprimidas nos últimos dias. – Eu sinto falta de meu pai. – Ela revelou entre os soluços, o que fez sua amiga sentar-se ao seu lado e a abraçar por alguns minutos. – Eu sei, amiga, eu sei. Mas, você não está sozinha. Eu estou aqui com você. Elaine sempre tivera uma vida livre de quaisquer preocupações. Estudou nas melhores escolas e colégios, com u
Não teve cerimônia, não teve igreja e tampouco teve festa. Não era um casamento de verdade, era apenas um contrato de negócios. Adam nem ao menos compareceu, enviou seu sócio com uma procuração em mãos. Elaine tentou ignorar o quanto aquilo lhe incomodava e focou apenas no fato da salvação que aquele contrato de casamento representava em sua vida naquele momento. – Irei explicar os termos do casament-– Contrato. – Elaine interrompeu o advogado e isso lhe custou a atenção de todos presentes na sala. – Os termos do contrato. – Ela repetiu tentando transparecer uma coragem que não sentia de fato naquele momento. Estavam presentes seu advogado, o advogado de Adam, Elaine e Peter, o sócio e procurador de Adam em uma sala reservada junto ao cartório para que se celebrasse o contrato de casamento. Andrea havia organizado tudo extremamente rápido, de modo que em menos de 03 dias Elaine via sua vida mudar completamente. A amiga infelizmente não estava presente, pois havia retornado ao tra
Elaine seguia sua vida de forma tranquila, e o único indício de seu casamento era o valor depositado mensalmente em sua conta bancária para que custeasse seu sustento. Ainda era a responsável pela administração dos bens de sua família, mas o pagamento era sempre realizado pelas indústrias. Elaine de início teve medo do momento em que precisaria enfrentar Adam, mas esse momento nunca chegou. Nem no primeiro mês, nem no segundo, nem em qualquer mês que veio após isso. Ela estava contente com sua vida e seus estudos. Inclusive havia iniciado um relacionamento de amizade com o Marck, afinal ainda o tinha como um pretendente quando fosse a hora de se divorciar de Adam. Marck era incrível e fora totalmente compreensível com sua escolha, em especial quando ela explicou que era um casamento temporário apenas para lhe comprar tempo para que pudesse decidir melhor sobre seu futuro. Ele ainda por cima lhe enviava flores toda semana, às vezes um grande bouquet, às vezes uma rosa solitária com
Elaine decidiu então voltar ao jardim, era o melhor lugar para evitar Adam naquele momento, não queria estar por perto enquanto ele se instalava no quarto que havia sido de seu pai. Sabia que ele ainda encontraria as roupas de seu pai no guarda-roupa como se ele fosse surgir a qualquer momento para usá-las e sabia que Adam mandaria retirá-las, não queria presenciar aquilo. Várias teorias passavam pela mente de Elaine enquanto ela tentava adivinhar o motivo de Adam ter aparecido do nada, sem qualquer explicação após um ano sem notícia alguma. A mais plausível que encontrou é que ele estaria na cidade por alguns dias e aproveitaria que tinha uma mansão ali para não ter que ficar em um hotel. Convenceu-se a si mesma que deveria ser essa a teoria correta, afinal nessa teoria ele somente ficaria por alguns dias e era justamente isso que Elaine esperava que fosse acontecer, que em poucos dias ele fosse embora. – Srta. Locker. – Elaine virou a cabeça para dar atenção à sua governanta quan
O restante da noite passou como nuvem diante dos olhos de Elaine, como se fosse mais espectadora do que participante, apenas comentando algo vago vez ou outra diante do silêncio deixado por alguém nos intervalos da conversa. Andrea chegou a lhe questionar se havia algo errado e apenas justificou que estava com uma forte dor de cabeça, o que foi aceito como justificativa por parte de sua amiga. Elaine acompanhou as duas mulheres até o saguão para se despedirem com um abraço. – Amanhã cedo estaremos aqui. – Prometeu Caroline ao depositar um delicado beijo na bochecha de Elaine, afinal havia combinado de sair de viagem logo na manhã seguinte. – Sua tentativa de desobediência teria sido até engraçada se não fosse tão patética. – Adam alfinetou assim que ambas estavam fora da mansão, longe de seu campo de visão e audição. – O que quer dizer com isso? – Você só está indo nessa viagem porque eu estou permitindo que vá. – Ele esclareceu ao se aproximar dela, impondo a diferença de altur
Elaine acordou cedo no dia seguinte e decidiu aguardar em uma espreguiçadeira no jardim enquanto organizavam as malas no carro. O suco estava intocado ainda em suas mãos, não havia bebido um gole sequer, estava sem vontade. Naquele momento nada lhe apetecia verdadeiramente, estava irritadiça desde a hora em que levantou da cama. – Srta. – Elaine olhou ao ouvir ser chamada. – O Sr. Wolf lhe aguarda no carro. Elaine nem se deu ao trabalho de tentar discutir ou atrasar propositalmente para gerar confusão, não estava com humor para lidar com qualquer coisa que viesse de Adam naquele momento. Então, com um suspiro, deixou seu suco sobre a mesa do jardim e seguiu à entrada da mansão, onde lhe aguardavam. – Srta. – O motorista a cumprimentou antes de abrir a porta para ele. Mas, o que a surpreendeu foi que ele abriu a porta do passageiro e não a porta de trás, como normalmente fazia. A resposta veio em seguida, quando ela notou que quem iria dirigir era Adam, que já estava ali sentad