Elaine decidiu então voltar ao jardim, era o melhor lugar para evitar Adam naquele momento, não queria estar por perto enquanto ele se instalava no quarto que havia sido de seu pai. Sabia que ele ainda encontraria as roupas de seu pai no guarda-roupa como se ele fosse surgir a qualquer momento para usá-las e sabia que Adam mandaria retirá-las, não queria presenciar aquilo. Várias teorias passavam pela mente de Elaine enquanto ela tentava adivinhar o motivo de Adam ter aparecido do nada, sem qualquer explicação após um ano sem notícia alguma. A mais plausível que encontrou é que ele estaria na cidade por alguns dias e aproveitaria que tinha uma mansão ali para não ter que ficar em um hotel. Convenceu-se a si mesma que deveria ser essa a teoria correta, afinal nessa teoria ele somente ficaria por alguns dias e era justamente isso que Elaine esperava que fosse acontecer, que em poucos dias ele fosse embora. – Srta. Locker. – Elaine virou a cabeça para dar atenção à sua governanta quan
O restante da noite passou como nuvem diante dos olhos de Elaine, como se fosse mais espectadora do que participante, apenas comentando algo vago vez ou outra diante do silêncio deixado por alguém nos intervalos da conversa. Andrea chegou a lhe questionar se havia algo errado e apenas justificou que estava com uma forte dor de cabeça, o que foi aceito como justificativa por parte de sua amiga. Elaine acompanhou as duas mulheres até o saguão para se despedirem com um abraço. – Amanhã cedo estaremos aqui. – Prometeu Caroline ao depositar um delicado beijo na bochecha de Elaine, afinal havia combinado de sair de viagem logo na manhã seguinte. – Sua tentativa de desobediência teria sido até engraçada se não fosse tão patética. – Adam alfinetou assim que ambas estavam fora da mansão, longe de seu campo de visão e audição. – O que quer dizer com isso? – Você só está indo nessa viagem porque eu estou permitindo que vá. – Ele esclareceu ao se aproximar dela, impondo a diferença de altur
Elaine acordou cedo no dia seguinte e decidiu aguardar em uma espreguiçadeira no jardim enquanto organizavam as malas no carro. O suco estava intocado ainda em suas mãos, não havia bebido um gole sequer, estava sem vontade. Naquele momento nada lhe apetecia verdadeiramente, estava irritadiça desde a hora em que levantou da cama. – Srta. – Elaine olhou ao ouvir ser chamada. – O Sr. Wolf lhe aguarda no carro. Elaine nem se deu ao trabalho de tentar discutir ou atrasar propositalmente para gerar confusão, não estava com humor para lidar com qualquer coisa que viesse de Adam naquele momento. Então, com um suspiro, deixou seu suco sobre a mesa do jardim e seguiu à entrada da mansão, onde lhe aguardavam. – Srta. – O motorista a cumprimentou antes de abrir a porta para ele. Mas, o que a surpreendeu foi que ele abriu a porta do passageiro e não a porta de trás, como normalmente fazia. A resposta veio em seguida, quando ela notou que quem iria dirigir era Adam, que já estava ali sentad
– Minha mãe está fantasiando com esse seu casamento com o Adam, ela jura que não é só um contrato e que logo vocês vão assumir isso para o resto do mundo. – Andrea confessou baixinho, deitada ao lado de Elaine em uma grande toalha na areia. Ambas estavam deitadas sob o sol de fim de tarde, apreciando o calor em sua pele, enquanto Caroline e Adam tinham voltado à casa que haviam alugado para aqueles poucos dias. A casa não era grande, mas era isolada o suficiente para que aquela praia estivesse quase deserta, o que as garotas apreciavam imensamente naquele momento. – Não viaja. – Ela repreendeu a amiga. Afinal, era bem visível que Caroline não era a única fantasiando por ali. – Amiga, por quê não? – Andrea deitou-se de lado para encarar a amiga. – Você era louca por ele na adolescência. Vivia dizendo que ia casar com ele. – Ela recordou enquanto visivelmente segurava o riso. – Amiga, você fez uma parede inteira no seu quarto com as fotos dele. Eu tive que lavar meus olhos com venen
– Elaine, querida. – Caroline chamou durante o jantar daquela noite. Estavam em um restaurante de frutos do mar, próximo à praia. Então podiam comer com o som das ondas como música ambiente, era simplesmente delicioso. – Sim, tia Caroline?Mas, Caroline não respondeu e Elaine sabia o que ela pretendia dizer, era visível nos olhos dela. Caroline havia tido um problema em seu coração e pulmões, por isso havia ficado internada em uma clínica especializada nos últimos dois anos, o que a impediu de estar ao lado de Elaine quando seu pai havia partido e a culpa era visível nos olhos da mulher. Mas, Elaine compreendia. Tanto o pré quanto o pós operatório no quadro de Caroline eram delicados, precisavam ser cuidadosos e atenciosos. Em momento algum havia se ressentido de sua ausência, principalmente agora que finalmente a tinha de volta em plena saúde. – Está tudo bem. – Elaine a tranquilizou com um sorriso. – De verdade. Estou muito mais feliz em saber que a senhora está bem hoje. Caro
Elaine ignorou a suave batida na porta de seu quarto enquanto encarava a tela de seu celular, se arrependendo amargamente de suas decisões da noite anterior.Movida pela raiva de Adam com a ousadia trazida pelo vinho, Elaine havia enviado uma mensagem para Marck. Ela encarou as palavras enviadas com um peso em seu estômago. “Estou com Andrea e a família dela”. Não era tão ruim. Não, as palavras não eram. Ruim era o que vinha a seguir. Ela havia mandado a ele sua localização.– Elaine. – Andrea abriu a porta após não obter resposta e viu-se surpresa ao ver que a amiga estava acordada. – Elaine? – Ela chamou novamente quando não obteve nem mesmo uma reação. Então decidiu sentar-se em um
Elaine se viu borbulhando de raiva em seu quarto após a saída de Adam. O maldito ainda havia tido a ousadia de levar suas flores! Não que ela quisesse as flores ou que quisesse Marck. Mas, ela queria menos ainda ser uma marionete nas mãos de Adam. O humor de Elaine não melhorou nem mesmo quando trocou de roupa, ou quando foi com a família Wolf passear no pequeno evento daquela cidade, tampouco quando pararam para almoçar. Mas, pelo menos ela sabia fingir bem e forçava um sorriso que soava até que genuíno. Mas, no meio da tarde, o mau humor começava a sumir e seu sorriso passava a ser de fato verdadeiro. Foi quando finalmente passou a apreciar o cenário ao seu redor. A rua principal da cidadezinha estava ladeada de barracas de todos os tipos, vendendo pequenas lembrancinhas ou comidas de todos os tipos. Havia até mesmo comida de outras nacionalidades. A música era animada, foi impossível resistir ao contágio da alegria do lugar. Apesar de usarem grandes chapéus, Caroline não achava
O humor de Adam esteve visivelmente ácido pelo restante do passeio. Não melhorou quando voltaram em casa para um banho rápido e uma troca de roupas. Não melhorou quando chegaram ao restaurante e escolheram uma mesa no lado externo, para melhor aproveitamento da brisa marítima. Na realidade, só piorou. Piorou quando ele ouviu Elaine informar que Marck havia confirmado presença. Piorou quando ele viu a roupa que Elaine havia escolhido para aquela noite, um vestido praieiro curto demais em sua opinião. Piorou substancialmente quando Marck finalmente chegou, com um sorriso largo demais em sua opinião. – Boa noite. – Marck cumprimentou educado ao se aproximar antes de se apresentar devidamente para Caroline. Os demais ele já conhecia. Andrea não precisava de muito para perceber o quão irritado seu irmão estava, por isso, para amenizar a situação, ela se sentou propositalmente ao lado de Elaine, apontando para a cadeira de seu outro lado e oferecendo-a a Marck. – Wolf. – Marck cumprimen