– Minha mãe está fantasiando com esse seu casamento com o Adam, ela jura que não é só um contrato e que logo vocês vão assumir isso para o resto do mundo. – Andrea confessou baixinho, deitada ao lado de Elaine em uma grande toalha na areia. Ambas estavam deitadas sob o sol de fim de tarde, apreciando o calor em sua pele, enquanto Caroline e Adam tinham voltado à casa que haviam alugado para aqueles poucos dias. A casa não era grande, mas era isolada o suficiente para que aquela praia estivesse quase deserta, o que as garotas apreciavam imensamente naquele momento. – Não viaja. – Ela repreendeu a amiga. Afinal, era bem visível que Caroline não era a única fantasiando por ali. – Amiga, por quê não? – Andrea deitou-se de lado para encarar a amiga. – Você era louca por ele na adolescência. Vivia dizendo que ia casar com ele. – Ela recordou enquanto visivelmente segurava o riso. – Amiga, você fez uma parede inteira no seu quarto com as fotos dele. Eu tive que lavar meus olhos com venen
– Elaine, querida. – Caroline chamou durante o jantar daquela noite. Estavam em um restaurante de frutos do mar, próximo à praia. Então podiam comer com o som das ondas como música ambiente, era simplesmente delicioso. – Sim, tia Caroline?Mas, Caroline não respondeu e Elaine sabia o que ela pretendia dizer, era visível nos olhos dela. Caroline havia tido um problema em seu coração e pulmões, por isso havia ficado internada em uma clínica especializada nos últimos dois anos, o que a impediu de estar ao lado de Elaine quando seu pai havia partido e a culpa era visível nos olhos da mulher. Mas, Elaine compreendia. Tanto o pré quanto o pós operatório no quadro de Caroline eram delicados, precisavam ser cuidadosos e atenciosos. Em momento algum havia se ressentido de sua ausência, principalmente agora que finalmente a tinha de volta em plena saúde. – Está tudo bem. – Elaine a tranquilizou com um sorriso. – De verdade. Estou muito mais feliz em saber que a senhora está bem hoje. Caro
Elaine ignorou a suave batida na porta de seu quarto enquanto encarava a tela de seu celular, se arrependendo amargamente de suas decisões da noite anterior.Movida pela raiva de Adam com a ousadia trazida pelo vinho, Elaine havia enviado uma mensagem para Marck. Ela encarou as palavras enviadas com um peso em seu estômago. “Estou com Andrea e a família dela”. Não era tão ruim. Não, as palavras não eram. Ruim era o que vinha a seguir. Ela havia mandado a ele sua localização.– Elaine. – Andrea abriu a porta após não obter resposta e viu-se surpresa ao ver que a amiga estava acordada. – Elaine? – Ela chamou novamente quando não obteve nem mesmo uma reação. Então decidiu sentar-se em um
Elaine se viu borbulhando de raiva em seu quarto após a saída de Adam. O maldito ainda havia tido a ousadia de levar suas flores! Não que ela quisesse as flores ou que quisesse Marck. Mas, ela queria menos ainda ser uma marionete nas mãos de Adam. O humor de Elaine não melhorou nem mesmo quando trocou de roupa, ou quando foi com a família Wolf passear no pequeno evento daquela cidade, tampouco quando pararam para almoçar. Mas, pelo menos ela sabia fingir bem e forçava um sorriso que soava até que genuíno. Mas, no meio da tarde, o mau humor começava a sumir e seu sorriso passava a ser de fato verdadeiro. Foi quando finalmente passou a apreciar o cenário ao seu redor. A rua principal da cidadezinha estava ladeada de barracas de todos os tipos, vendendo pequenas lembrancinhas ou comidas de todos os tipos. Havia até mesmo comida de outras nacionalidades. A música era animada, foi impossível resistir ao contágio da alegria do lugar. Apesar de usarem grandes chapéus, Caroline não achava
O humor de Adam esteve visivelmente ácido pelo restante do passeio. Não melhorou quando voltaram em casa para um banho rápido e uma troca de roupas. Não melhorou quando chegaram ao restaurante e escolheram uma mesa no lado externo, para melhor aproveitamento da brisa marítima. Na realidade, só piorou. Piorou quando ele ouviu Elaine informar que Marck havia confirmado presença. Piorou quando ele viu a roupa que Elaine havia escolhido para aquela noite, um vestido praieiro curto demais em sua opinião. Piorou substancialmente quando Marck finalmente chegou, com um sorriso largo demais em sua opinião. – Boa noite. – Marck cumprimentou educado ao se aproximar antes de se apresentar devidamente para Caroline. Os demais ele já conhecia. Andrea não precisava de muito para perceber o quão irritado seu irmão estava, por isso, para amenizar a situação, ela se sentou propositalmente ao lado de Elaine, apontando para a cadeira de seu outro lado e oferecendo-a a Marck. – Wolf. – Marck cumprimen
Adam cruzou os braços, curioso com a cena à sua frente. Ele havia decidido tomar um banho para espairecer e acabava de sair do banheiro, com a toalha ainda amarrada à sua cintura, quando viu seu quarto seu invadido por uma Elaine esbaforida que se manteve segurando a porta como se uma horda de zumbis pudesse invadir o local a qualquer momento. Elaine ainda demorou alguns longos segundos antes de se convencer que Marck não viria atrás dela e suspirou aliviada, finalmente soltando a porta. – Emoções demais para um único dia. – Ela sussurrou para si mesma antes virar-se no intuito de colocar um pijama e dormir. Foi quando um grito abafado escapou assim que viu Adam. – Veio consumar o casamento, querida esposa? – Ele provocou sem ocultar o divertimento em sua voz ao vê-la se assustar.– O que faz aqui? – Ela exigiu ao empinar o nariz, mas ela sabia a resposta. Ela havia, mais uma vez, errado o quarto. – Aqui? – Ele repetiu como se estivesse incerto. – Em meu próprio quarto? – Prossegu
Elaine acordou lentamente na manhã seguinte. Sua cama estava mais confortável que nunca e o cobertor a deixava perfeitamente aquecida. O tecido grosso pesava contra seu corpo, a prendendo como um casulo. Ela chegou a sorrir ao se encolher mais, apreciando aquilo.Então, ainda sonolenta, sentiu o cobertor apertá-la mais e aos poucos a realidade foi surgindo, abrindo espaço por sua mente. Ela estava dormindo na cama de Adam e era o corpo dele que a mantinha aquecida, com seu braço a prendendo pela cintura e mantendo seus corpos colados.Elaine tentou ainda se desvencilhar daquele aperto, de maneira sutil, temerosa em acordá-lo, não tinha um pingo de coragem para encará-lo naquele momento. Não depois da loucura e intensidade da noite anterior.
Quando Elaine desceu, Adam já havia ido embora. Ele informou à Andrea e Caroline que havia tido uma emergência na empresa e que precisaria retornar. Ela desconfiou que ele estivesse fugindo dela, mas Andrea garantiu que até mesmo um helicóptero havia ido buscá-lo no heliporto da cidade. Mas, se fosse sincera consigo mesma, Elaine estava aliviada que ele não estivesse ali. Ela ainda não havia decidido como iria agir perto dele. Uma parte dela dizia que deveriam simplesmente fingir que nada aconteceu e retomar ao papel anterior, outra parte dizia que deviam ignorar o passado e mergulhar naquilo que tinham, outra parte, a mais sensata e menor delas, dizia que eles deveriam conversar e esclarecer as coisas como dois adultos. Ela preferia a primeira opção, a mais covarde. E, para justificar sua própria covardia, ela recordou a si mesma que sequer tinha o número de telefone de Adam, não podiam nem mesmo combinar uma conversa ou algo assim. Uma pena, não é mesmo?! Assim, sem muita escolh