Quatro.

Kristin foi a primeira a sair do quarto, seguida por Ryan. Pegaram o elevador, que ficou um pouco lotado, apesar de um aviso dizendo que não deveria haver mais do que seis pessoas ali. Ryan puxou para ficar atrás dele, o que a surpreendeu, já que, além disso, a fez segurar suas mãos à frente do corpo. Todos desceram no Hall do hotel e, se não fossem descer ali também, teriam ficado aliviados. Ela agora se encontrava ao lado do homem, segurando a mão dela com os dedos entrelaçados e os sorrisos mais falsos que conseguiram colocar. Subiram no ônibus para o passeio, estavam bem próximos da praia e o cheiro da Maresia incomodava o nariz de Kristin, mas, estranhamente, ela estava até gostando. Enquanto ignorava a existência de Ryan, prestava atenção nas histórias que o guia contava. Em algumas das muitas paradas que fizeram, ela prestava pouca atenção a Ryan, e só lhe dava a devida atenção apenas para tirar aquelas malditas fotos.

A última parada foi na praia, Kristin não gostou muito, mas não poderia reclamar, o passeio havia sido muito agradável, por isso não reclamou quando foi sendo guiada por Ryan e pelo grupo para a praia. Ela não entraria no mar, isso é uma certeza, mas se permitiria sentir a areia entre seus dedos, desde o incidente ela não pisava na praia.

Ryan pediu para um rapaz tirar algumas fotos deles juntos, mas uma foto deles olhando um para o outro, com a mão de Ryan entre seu pescoço e maxilar, parecia tão quente que Kristin quase acreditou que poderia ser verdade todo aquele amor.

— Obrigado cara. — Ryan agradeceu.

— Não quer tirar uma foto só sua?

— Não obrigada.

— Não é como se isso fosse o fim do mundo, apenas tire algumas fotos para você guardar de recordação.

— Não quero ter nenhuma foto, porque não quero me lembrar de que um dia eu já fui casada com você. Vou dar um mergulho. — Ela disse tirando a blusa e short colocando na bolsa típica de praia que estava levando e deixa na areia.

— Mas você não sabe nadar.

— Exato. — Ela diz indo em direção ao mar, mas para muito antes de chegar a beira, uns 4 passos atrás de onde marca até onde a água está indo, ela sente seu corpo tremer no mesmo instante.

— Você disse que ia nadar, não disse? — Ela toma um susto com a voz de Ryan logo atrás dela, ela olha para ele com raiva, isso tudo é culpa dele, ela voltou para onde estavam e procurou a bolsa, olhou para Ryan e viu que ele estava sem bolsa.

— O que foi?

— Cadê a minha bolsa? — Ela pergunta.

— Tá ai... que merda. — Ele reclama, só pode ser brincadeira, Kristin pensa, que agora ela terá que ir embora para o hotel apenas de biquíni, tudo porque Ryan é um idiota. — Tinha algo de valor na bolsa?

— Sim, Ryan tinha, muitas coisas de valor, como meus documentos e meu celular.

— Quem traz documentos para uma lua de mel?

— Prevenção, aí cara, você é tão burro, precisamos ir em uma delegacia, presta queixa, ver no mapa a mais próxima daqui, por favor.

— Sim Sra.O'Neill. — Ela o olhou séria, ele riu baixo e olhou no celular.

— Primeiro temos que avisar ao guia o que aconteceu e depois ir à delegacia.

— Achei uma aqui perto. — Eles avisaram o guia que os conduziu à delegacia e, assim, puderam registar um boletim de ocorrência. Ao chegarem ao hotel, Kristin foi recebida com alguns olhares impróprios pelos hóspedes, de sua grande maioria sendo homem, e as mulheres pareciam a julgar, Ryan observou a cena. Ao perceber que a garota estava claramente incomodada com os olhares indesejados, ele retirou a camisa que vestia e a entregou para ela. — Veste.

Kristin usou a camisa do mais velho e os dois entraram no hotel, indo direto para o quarto em que estavam hospedados. Ela retirou a camisa de Ryan logo que entrou no quarto e, por um instante, teve a certeza de que seu corpo havia despertado o interesse do outro, mas isso passou rápido pela sua cabeça. Pensou ter ficado louca, não porque acredite que seu corpo não seja atraente o bastante para despertar o olhar e o interesse de alguém, mas porque essa pessoa em questão não a suporta. Ele pode ter olhado, mas não foi nada de mais.

Ela analisou o cômodo rapidamente. Era realmente bonito e luxuoso, porém considerou um exagero pagar tão caro naquele quarto para um casal que só estavam juntos por conta de contrato e havia sentimentos entre eles. Obviamente aquele quarto era uma fortuna a diária. Ele é bege e dourado, tem uma cama de casal grande com um jogo de cama no tom do quarto, um sofá, poltrona e uma mesa de centro do lado esquerdo do quarto, a frente da cama é onde fica o closet, ao lado do closet, é o banheiro, e o quarto é enorme e lindo, cheio de detalhes minimalistas, porém bonitos.

Ryan notou que ela estava triste porque levarem o seu celular, mas o que ele poderia fazer não é mesmo, Kristin tomou um banho e logo depois foi ele, quando voltou ver ela dormindo na cama, mas dessa vez não a incomodou, deixou que ela descansasse e seria um momento tranquilo para si.

Olhou o celular vendo que tinha uma mensagem de Elizabeth, abriu a mensagem e leu em sua mente.

E: Então como foi a viagem?

R: Tranquila, o que quer?

E: Falar com a minha filha, ela não me atende.

R: A bolsa dela foi roubada na praia.

E: Desde quando Kristin gosta de praia?

R: Não gosta, fizemos um tour e paramos na praia.

E: Achei que se odiavam.

R: Elizabeth não me faça desistir desse contrato.

E: Nossa, quando ela comprar um celular peça para ela me ligar.

Ryan apenas mandou um emoji confirmando e voltou a fazer o que estava fazendo que era se concentrar para ter uma reunião da sua empresa, por isso ele queria que Kristin tivesse indo fazer algo, não gosta de falar sobre seus negócios quando tem alguém por perto.

Kristin saiu do banheiro vestida para matar, estava deslumbrante. Ela estava vestida com um vestido de alça fina, na cor vinho, com um vestido de alça fina, na cor vinho, com o comprimento até os joelhos. Havia uma grande fenda na lateral dele, o vestido abraçava seu corpo com delicadeza, valorizando todas as suas belas curvas. Ela usava um salto preto, seu cabelo estava solta e ela estava com uma maquiagem leve. Ela não usava muitos acessórios, tinha apenas um par de brincos pequeno e uma pulseira dourada. Já Ryan estava, sem dúvida, na altura da sua esposa. Ele estava vestido com uma calça de alfaiataria preta, cinto preto, camisa social também preta com dois botões abertos e usava um par de sapato loafer preto. Quanto aos acessórios, usava um pulseira de couro preta e um relógio que facilmente, poderia comprar uma mansão em Los Angeles. Eles se olharam de cima a baixo, sem dizer se achavam que estavam bonitos ou não. Em seguida, saíram do quarto e foram até o elevador. Ryan e Kristin aguardavam o carro na frente do hotel, quando o homem pode ouvir o manobrista elogiá-la. Kristin não pareceu escutar, pois estava distraída, mas, se o tivesse ouvido, teria recrutado. No entanto, Ryan percebeu e considerou que o elogio havia sido feito de forma inadequada. O manobrista disse que ela era bonita, que gostava de mulheres com carne, mas nunca a assumiria. O homem deve ter pensado que estava falando em tom baixo, se nem Ryan brinca com o corpo da garota ao seu lado, ninguém tinha esse direito. Então Ryan se virou para ele e sorriu gentilmente.

— Me desculpe amigo, mas acho que você acabou de elogiar a minha esposa?

— Ela é a sua esposa?

— É, minha esposa, eu lhe digo, tenho certeza que nem ela te assumiria, ela tem gostos caros e altos, não é à toa que casou comigo, e não ouse falar qualquer coisa dela novamente, estamos entendidos.

— Sim senhor. — O rapaz disse, seu amigo riu baixo, o carro chegou, Kristin que estava no mundo da lua tomou um leve susto quando sentiu a mão de Ryan tocar um pouco acima da sua bunda, ela não o olhou assustado, pois antes que o fizesse, ele sussurro rente ao seu ouvido.

— Não esqueça somos um casal recém-casados e muito apaixonados. — Se afastou um pouco e diz. — Vamos Querida? — Ele abriu a porta do carona para ela que entrou, ele fechou a porta e seguiu para o lado do motorista, eles não demoraram para chegar no restaurante. O jantar estava tranquilo até que Kristin falou o que vinha matutando na cabeça.

— Eu não tive acesso ao contrato, então não sei das cláusulas, impostas nele, mas estou em dúvida em uma em questão.

— Que seria?

— Tenho que me relacionar com você sexualmente, para que posso lhe dar um filho?

— Eu não li, mas duvido que tenha algo desse tipo.

— Você assinou um contrato sem ler, você é louco?

— O quê? O que seus pais poderia colocar nele que pudesse me prejudicar?

— O que acabei de falar, minha mãe deixou claro que tenho que ir para a cama com você, para que você possa ter um filho. — Ryan ficou um pouco chocado, mas Kristin não percebeu. Ele pode até não gostar da garota, o que não é novidade para ninguém, mas ter filho com ela? Além disso, ele sabe que uma criança acabaria ligando eles para sempre e acha que Kristin não teria condições de cuidar de um bebê, principalmente sendo filho dele. A mente de Ryan começou a trabalhar, por esse motivo Kristin sempre falava que ele era um imbecil imaturo. Essa ideia poderia dar muito certo, mas também poderia ser um grande erro.

No dia seguinte, Ryan a acordou mais uma vez pela manhã, a mandou deitar na cama e disse: "Você terá que se acostumar a dormir nessa mesma cama que eu". Ela o ignorou por estar muito cansada, se deitou na cama e voltou a dormir.

Quando acordou, não se passaram muitas horas desde que havia sido acordada. Menos de duas horas depois, já estava de pé, tomada banho e se preparou para ir à piscina. Apesar de não saber nadar, e ir para a piscina era quase um atentado a sua vida, ela só ia à piscina tomar um sol.

Ela escolheu o biquíni azul-escuro e, ao sair do box, foi até o guarda-roupa. Procurou a canga e não a encontrou em canto nenhum. Então, olhou para o lado e viu as roupas de Ryan bem arrumadinhas. Pensou: "Como esposa dele, acho que posso usar algumas das roupas dele, não é mesmo? Sim, eu posso". Ela sorriu, pegou uma camisa de manga comprida mais fina que ele tinha, provavelmente, usaria para mostrar seus músculos bem definidos. Em seguida, se olhou no espelho e gostou do que viu. Por fim, sorriu para o reflexo. Sempre que se via adorando o seu corpo, relembrava da fase difícil que teve na infância e na adolescência, não que ela não se cuidasse, como muitas pessoas, incluindo sua mãe, afirmavam que ela era descuidada. Ela começou a frequentar a academia, passou a malhar todos os dias por horas a fio, mas mesmo assim não modificou seu biotipo. Com o tempo, passou a se exercita somente por saúde e não se importava mais tanto com a alimentação. E isso nunca iria mudar. Colocou um short de tecido fino e pagou o Kindle para ler o último romance da sua escritora favorita, lançado recentemente. A história conta sobre uma adolescente, que é raptada pela alcateia rival ao do seu pai. Ela descobre segredos sombrios de sua família e, nesse meio tempo, acaba se tornando a âncora do vilão.

Kristin saiu do quarto, entrou no elevador e foi em direção à piscina, desceu ao último andar onde se encontrava a piscina do hotel e havia algumas pessoas, a maioria dos presentes era casais. Ela se sentou um pouco afastada dos outros para poder ler tranquilamente. Ela tirou seu short e a camisa de Ryan, colocou os óculos de grau, se sentou na espreguiçadeira pegando o aparelho para iniciar a sua leitura, daria de tudo para estar com o seu celular agora. O som das vozes das pessoas conversando a incomodava, mas ela permaneceu concentrada na leitura e chegou a um ponto em que tudo estava silencioso, calmo. Ela havia entrado no mundo do livro, sentindo-se como a própria protagonista. Ela teve uma leve sensação de ardência nas suas partes baixas quando leu a seguinte frase que o vilão falou para a mocinha.

"O que seu papai diria se visse a filhinha prodígio dele, nessa posição, presa em uma cama, nua, apenas com algumas fitas elásticas presas ao seu corpo sem esconder nada, enquanto grita para o maior inimigo dele ir mais fundo? Você é uma verdadeira putinha... Mas é a minha putinha, lembrasse disso".

Ela parou de ler apenas para analisar o que acabou de acontecer.

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