Onze.

Kristin mexia em seu celular vendo os comentários das pessoas na última foto que decidiu publicar, recebeu muitos comentários a elogiando e alguns falando mal do seu corpo, pensou que ela tivesse o corpo que tinha a dois anos atrás os comentários seriam apenas falando de seu corpo. O carro parou e ela percebeu estar na frente de um resort só para mulheres, daria qualquer coisa para está o mais longe possível dali, ela suspirou, seria divertido não é?

Não, não seria e ela sabia disso. Ela guardou o celular na bolsa, desceu do carro e seguiu as mulheres mais velhas que cumprimentaram as outras que estavam no hall de entrada. Elas se aproximaram dela e a com cumprimentaram educadamente, ela respondeu. Sentiu o celular vibrar na bolsa, o pegou e sorriu ao ler a mensagem de Ícaro "E aí, já precisa ser socorrida?". Respondeu que ainda não, mas sabia que logo mais precisaria.

— Kristin, nossa você por aqui, soube que se casou, não acha que foi muito rápido? — Kristin quis se jogar na frente de um carro, pular de um avião se paraquedas ou nadar com tubarões, não sabia nadar, então já é meio caminho andando. Se tinha alguém que ela odiava mais que Ryan era essa mulher.

Penélope e Ryan namoraram por 3 meses, pouco tempo, mas foi tempo suficiente para essa mulherzinha a infernizava sempre que tinha uma chance. Depois que eles terminaram, ela mal a via, estava feliz com isso, estava quase esquecendo a existência da megera, até agora.

— Na verdade, não, acho que foi no tempo certo. — Respondeu rudemente, não aguentava nem ouvir a voz estridente dela, se questionava como Ryan suportava ouvi-la o tempo todo.

— E quem diria que seria com Ryan. Sabia que você tinha uma quedinha por ele, eu sempre falei isso para ele, mas ele dizia ser algo impossível, já que você o odiava. Curiosamente, agora estão casados, é inacreditável.

— O destino fez questão de nos unir, você como sempre tão certa. — Ela diz sorrindo falso, Elizabeth olha a cena de canto de olho.

— Cuidado em Ryan, ele não é de ficar amarrado na coleira. — Diz sorrindo.

— Acredite, Penélope sei segurar o meu marido muito bem.

— Filho não segura homem, Kristin, deveria saber. — A mais nova olhou a mulher com um sorriso debochado no rosto.

— Ryan não precisar ir atrás de nada na rua, já que ele tem tudo que precisa em casa. E eu nunca usaria uma criança para tentar segurá-lo. — Cutuca a ferida da outra, já que Ryan vivia a traindo. — E como vai seu casamento, soube que se casou com o Miller, o primo do Ryan.

— Ótima, Miller é um ótimo marido, deve está na reunião dos homens nesse exato momento.

— Espero que ele e Ryan voltem a se falar, já que você não quis sair da família mesmo, não é? Vocês terminaram e pouco tempo depois você apareceu namorado o primo dele. — Penélope a olhou com raiva e viu os lábios da mais nova se curvarem em um sorriso afoito.

— Como é? — Ela deu um passo na direção da ruiva, mas Elizabeth resolveu intervir, se pondo a frente de Penélope.

— Meninas, meninas, não se estranhem, viemos aqui para ter um final de semana tranquilo e depois encontrar nossos respectivos maridos. — Ela diz e esperou ambas confirmarem, Kristin sorriu e seguiu as outras mulheres que estavam indo inicias o dia de spa, estava até mais animada sobre isso. Após todos os cuidados com sua pele ela foi para seu quarto que ficou grata por cada uma ter o seu e não precisar dividir com ninguém. Olhou o celular e resolveu postar o vídeo que gravou do seu dia, o que perderia? O primeiro comentário havia sido de Ryan "Já estou com saudades", ela revirou os olhos e se dirigiu ao banheiro para tomar um banho morno de banheira.

Ryan observou o local com atenção, criou muita expectativa. Havia alguns homens em uma mansão bebendo e falando sobre mulheres que não eram as suas. Dylan, seu sogro, era o único que parecia dividir o mesmo pensamento que o seu, que aquilo era um tédio e que eles poderiam fazer algo mais interessante, até jogar golfe era melhor que isso.

Dylan já frequentava essas reuniões há anos e no início achava interessante. Mas com o tempo começou a detestar.

— Sempre foi isso?

— Vem piorando a cada ano, então como vai você e a Kristin? — Ele pergunta ao genro, já que Kristin não lhe responde mais, e ele sabia que a filha só falava com a mãe, por Elizabeth ser bastante inconveniente.

— Vivendo como um casal preste a se divorciar.

— Você que escolheu isso, rapaz, deveria ter pensando em outra forma de obter o pagamento. Ainda não sei como Elizabeth me convenceu a aceitar essa palhaçada. — Dylan comenta, aquele assunto não lhe agradava e, se pudesse, pediria a anulação do contrato e do casamento da filha. Se sentia culpado e o pior pai do mundo.

— Não pensei em nada, além disso. E ela conseguiu pelo seu desespero, não se faz negócios com a cabeça cheia, pensei que soubesse disso.

— Se eu soubesse disso, não teria falido Ryan. — Ele diz bebericando Bourbon. — Sabe Ryan, teve um tempo que achei que você gostasse da minha filha de outra forma? E espero não está errado, Ryan. Você, mesmo com alguns defeitos, é um homem bom. Pensa que não notei seu afastamento repentino quando ela mais precisava de tranquilidade? Você a deu isso, indo embora. Acho que você se importa com ela e acredito que ela também se importe com você. Não gosto desse casamento, mas, se você sente algo por minha filha além desse sentimento fantasioso de ódio, não a deixe escapar. Vocês já estão casados de qualquer jeito, apenas faça esse casamento deixar de ser uma obrigação contratual para se tornar um fato, um relacionamento onde o amor seja puro e verdadeiro. — O homem fala olhando o rapaz que beberica o líquido cor âmbar e não o encara.

— Não há espaço para amor entre mim e Kristin, ela já me declarou seu inimigo mortal, eu apenas aceitei ficar nessa posição. — Dylan nada disse, apenas sorriu com a fala do mais novo. — Quando isso vai começar a ficar divertido?

— A noite, quando formo a um casino ou bar de stripper não sei, seu pai que costumava organizar as atividades.

— Perde dinheiro como se fosse um idiota? Dispenso. — Diz sem paciência. Imaginava qualquer coisa, mas isso, era ridículo.

— Não é tão ruim quanto parece, você vai se divertir. — O rapaz revira os olhos, descansa o copo na mesinha e fecha os olhos, irritado.

— Sonhei com o momento em que começaria a frequentar essas reuniões e, quando finalmente entro, é isso, pensei que haveria mulheres semi nuas na sala dançando, bastante bebidas, loucuras, qualquer coisa que não fosse ficar em uma casa com 15 caras apenas falando de mulheres e depois irem a um casino. — Ele suspira irritado.

— Mesmo que tivesse tudo isso, você não iria pode aproveitar, lembre-se que se casou porque amava de mais a minha filha. — Ryan se afunda no sofá irritado, às vezes se arrepende de ter proposto esse tipo de acordo. Ele está casado há menos de 2 meses e já estava cansando. Ok, ele sempre que podia aproveitar um pouco para beija-la, mas isso não lhe sustenta, sua vida sexual sempre foi muito ativa e a quase 7 meses não se envolve com ninguém.

Os dias foram se arrastando. Ryan organizou eventos em grupo, queria ter tirado o casino da lista, mas não foi possível. Aparentemente, eles gostavam de gastar dinheiro atoa, para não ficar apenas nisso e conversas banais, jogaram golfe e entre outras atividades, muito mais atrativas. Gostou no final das contas, ele e Miller acabaram entrando em uma briga, onde ambos ficaram machucados. Já Kristin se viu em um dilema, havia gostado, mas conviver com Penélope nesse período, foi um castigo. Em qualquer momento em que pudesse, a mulher sempre dizia que já tinha namorado Ryan, dizendo o quão ele era incrível na época, tentando causar ciúmes em Kristin, que simplesmente ignorava. Ela queria que os dois morressem de forma lenta e dolorosa. Fora isso havia gostado muito do resort e por insistência de Ryan por ligação, acabou criando alguns conteúdos. Atendeu a ligação dele, somente para manter a farsa de um casal que não consegue ficar um minuto sem o outro, afinal, haviam casado rápido porque se amavam mais-que-tudo no mundo. Mas ele a fez considerar focar em sua carreira na internet.

Já que tudo o que bom dura pouco, ela começou o domingo se cuidando, pois a noite seria o reencontro dos casais. A sua alegria estava estampada no seu rosto, feliz como se o mundo fosse feito apenas de sombras e maldade.

Todas foram ao salão, ela gostou, mas preferia está em casa, estava perdendo o fim de semana inteiro, ok que ela perderia para ficar assistindo com Ícaro, mas era bem mais emocionante que isso. Foram as compras, e ela se pergunta como poderia se diverti tanto fazendo compras com a mãe? Agora todas estavam preparadas para se encontrarem com os marido e Kristin estava radiante "de felicidade", pelo menos estava usando uma roupa que gostava. Ela usava um vestido verde-escuro tomara que caia, tipo corset, com brilhos na borda e mangas longas na mesma altura do decote. O comprimento era um palmo de distância do joelho, extra curto e um salto fino do mesmo tom de vestido. A maquiagem e o cabelo ficaram por conta dos profissionais, ele estava solto e ondulado.

Elizabeth observou a filha, nunca a viu vestida com esse tipo de roupa, sempre usava calça jeans, moletons e camisas com o dobro do seu tamanho. Se a via de vestido era o mais genérico de todos, sempre florido ou largo. Não se importava com o que a filha usava, até hoje. Viu todas aquelas mulheres que falavam do corpo de sua filha a elogiarem, tão falsas que lhe dava tédio. Kristin era parecida com ela quando jovem, mas como adorava frisar, os corpos eram completamente distintos.

— Kris!

— Sim mãe? — Ela se virou para a mulher enquanto mexia no celular, respondendo à mensagem do marido onde eles declaravam ódio.

— Você continua se exercitando filha? — A mais nova tirou os olhos do celular e os direcionou para a outra ruiva à sua frente, Elizabeth tinha o sorriso mais falso, como se realmente se importante com a filha. Kristin pensou por um momento antes de responder, afinal, sua mãe sempre sabe como estragar seu dia, não importa qual com perguntas supérfluas.

— Sim, algumas vezes na semana.

— Fiquei sabendo que dispensou a secretária que contratei para você e fiquei imaginando o motivo e como vai se virar sem ajuda especial. Além disso, como você se mantém em forma. — Com desdém, observa o corpo da garota. Kristin fica incomodada, relembrando de quando era mais nova, ela sempre se sentia fora da caixa, diante do olhar de asco da mãe. Sentia vontade de chorar e correr para os braços do pai nesses momentos. — Se não frequenta mais a academia?

— Está me vigiando? — Questiona sem acreditar muito, mas lembra que é com sua mãe que está conversando. Ela nunca deixaria seu "saco de pancadas" escapar tão rápido. Precisava descontar suas frustrações em alguém e, há alguns anos, escolheu sua filha para isso. _ Eu não moro mais com você, não sou mais uma criança mãe. Qual é o seu problema? — Fala irritada, a expressão no rosto de Elizabeth mostrava claramente que ela não permitiria que sua filha levantasse a voz para si como se não fosse nada. A mulher segurou o braço da filha com força e a puxou levemente para perto, sem que as outras percebessem o que estava acontecendo ali.

— Cuidado como fala comigo, sou sua mãe. Volte a se exercitar, está parecendo uma baleia embalada a vácuo. — Ela soltou a filha, Kristin estava com os olhos marejados, mas não iria chorar na frente da mãe, não lhe daria esse gosto. Em vez disso, foi até o banheiro mais próximo.

Já fazia quase 10 minutos que ela estava parada ali, olhando para o ser reflexo no espelho. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, apenas deixou que elas continuassem o caminho. Ela precisava disso. Preocupava-se de que tudo o que tinha passado voltasse, não foi fácil perder todo o peso que já teve um dia. A sua mãe era admirada pelo corpo "perfeito" que fez a garota passar por algumas situações que lhe traziam gatilhos só de lembrar.

Na sua lua de mel, ela ficou tão contente quando soube que aquele hambúrguer era para si. Desde os seus 15 anos, não comia nada além de salada e água, e quando comia algo diferente era sempre escondido. Não era a forma mais saudável de perder peso e não é como se fosse perder o seu biotipo corporal, gostava dele, dessa forma. Ao contrário ode sua mãe, ela não se importava com isso. É claro que era saudável de sua forma. Nunca foi de exagerar na alimentação, nem que gostasse muito, nunca teve a chance de fazer isso, por toda restrição de sua mãe. Comia apenas o necessário e apenas o necessário, mas, com toda a pressão psicológica que sofreu ao longo dos anos, adquiriu um problema de compulsão alimentar, achava que poderia resolver muitos problemas com o exagero alimentar, sempre se arrependia no final. Sempre falava sobre amar seu corpo e ela amava o seu e tudo que havia nele, mas, quase todos os dias, se negava a comer algo, mesmo estando com fome, vivia apenas de água por horas, e quando se alimentava na maioria das vezes por já estar tonta, se sentia culpada e queria por tudo para fora. Na sua cabeça, não era um problema, pois imaginava que teria o corpo perfeito, mas esse tipo de corpo não existe e ela sabia disso. Lembra-se de uma vez que foi parar no hospital por conta da má alimentação, havia passado 4 dias apenas bebendo água. O médico lhe explicou sua situação. Tanto ela quanto sua mãe negaram que tivesse um problema, e negariam com facilidade se perguntassem agora sobre isso. Kristin não aceita que tenha uma doença e que precisa ser tratada.

Ela enxugou as lágrimas e ficou contente por saber que a maquiagem era resistente, não precisaria inventar algo. Ficou mais alguns minutos, apenas para que o rosto parecesse menos inchado. Voltou ao hall do resort, para esperar o carro que as levaria para onde iria encontrar com os maridos, que soube assim que parou que era um casino, ROMÂNTICO.

Ryan viu Kristin descendo do carro e foi em sua direção, mas parou no caminho quando viu Penélope. Ele percebeu o olhar da ex-namorada sob ele e voltou a olhar para a esposa, que o olhava com aquela expressão que o zoaria pelo resto da vida. Afinal, o homem que vivia dizendo que nunca se apaixonou ficou nervosinho quando viu a namoradinha de infância. Voltou a ir na direção da esposa que fazia cena de como se olhasse o relógio. Ele a puxou de leve para perto do seu corpo, a beijando no mesmo instante, sentindo os lábios macios contra si, ação estranha para a mais nova que afastou os lábios minimante dos dele, enlaçou os braços envolta do pescoço do homem, olhando nos olhos.

— O que aconteceu com o seu rosto, tá bonito.

— Tive um desentendimento com o Miller.

— Oh! — Ela riu. — Parece que alguém ainda é completamente apaixonado pelo primeiro amor, isso é lindo querido.

— Não me enche saco, tá. — Reclama e rouba um beijo dela que apenas afasta o rosto dele com a mão rindo da situação. Penélope observa a cena com fúria e sai puxando o marido para dentro do casino.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo