Dez.

O que seria uma semana se tornou um mês. Kristin esperava já estar de volta à universidade, mas, como a sua mãe sempre se intromete na sua vida, ela disse que perder um filho dói a vida toda e que ela deveria ao menos passar um mês sem dar as caras, como Ryan também deveria diminuir sua aparição na internet. Eles pensaram que morar em Nova York seria melhor. No entanto, Elizabeth não dava trégua. Pelo menos uma vez por semana, ia à cidade ver como eles estavam, mesmo sem realmente conviver com o "casal". Quando os funcionários retornaram vieram em número menor. Eles até consideraram dispensar todos, mas perceberam nesses dias o quanto seria trabalhoso manter o apartamento organizado e limpo, seria pior após a volta de suas rotinas, desta forma decidiram aumentar o salário dos empregados, que, embora poucos, ainda eram 5 no total. Kristin estava pronta para voltar as aulas e nesse tempo ela também havia ficado fora das redes sociais, então ela não sabia de muita coisa, e Ryan não havia lhe contado. Ela vestia um cropped ciganinha preto, uma calça mom jeans rasgada no joelho e um tênis branco, Ryan estava com seu típico terno, o de hoje era cinza, eles estranhamente ficavam bem juntos. Ryan parou o carro em frente à universidade da esposa. Antes que ela pudesse abrir a porta para sair, ele fez isso por ela. Eles estavam agora na calçada. Elizabeth disse que seria bom eles mostrarem um pouco mais na rua, já que mal se casaram, tiveram uma perca significativa e passaram um mês inteiro sem aparecer. Não que antes eles mostrassem muito.

— Você sabe o que tem que fazer né? — Ele pergunta acariciando o rosto da mais nova.

— Sei, ainda estou mal com a perca do meu bebê, não quero conversar muito, reagir mal se rolar assunto de filhos, duvido que aconteça, mas ok.

— Tão inteligente você. — Ela o beija, ela queria mesmo era mostrar o dedo do meio para ele e mandar ele ir para a porra, mas não poderia fazer isso naquele ambiente, talvez fizesse isso em casa, ela a abraça deixando seus corpos colados, beija o topo da cabeça da mesma.

— Pode me largar cara? Não quero ficar com seu fedor.

— Você adora meu perfume. — Afastou a segurando por ambos braços sorrindo singelo.

— Eca. — Ele a deu um selinho e a deixou entrar no campus, ele ficou a olhando por um tempo até entrar no carro e ir para a empresa.

Kristin tomou um susto quando Ícaro surgiu na sua frente.

— Como você está?

— Não muito bem, mas vou ficar, pode me levar a sala.

— Claro, vem...você gosta de chocolate?

— Sim, tem alguém que não goste?

— Meu pai. — Ele dar de ombros. — Comprei para você, de boas vindas...quando eu estou triste eu como chocolate, não resolve nada, mas ameniza um pouco.

— Você é fofo, obrigada.

Kristin deixava o campus acompanhada por Ícaro, rindo de uma piada idiota que ele havia acabado de fazer. Ryan reconheceu a risada, que há tempos não ouvia, e, sem pensar, começou a sorrir. Parou de olhar o celular para vê-la se aproximando, ainda conversando com o garoto.

— Tchau, Gatinha. — Piscou para a mais nova, que sorriu para ele se despedindo, Ryan colocou o celular no bolso e abriu os braços a recebendo em um abraço apertado, beijou ela no topo da cabeça. Ao chegarem em casa, Kristin foi mais rápida que o outro para entrar no banheiro, tomou seu banho e quando saiu do closet deu de cara com ele. 

— Viu seu celular hoje? — Ele pergunta, ela nega com a cabeça e vai pegá-lo na mesa de cabeceira e nota que tem um monte de notificação.

— Me prepara?

— Não é nada de mais, apenas alguns fãs. Parabéns Ogrinha, você já pode trabalhar como influencer.

— Não quero ser influencer, já disse.

— Certo, você não deseja, pois não se sente muito à vontade para se mostrar, mas isso pode ser benéfico para você. Além disso, sei que talvez você se sinta melhor na internet. Não tenho a impressão de que Direito seja, de fato, sua área de atuação.

— Amo Direito Ryan.

— Sei que isso é verdade, mas você também ama moda, maquiagem e fica dizendo que não daria certo por ser gorda.

— E não daria.

— Existem diversas garotas gorda que são influencer, e lhe digo elas são maravilhosas, conheço algumas. Estude Direito se desejar, mas também crie conteúdo para a internet. Posso lhe ajudar se necessário.

— Por que quer me ajudar? Não é do seu feitio.

— Gosto de ver pessoas com talento conquistando o seu espaço no mundo. Ainda que você e eu não nos dêmos bem, sei que é talentosa e seria ótimo se a minha esposa pudesse me acompanhar nesse meio. Teríamos muito conteúdo e ganharíamos bem.

— Vou pensar. — Ele sorriu e seguiu para o banheiro, Kristin foi até cozinha e como os empregados estavam reduzidos, ela também decidiu que eles seriam liberados mais cedo, dessa forma eles trabalhavam apenas com o café da manhã e com a arrumação da casa.

Ela começou a preparar algo para comer, e não demorou para Ryan surgi na cozinha com uma calça moletom e sem camisa. Ele é extremamente atraente, não há como negar. O seu corpo é bem definido e essa sua cara de idiota o deixava mais atraente. A mãe dele tem uma máquina de xerox, porque os três filhos que tem são a cara do pai, Miguel, sendo bastante atraente para a idade que tem. Kris desviou o olhar e foi olhar a costela que já estava no forno, terminou de mexer o purê e uma salada de repolho, dessa vez, ela fez tanto para ela, quanto para ele.

— Tem algo que possa ajudar?

— Ah, sim, eu ouvir dizer que você tem uma mão boa para sobremesas.

— Ouviu? Eu me recordo muito bem de você se lambuzando com meu Cheesecake de morango.

— Quando foi isso?

— No seu aniversário de 15 anos, eu não tinha muito o que fazer, então depois de sua mãe implorar para eu fazer alguns doces da festa.

— Eu não acredito nisso, o meu príncipe foi responsável por todos os doces que eu simplesmente amei?

— É, todos que você disse ter amado. Isso me faz lembrar uma coisa que seu avô disse "Esse rapaz é que vai ser o seu marido".

— Vovô sempre estava certo, não sei por que não acreditei, talvez porque eu não imaginasse que eu seria obrigada a isso e assim não teria casamento algum.

— Mas ele não errou, agora sai dai, você já fez a sua parte, vai falar com seu amiguinho. — Ele deu uma bundada nela, o que a fez rir. Eles não precisavam se odiar sempre, Kristin o olhou sem entender, a sua tonalidade havia mudado quando falou de Ícaro, ela balançou a cabeça negativamente.

No fim eles acabaram pedindo um lanche e deixando as comidas principais para o jantar, eles estavam no sofá da sala assistindo a um filme que havia acabado de ser lançado, nesse momento Kris olhou para ele.

— Não era para você está no trabalho?

— O proprietário não precisa estar constantemente na empresa, o que é relevante é que ele saiba exercer as suas funções de maneira adequada. Por exemplo, sou um excelente arquiteto, cumpro os prazos estabelecidos com os clientes e sou reconhecido por isso, não preciso estar 100% presente para resolver qualquer problema, eles podem me ligar e eu o atenderei no meu escritório. Simples. 

— Entendi, bom já está quase na hora do jantar. — Eles se levantaram do sofá e seguiram para a cozinha, Ryan ficou com a arrumação da mesa de jantar e Kristin reaqueceu as coisas, ele a ajudou a colocar na mesa.

Ryan trouxe uma garrafa de vinho e duas taças depois do jantar, abriu, encheu uma e entregou para Kristin, que estranhou, mas não negou. Ele encheu a dele, deixou sobre a mesa e foi na cozinha. Kristin deu um gole na taça, se não tivesse visto ele colocar teria provavelmente trocado as taças, mas como viu, não se preocupou. Ryan voltou da cozinha com uma bandeja.

— Está querendo me conquistar Ryan O'Neill?

— Não, estou querendo apenas curtir, não tem ninguém em casa e podemos nos odiar a vontade.

— Isso é totalmente tentador. — Kris disse olhando a TV.

Eles nada falaram durante o filme. Kristin olhou para Ryan que estava a olhando, achou estranho o olhar do homem sobre si, Ryan nunca tinha a olhado daquela forma.

— Por que fez tanta questão de se casar comigo Ryan?

— Não fiz questão, fiz negócios, achei que seria uma boa casar com você, para lhe irritar, porém, não estou servindo para isso. 

— É realmente não está, acredita que estou sentido até esse momento agradável?

— Então quer dizer que você realmente gosta da minha companhia.

— Não, estou dizendo que ela é suportável quando você está calado. — Ela olha o celular vendo que já havia passado das 1 da manhã. 

— Está tarde, acho melhor eu ir deitar. — Ele não falou nada, Kris se levantou e começou a juntar as coisas, Ryan a ajudou, ela lavou a louça e ele guardou tudo isso em silêncio, era meio notável que ambos estavam evitando algo.

Os dias se passaram conforme de costume, já estava morando a quase 3 meses com Ryan. Ele foi o primeiro a despertar para correr, Kristin permaneceu dormindo por mais tempo, tomaram o café da manhã juntos, ele a deixou na frente da universidade e viu o novo amiguinho dela se aproximando com um sorriso estúpido nos lábios. Era isso que ele via.

— O casal mais bonito da internet, Gatinha, Playboy.

— Ícaro. — Cumprimentou de maneira indiferente, deu um último beijo na esposa e entrou no carro. Lançou um último olhar para eles e saiu rapidamente.

— Sinto que talvez ele não goste muito de mim.

— Provavelmente é porque ele realmente não se dá ao trabalho de gosta de ninguém, mas aposto que nem do próprio reflexo ele gosta, de tão feio que é.

— Feio? Se seu marido é feio, eu sou próprio Gollum, e você é nada mais nada menos que a Minha Preciosa. — Kristin riu com a referência, eles entraram na universidade e foram direto para a sala.

Kristin estava indo para casa com Ícaro mais cedo, já que não iria ter algumas aulas e eles haviam combinado a alguns dias de ficarem na casa dela assistindo qualquer coisa. E era isso que estavam fazendo agora, jogados no sofá da sala assistindo filme e julgando cada cena que aparecia. Ryan chegou em casa e olhou a cena no sofá, Kristin estava deitada no sofá, Ícaro sentado com as pernas da garota sobre as suas, mas que merda de intimidade é essa, pensa ele vendo a cena, respira fundo e se aproxima dos dois.

— Amor? — Ela olha para cima e recebe um selinho do mesmo. — Ícaro. — O rapaz olha para ele e faz biquinho, Ryan revira os olhos, pensando que talvez não devesse ligar tanto assim por essa amizade de Kristin. — Viu a mensagem que te mandei? — Perguntou a esposa.

— Te bloqueie.

— Bem adulto da sua parte, nossas mães estão vindo para cá, vão te levar para alguma coisa de mulheres o fim de semana inteiro, e eu serei obrigado a sair com nossos pais.

— Miguel vai estar? Ele não foi ao nosso casamento, mas vai participar dessa palhaçada?

— Tenho dúvidas que ele compareça, mas vou finalmente participar das reuniões dos casados. Além disso, ele não é mais o marido da minha mãe e o meu padrasto estará presente, então acho que não. Sinceramente, preferia ficar em casa com você e esse o seu amigo. Ícaro você tem namorada?

— Ficou interessado Playboy? Para você estarei sempre à disposição. — Piscou para Ryan, que achou graça. — Não namoro, mas se desejar eu me torno seu amante sem problemas.

— Pode me garantir que será mais carinhoso e atencioso comigo do que a minha esposa?

— Sim, Playboy, qualquer coisa que você desejar bonitão. — Ryan olhou para a espoa como se dissesse que ela deveria ser assim, Kris revirou os olhos.

— Por favor, parem com isso. Não podem combinar essas coisas na minha frente. Vão para um quarto ou esperem estar a sós.

— Isso é para você ver como deve me tratar adequadamente. — Ele disse saindo da sala, Kristin não podia acreditar no que havia acabado de presenciar.

— Acho que seu marido não me odeia, é tesão acumulado. — Eles riram, Kris se levantou do sofá. — Como vai ser reunião de mulheres, eu vou indo, nos vemos amanhã. — Ícaro fala se levantando do sofá pegando a bolsa.

— Não sei quantas mulheres estarão presentes nessa reunião. Da última vez em que fui posta para fora de casa por conta dessas reuniões, muitas me olharam com olhares julgadores.

— Sinto lhe informar, mas não sou mulher e nem estou casada, logo não poderei comparecer, mas, se precisar, é só me ligar. — Kris riu e o acompanhou até o elevador.

— Ainda estou chocado que vocês têm um elevador em casa.

— Para você ver o quão esnobe meu doce marido é.

— Te vejo segunda Gatinha. — A beijou na bochecha dela e entrou no elevador e ao abrir viu duas mulheres, Kristin suspirou, elas olharam o rapaz de cima a baixo e depois direcionaram seus olhares para a mais nova.

— Te vejo segunda. — Elas saíram do elevador e Ícaro foi embora.

— Quem era o rapaz? — Sua mãe pergunta.

— Um amigo. — Vou me banhar, fiquem a vontade. 

— E onde está meu filho? — Glória pergunta.

— Provavelmente terminando de se arrumar.

— E onde estão os empregados? Quero uma água.

— Tem na geladeira e os funcionários são liberados às 14 horas da tarde. — Kris foi para o quarto e assim que abriu a porta viu algo que não queria, Ryan estava saindo do banheiro pela porta do quarto, ela observou as gotículas d'águas escorrerem pelo corpo definido do outro e sentiu seu coração bater mais forte. Ele notou a presença da mais nova e sorriu. — Elas chegaram.

— Boa sorte, meu Amor. — Ele diz pegando o celular e indo para o closet. Após se banhar, ela se trocou. Ela usava uma camisa branca de alça, uma saia bege com bolinhas pretas, um cinto preto e um salto branco. — Nossa, como as roupas podem, de fato, modificar uma pessoa. Olhando para você assim parece até um ser humano. — Vai se foder, babaca. — Ela mostra o dedo do meio enquanto vai arrumar a mini mala que irá levar, logo sai do quarto, com ele vindo atrás, ela se surpreende quando o corpo é puxado contra o dele, seus lábios são unidos afoitamente, ele a encostou na parede, então ela escuta os saltos batendo contra o assoalho de madeira.'

— Oh, parece que a lua de mel desses dois não acabou? — Ryan se afasta da garota e sorrir sem graça, Kristin o fuzila com os olhos. — E nada mudou. — Diz Glória sorrindo da cara de Kristin.

— Te amo e se divirta.

— Te amo e cuidado com o que for fazer bonitão mesmo de longe estou de olho. — Falou segurando o rosto dele com a mão e lhe dando um selinho.

— Não seria nem louco de fazer nada que te irritasse. — Kristin deixa os olhos semicerrados e recebe um sorriso do mais velho que lhe rouba um selinho e sai do apartamento. Elizabeth olhou a cena com graça, então eles estavam se tornando um casal de verdade.

— Se odeiam menos? — Glória pergunta sorrindo, nunca imaginou que Kristin fosse ser sua nora.

— É o que parece. — Retocou o batom e andou na frente das mulheres.

— Eu sabia que aquele ódio todo, era amor. — Elizabeth diz sorrindo esperando o elevador.

— É, notamos isso e apenas nos entregamos aos nossos verdadeiros sentimentos. — Diz revirando os olhos, Elizabeth se perguntava se aquilo poderia sim, ser real, mas tinha inúmeras duvidas sobre.

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