Sete.

Eles haviam finalmente chegado no apartamento que ficava na cobertura de um prédio de luxo, Ryan colocou a senha e disse para Kristin gravá-la, já que nem sempre eles estariam juntos. As portas do elevador se abriram e ela ficou em choque, o apartamento era puro luxo, porém isso não foi o que mais lhe assustou, mas sim toda a sua família e de Ryan estavam na grande sala de estar.

— Os Pombinhos chegaram. — Elizabeth disse sorrindo e nesse momento Kris sentiu sua mão tremer, ela só queria chegar na nova casa e ir dormir o máximo que conseguisse, mas não simplesmente tem no mínimo 30 a mais pessoas ali, em sua grande maioria não suportando esse casamento. — Fiquei triste quando soube que viriam mais cedo da viagem, e preparei um mini coquetel para comemoramos novamente esse casamento. — Kristin olhou para Ryan que sorria forçado, parece quem nem ele havia gostado de intromissão.

— Poderia ao menos ter nos avisado sogrinha, assim não teríamos passado tanto tempo na empresa.

— Vocês levaram tempo suficiente, consegui organizar tudo, estou tão feliz com o casamento de vocês. — Ela diz sorrindo, Kristin respira tão fundo que com certeza ela havia sugado o ar todo da sala para si, pode ouvir até uma leve tosse.

— Está perfeito mãe, obrigada. — Disse e abraçou a mulher, dali em diante tanto ela quanto Ryan foram testados psicologicamente, para evitar desentendimento eles mal se afastavam um do outro, eles até haviam combinado uma história durante as duas últimas horas de voo, mas não imaginavam que teriam que usá-la assim que chegassem em casa.

Estava indo tudo parcialmente bem, algumas perguntas invasivas ali, outras aqui, resumindo, grande parte queria saber como foi a lua de mel, e não era sobre as paisagens maravilhosamente deslumbrantes do Havaí, mas sobre o íntimo, mesmo achando que ela estava grávida, as perguntas eram as mesma. Kristin estava quase gritando "Isso é algo íntimo, não acha" antes que ela pudesse finalmente surta, sentiu seu corpo ser puxado para o sofá, Kelly estava sorridente enquanto bebericava alguma bebida claramente alcoólica.

— Detalhes.

— Tá maluca? Detalhes de quê?

— Dá lua de mel garota, eu sei você tá grávida, o pai é o Ryan, mas como foi, ele experimentou coisas novas? — Ela até considerou responder algo incrivelmente absurdo, porém teve uma ideia bem melhor.

— Foi normal.

— Você nunca me contou o normal, Priminha. — Ela pensou um pouco.

— Foi incrível, muito melhor do que a primeira vez, ele foi super cuidadoso, o tempo todo perguntando se estava machucando o bebê, parece que ele ainda não entendeu que o nosso filho é minúsculo, ele foi um fofo, ele é sempre um amor. — Sorriu como uma boba, como se lembrasse de algo mágico, mas sua cabeça estava gritando: NOSSO FILHO.

— Ryan sendo fofo, essa é nova, bom vou indo, vi que o Jim trouxe uns amigos. — Ela se levantou e foi na direção de seu irmão.

Kristin tomou um susto quando viu seu irmão, ela correu para abraça-lo, eles se sentaram no sofá e ficaram conversando sobre como foi a lua de mel, o lado sem detalhes desnecessários, mas Gabriel perguntou se ela estava realmente feliz e mesmo que ela quisesse se abrir com o irmão mais velho e lhe dizer que não, que ela não estava feliz e que ela odiava tudo aquilo, ela não podia, ela sorriu para ele e disse que naquele momento ela era a pessoa mais feliz do mundo, mesmo conhecendo tão bem a irmã ele não notou que era mentira, pois quando ela quer fazer alguém acreditar em suas mentiras ela consegue. Kelly se juntou a eles depois embalando em uma conversa sobre o amigo gato do seu irmão.

Kristin se levantou um tempo depois para procurar o idiota do seu marido e quando o viu, parecia que ele também estava lhe procurando, ele estendeu a mão como se pedisse para ela ir em sua direção, ela revirou os olhos e caminhou até ele segurando a mão do mesmo deixando seu corpo se guiado para a frente dele, fazendo costas tocar em seu torso como se ambos estivessem observando todos ali se divertindo.

— Quero que se afaste da Kelly. — Ele disse a beijando no ombro.

— Não é como se você mandasse em Ryan. — Ela virou para ele com o olhar mais desdenhoso que ele já havia recebido dela, Ryan desliza as mãos para o quadril dela a puxando para mais perto do seu corpo.

— Vai ser melhor assim, eu não me dou bem com ela e não quero ela frequentando nossa casa Ogrinha. — Falou beijando suas bochechas de forma tênue.

— Foda-se você, como você bem disse nossa casa, mas não se preocupe meu Amor, eu posso marcar de sair com ela em outro lugar. — Falou sorrindo enquanto olhava para ele. — Definitivamente eu deveria mudar de carreira.

— Você seria uma péssima atriz, não sabe nem fingir que me ama com tanto devoção.

— Você é tão idiota cara sinceramente. — Ela diz tentando se afastar, mas é impedida por ele, que a segura mais forte e beija os lábios macios, dando um beijo até um pouco demorado de mais para o gosto de Kristin, nesse momento em que ambos estão se beijando recebendo alguns olhares de familiares de ambas a parte, Ryan sente se cutucado na costela e ele já sabe quem é, ele afasta seus lábios dos da esposa e escondeu seu rosto na curva do pescoço dela o deixando um pouco desconfortável, pela diferença de altura.

— Amor, sua vó quer me matar.

— Não seja tão dramático Ryan, oi vovó. — Tentou se afastar do maior, porém foi de forma inútil a tentativa. — Por que ele tem tanto medo da senhora?

— Causo isso nas pessoas, criança. Estou feliz por você, nunca imaginei que fosse chegar a te ver casar, seu avô quase enlouqueceu quando recebeu o convite, ele disse que não queria olhar na cara de Ryan por ter desfrutado de sua netinha, antes do casamento, você sabe como ele é tradicionalista.

— E onde ele está?

— Ele é tão tradicional que não perdeu o costume de trabalhar a vim em eventos familiares, não seja assim garoto, eu mesma venho lhe dar um coçar. — Ryan a olhou com carinha de cachorro que caiu da mudança.

— Não irei vovó.

— Eu não sou sua avó, cuide de minha neta e do bebê.

— Pode deixar.

Ela se foi deixando o "casal" sozinhos de novo, eles iniciaram novamente uma conversa, para todos Kristin estava grávida, mas ela não estava e eles teriam que dar um jeito de evitarem responder futuramente onde está o bebê, então combinaram rapidamente que no segundo mês de casamento iriam avisar da perda da criança, porque obviamente Kristin não ficaria grávida até lá, e isso daria um problema danado.

Por volta de meia-noite, os "convidados" foram indo embora, Elizabeth sorria para todos, quando só tinha eles e alguns empregados, o sorriso falso dela morreu e ela se direcionou a filha que estava agora o mais longe de Ryan, deitada no sofá comendo alguns petiscos, eles tiveram que se beijar mais do que toda lua de mel, por conta dos benditos paparazzis e Kristin agora que tinha espaço para voltar a demonstrar seu ódio e desprezo pelo marido.

— Vi algumas fotos de vocês na internet, elas me fizeram pensar em como todo aquele ódio que vocês compartilhavam, em tão poucos dias, se tornou... Amor? Ou já era? — Os empregados andavam para um lado e para outro e poderia sim escutar a conversa, mas Elizabeth não era conhecida por ser descuidada, então assim que chegou juntou a equipe e os informou que mesmo que Kristin e Ryan insinuassem que iram se matar, não era para se preocupar, eles passaram anos se odiando e era normal as ameaças diárias e as alfinetadas, que eles não precisavam estranhar, pois mesmo assim eles se amavam muito.

— Eu era da turma de teatro da escola. — Kris diz sem paciência.

— Prefiro me jogar de um penhasco a sentir algo por sua filha. — Se alguém duvida da fala da mulher mais cedo, acabará de acreditar.

— Quer que eu te empurre? — Ela perguntou se sentando no sofá olhando para o homem. — Terei o maior prazer em fazer isso por você Querido. — Ela tinha um olhar maligno e um sorriso macabro.

— Ok crianças já chega, então como foi a lua de mel?

— O que quer saber? O Havaí é lindo.

— Sabe que não é isso que eu quero- — Se interrompeu quando viu uma das empregadas parando seu serviço para prestar a atenção na conversa alheia. — Faça seu trabalho e pare de ouvir a conversas dos outros. — A mulher voltou ao que estava fazendo e saiu da sala logo depois.

— Foi estranho, tá legal, tentamos mais de uma vez, na primeira foi muito estranho, nas outras foi menos pior. — Ryan ficou desacreditado no que acabará de ver, Kristin era uma ótima atriz, afinal, ao ponto de seu rosto ficar vermelho, ela voltou a se deitar no sofá se escondendo do olhar curioso da mãe. — Não vou dar detalhes se quer saber.

— Não preciso, seu rosto vermelho entrega tudo, bom, espero que venha um bebê por aí.

— Que eu morra antes. — Diz Kristin de forma quase imperceptível, ambos ouviram.

— Vou indo, espero pode visitá-los novamente.

— Quando eu disse que eu ia esquecer vocês, eu estava falando sério. — Kristin disse ao se levantar. — Diga a ele para não me procurar. — Seu pai não havia ido à festa, ela o procurou, mas ele não estava lá, e ela preferiu, assim, ter toda aquela gente ao seu redor era de mais.

— Somos seus pais, é impossível-

— Elizabeth, por favor só vá, estamos cansados. — Ela sorriu achando graça que Ryan estava defendendo Kristin de alguma forma, ela pegou sua bolsa e saiu da casa.

— Você sendo fofo, essa é no- filho da puta. — Ryan ficou sem entender, Kristin lembrou da fala de Kelly a pouco tempo atrás, naquele momento ela não havia juntado as peças, mas agora, agora sim. — Você ficou com a Kelly, inacreditável Ryan, você é terrível. — Ela diz rindo. — Como alguém consegue transar com você? Tipo não faz sentindo.

— Quando você fizer, ai você me responde, tá certo. — Piscou para ela e saiu indo para o quarto, que ele já sabia onde era, porque ele fez a planta do prédio.

— Eu não vou transar com você! — Ela disse indo atrás dele.

— E como vamos ter a criança?

— Inseminação artificial. — Ryan se virou para ela e negou com a cabeça.

— Não.

— Como assim, não, o corpo é meu!

— Eu não quero que meu filho venha de uma inseminação artificial.

— Então arrume um útero e coloque em você. — Ela ficou realmente irritada com a conversa, em qual momento da vida penso que estaria tendo esse tipo de conversar com Ryan.

Ela se direcionou para a porta que ambos estavam parados ao lado e entrou, ele veio logo atrás irritado, mas optou por não dizer nada, Kristin foi a primeira a se banhar e quando foi procurar roupas para dormir, só encontrou lingeries e camisolas, suspirou já imaginando quem havia feito aquela palhaçada, ela pegou uma vermelha quase transparente, porém era o mais escuro e a que mais cobriria o seu corpo, vestiu-se com a calcinha também vermelha de renda e, saiu do closet pela porta que dar ao quarto, já que no banheiro tinha uma porta para o closet e Ryan já estava tomando o sue banho, não queria ver nada traumatizante.

Ela se deitou na cama e se enrolou por completo, não queria que Ryan a visse com aquelas roupas, ele voltou saiu do closet apenas de cueca e Kristin virou o rosto fechando os olhos, ele riu baixo e saiu do quarto, ela acabou por pegar no sono. Acordou de madrugada, se levantou e foi a procura da cozinha, a casa estava em total silêncio, pelo menos achou que estava um silêncio, mas ouviu um barulho ao fundo, vindo de uma porta um pouco a sua frente, ela ignorou. Continuou a procurar a cozinha, não demorou para achar, ela andou até os armários atrás de um copo, se esticou e tomou um susto quando sentiu um corpo maior ficar atrás de si, e viu pegar o corpo no armário de cima. Seu rosto esquentou por completo, ela abaixou o rosto e escutou a risada de Ryan, ele ficou parado na frente dela, ela não sabia o porque, mas ele havia prestado bastante atenção no que ela vestia. Ele havia ido à cozinha apenas para beber água, então viu uma cena que lhe era interessante, Kristin apoiada no balcão do armário de pontas de pés, com o tecido quase transparente elevado levemente deixando suas carnes amostra, ele nem percebeu quando mordeu o lábios, afinal ele é homem e ele não negaria que ela é gostosa. Ela passou por ele e foi até a geladeira para pegar água, ele ficou no mesmo lugar, porém agora encostado no armário apenas observando os movimentos dela, ambos permaneceram calados, eles não queriam falar muito, tiveram suas costas de falas entre eles por hoje.

Na volta para o quarto ela notou que a porta de onde vinha o barulho era uma sala de jogos, ela riu internamente, no fim todos os homens são iguais, idiota que jogam vídeo game. Ela voltou para o quarto, sentiu o outro lado da cama afundar e adormeceu. Acordou algum tempo depois tremendo e chorando, mais uma vez o pesadelo e isso era culpa do idiota ao seu lado. Levantou da cama ainda chorando, foi ao banheiro, se inclinou sobre o balcão da pia e lavou seu rosto com água corrente. Gritou quando percebeu o reflexo de Ryan com cara de sono pelo espelho.

— Você acordou chorando, o que houve?

— Não pergunte como se você se importasse. — Enxugou as mãos e o rosto, ele revirou os olhos e a deixou passar, Kristin saiu do quarto e foi para a sala, ligou a TV e ficou por lá até amanhecer. Só percebeu que já era dia quando viu Ryan saindo para a corrida matinal. Se levantou quando sentiu fome e foi preparar algo para comer, mas, assim que entrou na cozinha, viu algumas mulheres colocando as comidas na mesa. Então, ajudou. As mulheres a olharam surpresas, mas não disseram nada. Ela se sentou após tudo está na mesa, um tempo depois, Ryan se sentou à sua frente.

— Me desculpe, eu fui um idiota. — Ryan fala a olhando, ela demorou uns segundos para entender, mas lembrou que até em casa teria que fingir ser o casal mais feliz do mundo, suspirou.

— Idiota você sempre foi, me casei sabendo, se me trocar novamente por aqueles jogos eu te mato.

— Jogue comigo e não se sentirá trocada. — Ela o olhou com seriedade e não disse nada, ele riu. Depois do café da manhã, Ryan se arrumou para ir ao trabalho. Kristin, por sua vez, permaneceria na cama, mas como precisava atuar como a esposa amorosa e carente. Levantou e o acompanhou até o elevador. — Cuidado vocês dois, eu amo vocês.

— Nós também te amamos. — Ela se inclinou para beija-lo nos lábios. — Bom trabalho. — Deram um último selinho e ela deixou ele ir para o elevador, ela se virou para ir ao quarto e deu de cara com uma mulher mais velha, para logo atrás.

— Sra.O'Neill temos alguns compromissos na sua lista.

— Eu não fiz nenhuma lista.

— Eu sei Senhora, tomei a iniciativa de organizar o seu cronograma, sua mãe me passou algumas coisas, tomei a liberdade de tirar algumas coisas que achei que não fosse de seu agrado, pela pesquisa que fiz, como pilates e natação.

— Você é um anjo, mas você seria?

— Morgana Senhora, sua secretária pessoal.

— Secretária? Isso é mesmo necessário?

— De acordo com sua mãe, sim. — Ela deveria ter imaginado.

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