Ethan passava um pano úmido sobre as feridas que May deixou nas minhas costas, não havia apenas nas costas, onde quer que seu chicote tenha pegado deixou rastos de feridas por todo meu canto. Teve um momento que ela subiu a mão, então a ponta de couro atingiu minha bochecha, marcando minha face.
Após eu voltar do terraço, May ordenou que Vicent arrancasse minha roupa na frente de todos, usei as mãos para cobrir meu corpo nu em completa vergonha. Então ela pegou seu temido chicote, eu gritei apenas na primeira chicotada, depois me joguei no chão em posição fetal protegendo meu rosto com as lágrimas nos olhos, pedindo que aquele inferno tivesse fim, porem como todas às vezes não teve, nenhum anjo desceu do céu para me buscar.May só parou de me bater quando Vicent pediu, depois de muito tempo.Seguro firme na borda da cama, a dor me fazia querer gritar, mas eu não tinha forças para isso. Sei que Ethan usava toda a delicadeza que tinha nas mãos, porém parecia não adiantar.
— Desculpe... — murmurou ele quando soltei um gritinho.
Heitor sumiu após seu telefone tocar, saiu do terraço alegando que cumpriria sua promessa, mas eu não me apeguei a sua palavra, não o conhecia, mesmo que eu estivesse desesperada.
Nesse momento eu me perguntava porque não me joguei, teria sido menos doloroso.Gisele entra no quarto, ela usava uma lingerie vermelha, era "a melhor da casa", com seu corpo magro, cabelos loiros longos e olhos azuis, ela conseguia os melhores clientes, todos a queriam.— May quer ver você. — Pude ver seus braços se cruzando, mesmo estando de costas.
— Ela mal pode falar, não vai conseguir levantar. — Protestou Ethan.
Gisele dá de ombros.
— Não se meta, garoto da limpeza! Se vista, antes que May fique ainda mais zangada.
Ela vai embora. Ouço Ethan suspirar e largar o pano no balde com força, fazendo a água respingar no meu rosto.
— Tudo bem — falo —, vou ficar bem.
Levanto com dificuldade ainda sentindo minha costa arder com meus movimentos. Ethan me ajudou a vestir o que sobrou do meu lindo vestido lilás, não se atreveu a descer o olhar para meu corpo debilitado, ele nunca faria isso.
Nós fomos juntos até a sala da May, antes passamos pelo salão, onde houve o show de horrores. Ouvi Ethan sussurrar para mim: "— Vou te levar daqui um dia, eu prometo", sorri fraco, tentando me apegar a algo.Chegamos em frente a porta de May, Ethan deu duas batidas e ouvimos sua voz grossa — após muitos anos de fumo — murmurar algo.Abri a porta, ela espreitou os olhos para Ethan.— Chamei apenas ela. — Arqueou uma de suas sobrancelhas feitas à lápis.
Ethan me lançou um olhar como se estivesse me perguntando se estava tudo bem, eu assenti sutilmente com a cabeça, ele foi embora e fechou a porta atrás de mim.
May sentou na sua cadeira que ficava atrás de uma mesa de estudos coberta por papéis, com um cigarro na ponta dos dedos. Ela apoiou os braços na mesa e soltou a fumaça pelas narinas, mais parecia um demônio.— Me pergunto onde foi que errei com você, Jade. — A ponta do cigarro é afogada no cinzeiro com água.
Permaneço calada, sem mover um músculo sequer.
— Cuidei de você após a terrível morte dos seus pais como se fosse minha própria filha, e você se nega a fazer seu único dever. — Ela leva os dedos até as têmporas de maneira sofrida. — Tem ideia de quando ele pagou para tirar a sua m*****a virgindade? Uma fortuna! — Vejo ela levantar da sua cadeira e dar a volta na mesa, sentando sobre a mesma de frente para mim. — E sabe quanto eu tive que dar apenas para ele ir ao hospital? Uma fortuna também!
Acontece que May não tinha apenas minha tutela, ela era amiga dos meus pais antes de tudo, do acidente deles. Sempre a tive por perto desde que me conheço por gente, me perguntava como meus pais não perceberam com que tipo de coisa ela se metia.
— Ele não queria apenas uma das minhas virgindades, May. — Minha voz saiu embargada.
— Que se dane, Jade! — Aperto os olhos temendo um tapa. — Terá que dar ao cliente o que ele quiser aqui dentro. Jamais iremos encontrar um homem tão rico quanto ele. E a nossa reputação?
Não diria que uma boate clandestina tivesse uma boa reputação, mas para May era sua vida.
— Você disse que eu iria apenas cantar, foi esse nosso acordo. — Alego.
Apesar da pouca iluminação e a fumaça dentro daquele cômodo vermelho, eu vi a expressão de ira que formou no rosto de May.
— Não importa mais o que combinamos antes de vir para cá, agora é um das outras, e sugiro que se enquadre como tal! — Rosnou.
Meu peito se enche de raiva, por ter acreditado nas suas palavras antes de viajar para cá. May me prometeu o mundo, disse que eu seria uma cantora famosa, que todos os cantores começam cantando em bares pelo mundo.
Fui ingênua.Caí feito um patinho, achei que seria paga apenas pela minha voz não pelo meu corpo.Uma tremenda idiota.— Não tem como acabar com a reputação de um lugar sem ao menos ter uma. — Murmurei.
O tapa veio, tão forte que me fez cair no chão, ela deveria estar cansada da surra que me deu mais cedo, pois esse foi um dos que menos doeu.
Levo a mão até o lugar, minha bochecha ardia, provavelmente estava vermelha.Subo o olhar até ela que me encarava de cima com o nariz de pé, como alguém soberana a mim.— Achou que sua vida está ruim agora? — May segura meu queixo a ponta do dedo indicador — vai piorar, será um inferno. Desejará sua morte todos os dias.
May me chutou para fora do seu escritório. Vicent que me esperava do lado de fora, segurou em meus braços e me arrastou até o quarto, depois trancou a porta como de costume.
As meninas estavam proibidas de falar comigo, nenhuma delas foi atenciosa como Ethan, simplesmente ignoraram minha presença. Naquela noite tive que dormir no chão como forma de castigo.• • •
Além dos olhos verdes herdei de minha mãe a vocação para cantar. Eu não me considerava boa em nada, mas sabia manusear minha voz. Cantar me fazia esquecer a minha realidade, me levava à um lugar onde era somente eu e a música.
Cantei durante todos esses anos que passei aqui, antes das meninas fazerem seu show, pular no colo de homens ricos e encantar eles com seus belos pares de seios eu os encantava com minha voz. Estava dando certo, até alguns deles quererem além disso.May entregou a mim um vestido preto cheio de brilho, com as mangas longas para esconder as feridas, Maria fez uma maquiagem para cobrir os hematomas em meu rosto, com a sombra escura mal era possível ver meu olho roxo de tanto chorar.
Cantei Skyfall da Adele — uma das minhas músicas favoritas —, com os olhos fechados, não queria olhar para a minha plateia cheia de homens nojentos.As lágrimas rolavam em meu rosto.Após o fim da minha apresentação, eles me aplaudiram, não pareciam querer me devorar.Desci do palco indo direto para os bastidores chorar. No centro da boate começou a tocar uma música sensual e as meninas saíram usando lingeries e máscaras.
Me encosto na parede e levo as mãos até o rosto, com medo do que possa acontecer.Ethan aparece no corredor, vem na minha direção rapidamente e puxa delicadamente para seus braços. Caso Vicent, May ou qualquer um que trabalhasse na boate nos visse, estaríamos perdidos, mas Ethan não tinha medo. A essa altura eu não me importava mais em apanhar, minhas costas pareciam dormentes.— Por favor, não chore... — sussurou ele em meio aos meus cabelos.
— Não posso mais fazer nada, ela vai arrumar alguém para mim, Ethan.
— Vai dar tudo certo. — Ele olha para meu rosto e passa a costa da sua mão sobre minha bochecha enxugando minhas lágrimas — estarei do lado de fora caso isso aconteça, está bem?
Fiz que sim com a cabeça. Ele deu um beijo na minha tempora.
Algumas meninas passaram por lá, Ethan me largou de seus braços, só depois notei que ele me tocou.Não gostava de ver as coisas que aconteciam depois da minha apresentação, então fui para o quarto.Sentei no chão esperando qualquer sinal, com o coração acelerado. Minutos depois Vicent apareceu, ele era branco, careca, alto e forte, também era esposo da May e gerente dos seguranças da boate, com certeza qualquer teria medo das tatuagens tribais em seus braços fortes.— Venha comigo. — Ordenou.
Eu o segui, temendo pelo que pudesse acontecer. Passei por algumas meninas, dentre elas Maria agarrou rapidamente minha mão e disse:
— Depois da primeira vez fica mais fácil.
Senti pena e nojo.
Como poderia achar aquela situação normal? Venderam meu corpo seu meu consentimento, eu deveria engolir isso calada ou morrer. nessa situaçao, provavelmente morrer.Caminhamos até os corredores onde ficavam os quartos, onde minha vida acabaria ou eu enfiaria uma faca em alguém.Vicent abriu a porta e me empurrou para dentro de um quarto qualquer.— Vou ficar na porta para garantir que não vai fugir, canarinho.
Ele fechou a porta. Eu apontei o dedo do meio logo em seguida, como se fosse adiantar alguma coisa.
O quarto era escuro, na cama tinha corações e ao lado um frigobar, avistei preservativos espalhados pelos armários. Engoli a seco.Levanto do chão sentando na borda da cama, levo as mãos até a face e me pergunto se minha primeira vez realmente seria assim, com um homem que pagou por ela.De uma porta no quarto saiu um homem, tão nojento quanto o último que enfiei um lápis na perna. Ele usava um roupão, acho que somente o roupão, pensar nessa possibilidade fez meu estômago embrulhar. Na cabeça havia poucos cabelos, e um sorriso o acopanhava ele até mim.— Tire suas roupas, quero vê-la. — Pelo seu sotaque eu sabia que ele era britânico.
Hesitei, porém ele gritou mais uma vez.
Levantei da cama de costas para ele, puxei o zíper atrás do vestido, tirei uma manga primeiro, depois a outra e o vestido escorregou pelo resto do meu corpo magricelo, assim como a lágrimas dos meus olhos. Colocoquei as mãos em frente aos seios e virei para encará-lo. Para a minha surpresa, ele me olhava com nojo e desprezo.— Eu paguei por você completamente limpa, e agora está nojenta, cheia de feridas! — Gritou. — Aquela vadia pensa que pode me enganar... quero meu dinheiro de volta.
Ele passa por mim e abre a porta, do lado de fora começa a discutir com Vicent.
— Não quero ela!
Tentei disfarçar meu sorriso de felicidade.
As outras meninas que trabalhavam na boate não eram como eu. Algumas delas já eram prostitutas no seu país, outras eram sem-teto — como eu —, e por não terem escolhas acabaram se acostumando com essa vida, apesar das constantes humilhações o dinheiro era gordo, então elas teriam bastante quando voltassem. Uma pequena parcela delas eram naturais daqui o resto era de outros países. Maria era do Uruguai, Gisele era norte-americana, Viviane e Marta ambas eram da Colômbia, no geral havia meninas de todas as partes do mundo.O que tínhamos em comum era ter sido enganas pela mesma pessoa: May.Não havia escolhas para nós. Éramos o resto da sociedade.May ficou com raiva de mim pelo meu segundo cliente me rejeitar. Ela disse que não iria me bater por que eu era carga preciosa, enquanto meu corpo cicatrizava subiria ainda mais meu valor, me dando tempo para pensar em uma forma de escapar desse lugar.Às vezes, após as apresentações eu costumava subir no terraço, antes meus pensamentos não exis
Tocava Toxic ao fundo enquanto Gisele fazia seu show de sensualidade, ela deslizava pelo pole dance com agilidade, rebolava como se fosse invertebrada, às vezes ia até à extremidade do palco para os homens colocarem notas altas dentro de seu sutiã, às vezes até na sua calcinha. Me perguntava como ela não caía usando botas tão longas, ou se o seu cabelo molhado grudado em seu rosto não atrapalhava sua apresentação.Ethan observava o espetáculo de braços cruzados ao meu lado, olhava de relance para ele às vezes, me sentindo incomodada.Dado momento ela desceu do palco e sentou no colo de um homem estranho, só por ela ter rebolado em seu colo, ele colocou um bolo de notas no meio de seus seios. Depois ela saiu e se aproximou de nós dando uma piscadela para Ethan. Ele sorriu, por que ele tinha que sorrir?— Tem baba no canto dos seus lábios, Ethan. — Passo o dedo sobre a borda meu lábio.Ele balança a cabeça.— Não sei do que está falando.Olho para ele incrédula.— Não seja sonso.Ele vi
— Você fez o quê?! — Perguntou Ethan após eu mencionar tudo o que ocorreu na noite anterior.— Ela precisava de ajuda, eu não podia deixá-la.Ele me puxa para o canto.— Não deve confiar na Gisele, em ninguém aqui!— E em você? Devo não confiar? — Cruzo os braços.Ethan suspira e desvia o olhar, ele sempre fazia isso quando sabia que eu tinha razão.— Se eu não confiasse não o teria. — Minhas bochechas pegam fogo quando ele sorrir sutilmente de canto. — A questão é, eu só ajudei ela ontem, não estou dizendo que somos melhores amigas.Ele pensa por alguns instantes e suspira.— Certo. Se você diz.Teve uma pequena parte que não disse a ele, Gisele estava grávida de um de seus clientes, se May soubesse daria cabo dela assim como fez com Amanda.Mordo o lábio inferior.Não sabia como ela iria resolver essa questão e me sentia brava por ainda pensar em ajuda-lá, ela nunca faria isso por mim.— Tem mais algo?— Hum?— Você parece pensativa desde cedo.— Ter visto ela tão fragilizada me lem
Não conseguia concentrar sem pensar no Heitor quando subia ao terraço. Me perguntava por onde ele estava, o que fazia. Queria vê-lo mais uma vez, nunca vi ninguém com olhar tão intenso. Talvez ele não lembrasse de mim, mas eu nunca esqueceria dele.Penso em Ethan.Não falamos sobre o beijo, mas ontem depois da minha apresentação ele me puxou novamente, dessa vez foi mais demorado, as mãos dele chegaram a descer ate minha cintura, elas estavam mais frias e tremulas que as minhas, foi o momento mais quente que já vivi ate agora. Vicent apareceu estragando tudo. Fizemos como antes: fingir que nada aconteceu.Hoje Gisele faria o tal aborto, o médico viria como um cliente então faria tudo em um dos quartos. Eu sentia medo por ela, durante essas semanas parecia feliz enquanto eu pensava em todas as possibilidades de dar errado.— Finalmente te encontrei. — Gisele aparece no terraço com um cigarro entre os dedos.— Que susto, Gisele. — Levo a mão ate o peito.Ela sorrir. Entao se aproxima de
No dia seguinte, a noite anterior parecia nunca ter acontecido. Gisele tentava agir de forma natural enquanto eu não conseguia disfarçar que quase a vi morrer. Essas coisas só reforçavam que temos de fugir daqui. Não seria a última vez que isso ocorreria, mas eu prometi a mim mesma não me envolver mais, pois tenho certeza que não suportaria outra noite como a de ontem.Sua pele ainda estava pálida, assim como os lábios secos, mas ela continuava sem expressão.Ethan parecia mais preocupado que eu, ele mal prestava atenção nos copos que limpava, diversas vezes quase os deixou cair.May aparece no salão usando óculos escuros de oncinha e um vestido vermelho verniz, seu gosto era questionável. Ela olha para Gisele e puxa os óculos a altura do nariz.— Gisele, querida, você está bem?Ela assentiu depois de muito tempo.— Parece que está morta. — Olho para Ethan. — Hum! Suponho que você precisa de uma folga, trabalhou duro esses dias.Vejo Gisele serrar os dentes tencionando a mandíbula.—
May levou Gisele para o hospital após muita insistência minha, não consegui contar toda a história, mas o que disse foi suficiente para May me olhar como se quisesse nos matar. E ela iria.Não consegui fechar os olhos na noite anterior, a cama dela ainda estava suja com seu sangue, a imagem dela permanecia na minha cabeça, mal pensei no que seria de mim a partir de agora, só queria que Gisele ficasse bem. Apenas isso.As meninas pareciam não entender o que aconteceu, nem eu entendia direito também, mesmo que Gisele não aparentasse estar bem eu preferia acreditar que tudo iria se encaixar, mas não foi o que aconteceu.— Jade? — Maria me chama.— Oi? — Olho para ela.— Está bem? Estou falando com você há tempos...Passo as mãos no rosto.— Não é nada. Estou cansada, a noite foi conturbada.Ela olha para os lados.— Sabe o que aconteceu com a Gisele? — Perguntou.Só de falar em seu nome eu sentia vontade de chorar, a culpa estava me consumindo, estávamos sem notícias há horas.— Eu não s
— Vamos, levanta daí! — Ordenou uma voz, pareceu tão interna que pensei ser coisa da minha cabeça.A claridade fez meus olhos arderem, eu mal conseguia enxergar quem estava na porta. Senti mãos segurando em meus braços, não tive forças para reagir. Quando finalmente abri meus olhos vi Vicent, ele estava me carregando, me levando para fora daquele quarto após mais de uma semana presa.Tentei me soltar, porém, ele me domava com facilidade.— Para onde está me levando? — Perguntei.— Não faça perguntas, canário.Passamos pela porta onde ficava o quarto das meninas, depois pelo salão, estávamos indo para o escritório da May. O que eles fariam comigo agora? Terminariam o serviço, com certeza, e depois eu seria jogada no mesmo buraco que jogaram Amanda e Ethan. Ethan... diversas vezes eu o vi dentro daquele quarto imundo comigo, me dizendo que não morrera e que viria me salvar, porém, era um delírio, de certa forma foi menos doloroso.Voltei a me debater, tentei por diversas vezes socar Vic
Eu estava frente a frente com o homem que meses atrás me fez uma promessa, agora eu sentia um misto de sentimentos tristeza, felicidade, um pingo de esperança e muita raiva. Heitor me olhava como se eu fosse um bolo de notas altas, enquanto eu não decidi o que expressar. Ele não mudou desde que nós conhecemos, na verdade, atrás dessa mesa parecia ainda mais rígido, demonstrando seu poder, eu estava certa, ele não era qualquer pessoa.Meus olhos buscavam um ponto para concentrar enquanto o silêncio entre nós só aumentava.— Estou confusa. — levo a mão até a testa. — Você... me comprou?— Não foi exatamente o que aconteceu.Não conseguia me concentrar em respirar.Ele atrás dessa mesa parecia ainda mais rico, usando uma camisa social, provavelmente da Burberry enrolada até os antebraços e uma calça social preta. Eu comecei a prestar atenção no padrão de homens que iam à boate, sempre vestiam roupas de marca, o que diferia Heitor dos outros era a juventude.— Sinto muito pela demora, tiv